Page 48 - Revista Política Democrática nº 43 - Maio/2022
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LUIS QUESADA - OS ÍNDIOS ATRAVESSARAM A PONTE!
Foto: Daiara Tukano/Instagram
A pintura Batizado de Macunaíma, de Tarsila do Amaral, em 1956, retrata a cerimônia batismal
da criança que nasceu do fundo do mato virgem
brasileira e questionou a imagem do “
“Índio” como herói nacional, “dizima-
do” para o “surgimento” da nação,
(Século 19), criando uma versão que É VITAL COMPREENDER
construída pelo romantismo brasileiro
passou a entendê-lo como parte vital
da raça miscigenada brasileira (Ma- QUE O MODERNISMO
cunaíma, de Mario de Andrade), ou
tafórico, que devora a cultura branca, BRASILEIRO SE USOU
utilizando o “Índio” como objeto me-
europeia e invasora, para obter todos
os frutos dos seus saberes, a fim de DE MANIFESTAÇÕES
usá-los a seu favor (Antropofagia).
ve tendência presente no Brasil desde CULTURAIS INDÍGENAS
A ponte centenária de 1922 descre-
os princípios da colonização euro-
peia e cria uma estratégia de ação. E SEU PODER
Sua estrada não sobreviveu somente
não que foi percorrida pelo auge das ESTÉTICO, SEM CONTAR
ao modernismo das suas origens, se-
ideias pós-modernas, que se aproxi-
maram da apropriação, ressignifica- ATIVAMENTE COM
ção e validação da cópia. A ponte foi
artístico dos anos 1960 e foi local de SUJEITOS INDÍGENAS
claramente interditada com o fluxo
passeatas e manifestações para todo
o movimento artístico denominado “
Tropicalismo.
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