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20 REPORTAGEM - CLEOMAR ALMEIDA REVISTA POLÍTICA DEMOCRÁTICA

Foto: Erivelton Viana PESSOAS EM

SITUAÇÃO DE RUA

NA ECONOMIA

MARGINAL

No Distrito Federal, população vulnerável
aumenta ano após ano enquanto governo
diminui investimentos no setor; desemprego

piora ainda mais o cenário

CLEOMAR ALMEIDA

Na região do Plano Piloto de Brasília, homens, mulheres e
crianças em situação de rua saltam aos olhos como se brotas-
sem do chão. Surgem como se fossem vultos. Nos estaciona-
mentos próximos da Esplanada dos Ministérios, dos palácios
do Planalto e do Buriti e de cerca de 130 embaixadas estran-
geiras, essa população vulnerável movimenta uma economia
marginalizada como saída para a sobrevivência. Vigia ou lava
carros, cata papelão e vende balas de doce nos semáforos. À
noite, monta pequenas barracas na região para dormir.
É assim que o centro do poder caminha diante da invisibi-
lidade social crescente, cinco anos após o Distrito Federal tor-
nar-se a primeira unidade da Federação a aderir à Política Na-
cional para a População em Situação de Rua – instituída pelo
Decreto 7.053 em 2009. O governo informa que existem 3 mil
pessoas em situação de rua no DF. No final de ano, segundo
dados oficiais, o número chega a 3,5 mil pessoas.
Em 2011, de acordo com pesquisa da Universidade de Bra-
sília (UnB), havia 2,5 mil pessoas nesse quadro no DF. Já o Ins-
tituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que, em
2015, havia 101.854 pessoas em situação de rua no país e
sugere que esse tipo de levantamento seja incluído no Censo
Populacional de 2020.

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