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Ameaças de Bolsonaro podem inibir reanimação da economia
Sérgio Buarque avalia, na revista Política Democrática online de agosto, reflexos das posturas do presidente no cenário econômico
Cleomar Almeida, da equipe da FAP
As agressões de Jair Bolsonaro às instituições democráticas e suas ameaças de ruptura institucional, bem como a delicada crise hídrica que o país atravessa, podem inibir a reanimação da economia brasileira. A avaliação é do economista, mestre em sociologia e professor da Universidade de Pernambuco (UPE) Sérgio Buarque, em artigo que publicou na revista Política Democrática online de agosto (34ª edição).
Veja, aqui, a versão flip da Política Democrática online de agosto (34ª edição)
A publicação é produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e que disponibiliza todo o conteúdo, gratuitamente, na versão flip, em seu portal. De acordo com o autor, “algumas grandes pedras no caminho podem atrapalhar a esperada reanimação econômica, mesmo que se confirmem a aceleração da vacinação e o controle da pandemia”.
Segundo o economista, o presidente age com descontrole verbal e faz movimentações golpistas, que, conforme o texto, crescem na medida em que aumenta a rejeição de Bolsonaro nas pesquisas e surgem acusações sérias de prevaricação, crime de responsabilidade e denúncias de corrupção, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.
“Como resposta, Bolsonaro conspira nos quartéis e se agarra com o Centrão, retirando a fantasia de inimigo da ‘velha política’ para vestir um salva-vidas político que evitaria um processo de impeachment”, afirma Buarque.
Além disso, segundo o autor, não bastasse a instabilidade política, o Brasil está atravessando delicada crise hídrica que ameaça a reanimação da economia pela incerteza da oferta de energia elétrica e pela elevação das tarifas (provocada pela ativação das usinas termelétricas), com novo impulso inflacionário.
O Boletim Focus, conforme lembra o autor, sinaliza para uma taxa de inflação de 6,31%, em 2021, superando em muito o centro da meta (3,75%) e mesmo o teto de 5,25%. “O risco de apagão e racionamento tem sido descartado, mas o próprio Operador Nacional do Sistema Elétrico anunciou a possibilidade real de esgotamento de praticamente todos os recursos energéticos até novembro”, analisa Buarque.
Na avaliação do economista, tudo indica que, mesmo submergindo da pandemia e da retração econômica no segundo semestre, não faltarão conflitos políticos e incertezas econômicas para inibir o crescimento da economia brasileira no restante deste ano.
Confira, aqui, a relação de todos os autores da 34ª edição
A íntegra do artigo de Buarque pode ser conferida na versão flip da revista, disponibilizada no portal da entidade. Os internautas também podem ler, na nova edição, entrevista exclusiva com a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), reportagem sobre escândalo das vacinas contra Covid-19 e artigos sobre política, economia, meio ambiente e cultura.
Compõem o conselho editorial da revista o diretor-geral da FAP, sociólogo e consultor do Senado, Caetano Araújo, o jornalista e escritor Francisco Almeida e o tradutor e ensaísta Luiz Sérgio Henriques. A Política Democrática online é dirigida pelo embaixador aposentado André Amado.
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Doutora em meio ambiente defende superação de passivo de desmatamento
Em artigo na Política Democrática online de agosto, Karin Kässmayer diz que o Brasil também precisa ter agenda de ação climática
Cleomar Almeida, da equipe FAP
Consultora legislativa do Senado e doutora em meio ambiente e desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), a advogada Karin Kässmayer diz que o Brasil tem, entre seus desafios, “a superação do passivo do desmatamento e a apresentação de uma robusta e crível agenda de ação climática”, enquanto muitos países mostram compassos precisos em suas políticas de desenvolvimento rumo à transição energética e à neutralidade carbônica em 2050.
Veja, aqui, a versão flip da Política Democrática online de agosto (34ª edição)
No artigo “De Paris a Glasgow: o Brasil na contramão dos compromissos climáticos mundiais”, de sua autoria e publicado na revista Política Democrática online de agosto (34ª edição), a autora lembra que uma nova fase da política climática internacional foi inaugurada com a celebração do Acordo de Paris, em 2015, de cujas negociações o Brasil foi protagonista. A publicação pode ser acessada, na íntegra, na versão flip, no portal da entidade.
DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA
Ao analisar o contexto brasileiro, a advogada aponta o caminho para avançar nessa agenda. “O agir presente que possa nos levar à superação dos riscos climáticos e à retomada da governança ambiental, entretanto, enfrenta crises democrática, ambiental, de saúde, social e econômica que só serão superadas com futuras eleições”, afirma.
Com o comprometimento do que chama de “agir cooperativo multilateral”, ela observa que os países-parte criaram metas próprias e medidas de adaptação e mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE). “As Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), peças-chaves do acordo, devem ser revistas a cada cinco anos, com metas cada vez mais ambiciosas'', ressalta.
“O Brasil liderou a diplomacia mundial e foi um ator de excelência nessa seara, tendo alcançado, internamente, resultados expressivos que culminaram com a redução do desmatamento em 83% nos anos de 2004 a 2012, principalmente pela criação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM)”, escreveu ela, na revista Política Democrática online de agosto.
A autora observa, ainda, que, com a gestão presidencial atual, o desmatamento, que ela cita como o calcanhar de Aquiles das emissões no Brasil, cresceu exponencialmente, até chegar à cifra de 10.851 quilômetros quadrados, em 2020. “O PPCDAM foi extinto, e o país é palco de um cenário de descrença e críticas internacionais em relação à política ambiental brasileira, com desgastes da sua imagem e um ponto de interrogação sobre seus propósitos quanto ao futuro de sua política climática”, lamenta.
Confira, aqui, a relação de todos os autores da 34ª edição
A íntegra do artigo de Karin pode ser conferida na versão flip da revista, disponibilizada no portal da entidade. Os internautas também podem ler, na nova edição, entrevista exclusiva com a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), reportagem sobre escândalo das vacinas contra Covid-19 e artigos sobre política, economia, meio ambiente e cultura.
