série de webinares
Obras de Graciliano Ramos são discutidas em webinar
Professora Margarida Patriota analisa livros Angústia e Vidas Secas em evento online com transmissão pela internet
Cleomar Almeida, da equipe FAP
Professora Margarida Patriota analisa livros Angústia e Vidas Secas em evento online com transmissão pela internet
Cleomar Almeida, da equipe FAP
O romance Angústia é uma das obras-primas do escritor alagoano Graciliano Ramos, embora Vidas Secas seja considerado o livro emblemático dele. Os dois títulos serão discutidos, nesta quinta-feira (23/9), a partir das 17 horas, em webinar da Biblioteca Salomão Malina e da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), como parte das atividades de pré-celebração do centenário da Semana de Arte Moderna.
As obras serão discutidas pela escritora e professora de literatura Margarida Patriota, durante o evento, que será transmitido na página da biblioteca no Facebook. O público também poderá conferir o debate no portal da FAP e na rede social da entidade (Facebook), assim como no canal da fundação no Youtube.
Apesar de ter sido ignorado pela crítica na época de sua publicação, em 1936, o livro Angústia é o terceiro romance do autor e foi lançado quando Graciliano Ramos ainda se encontrava preso, sem processo nem acusação formal, pela polícia política de Getúlio Vargas. Antes ele lançou os livros Caetés (1933) e São Bernardo (1934).
Ao contrário do que desejava o próprio Graciliano, Angústia saiu com ele ainda na prisão. Na época, conforme registrado pelo jornal da Universidade de São Paulo (USP), os companheiros de cela fizeram uma festa para comemorar dentro do presídio a publicação do livro.
O autor autografou vários exemplares para seus companheiros. Entre eles estavam pessoas como Eneida de Moraes, Olga Benário e Aparício Torelly. “De certo modo é um livro que vem à tona num momento muito crítico da vida brasileira”, lembra o professor Fabio Cesar Alves, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
A questão fundamental é que nesse romance, segundo o professor, em particular, Graciliano Ramos, que já era autor de uma obra bastante introspectiva, conseguiu unir essa introspecção à crítica social, que era própria da geração de 30.
Angústia é um romance que promove uma espécie de amálgama entre a tomada de consciência do País nos anos 30 e a introspecção e o subjetivismo próprios dos romances anteriores.
Leia também
- Lançado há 50 anos, filme Bang Bang subverte padrões estéticos do cinema
- Projeto cultural de Lina e Pietro Bardi é referência no Brasil, diz Renato Anelli
- Filme Baile Perfumado é marco da “retomada” do cinema brasileiro
- Romance de 30, um dos momentos mais autênticos da literatura
- Com inspiração modernista, filme explora tipologia da classe média
- Webinário destaca “A hora da estrela”, baseado em obra de Clarice Lispector
- Obra de Oswald de Andrade foi ‘sopro de inovação’, diz Margarida Patriota
- O homem de Sputnik se mantém como comédia histórica há 62 anos
- ‘Desenvolvimento urbano no Brasil foi para o espaço’, diz Vicente Del Rio
- ‘Mário de Andrade deu guinada na cultura brasileira’, diz escritora
- Influenciado pelo Cinema Novo, filme relaciona conceito de antropofagia
- Mesmo caindo aos pedaços, ‘quitinete é alternativa de moradia em Brasília’
- ‘Semana de Arte Moderna descontraiu linguagem literária’, diz escritora
- ‘Modernismo influenciou ethos brasileiro’, analisa Ciro Inácio Marcondes
- Um dos marcos do Cinema Novo, filme Macunaíma se mantém como clássico
- Filme premiado de Arnaldo Jabor retrata modernismo no cinema brasileiro
O livro envolve contradições que estavam em jogo nos anos 30 e, ao mesmo tempo, mostra uma espécie de falta de horizonte do Brasil e desse personagem-narrador, que é o Luís da Silva, funcionário público de 35 anos, um homem solitário, desgostoso da vida, num momento de modernização acelerada do país.
Já Vidas Secas, publicado em 1938, é um romance que retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. A obra pertence à segunda fase modernista, conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época.
Ciclo de Debates sobre Centenário da Semana de Arte Moderna
18º evento online da série | Modernismo, cinema, literatura e arquitetura.
Webinário sobre Angústia e Vidas Secas, de Graciliano Ramos
Dia: 23/9/2021
Transmissão: a partir das 17h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira