XIX Congresso
19º Congresso Nacional: Dirigentes do PPS reafirmam compromisso com o País e as mudanças exigidas pela sociedade
Na abertura do 19º Congresso Nacional do PPS, nesta sexta-feira (23), no Hotel Bourbon Ibirapuera, em São Paulo, os dirigentes do partido reafirmaram compromisso com o País e as mudanças que a sociedade brasileira exige neste momento de transformações em todo mundo.
A vereadora da capital paulista, Soninha Francine, fez a saudação inicial e destacou que o partido precisa dar respostas para os anseios da sociedade e disse que o encontro é uma oportunidade para a formulação de propostas.
“Tenho orgulho desse partido. Para que estamos aqui afinal de contas? Por que fazemos parte de um partido político e qual a visão que esse partido tem? O que é consenso entre nós? É preciso que isso fique bem claro. Inevitavelmente teremos divergências, mas isso tem que ficar claro e pacificado entre nós. O momento é de troca para que possamos nos comunicar para a sociedade. Vamos desfrutar das nossas divergências com convergências. Como é bom ser do PPS”, afirmou.
História de orgulho
O líder do PPS na Câmara dos Deputados, Alex Manente (SP), disse que o PPS tem uma história que orgulha a todos os seus integrantes. Segundo o parlamentar, o partido precisa trabalhar para evitar os extremos políticos que surgem na disputa eleitoral e ameaçam o futuro do Brasil.
“Vivemos em tempos que a população tem repudiado todas as formas de se fazer política, o que é um erro. Temos que mostrar nossa história e a nossa capacidade de mudar o nosso País. Buscando adesões de jovens, mulheres e de pessoas experientes. Vemos uma batalha polarizada com a extrema direita e a extrema esquerda. Temos quadros qualificados em todas as áreas que conseguem debater os caminhos para o nosso futuro. Sairemos domingo desse Congresso fortalecidos. Vamos ajudar o País que queremos recuperar e resgatar o orgulho dos brasileiros”, afirmou.
Parceria com o novo
Já o presidente do PPS de Mato Grosso e integrante do movimento Agora!, Marcos Marrafon, destacou o respeito que o partido possui em todo o País.
“Venho de uma união de forças e espiritos em torno do movimento Agora! Trazemos a ideia de um Brasil mais simples, sustentável e menos desigual. Encontramos no seio do PPS uma forma para essa construção, caminho que não é fácil. O velho morreu e o novo não nasceu. Um novo tempo, um novo olhar mostra a força da transição e da renovação e, mais uma vez, o PPS sai na vanguarda com um discurso de inovação e construção, como a parceria com o Agora!”, disse.
Um partido decente
A ex-deputada federal do PPS pelo Rio de Janeiro, Denise Frossard, afirmou que o PPS é um partido decente aos olhos de uma sociedade que exige mudanças.
“O momento é do PPS porque é um partido decente. Temos que atender o desejo do povo brasileiro, ajudar a começar a mudar tudo que está aí. Vejo isso com esperança. Estou feliz de estar viva para participar desse momento da história do Brasil. Um momento de tomada de consciência”, ressaltou.
Aliança
O vice-governador de São Paulo, Marcio França (PSDB), destacou, ao representar o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente do PSB, Carlos Siqueira, que o PPS sempre foi um importante aliado.
“O PPS foi o primeiro partido que apoiou o laçamento de Eduardo Campos para a disputa presidencial. Nos sonhamos juntos um sonho que poderíamos intermediar os extremos, criar uma coisa nova com o melhor de cada um dos partidos. Nosso reconhecimento eterno por esse momento. Nos do PSB e PPS temos um identidade muito forte e parece somos um o mesmo partido. O PPS é um partido com muitos quadros e isso não é comum. É uma referência em quadros e tenho certeza que ajudará a conduzir o nosso País para o lugar que ele merece ”, afirmou.
Obrigação de transformar
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) disse que o PPS tem a “obrigação de transformar” o instante fatal que o País vive, de radicalização entre a extrema-direta e a esquerda – representada pelo lulopetismo -, em um “momento mágico”, em resposta as propostas atrasadas e nostálgicas oferecidas pelos dois lados.
Ele disse que o 19º Congresso Nacional do PPS é a oportunidade para a construção de um centro democrático sem ser nostálgico, e que o partido está preparado para ser a “semente da esperança num Brasil mágico e não fatal”, ajudando o Brasil a superar o atraso científico, a desigualdade e a desagregação do País.
Um novo olhar para um novo tempo
Para o presidente do PPS de São Paulo e secretário de Agricultura estadual, Arnaldo Jardim, o partido deve utilizar o slogan do 19º Congresso Nacional, “um novo olhar, para um novo tempo”, como um guia de orientação para os três dias do encontro.
“Pode parecer obvio para algumas pessoas, lideranças e partidos políticos, incapazes de entender a crise que passa o País. É preciso rever diretrizes das políticas públicas e a necessidade de se repensar a forma de nos relacionarmos com a sociedade. Temos o desafio de um novo tempo. O tempo da informática, da diversidade e do mundo instantâneo, um desafio e exige de todos nós”, disse.
Em discurso emocionado, Freire diz que 19º Congresso Nacional do PPS tem grande “dimensão histórica”
Presidente do PPS afirmou que o centro dos debates deve ser “a nova formação política”
O 19º Congresso Nacional do PPS, aberto na noite desta sexta-feira (23) em São Paulo, tem dimensão histórica e representa uma grande oportunidade para o início da construção de uma nova formação política. A avaliação é do deputado federal Roberto Freire (SP), presidente nacional do partido, que se emocionou em seu discurso inaugural e foi aplaudido de pé pelo público.
Durante o pronunciamento, o parlamentar recordou de outros momentos marcantes da história do PCB/PPS e citou um congresso emblemático realizado no Rio de Janeiro.
“Eu estava me lembrando de um outro congresso que foi tremendamente atritado porque estávamos ali discutindo toda uma vida. Esse congresso foi no Rio de Janeiro. Há vários episódios, é algo marcante”, relembrou. “Ali já começava a ficar caracterizada a derrota do que imaginávamos ser um mundo novo. O fim da experiência do chamado socialismo real. E começamos a preparar a mudança, que foi das mais difíceis.”
Ao traçar um paralelo com o momento atual, o presidente do PPS destacou a proximidade entre o partido e os movimentos cívicos que vêm se integrando à legenda como um fator que pode significar a concretização de uma transformação efetiva.
“Estamos vivendo um momento em que o PPS quer entender como ter futuro. Tal como lá atrás imaginávamos com a mudança dolorida ter futuro, a oportunidade que se oferece agora é que esse futuro pode ser mais radioso”, projetou Freire.
“A representação da cidadania já não se continha dentro dos partidos tradicionais. Começava a surgir a necessidade de uma outra representação para a sociedade”, prosseguiu o deputado. “Dizíamos isso muito antes do tempo. Muitos ainda não perceberam, mas o PPS, hoje, percebeu que esse tempo chegou.”
No momento mais emocionante da abertura do Congresso Nacional do PPS, Freire afirmou que o centro dos debates deve ser “a nova formação política”. “Estamos dando o primeiro passo. Por isso, esse congresso tem essa dimensão. Ele será histórico por isso”, projetou.
“Quero dizer que isso me dá uma alegria muito grande. Não estou emocionado com nada dolorido, ao contrário. Esse congresso representa muito. Podemos estar construindo algo e nós podemos ser protagonistas. O Brasil está precisando de protagonistas para ver se teremos um futuro melhor.”
“Aggiornamento”
Roberto Freire também falou sobre o processo de “aggiornamento” enfrentado pelo PCB/PPS no passado, que qualificou como “dolorido, mas necessário”. “No documento que foi orientador daquele congresso, se dizia que estávamos vivendo outro momento histórico. Discutíamos isso, apontando naquele momento algumas questões que não estavam muito claras. Falávamos que era necessário pensar uma nova formação política”, relembrou.
“Nós podemos estar fazendo um congresso que pode significar um novo futuro. Não tem a dramaticidade daquele, mas tem também uma carga de mudança e busca de futuro tanto quanto aquela. Aquela em cima de uma derrota, com depressão, dolorida. Essa aqui, com esperança. Estamos vivendo um dos melhores momentos que o PCB/PPS já experimentou em toda a sua história”, prosseguiu Freire.
Para o parlamentar, o Brasil passa por um momento “de profunda crise de todas as instituições”. “Agora nós estamos antenados com esse processo de profunda mudança na realidade mundial. Tudo o que é sólido se desmancha no ar, como dizia [Karl] Marx quando analisava o processo da Revolução Industrial. É um processo que atinge os partidos políticos e todas as nossas instituições, corroídas também pela corrupção.”
Movimentos cívicos e centro democrático
Em sua fala, o deputado Roberto Freire reiterou a importância da integração dos movimentos da cidadania – como Agora!, Acredito, Livres, Renova Brasil, entre outros – ao partido. “O PPS foi escolhido por alguns desses movimentos. Essa nova formação política vai substituir os partidos, que são datados da Revolução Industrial”, analisa. “O PPS quer, junto com esses movimentos, ajudar e participar da mudança. Nós queremos construir essa nova formação política. Não sabemos como vai ser. Evidente que não será o que somos hoje.”
Na parte final do discurso, Roberto Freire reconheceu que ainda há muita indefinição em relação ao cenário eleitoral. “O Brasil precisa de alguém que tenha a coragem de dizer o que temos de fazer. É fundamental que todos nós busquemos a unidade do centro democrático. E algo que é importante ter presente: estamos enfrentando uma crise política que não tem nada de previsível. Não sabemos o cenário daqui a uma semana”, admitiu.
“No dia 7 de outubro [data do 1º turno das eleições], a sociedade brasileira vai dizer que caminhos vamos tomar. Vai se ter a chancela fundamental da soberania popular”, finalizou o deputado.