Compõem o conselho editorial da revista o diretor-geral da FAP, sociólogo e consultor do Senado, Caetano Araújo, o jornalista e escritor Francisco Almeida e o tradutor e ensaísta Luiz Sérgio Henriques. A Política Democrática online é dirigida pelo embaixador aposentado André Amado.
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'Bolsonaro está focado em fraudes eleitorais inexistentes', diz pesquisador
Em artigo na Política Democrática online de agosto, Mark Langevin chama atenção para relações do Brasil com Estados Unidos
Cleomar Almeida, da equipe FAP
Pesquisador de política agrícola, energética e de comércio internacional do Brasil e das relações do país com Estados Unidos, Mark Langevin diz que “o governo Bolsonaro está focado em fraudes eleitorais inexistentes, a embaixada brasileira em Washington está em queda livre há anos e a Coalizão das Indústrias do Brasil (BIC) está sem teto”.
Veja, aqui, a versão flip da Política Democrática online de agosto (34ª edição)
A declaração dele, que também é ex-assessor internacional da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, está no artigo “A visão de Washington”, de sua autoria e publicado na revista Política Democrática online de agosto (34ª edição), produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. Todo o conteúdo pode ser acessado, gratuitamente, na versão flip, no portal da entidade.
“Como o Brasil pode defender seus interesses e subir a escada do desenvolvimento econômico e social sem aprofundar seu engajamento com os interesses econômicos e as forças políticas de Los Angeles a Nova York?”, questiona o autor. Ele é professor da Schar School of Policy and Government, George Mason University, e ex-assessor internacional de Horizon Client Access e diretor da BrazilWorks.
Langevin diz que a elite política dos EUA não pensa no Brasil como uma nação em desenvolvimento, mas um enorme mercado e concorrente ocasional. “Para o governo do presidente Joe Biden, a representação da elite política está focada no campo da batalha tecnológica avançada, de olho em como a inteligência artificial moldará o destino de nosso mundo e certamente o futuro dos EUA, e consequentemente Brasil”, afirma ele, no artigo.
Além disso, segundo o autor do artigo, a maioria do Partido Democrata em Washington acredita, pela primeira vez, que o Brasil não é um ator responsável quando o assunto é mudança climática. Brasília está bem longe de Washington nesta conjuntura.
Ironicamente, de acordo com Langevin, o governo Biden, com seu embaixador especial para o clima, John Kerry, está trabalhando com os governos estaduais brasileiros para formar parcerias e encontrar soluções para proteger a Amazônia e promover o desenvolvimento sustentável.
“Certamente, esse esforço é visto em Washington como uma forma de aumentar a influência dos EUA sobre a governança global e avançar esquemas de desenvolvimento de baixo carbono, mas também pode ser uma lição para Brasília”, afirma o autor, na revista Política Democrática de agosto.
Segundo ele, o Brasil pode se beneficiar de uma estratégia bilateral que aumenta os pontos da cooperação econômica e social por meio de engajamentos em níveis locais e estaduais, deixando Washington para os coquetéis e as cerimônias de assinatura de acordos. “O Brasil precisa se instalar em Pittsburgh e Indiana se quiser eliminar as tarifas do aço”, sugere.
Confira, aqui, a relação de todos os autores da 34ª edição
A íntegra do artigo de Langevin pode ser conferida na versão flip da revista, disponibilizada no portal da entidade. Os internautas também podem ler, na nova edição, entrevista exclusiva com a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), reportagem sobre escândalo das vacinas contra Covid-19 e artigos sobre política, economia, meio ambiente e cultura.
Compõem o conselho editorial da revista o diretor-geral da FAP, sociólogo e consultor do Senado, Caetano Araújo, o jornalista e escritor Francisco Almeida e o tradutor e ensaísta Luiz Sérgio Henriques. A Política Democrática online é dirigida pelo embaixador aposentado André Amado.
Escândalo das vacinas mostra país fragilizado, diz reportagem da FAP
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Escândalo das vacinas mostra país fragilizado, diz reportagem da FAP
Política Democrática online de agosto mostra situação do país com avanço das investigações da CPI da Covid-19 no Senado
Cleomar Almeida, da equipe FAP
Dezenas de depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 confirmam denúncias de corrupção com pagamento de propina em paraíso fiscal e mais de 100 tentativas de negociação de vacinas da Pfizer ignoradas pelo governo brasileiro, além de escancarar um país fragilizado por uma série de escândalos em torno da imunização contra a Covid-19. É o que mostra reportagem da revista mensal Política Democrática online de agosto (34ª edição).
Veja, aqui, a versão flip da Política Democrática online de agosto (34ª edição)
“A pressão para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seja julgado por tribunais internacionais aumenta a crise política”, diz o texto. A publicação é produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e que disponibiliza o acesso gratuito a todos os conteúdos, na versão flip, em seu portal.
De acordo com a reportagem, na iminência de uma terceira onda da pandemia do coronavírus, o Brasil ainda vive os duros reflexos da falta de política pública nacional de saúde voltada ao enfrentamento da Covid e das iniciativas tardias para o início da vacinação. Com pouco mais de 20% de toda a sua população imunizada, o país caminha para superar a marca de 600 mil mortos pela doença.
“A investigação da CPI da Covid revela ao país dados de um cenário de horror”, mostra a reportagem. O texto cita que, ao todo, até o início deste mês, no Brasil, o número de vítimas da pandemia ainda era ao menos 12 vezes maior que o de vacinados, o que exemplifica as consequências de um país tomado por denúncias relacionadas às imunizações e governado por um presidente declaradamente negacionista.
