Page 11 - Revista Política Democrática Online nº 41 - Março/2022
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OPOSIÇÃO SEM RUMO NUMA CONJUNTURA NOVA - PAULO FÁBIO DANTAS NETO
Foto: Cleber Bonatti
PT não tem ajudado na suposta “ida ao centro”. Se depender do que tem dito e
“ potencialmente corrosiva a política partidária
feito, Alckmin será azeitona conservadora numa empada esquerdista e populista
pequena que impera em arranjos estaduais
na hora em que Bolsonaro toma fôlego. Na
PESCAR EM ÁGUAS
nele o PT já estava, parece não haver mais jei-
TURVAS, PROPENSÃO Bahia, onde não se precisaria ir ao centro pois
to, tudo está desfeito e a aposta é no umbigo,
em ritmo de luta interna. Em Pernambuco,
MAGNA DO outro bastião a princípio forte, a divisão pa-
rece iminente. No Paraná, o recado da filiação
BOLSONARISMO, É de Requião é frente de esquerda nacionalista.
Torniquetes abundam, limitando a tripulação
do que seria uma arca de Noé.
PROBABILIDADE MUITO de alinhar o partido às suas preferências. Está
Lula parece ter perdido a antiga condição
GRANDE, PORÉM, AGORA engessado na gramática autorreferente que
se tornou língua franca em sua cozinha após
MAIS PERIGOSA, EM FACE o trauma de sua prisão. Dois anos depois de
solto, ainda não se soltou. Numa só semana
chamou Moro a uma briga de rua, espantou
DA SITUAÇÃO DESENHADA liberais com discursos populistas e naciona-
listas e, pior, atacou o Congresso, onde está
DE QUE PODERÁ TER boa parte dos atores que podem facilitar, ou
evitar, que a eleição descambe para o gol-
APOIO BASTANTE PARA pismo, e está também boa parte dos políti-
cos que o lendário pragmatismo do Lula lá
promete capturar. A resposta de Rodrigo
CHEGAR VIRTUALMENTE Pacheco não foi só pertinente e contunden-
te. Sugere uma pergunta crucial: o iceberg é
COMPETITIVO AO invisível ou a cegueira é soberana?
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SEGUNDO TURNO “ PAULO FÁBIO DANTAS NETO
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