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Apoiado pela FAP, seminário discute desenvolvimento em Mato Grosso
Cleomar Almeida, coordenador de Publicações da FAP
Propostas de desenvolvimento regional e nacional e estratégias para o fortalecimento de políticas públicas de desenvolvimento sustentável serão debatidas durante seminário, nesta quinta-feira (30/6), a partir das 19 horas, no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá. O evento, que busca incentivar a educação política em defesa da cidadania, da democracia e da justiça social, tem entrada gratuita.
O ex-secretário estadual de educação Marco Marrafon, o deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) e a presidente do Cidadania Mulher, Neura Rajane, confirmaram participação no Seminário de Formação Política: Mato Grosso desenvolvido e sustentável. O evento é realizado com apoio da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao partido.
Marrafon, que em 2021 também foi considerado um dos juristas mais citados como referência pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ressalta que o seminário é importante por buscar “ideias para o desenvolvimento de Mato Grosso a partir dos conceitos fundamentais de uma educação compatível com o século 21”.
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“Levantará a questão da participação democrática de todos os cidadãos e cidadãs, inclusão da mulher na política, especialmente naquilo que interessa ao desenvolvimento e, também, à sustentabilidade. Discutiremos, ainda, a questão da energia, como a energia solar, e a busca de menos tributos para construir esse desenvolvimento”, afirmou o ex-secretário estadual.
O objetivo do seminário, segundo os organizadores, também é incentivar a educação política e a formação de novas lideranças em diferentes áreas de atuação, membros de entidades organizadas com inserção social para despertar a inovação na forma de fazer política, além de incentivar o protagonismo feminino.
“Vamos promover o debate para realizar os diagnósticos de demandas regionais e nacionais que impactam o estado de Mato Grosso. Temos trabalhado de maneira intensa para planejar propostas concretas para o futuro desenvolvido, inclusivo, e bastante sustentável do Estado de Mato Grosso”, ressaltou Marrafon.
O evento é destinado, prioritariamente, a simpatizantes e filiados ao Cidadania, mas também está aberto a receber contribuições da comunidade em geral, para que haja mais conscientização e engajamento dela, para o pleno exercício da cidadania e fortalecimento do desenvolvimento sustentável e do empreendedorismo no Estado.
Elimar Nascimento: “Brasil é o grande vilão ambiental do mundo
João Rodrigues, da equipe da FAP
Mudanças climáticas, aumento do efeito estufa, poluição dos oceanos, perda da biodiversidade. Esses são apenas alguns dos temas que preocupam especialistas às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente, que completa 50 anos em 5 de junho.
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) promove em 1º de junho o webinar: Crise ecológica global, com a participação de Sérgio Besserman, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Benjamin Benzaquen Sicsú, presidente do Conselho de Administração da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), e do sociólogo e cientista socioambiental Elimar Pinheiro do Nascimento, convidado desta semana do podcast Rádio FAP.
A degradação do meio ambiente mundial, a importância da consciência ambiental e a urgência da adoção de políticas sustentáveis no Brasil também estão entre os temas do programa. O episódio conta com áudios da Asociación Colibrí, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Canal Verde, Canal Futura, Hospital Moinhos, TV Cultura e Gazin Oficial.
O Rádio FAP é publicado semanalmente, às sextas-feiras, em diversas plataformas de streaming como Spotify, Youtube, Google Podcasts, Anchor, RadioPublic e Pocket Casts. O programa tem a produção e apresentação do jornalista João Rodrigues.
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Elimar Pinheiro do Nascimento é doutor pela Universidade René Descartes - em Paris, na França. Professor permanente dos programas de Pós-graduação do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília da Universidade de Brasília (UnB) e do Centro de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade da Amazônia da Universidade Federal da Amazônia (UFAM). Foi chefe da Assessoria Especial do governo Cristovam Buarque no Distrito Federal.