O avanço das investigações da CPI segue rumo à confirmação da tese já levantada por alguns senadores: o governo federal abriu espaço para pessoas que não tinham vínculos com fabricantes das vacinas, enquanto dificultou o acesso ao Instituto Butantan, em São Paulo, e à multinacional Pfizer, sediada em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Profissionais de saúde atuam na pandemia do novo coronavírus
Confira, aqui, a relação de todos os autores da 34ª edição
A íntegra da reportagem especial pode ser conferida na versão flip da revista, disponibilizada no portal da entidade. Os internautas também podem ler, na nova edição, entrevista exclusiva com a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) e artigos sobre política, economia, meio ambiente e cultura.
Compõem o conselho editorial da revista o diretor-geral da FAP, sociólogo e consultor do Senado, Caetano Araújo, o jornalista e escritor Francisco Almeida e o tradutor e ensaísta Luiz Sérgio Henriques. A Política Democrática online é dirigida pelo embaixador aposentado André Amado.
Política Democrática online: popularidade do governo segue declinante
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Curso Gestão Cidadã terá formatura on-line neste sábado (31/7)
Solenidade será realizada por meio do aplicativo Zoom a partir das 11h, com transmissão na página da FAP no Facebook e no canal da entidade no Youtube
Cleomar Almeida, da equipe da FAP
Concluintes da primeira turma do curso Gestão Cidadã participam, no dia 31 de julho, das 11h às 11h50, da Solenidade de Formatura On-line da capacitação realizada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP). O evento terá transmissão em tempo real no site da entidade, em sua página no Facebook e em seu canal no Youtube.
Além de alunos dos 26 estados e do Distrito Federal, participam do evento virtual o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire; o presidente do Conselho Curador da FAP e coordenador do curso Gestão Cidadã, Luciano Rezende; o diretor-geral da FAP, Caetano Araújo; e Marco Marrafon, um dos professores mais bem avaliados pelos estudantes.
Ao vivo!
A formatura On-line também terá a participação especial da Senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).
Cerca de 300 alunos já concluíram o curso Gestão Cidadã, destinado à formação política on-line e gratuita de novos líderes, prefeitos, vereadores e demais gestores filiados ao Cidadania, segundo levantamento preliminar. A capacitação continua disponível na plataforma de educação a distância Somos Cidadania, lançada em maio.
Curso em números
Total de inscritos: 1.236
Média de alunos que acompanharam as aulas: 387
Concluintes do curso que podem emitir certificado via plataforma: 279
Nota média dos alunos para o curso: 9,4
“Sucesso”
O coordenador e ex-prefeito de Vitória (ES) por dois mandatos (2013 a 2020), Luciano Rezende, destaca o interesse dos novos líderes pelo curso, que começou com mais de 1.200 inscritos. “O curso é um sucesso absoluto”, comemora.
“Tivemos uma grande média de participação nas aulas, professores experientes, destaques em nível nacional nas suas áreas”, afirma Rezende, ressaltando o ótimo desempenho dos primeiros alunos que concluíram todas as etapas.
Confira o podcast com Luciano Rezede
Na avaliação do coordenador, a formação política oferecida a distância pela FAP tem função social muito importante para a democracia. “O curso cumpre sua missão por inclusive ter a participação de alunos de todos os 26 estados e do DF, formando novas lideranças para, através da boa gestão, poderem desenvolver a boa política, de que o Brasil mais precisa”, diz.
O diretor-geral da FAP, o sociólogo e consultor do Senado Caetano Araújo, avalia que “o curso é uma experiência bastante rica não só para os alunos”, mas, segundo ele, também para os organizadores.
“Tivemos excelente desempenho dos alunos que já concluíram o curso, que continua disponível na plataforma Somos Cidadania. Portanto, novos alunos vão poder conclui-lo e obter todo os benefícios que os concluintes já tiveram”, afirma, ressaltando que a fundação planeja avançar ainda mais em cursos de formação política a distância.
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Qualidade atestada
Ex-candidato a prefeito de Campo Belo, a 210 quilômetros de Belo Horizonte (MG), o doutor em ciência política e professor universitário Christopher Mendonça é um dos que já concluíram o curso e confirma a excelência da formação a distância oferecida pela FAP.
“Essa troca de experiências com pessoas que conhecem a área política, testadas no campo da política, é muito bom para a nossa formação. Uma das aulas que me chamaram muita atenção foi do senador Antonio Anastasia, que tem longa carreira política. Isso foi muito bom para enriquecer meu conhecimento”, diz.
Mendonça, que já participou de outros cursos de formação de outras instituições, diz que o diferencial do Gestão Cidadã é o alto nível dos professores e o planejamento de conteúdos oferecidos, estrategicamente, para conciliar teoria e prática. “A escolha dos professores é de um nível muito alto. A fundação escolheu muito bem cada um deles, tanto na área de comunicação política quanto sobre a política em si”, observa.
Mais preparo
Doutora em direito e desenvolvimento sustentável, Isabella Pearce de Carvalho Monteiro, que já concorreu ao cargo de vereadora de São Luís do Maranhão, agora se sente ainda mais preparada para enfrentar nova disputa eleitoral. Ela também é uma das concluintes do curso Gestão Cidadã.
Segundo Isabella, formação nunca é demais. “Por mais bem reparada que uma pessoa seja, ela precisa e qualificar continuamente, principalmente as que ocupam ou que pretendem ocupar um cargo público”, assevera, reforçando a sua ótima avaliação sobre a qualidade do curso.
“Destaco a aula de gestão tributária, com Everardo Maciel, especialmente porque essa área não faz parte da minha formação. A visão que ele trouxe sobre gestão tributária pode contribuir para quem quer ocupar cargos de poder ou de gestão pública no país, mas todas as aulas trouxeram uma ampliação de visão para quem pretende ser ou é um líder”, acentua.
A seguir, veja a relação de todos os professores do curso Gestão Cidadã
Novos interessados ainda podem ter acesso ao curso depois de se cadastrarem na plataforma. Ao final das 14 videoaulas, os líderes recebem um certificado de formação política, com total de 36 horas de atividade, assinado pelo presidente do Conselho Curador, Luciano Rezende, e pelo diretor-geral da FAP, Caetano Araújo.
Para receber o certificado de conclusão, os alunos precisam clicar no link específico no canto superior esquerdo da página e fazer a solicitação. Em seguida, após checar as informações, o sistema emite o documento on-line. Além disso, os concluintes receberão kit com caneca, bloco de notas e caneta, depois de confirmarem endereço com CEP para o envio da cortesia pelos Correios.
CONFIRA O PASSO A PASSO PARA FAZER SUA INSCRIÇÃO
No total, segundo a organização do curso, 103 concluintes já confirmaram seus dados até o momento na plataforma. Uma equipe do curso está à disposição para sanar dúvidas ou repassar mais informações por meio do WhatsApp (61 9 8279-3005). (Clique no número para abrir o WhatsApp Web).
Jornalista Henrique Brandão homenageia o sambista Nelson Sargento
Em artigo na Política Democrática online de julho, autor analisa a carreira de quem ele chama de “patrimônio do samba”
O jornalista Henrique Brandão diz que o cantor, compositor e pesquisador da música popular brasileira Nelson Sargento, que morreu de Covid-19 no dia 27 de maio, deixou, em sua partida, órfãos aqueles que admiravam seu samba e se divertiam com as inúmeras histórias que contava sempre carregadas de frases originais e imagens que ele mesmo criava.
Clique aqui e confira a revista Política Democrática Online de julho (33ª edição)
O texto de Brandão foi publicado na revista mensal Política Democrática online de julho (33ª edição), produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. Todos os conteúdos podem ser acessados, gratuitamente, na versão flip da revista, no portal da entidade.
Em seu artigo, Brandão lembra, por exemplo, que Sargento alegava ainda não estar dando comida para bicicleta nas situações em que queria dizer que estava lúcido. Com o nome de batismo de Nelson Matos, o artista ganhou o apelido sargento na década de 1940, quando serviu no Exército.
O sambista iniciou a carreira de compositor na Estação Primeira. Ele tinha como parceiro o padrasto, que também o introduziu no ofício de pintor, conforme lembra Brandão. Juntos, fizeram sambas com os quais a escola conquistou o bicampeonato de 1949/50.
Sua canção mais famosa é “Agoniza mais não morre, na voz de Beth Carvalho”, como observa o jornalista no artigo, que também chama Sargento de "patrimônio do samba".
“O artista tornou-se unanimidade no mundo do samba. Não à toa, representou o Zumbi dos Palmares no enredo História para ninar gente grande, que deu o último título do carnaval à Verde e Rosa, em 2019”, afirma.
Confira todos os autores da 33ª edição da revista Política Democrática online
Na revista Política Democrática online de julho, os internautas também podem conferir entrevista exclusiva com a jurista Eliana Calmon e reportagem especial sobre a fome, que no país e no restante do mundo, pode matar 11 pessoas a cada minuto, até o final deste ano, no planeta, caso nada seja feito, segundo relatório da organização internacional Oxfam. A revista mensal Política Democrática online de julho também traz artigos sobre políticas nacional e externa, economia, meio ambiente e cinema.
Além do diretor-geral da FAP, Caetano Araújo, o escritor Francisco Almeida e o ensaísta Luiz Sérgio Henriques compõem o conselho editorial da revista.
Em artigo, Isaac Roitman aponta retrocesso de direitos humanos no país
Fome mata mais que Covid, aponta reportagem da Política Democrática online
Bolsonaro tem queda contínua de popularidade, diz Política Democrática Online
Governo Bolsonaro é desastroso no combate à pandemia, diz Eliana Calmon
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Fome mata mais que covid, aponta reportagem da RPD Online
Reportagem especial da revista mensal da FAP cita dados de estudo da Oxfam divulgado neste mês
A fome, no país e no restante do mundo, pode matar 11 pessoas a cada minuto, até o final deste ano, no planeta, caso nada seja feito, segundo relatório da organização internacional Oxfam, publicado na reportagem especial da revista mensal Política Democrática online de julho (33ª edição).
Veja a versão flip da 33ª edição da revista Política Democrática online (julho/2021)
Para exemplificar o drama, a reportagem mostra a vida de pessoas como a idosa Maria Amélia da Conceição de Fátima, de 72 anos, e sua família, que vivem entre catadores de lixo no Setor de Clubes Sul, na capital federal, e comumente se alimentam de restos e migalhas. A publicação é produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. Todos os conteúdos podem ser acessados, gratuitamente, no portal da entidade.
O Brasil está entre os focos emergentes da fome, ao lado da Índia e da África do Sul, conforme lembra a reportagem, baseada no estudo. A taxa de mortalidade de quem não tem o que comer é maior que a da Covid-19, que é de sete pessoas por minuto.
Desde o início da pandemia, as mortes por Covid-19, no país, ficaram em terceiro lugar no mundo, enquanto o percentual de brasileiros em extrema pobreza quase triplicou – de 4,5% para 12,8%, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A reportagem também cita dados da pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), segundo a qual, no final de 2020, mais da metade da população – 116 milhões de pessoas – enfrentava algum nível de insegurança alimentar, das quais quase 20 milhões passavam fome.
A publicação da FAP cita, ainda, o dado de que, no ano passado, 11% das famílias chefiadas por mulheres conviviam com a fome, enquanto mais de 10% das famílias negras enfrentavam o problema, em comparação com mais de 7% das famílias brancas.
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Na revista Política Democrática online de julho, os internautas também podem conferir entrevista exclusiva com a jurista Eliana Calmon. Também há artigos sobre políticas nacional e externa, economia, meio ambiente e cinema.
Além do diretor-geral da FAP, Caetano Araújo, o escritor Francisco Almeida e o ensaísta Luiz Sérgio Henriques compõem o conselho editorial da revista.
