Page 33 - Revista Política Democrática nº 43 - Maio/2022
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BEATRIZ RODRIGUES SANCHEZ - POR QUE AINDA PRECISAMOS DO FEMINISMO?




     Foto: AdriaVidal/Shutterstock


































                      A sub-representação feminina na política impede novos avanços na luta por independência, liberdade,
                                         empoderamento e oportunidades para as mulheres
                     “                                        feminista, as mulheres negras, indígenas e


                                                              periféricas historicamente têm criticado a
                                                              universalidade contida no sujeito “mulhe-
                     NO MERCADO DE
                                                              res”, desde o período colonial, pelo menos.
                                                              Por isso, é importante que as políticas pú-
                     TRABALHO, AS MULHERES                    blicas contemporâneas que tenham como
                                                              objetivo mitigar os efeitos da desigualdade
                     AINDA HOJE RECEBEM                       de gênero levem em consideração toda a
                                                              pluralidade da população feminina, desde
                                                              uma perspectiva interseccional.
                     SALÁRIOS MENORES DO                      a luta feminista ainda se faz necessária.
                                                                Diante de tudo o que foi dito até aqui,

                     QUE OS HOMENS, MESMO                     Nós, feministas, não silenciaremos diante
                                                              de tudo o que ainda precisamos conquistar.
                                                              Como afirma a escritora e feminista chilena
                     QUANDO OCUPAM O                          Isabel Allende, no livro “Mulheres de minha
                                                              alma”, “o feminismo, como o oceano, é
                                                            “  correntes, marés e às vezes em tempestades
                     MESMO CARGO                              fluido, poderoso, profundo e tem a comple-
                                                              xidade infinita da vida; move-se em ondas,

                                                              furiosas. Tal como o oceano, o feminismo

                     de a “história oficial” do feminismo, es-  não se cala”. Não nos calaremos.
                     crita majoritariamente por mulheres bran-
                     cas, intelectuais e de elite, afirmar que os       SAIBA MAIS SOBRE A AUTORA
                     questionamentos sobre raça, identidade de
                     gênero, classe e outros eixos de opressão           BEATRIZ RODRIGUES SANCHEZ
                     teriam surgido apenas na “terceira onda”



       MAIO  2022                               REVISTA POLÍTICA DEMOCRÁTICA                                    33
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