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16 CASO MARIELLE EXPÕE PODER DE MILÍCIAS NO RJ - CLEOMAR ALMEIDA REVISTA POLÍTICA DEMOCRÁTICA
CASO MARIELLE EXPÕE
PODER DE MILÍCIAS NO RJ
Assassinatos de vereadora do PSOL e de seu motorista vão completar um ano sem elucidação
Fotos: Cleomar Almeida
Pais de Marielle,
Marinete e Antônio
Fanscisco, vivem em
estado de desolação
desde a morte da filha
CLEOMAR ALMEIDA ela, diz o aposentado Antônio Francisco da Silva Neto (67), pai
Enviado especial ao Rio de Janeiro
da vítima, sentado na mesma poltrona de onde viu a notícia na
sala de sua casa, no bairro Bonsucesso, a 10 quilômetros de onde
– No momento em que vi Marielle no caixão, inerte, estavam o corpo de sua filha e o do motorista dela, Anderson
fiquei anestesiada pela dor. Não tenho como explicar, Pedro Gomes, que também foi executado dentro de um carro.
ela foi abatida como uma coisa qualquer. Foi um filme Prestes a completar um ano sem elucidação, os assassina-
de terror, desabafa a advogada Marinete da Silva (67 tos de Marielle e Anderson escancaram ao mundo a força
anos), mãe da vereadora assassinada, com quatro tiros dos poderes econômico, político e social de milícias no Rio
na cabeça, em 14 de março de 2018, no Bairro Estácio, de Janeiro, formadas, sobretudo, por agentes da seguran-
na Região Central do Rio de Janeiro. ça pública. A Polícia Militar admite que, ano após ano, tem
– Foi o pior dia da minha vida quando li no rodapé da tele- identificado milicianos na corporação, excluindo-os imedia-
visão: “Marielle Franco, vereadora assassinada no Centro do tamente após a comprovação de envolvimento deles, e não
Rio de Janeiro”. Queria ser analfabeto naquele dia para não acredita que o esquema criminoso, entrelaçado na estrutura
conseguir ler aquela frase. Não sei porque fizeram isso com do Estado, deixará de existir algum dia.