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Ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) também avalia que o STF não tem sido capaz de bem cumprir sua missão constitucional
Ineficiente e negacionista no combate à pandemia, o governo Bolsonaro se notabiliza também pelo desmanche dos órgãos de controle do Estado para o combate à corrupção. A afirmação é da jurista e ministra aposentada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, em entrevista exclusiva à revista Política Democrática online de julho, lançada nesta quinta-feira (15/7). Ela também critica o Supremo Tribunal Federal.
A ministra aposentada também disse à revista que “iniciou-se no Brasil um desmanche dos órgãos de controle do Estado”. Ela se referiu à Receita Federal, ao Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf), à Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla).
“Outros órgãos estão sendo cooptados para servirem ao governo e não ao Estado, tais como Polícia Federal e Abin”, afirmou ela à revista Política Democrática online. A publicação é produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. A versão flip pode ser acessada, gratuitamente, no portal da entidade.
Veja a versão flip da 33ª edição da revista Política Democrática online (julho/2021)
Em relação à pandemia, Eliana observou que o governo falhou até no controle e divulgação de dados. “Para que nação tivesse conhecimento dos números reais da pandemia, foi necessário que um grupo independente de jornalistas credenciados tomassem as rédeas das estatísticas, indispensáveis para traçar qualquer estratégia de enfrentamento à Covid 19”, ressaltou ela.
A jurista analisou, ainda, que os reflexos da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga ações e omissões do governo Bolsonaro durante a pandemia. “A CPI que a princípio surgiu como um exagerado propósito de incriminar pessoas do governo, trouxe para o público o que se passava nas entranhas do Ministério da Saúde e o descaso com a aquisição de vacinas, única forma de ser vencida a pandemia”, disse.
Guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF) também não foi poupado pelas críticas da ministra aposentada. Segundo ela, “o STF não tem sido capaz de bem cumprir sua missão constitucional e por isso está a sofrer um enorme desgaste”.
Ela também classificou como “retrocesso” a possibilidade de retorno ao voto impresso, como tem sido pregado por Bolsonaro, em meio à queda de sua popularidade, para desacreditar os resultados das urnas que, inclusive, em 2018, confirmaram a vitória dele para a Presidência da República.
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“Acho um retrocesso falar em voto impresso. O voto eletrônico já foi usado com sucesso em diversas eleições, é um voto moderno e colocou o Brasil à frente de muitas nações desenvolvidas, além de ter acabado com a chicana reinante nas eleições anteriores”, criticou Eliana.
Na revista Política Democrática online de julho, os internautas também podem conferir reportagem especial sobre fome e artigos que abordam políticas nacional e externa, economia, meio ambiente e cinema.
Além do diretor-geral da FAP, Caetano Araújo, o escritor Francisco Almeida e o ensaísta Luiz Sérgio Henriques compõem o conselho editorial da revista.
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RPD || Bruno Paes Manso: PCC, CV, Milícias – Uma comparação entre Rio e SP
Dois anos depois do massacre de 111 presos no Carandiru, em 1992, o governo do Estado de São Paulo mudou sua política penitenciária. Para cumprir a promessa de demolir essa prisão que concentrava mais de 7 mil presos no mesmo espaço, palco da maior tragédia da história paulista, o governo passou a construir dezenas de unidades menores, para 700 presos, que se multiplicaram e se espalharam por todo o Estado. O Primeiro Comando da Capital, criado em 1993, um ano após o massacre, soube crescer nesse mundo novo que se formava atrás dos muros e das grades.
Nas celas superlotadas, com verbas públicas insuficientes para a garantia da ordem e dos direitos dentro dos presídios, coube aos próprios presos inventar e estabelecer uma nova forma de governança nessas unidades. A partir do controle dos presídios, o PCC passou a desempenhar, no decorrer dos anos, o papel de agência reguladora do mercado criminal paulista, estabelecendo protocolos e regras que tornou esse ambiente mais profissional e previsível, com menos riscos e perigos para os envolvidos.
A consolidação dessas regras dependeu da proibição dos conflitos nos bairros e da busca de exercer um monopólio do uso da força no mundo do crime. Essa nova governança na rede criminal contribuiu para aumentar a previsibilidade no mercado criminal e profissionalizar a cena. Levou os criminosos paulistas às fronteiras do continente, acessando fontes atacadista de drogas em grandes mercados produtores e distribuidores.
No Rio de Janeiro, ao longo de sua história recente, nunca houve um grupo hegemônico a dominar a cena criminal do Estado. Desde o começo dos anos 80, quando o Comando Vermelho passou a atuar no comércio varejista de drogas, o controle dos territórios por grupos armados passou a ser disputado entre grupos rivais, como Terceiro Comando e Amigos dos Amigos, que estabeleceram uma corrida armamentista para adquirir poder e mercados nessas áreas em disputas constantes.
Os conflitos, que causavam homicídios nos bairros pobres e aterrorizavam a população do Rio com tiroteios e balas perdidas, caracterizaram a dinâmica violenta da cena fluminense. Integrantes das polícias passaram a descobrir formas de ganhar dinheiro e poder com esse cenário caótico. Entre as estratégias estavam os arregos (corrupção paga a autoridades pelo tráfico), venda de armas e munição no mercado paralelo, operações policiais de guerra que passavam para a opinião pública a mensagem distorcida de que o trabalho policial era uma rotina de disputas cotidianas contra um suposto inimigo.
O novo modelo de negócio paramilitar – que passou a ser chamado e conhecido como milícias – surgiu e se fortaleceu a partir dos anos 2000, inicialmente, ao se apresentar como um antídoto para o controle territorial exercido pelos grupos de traficantes. Cresceu e se fortaleceu em corporações historicamente ligadas aos negócios e parcerias com o crime e a contravenção.
