Page 46 - Revista Política Democrática nº 44 - Junho/2022
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O QUE NOS DIZEM AQUELAS TATUAGENS NAZISTAS DO BATALHÃO AZOV - PAOLO SOLDINI
Foto: Reprodução/Europe1
Guerra na Ucrânia: Rússia divulgou imagens de tatuagens nazistas de combatentes ucranianos do Batalhão Azov
O que nos dizem aquelas tatuagens
nazistas do batalhão Azov
Tatuagens alusivas ao nazismo chamam atenção neste
período de guerra no leste europeu
imos na televisão suásticas, ru- As tatuagens nazistas
nas, cruzes célticas, retratos de No entanto, as tatuagens existiam. Nem
Hitler tatuados nos corpos dos todos as tinham, por certo, mas muitos, sim,
V homens do batalhão Azov. Pro- e, apesar de as terem, é como se ninguém
paganda russa enviesada, para validar entre nós as houvesse visto. Não são um
ex post a pretensão de Vladimir Putin problema, não merecem uma linha ou uma
pela qual a “operação especial” deve- palavra como comentário. Ninguém, ou qua-
ria servir também para “desnazificar” se ninguém, sequer as mencionou. O que
a Ucrânia? Certamente. Não somos in- significa este silêncio? Será que, por terem
gênuos a ponto de considerar tais cor- se comportado tais homens como inimigos
pos um motivo para justificar, ainda que dos nossos inimigos, devemos absolvê-los da
minimamente, o que os russos fizeram, culpa de ser nazistas? Devemos fingir não
estão fazendo e farão nas terras que saber se, como e em que medida, antes de
ocuparam com a força. E também é di- se encerrarem nos subterrâneos da Azovstal,
fícil evitar a repugnância que sentimos comportaram-se como nazistas?
diante da exibição dos prisioneiros, nus, Guerra é guerra, e mortes e destruições
impotentes, num espetáculo para uso terminam por anular a potência dos símbolos,
da mídia com a marca da obscena pro- mesmo daqueles inscritos com dor na pró-
paganda dos vencedores. pria pele. Contudo, devemos nos perguntar
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