Vem Pra Rua

#ProgramaDiferente: Reflexos de 2013 no ano eleitoral de 2018

Nem parece, mas já faz cinco anos que aconteceram as históricas manifestações populares de 2013, com pessoas de todas as idades, nas ruas e nas redes, pedindo mudanças. E o ano eleitoral de 2018 vai ser fundamental para testarmos na prática a renovação da política, o aprimoramento das instituições republicanas e a atualização dos instrumentos democráticos, principalmente após o surgimento de diversos movimentos cívicos pregando novas formas de representação. O #ProgramaDiferente desta semana é um registro destes cinco anos e um sopro de esperança por dias melhores. Assista.


Mauricio Huertas: É chegada a hora de uma nova geração?

Ou seja, tanto na política quanto no futebol, o protagonismo está mudando de mãos. A velha guarda passa o bastão, ainda que por vezes a contragosto.

A sociedade emite sinais que às vezes são percebidos apenas com distanciamento histórico, mas o que está acontecendo hoje na política e no futebol certamente já simboliza uma transformação em curso. Olhos abertos e ouvidos atentos, portanto, para não sermos atropelados pelos acontecimentos…

Quando FHC dá uma entrevista em que afirma que o prefeito João Doria e o apresentador Luciano Huck representam o “novo” na política, porque “não estão sendo propelidos pelas forças de sempre”, e quando vemos jovens treinadores de futebol campeões – todos novatos no cargo em grandes clubes brasileiros – nessa época de desdobramentos ainda imprevisíveis da Lava Jato e das mudanças que ela já vem causando, precisamos fazer a leitura correta desse novo quadro.

Os técnicos campeões paulista, carioca, paranaense e mineiro – para ficar apenas nos times mais emblemáticos – estão na casa dos 40 anos. O corinthiano Fabio Carille tem 43 anos; o flamenguista Zé Ricardo, 46; o curitibano Pachequinho, 46; e o atleticano Roger Machado, 42. Paralelamente, na política, João Doria com 59 anos talvez seja a exceção entre os quarentões, apesar de aparentar menos idade e de ser também um neófito nas disputas eleitorais. Luciano Huck tem 45 anos. O juiz Sergio Moro, 44. O procurador Deltan Dallagnol, 37.

O novo presidente francês, Emmanuel Macron, tem 39 anos. Não que a juventude, por si só, seja sinônimo de progresso, evolução, inovação ou modernidade. Está aí Kim Jong-un, na Coreia do Norte, com 33 anos, para provar o contrário. Mas é certo que modelos antigos (em idade, em conceitos e nas práticas políticas), como Donald Trump, aos 70 anos, ou Michel Temer, aos 76, Lula, 71, e Dilma, 69, estão de fato saindo de linha.

Ou seja, tanto na política quanto no futebol, o protagonismo está mudando de mãos. A velha guarda passa o bastão, ainda que por vezes a contragosto. Uma nova safra desponta no cenário. Não é por acaso. O mundo vem mudando. A sociedade busca novos caminhos. É chegada a hora de uma nova geração.

Novas organizações políticas no mundo todo vem crescendo e se destacando, desde a onda de manifestações globais – da Primavera Árabe e do Occupy Wall Street às passeatas que no Brasil fizeram surgir o Movimento Brasil Livre, o Vem Pra Rua e, do lado oposto, o MTST, por exemplo, todos liderados por jovens na casa dos 20, 30 e 40 anos.

São os novos atores tomando o palco central. E nós, vamos nos contentar apenas em assistir, vamos desempenhar um papel meramente coadjuvante ou, enfim, compartilharemos o protagonismo destes novos tempos?

*Mauricio Huertas é jornalista, secretário de Comunicação do PPS-SP, diretor executivo da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) e apresentador do #ProgramaDiferente


Fonte: http://www.pps.org.br/2017/05/09/mauricio-huertas-e-chegada-a-hora-de-uma-nova-geracao/