Favorecidos pela participação ativa de policiais, agentes penitenciários e militares, as milícias ou grupos paramilitares assumiram a governança em diversos territórios, ganhando dinheiro a partir de uma ampla diversidade de receitas em atividades criminosas – entre elas extorsão a moradores e comerciantes, venda de terrenos em áreas protegidas por legislação ambiental, venda de imóveis irregulares, gás, internet, água, cigarro pirata e, com o tempo, também drogas. A expansão começou principalmente pela zona oeste do Rio, onde moravam parte dessas lideranças paramilitares, que tinham ligações com a região e as associações de moradores locais.
Apesar das diferenças, ambos os tipos de grupos – PCC e milícias – se fortaleceram na medida em que conseguiam construir uma autoridade capaz de definir regras, traçar pactos e acordos que definem um novo padrão de relacionamento entre os integrantes do mercado criminal destas cidades. A criação de normas e protocolos para organizar ganhos e mediar conflitos tornam o negócio mais lucrativo e menos custoso.
A violência armada aparece como instrumento primordial para que esses grupos – traficantes e paramilitares – exerçam essa autoridade e imponham regras entre seus pares e até entre seus competidores. Esses grupos criminosos, portanto, acabam atuando nos espaços de sombra, onde o Estado não consegue ser o fiador de uma ordem legal, o que acaba cedendo espaços de poder para o surgimento e fortalecimento de agências reguladoras criminosas.
Bruno Paes Manso é autor de A GUERRA: A ASCENSÃO DO PCC E O MUNDO DO CRIME NO BRASIL (Todavia, 2018), em coautoria com Camila Nunes Dias. É jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP).
RPD 33 || Luciano Mendes de Faria Filho: Astrojildo Pereira, intelectual mediador!
Nas décadas de 1930 e 1940, quando pesquisava sobre a edição das obras completas de Rui Barbosa pela Casa Rui Barbosa, deparei-me com a figura emblemática de Astrojildo Pereira. Ele foi um dos convidados por Américo Jacobina Lacombe, à época o Diretor da Casa e o responsável maior pela edição, para escrever um prefácio para um dos tomos das obras completas, em cujo projeto editorial o prefaciador é um intelectual, geralmente renomado, que empresta sua pena para fazer a mediação entre o tempo e a obra ruiana e os leitores que a receberão.
A Astrojildo Pereira, então um dos maiores intelectuais brasileiros, foi encomendado prefaciar o volume referente aos textos de Rui Barbosa sobre a escravidão. Seu prefácio, em pleno Estado Novo, é uma aula de História do Brasil e, sobretudo, da história da população negra no país. Adverte Astrojildo, contra muitos intelectuais de seu tempo, que o fim da escravidão não havia significado a liberdade para o povo negro. Faltou, dizia ele, o conjunto das reformas, a começar pela agrária, que possibilitaria integrar plena e dignamente, a população negra, e não apenas os/as ex-cativos/as, à vida nacional. Vale a pena ler e reler o texto! Aliás, vale lembrar também que a participação de Astrojildo Pereira no projeto político-cultural-editorial das obras completas foi, ao longo do tempo, alardeada por Jacobina Lacombe, homem oriundo das hostes católicas e com um pé na Ação Integralista, como uma demonstração do espírito democrático de Getúlio Vargas, Gustavo Capanema e, de resto, o próprio Estado Novo, pois até mesmo um comunista convicto havia sido convidado a participar da edição.[1]
Anos depois, já no México, eis que encontro o mesmo Astrojildo Pereira envolvido num outro monumental projeto editorial, agora ligado à Editora Fondo de Cultura Económica. No projeto, a mesma posição de intelectual mediador e um apurado senso de responsabilidade e grande acuidade de conhecimento sobre o Brasil. Trato, no caso, da presença marcante do intelectual brasileiro na configuração de uma verdadeira “brasiliana” para a América Hispânica ler, parte dos projetos editoriais levado a cabo pela mais importante e prestigiosa editora mexicana e latino-americana de meados do século XX acima referida.[2]
No projeto político-econômico-editorial de integração latino-americana desenhado pelo editor e intelectual mexicano Daniel Cósio Villegas, em consórcio com seus pares de diversos países do continente, coube a Astrojildo Pereira não só receber o emissário da editora mexicana no Brasil, o intelectual argentino Norberto Frontini, no início de 1943, e ajudá-lo a fazer contado com a nata da intelectualidade brasileira, mas também coube ao militante comunista fazer a articulação desses intelectuais com a editora e contribuir decisivamente no desenho final da “brasiliana” que o Fondo pretendeu publicar.
As correspondências ativas e passivas depositadas no Arquivo da FCE. na Cidade do México, deixam claro o registo de que, no projeto editorial da Coleção Tierra Firma, que pretendia integrar a América Latina por meio do mútuo conhecimento de seus intelectuais, Astrojildo teve papel decisivo, tanto na articulação da intelectualidade brasileira, como na definição de temas que deveriam compor a Coleção.
No que se refere à articulação da e com a intelectualidade brasileira, coube-lhe o papel de projetar e animar a participação dos nosso grandes nomes – Gilberto Freire, Vinicius de Morais, Oswald de Andrade, Carlos Drummond, Manuel Bandeira, Lúcia Miguel Pereira, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, dentre outros – no projeto editorial, ocasião em que ele sugeria ou vetava nomes de participantes, como também sugeria temas que dessem visibilidade ao Brasil como um todo, e não apenas às suas paisagens mais conhecidas (Sudeste e Nordeste).
Dessa ação de Astrojildo Pereira, resultou uma “brasiliana” mais alargada do que a inicialmente prevista, bem como a clara tendência de convidar intelectuais do campo democrático para participar da iniciativa, razão, pelo que entendo, de não haver quase nenhum convidado ligado às hostes católicas antidemocráticas que abundavam o Estado Novo no projeto. No transcurso da elaboração e operacionalização do projeto editorial da Coleção Tierra Firme, corresponde a Astrojildo Pereira a delicada tarefa, como por exemplo, de defender insistentemente a participação de Lúcia Miguel Pereira que, sem motivos declarados, fora vetada pelo editor mexicano, assim como vetar a participação de intelectuais como Cassiano Ricardo, sob o argumento de que ele não possuía lastro cultural nem seriedade como outros que ele indicava.
