Camila Turtelli e Matheus Lara / O Estado de S. Paulo
As pesquisas de intenção de voto mais recentes, que mostraram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oscilando para baixo e diminuindo a vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL), fizeram lideranças petistas se movimentarem para conter certo “oba-oba” dentro do partido por parte dos que ainda acreditavam numa vitória do petista no primeiro turno. Mesmo entre aliados próximos de Lula, este cenário por ora está descartado. O deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP) fez questão de deixar claro há alguns dias em encontro com empresários em São Paulo que o PT já pode ter batido seu teto nas pesquisas. “A disputa será no segundo turno”, afirmou em jantar da Esfera Brasil.
QUEM TE VIU. Apesar da aliança do PT com o Centrão em governos anteriores, lideranças passaram a falar que o partido buscará, com aliados, uma bancada maior no Congresso para depender menos do bloco.
QUEM TE VÊ. Enquanto outras lideranças petistas citam a aliança com o ex-tucano Geraldo Alckmin como a formação de uma frente democrática, Emídio foi direto ao ponto: “Se não (se aliar com Alckmin), você tem um plano, mas não consegue tocar”.
NA ESPERA. O deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (União Brasil-RJ) ainda aguarda uma definição do partido de Valdemar Costa Neto, o PL, para definir seu destino. Apesar de ter sido “convocado” pelo presidente Jair Bolsonaro para concorrer a uma vaga no Senado pelo PL, o partido já tinha um acordo com o senador Romário no Estado.
CLICK. Tereza Cristina, ministra da Agricultura
Ainda com futuro político indefinido, Tereza Cristina anunciou em grupo do antigo DEM sua saída do União Brasil e o ingresso no Progressistas. A ministra tem sido cotada para ser vice na chapa de Jair Bolsonaro.
DILEMA. Parlamentares do PSD estão preocupados que a saída de Rodrigo Pacheco das eleições os coloque em um impasse com Gilberto Kassab. Com Pacheco focado em sua reeleição à presidência do Senado, o esperado é que ele tente aprovar a maior quantidade de matérias possíveis – inclusive as de interesse do governo.
UNIÃO. Por outro lado, a ascensão de uma liderança mais competitiva no PSD torna, na visão dos parlamentares, necessário que o partido esteja unido marcando posição contra as agendas de Bolsonaro.
IDEAL. Pacheco quer usar a reforma tributária como principal bandeira de uma campanha à reeleição na presidência da Casa. Aliados dizem que não há mote melhor: quem aprovou uma proposta como essa em ano eleitoral merece ficar mais tempo no comando.
COLABOROU DANIEL WETERMAN