RÁDIO FAP
El País: De ‘ouro verde’ a ‘diamante de sangue’, a queda em desgraça do abacate
Saciar a fome mundial de abacate tem um preço: florestas derrubadas e cartéis no México que entram no negócio de seu cultivo. Restaurantes da Irlanda e Grã-Bretanha pedem que a fruta tropical não seja mais utilizada por critérios éticos e ambientais
Versatilidade. Bom gosto. Valores nutricionais imbatíveis. Propriedades como ingrediente em seus cremes. E uma vistosa cor verde que serve para inúmeras composições no Instagram. Na era do food porn e da comida saudável, o abacate tinha tudo para dar certo. Mas sua reputação está em perigo justamente por conta da voracidade que desperta: somente na União Europeia as importações dessa fruta milenar se multiplicaram por quatro entre 2000 e 2017, chegando a 486.063 toneladas nesse ano de acordo com a base de dados Comtrade da ONU.
Um chef com estrela Michelin, JP McMahon, levantou a polêmica ao fazer um pedido aos restaurantes irlandeses para que eliminem ou pelo menos reduzam a presença dos “diamantes de sangue do México” em seus menus em uma entrevista ao jornal Irish Independent. Compara sua produção à dos frangos em grande escala. Ele não usa abacates “pelo impacto que têm nos países de onde vêm: desmatamento no Chile, violência no México”. Faz referência a informações publicadas, entre outros veículos de imprensa, no The New York Times, que em março já alertava que os cartéis de droga entraram com tudo nesse próspero negócio. O principal país exportador é o México, onde falam de “ouro verde”, com um terço da produção global: são cultivados o ano inteiro na rica terra vulcânica de Michoacán. “É um dos milagres do comércio moderno que em 2017, que teve o recorde de ser o ano mais violento no México, esse Estado cheio de cartéis exportasse mais de 1,7 bilhão de libras de abacates Haas aos Estados Unidos”, afirmou o artigo.
Não são poucos os restaurantes, especialmente na Grã-Bretanha, que decidiram não utilizar abacates em suas cozinhas por motivos éticos e ambientais. Um dos últimos foi o Wild Strawberry Cafe, no condado de Buckinghamshire, após servir 1.000 pratos por semana com a fruta. Como disseram em sua conta no Instagram, vai contra os critérios de sazonalidade e proximidade, ao contrário de produtos locais como as abóboras e as maçãs. “As florestas estão diminuindo para dar lugar a plantações de abacate. A agricultura intensiva a essa escala contribui com o lançamento de gases do efeito estufa na atmosfera e pressiona os fornecimentos locais de água”, afirmaram. Espécies como a borboleta monarca, conhecida por suas longas migrações dos Estados Unidos e Canadá ao México, ficam em perigo com a destruição de seu ecossistema para o cultivo de abacates.
Até mesmo um restaurante vegetariano, o Wildflower, no sul de Londres, se arriscou a prescindir de suas excelentes gorduras. Seu chef, Joseph Ryan, vê semelhanças com a quinoa, que também sofreu uma queda vertiginosa de preços após se tornar moda anos atrás. O dono do Franks Canteen, Paul Warburton, também entrou no boicote. Como disse ao Express, o abacate se transformou no símbolo “chato” da globalização já que pode ser encontrado em qualquer café do mundo. “Além disso consome muita água e significa muitas árvores cortadas. Aqui tentamos trabalhar sazonalmente, e como os abacates serão sazonais no norte de Londres?”.
Mas nem todos os abacates vêm da América do Sul. A controvérsia por enquanto não chegou à Espanha, único país na Europa que se destaca em seu cultivo, com 107.000 toneladas exportadas em 2017: 17% a mais do que ano anterior e 79% a mais do que há cinco anos, de acordo com a Federação Espanhola de Associações de Produtores de Frutas e Verduras. Granada, Málaga e especialmente as Ilhas Canárias têm a temperatura ideal, mas a falta de água impede a expansão do abacate, que os agricultores pedem que seja aliviado com mais infraestrutura. Porque a cremosidade que fez do abacate um hit mundial - pode ser o ingrediente de molhos, comido com pão e batido - se deve justamente a sua grande necessidade hídrica. Uma plantação dessa fruta tropical precisa de quase o dobro em relação a uma floresta de tamanho equivalente, o que transforma sua produção em grande escala em pouco sustentável.