Ainda que o projeto de uma brasiliana para o FCE não tenha sido levado a cabo, sendo poucos os livros encomendados efetivamente escritos e publicados no México, dele resultaram clássicos de nossa historiografia em várias áreas – Apresentação da Literatura Brasileira, de Manuel Bandeira; História Econômica do Brasil, de Caio Prado Júnior; Música Popular Brasileira, de Oneida Alvarenga, dentre outros -, assim como nele registra-se a presença marcante de Astrojildo Pereira como importante intelectual mediador.
[1] Ver meu estudo: Edição e Sociabilidades Intelectuais: a publicação das obras completas de Rui Barbosa (1938/1948). Belo Horizonte, Autêntica/Ed. UFMG, 2017.
[2] Ver meu estudo: Uma Brasiliana para a América Hispânica: a editora Fundo de Cultura Econômica e a intelectualidade brasileira (décadas de 1940/1950). São Paulo, Paço Editorial, 2021.
Luciano Mendes de Faria Filho é doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (1996); Professor Titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, onde coordena vários projetos de pesquisa; autor de extensa obra, em que se destacam Edição e Sociabilidades Intelectuais – a publicação das obras completas de Rui Barbosa (Autêntica/Ed. UFMG, 2017), Uma brasiliana para a América Hispânica – a editora Fondo de Cultura Econômica e a intelectualidade brasileira (Paco Editorial, 2021), A primeira página e outros contos mexicanos (Veñas Abiertas, 2020) e Entre Mulheres (Caravana, 2021).
RPD 33 || Henrique Brandão: Nelson Sargento, a mais alta patente do samba
O grande Nelson Sargento, patrimônio inquestionável do samba e figura emblemática de um modo de ser carioca. Admirado, tanto por moradores dos morros quanto do asfalto, faleceu aos 96 anos, no dia 27 de maio.
Sua partida deixou órfãos aqueles que admiravam seu samba e se divertiam com as inúmeras histórias que contava, sempre carregadas de frases originais e imagens que ele mesmo criava. “Ainda não estou dando comida para bicicleta”, costumava dizer para afirmar que estava lúcido, com a cabeça boa, apesar da idade avançada.
Embora associado à Estação Primeira de Mangueira, Escola de Samba da qual foi baluarte e presidente de honra, Nelson, com seu carisma, extrapolava o universo da Verde e Rosa: era reverenciado em qualquer agremiação, seja qual fosse a cor do estandarte. Sempre elegante, ele circulava com desenvoltura em qualquer ambiente que gravitasse em torno do samba: das quadras das escolas às rodas espalhadas pelos diversos bairros do Rio de Janeiro. A geração formada no movimento de renascimento da Lapa, que teve o samba como força motriz, o tinha em alta conta. Reconhecia nele uma figura importante, como não só um dos últimos representantes de uma época heroica, mas também uma pessoa que dialogava e convivia de igual para igual com as novas gerações de sambistas, sem qualquer traço de empáfia.
Nascido Nelson Matos – o apelido Sargento vem da década de 1940, quando serviu no Exército –, passou a infância no Morro do Salgueiro, na Tijuca. Mudou-se para a Mangueira aos 12 anos, quando sua mãe foi viver com o pintor de paredes, Alfredo Lourenço, conhecido como “Português”. Foi morar no Chalé, uma localidade que ficava bem no alto do Morro da Mangueira. Com seu peculiar humor, dizia para quem o queria visitar: “se virar o morro de cabeça para baixo, minha casa é a segunda, à esquerda de quem sobe.”
Já com o apelido incorporado ao nome artístico, Nelson Sargento iniciou a carreira de compositor na Estação Primeira. Tinha como parceiro o padrasto, que também o introduziu no ofício de pintor. Juntos, fizeram os sambas-enredo com os quais a escola conquistou o bicampeonato de 1949/50. Em 1955, compuseram Cântico à natureza, considerado um dos mais bonitos sambas-enredo de todos os tempos (“Oh, primavera adorada! /Inspiradora de amores/Oh, primavera idolatrada! / Sublime estação das flores”).
O início da carreira de sambista, para além da quadra mangueirense, começou nos anos de 1963/65, no Zicartola (acrônimo de Zica e Cartola), restaurante na Rua da Carioca que foi ponto de encontro de bambas, jovens universitários e intelectuais.
Por conta dessa experiência, em 1965, foi convidado por Hermínio Bello de Carvalho e Elton Medeiros para participar do show Rosa de Ouro, ao lado de Paulinho da Viola, do próprio Elton Medeiros, de Anescarzinho e de Jair do Cavaquinho. Em entrevista ao O Globo em 2019, Nelson lembra daquele momento: “O Elton foi em Mangueira e deixou um recado para eu ir ao Teatro Jovem (local do show), para um trabalho. Como eu era pintor de paredes, na época, achei que seria para pintar o teatro. Só quando cheguei lá soube que precisavam de mais um compositor de samba para o grupo do espetáculo (…). Continuei pintando minhas paredes, mas dali em diante fui conhecendo mais gente e comecei a me profissionalizar”.
A convivência com a Velha Guarda da Mangueira foi fundamental para torná-lo um compositor respeitado. De todos, Cartola desempenhou papel decisivo. “Cartola não existiu, foi um sonho que a gente teve”, costumava repetir em seus shows.
Assim como seus pares de geração, Nelson Sargento demorou para construir uma discografia própria. Seu primeiro álbum solo, Sonho de um Sambista, é de 1979, gravado no embalo do sucesso que fez no ano anterior: Agoniza mais não morre, na voz de Beth Carvalho (1946-2019). Virou seu samba mais famoso, hoje um clássico (“Samba, agoniza, mas não morre/alguém sempre te socorre/Antes do suspiro derradeiro”). Nesse mesmo disco lançou Falso Amor Sincero, uma música com o bom humor característico do sambista (“O nosso amor é tão bonito / Ela finge que me ama / E eu finjo que acredito”).
