João Vitor*, da equipe FAP
Dirigido por Glauber Rocha, o filme Terra em Transe (1967) é, segundo a crítica, uma alegoria política. O professor de história de cinema Ulisses de Freitas Xavier diz que o longa “é uma das principais chaves do tropicalismo”. O longa será discutido, nesta quinta-feira (09/12), a partir das 17 horas, em evento online do ciclo de debates da Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Biblioteca Salomão Malina.
O webinar, em pré-comemoração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, tem a participação confirmada do professor Ulisses Xavier e do cineasta Vladimir Carvalho. A transmissão será realizada pelo portal e redes sociais da entidade (Facebook e Youtube), assim como na página da biblioteca no Facebook.
Xavier compara o contexto político de Terra em Transe com o momento atual que o Brasil atravessa. “Um conflito entre empresários, mídia e políticos. O povo, por fora, alheio a tudo. E o céu por cima de todos. É como se o Brasil se mirasse em um espelho estilhaçado. O gigante não saiu do transe ainda”, avalia.
O professor diz que muita gente, não só da direita, deve ter detestado o filme pela sua linguagem inovadora. “Glauber não abre concessões comerciais e produziu uma obra hermética, mas poderosa”, diz. Ele acrescenta que muitas pessoas de esquerda veem nisso uma maneira de se afastar do público e não atingir objetivos políticos.
Ele aponta uma linguagem barroca e fragmentada de tom operístico. “Embora em preto e branco o filme tem uma luz clara e quente e uma atmosfera que vai influenciar fortemente o tropicalismo”, diz o professor.
Terra em Transe conquistou, em 1967, o Prêmio da Crítica do Festival de Cannes; o Prêmio Luis Buñuel, na Espanha; o Prêmio de Melhor Filme do Locarno International Film Festival; e o Golfinho de Ouro de melhor filme do ano, no Rio.
*Estagiário integrante do programa de estágios da FAP, sob supervisão do jornalista Cleomar Almeida
Ciclo de Debates: O modernismo no cinema brasileiro
Webinário sobre o filme Terra em transe – Glauber Rocha, 1967
Dia: 09/12/2021
Transmissão: a partir das 17h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira
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