Page 7 - Revista Política Democrática nº 42 - Abril/2022

A FRENTE DEMOCRÁTICA, AQUI E AGORA - LUIZ SÉRGIO HENRIQUES

ou José Sarney. E havia uma esquerda, uma
parte dela ao menos, que dava legitimida- “
de a este movimento progressista, que de-
saguaria na Constituição de 1988.
Na situação de agora, um motivo de A VIDA EM
desesperança – ou, se quisermos, uma in-
terrogação para a qual ainda não temos
resposta – decorre da incerteza sobre o DEMOCRACIA
principal partido da esquerda, sua linha
básica e a orientação dos seus simpati-
zantes, que não foram “treinados” na SEMPRE REQUER
política de frente. Será que basta acenar
simbolicamente para o centro, escolhen-
do, tal como em 2002, um vice-presiden- EMBATES E
te “conservador” para compor a chapa?
A intenção será só a de “acalmar os mer-
amor”? Ou, ao contrário, haverá algo de ACORDOS,
cados”, sugerindo relações de “paz e
“ DISSENSOS E

DE NADA ADIANTA CONSENSOS, COM

AUTOEXILAR-SE NUM EXCLUSÃO SÓ DE

GUETO, BATENDO QUEM AMEAÇA

A MÃO NO PEITO A PRÓPRIA

E APREGOANDO CONVIVÊNCIA

A CONDIÇÃO DE CIVIL “

“VERDADEIRA”

ESQUERDA – novo na ação institucional e na defi nição
de políticas que não copiem o velho de-
senvolvimentismo?
A inquietação, na verdade, não deve ser
CONDIÇÃO TALVEZ estranha ao próprio núcleo da campanha
petista. O senador Randolfe Rodrigues de-
SINCERA, CERTAMENTE monstra instinto apurado quando consta-
ta a reconstituição de um poderoso bloco
em torno de Bolsonaro, militares e Centrão
“ junto que não está suspenso no ar, uma
IMPOTENTE (“Bolsonaro vencerá se Lula não for mais
plural”, Metrópoles, 03.04.2022). Um con-

vez que esta extrema-direita no poder tem

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