Pelo que simboliza na tradição mangueirense, por sua trajetória e liderança entre os sambistas, Nelson Sargento, não à toa, representou o Zumbi dos Palmares no enredo História para ninar gente grande, que deu o último título do carnaval à Verde e Rosa, em 2019. E tornou-se unanimidade no mundo do samba, como bem traduziram Aldir Blanc e Moacyr Luz no samba Flores em Vida (Pra Nelson Sargento), feito em sua homenagem: “Sargento apenas no apelido/ Guerreiro negro dos Palmares/ Nelson é o Mestre Sala dos Mares/Singrando as águas da Baía”.
Henrique Brandão é jornalista
RPD 33 || Lilia Lustosa: O Brasil verdade de Capô
No último dia 29 de maio, Maurice Capovilla, grande nome da cinematografia brasileira, nos deixou e foi bailar em outros palcos… O cinema brasileiro ficou menos doce e menos alegre.
Capovilla, ou simplesmente Capô, como gostava de ser chamado, foi um cineasta e roteirista de mão cheia, responsável por alguns marcos de nossa cinematografia. Em 2017, tive a oportunidade de trocar alguns e-mails com ele, quando fiz a curadoria de um evento para a Embaixada do Brasil na Argentina. A ideia era promover o reencontro das figuras que compuseram um projeto que reúnia cineastas brasileiros e argentinos, entre 1964 e 1965, e que entrou para a história como Brasil Verdade. Dessa união, nasceram quatro documentários de média metragem, produzidos pelo fotógrafo e empresário Thomaz Farkas: Subterrâneos do Futebol, dirigido por Capô; Viramundo, de Geraldo Sarno; Memória do Cangaço, de Paulo Gil Soares; e Nossa Escola de Samba, do argentino Manuel Horácio Gimenez. Filmes considerados hoje como as primeiras amostras de cinema-direto em nosso país.
Mas a história do Brasil Verdade começa um pouquinho antes, quando dois jovens cineastas brasileiros conhecem um tal argentino Fernando Birri que havia montado uma escola de cinema em sua Santa Fé natal, depois de ter chegado de uma temporada de estudos no Centro Sperimentale de Cinematografia em Roma. Mesmo com poucos recursos, os dois partem numa odisseia e, entre ônibus e barcos, chegam até a cidade argentina. Com a cara e a coragem, batem à porta do tal Birri para pedir-lhe um estágio. Só queriam aprender a fazer filmes! O que ignoravam é que aquele mestre barbudo viria a se tornar a figura mais importante do Nuevo Cine Lationamericano. Os dois jovens eram Maurice Capovilla e Vladimir Herzog, jornalista e cineasta morto em 1975 na prisão do DOI-CODI, assassinado pelo regime militar que reinava soberano em nosso país. Quando Birri foi expulso da Universidad del Litoral por causa de seus pensamentos de esquerda, foi em São Paulo que ele encontrou abrigo, junto aos seus amigos brasileños.
Capô foi também testemunha ocular do nascimento do Cinema Novo, movimento cinematográfico brasileiro de maior expressão dentro e fora de nosso país. Ele estava lá naquela famosa sessão do Cine Coral, em que o documentário paraíbano Aruanda (1960), de Linduarte Noronha, foi projetado antes de La Dolce Vita (1960), de Fellini, na ocasião do encerramento do Festival do Cinema Italiano e da simultânea abertura da Primeira Convenção Nacional da Crítica Cinematográfica. À época, o jovem Capô trabalhava na Cinemateca Brasileira, uma das organizadoras do evento, ao lado do grande Paulo Emilio Sales Gomes.
Os anos se passaram e Capô continuou sua jornada, revezando-se entre o documentário e a ficção, nunca perdendo de vista o povo brasileiro, sua cultura e suas mazelas. Em 1967, realizou seu primeiro longa-metragem de ficção: Bebel, Garota-Propaganda, com roteiro dele mesmo,baseado no conto “Bebel que a Cidade Comeu”, de Ignácio de Loyola Brandão. Seu segundo longa, O Profeta da Fome (1970), inspirou-se no texto-manifesto de Glauber Rocha, “Estética da Fome”. Nele, Glauber sugere que nossa miséria seja transformada em nossa própria estética, em uma arma capaz de apontar ao colonizador o estado real do colonizado. O filme de Capô, que trazia um faquir como protagonista, interpretado por José Mojica Marins (o Zé do Caixão), usa justamente essa fome como espetáculo. Uma representação dolorosamente revolucionária do brasileiro.
Além de cineasta, Capô foi também um militante engajado, integrou o CPC – Centro Popular de Cultura e o Comitê Internacional do Cinema Novo contra a censura nos anos 1960, além de um entusiasta defensor da educação como veículo de transformação da nossa gente. Exerceu o magistério na UnB, na ECA-USP e na Escola Internacional de Cinema e TV em Santo Antonio de los Baños, em Cuba, também participou diretamente da criação do Instituto Dragão do Mar, em Fortaleza, o mais importante centro de ensino de dramaturgia e cinema do Nordeste.
Mas seu coração era grande e nele havia espaço também para a TV, meio que não discriminava e do qual sabia extrair o melhor. Trabalhou no Globo Shell e no Globo Repórter, foi ainda responsável pela exibição dos primeiros telefilmes brasileiros na Rede Record, no início dos anos 1980.
O Brasil perde um grande homem, e o cinema brasileiro, um de seus mais entusiastas defensores. Obrigada, Capô! Viva Capô! Voe alto e leve sua alegria para outras dimensões desse imenso universo.
Mais sobre a autora:
Lilia Lustosa é formada em Publicidade, especialista em Marketing, mestre em História e Estética do Cinema pela Universidade de Lausanne e doutoranda nesta mesma instituição de ensino superior.