Page 35 - Revista Política Democrática nº 43 - Maio/2022
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MARIANA VALENTIM - CONQUISTAS E DESAFIOS NA LUTA CONTRA A LGBTFOBIA NO BRASIL




                       Supremo Tribunal Federal (STF) reco-   dos países com a legislação mais robusta
                     nheceu, em 2011, as uniões homoafetivas  no mundo ocidental.
                     como entidades familiares, abrindo cami-   Na teoria, nós somos um dos cinco pri-
                     nho a uma década de avanços para a po-   meiros países do mundo onde é melhor
                     pulação LGBTQIA+.                        para se viver enquanto LGBT. Na prática,
                       Sete anos depois, o STF confirmou en-  porém, sabemos que não é bem assim.
                     tendimento que autoriza transexuais e      Mesmo com todo esse panorama, se-
                     transgêneros a alterarem o nome no regis-  guimos sendo um dos países que mais
                     tro civil sem a necessidade de cirurgia de  matam  pessoas  trans  e  travestis  no
                     redesignação sexual e a autorização de um  mundo. Segundo levantamento da Asso-
                     juiz, podendo ser realizada diretamente no
                     cartório.                                “
                       Em 2018, resolução do Ministério da
                     Educação (MEC) foi homologada, autori-
                     zando o uso do nome social de travestis   NA TEORIA, NÓS
                     e transexuais nos registros escolares de
                     educação básica. O nome social é aquele   SOMOS UM DOS CINCO
                     pelo qual as travestis, mulheres trans ou os
                     homens trans optam por ser chamados, de
                     acordo com sua identidade de gênero.     PRIMEIROS PAÍSES
                       Em 2019, houve a criminalização da
                     LGBTfobia, via STF, que equiparou o crime   DO MUNDO ONDE É
                     de discriminação por orientação sexual e
                     identidade de gênero ao de racismo.
                       Poderíamos citar outras Leis e resolu-  MELHOR PARA SE VIVER
                     ções que ampliaram as garantias e direi-
                     tos da comunidade LGBTQIA+, mas os       ENQUANTO LGBT
                     exemplos acima dão um panorama des-                                            “
                     ses avanços e colocam o Brasil como um



     Foto: Reprodução/Twitter































                   “Na teoria, nós somos um dos cinco primeiros países do mundo onde é melhor para se viver enquanto LGBT. Na
                                 prática, porém, sabemos que não é bem assim”, afirma Mariana Valentim




       MAIO  2022                               REVISTA POLÍTICA DEMOCRÁTICA                                    35
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