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Roberto Freire: A Copa pode virar

Em 1950, no Maracanã com 200 mil pessoas, o Uruguai derrotou o sonho brasileiro de sermos campeões mundiais de futebol.

Foi uma comoção nacional. Havia gente chorando pelas ruas.

Oito anos depois, na Suécia, os canarinhos de Garrincha, Nilton Santos, Didi, Vavá e daquele menino de 17 anos, Pelé, encantaram o mundo e trouxeram a Taça.

Vivíamos os anos JK, da construção de Brasília, da instalação da indústria automotiva, dos primórdios da Bossa Nova, da MPB e do Cinema Nacional voltado para as coisas do Brasil.

“A taça do mundo é nossa… com brasileiro… não há quem possa” cantava a nação, quando o escrete vitorioso desfilava, junto com multidões, pelas ruas do Rio de Janeiro, então capital federal.

Vivemos atualmente uma revolta surda contra a Copa do Mundo na Rússia.

Isso se deve, em parte, pela ducha de água fria que os 7 x 1 impuseram à nossa alma futebolista. Foi um choque de realidade, como poucos. Não éramos mais o que já tínhamos sido.

Se deve, também em parte, à corrupção que esteve presente na construção de arenas da Copa de 2014 e em obras de infraestrutura urbana. Os estádios elefantes-brancos são um monumento ao acinte.

A revolta surda se deve, principalmente, à frustração que se sucedeu ao pós-impedimento de Dilma Rousseff.

O governo Temer, a solução constitucional para a retirada do lulopetismo do poder central, na figura incompetente e cúmplice da corrupção, que foi Dilma Rousseff, não conseguiu fazer uma transição sentida pela população brasileira, em direção aos reclamos nacionais. O desemprego e o aperto financeiro ainda são sentidos pelas parcelas majoritárias da população.

Reconheço que houve avanços, tanto no estancamento das sangrias generalizadas, quanto da saída da recessão.

Está, porém, à vista de todos à fragilidade do governo de transição, prisioneiro de formas muito antigas de fazer política.

Nesse sentido, a frustração vicejou entre os brasileiros e se expressou, perigosamente, no apoio sem rumo à greve/locaute dos caminhoneiros, agora progressivamente substituído pela reação às consequências do desabastecimento e da tentativa de golpe.

A seleção de Tite, caso obtenha vitórias no rumo da conquista da Copa da Rússia, pode mudar o humor nacional.

Precisamos, sim, de esperança. As eleições de 2018 estão aí, para que, das urnas, saia um governo democrático e reformista legitimado para dar seguimento à recuperação econômica, avançar no resgate à enorme dívida social e assegurar a democracia e a república.

Outubro de 2018 ainda dista longuíssimos 4 meses.

Nesse ínterim, as vitórias dos amarelos, verdes e azuis, que parecem bastante prováveis, poderão lavar nossa alma futebolista. Afinal, ainda somos o único pentacampeão mundial e seguimos sendo respeitados pelos adversários, por todos eles, em razão dos atletas de ponta que teimamos em produzir, em escala.

A seleção canarinha poderá também contribuir para a melhoria do humor nacional, para a recuperação da brasilidade, no sentido de que todos nos toleremos e nos respeitemos e tenhamos alguns valores em comum. Poderá ajudar no resgate à autoestima.

Afinal, continuamos a ser um dos maiores e mais promissores países do planeta, com um gente misturada que, só junta, poderá realizar o que é desejável seja nossa vocação enquanto país e povo.

Torço pela seleção brasileira, agora um pouco mais.


Roberto freire: Um grande passo para a unidade

O polo democrático e reformista deve ter o claro compromisso de dar seguimento ao resgate da dívida social.

Na terça-feira passada (05/06), na Câmera dos Deputados, partidos e personalidades do campo democrático assinaram um manifesto em prol da unidade em torno de um programa democrático e reformista.

Discursei em nome do PPS (Partido Popular Socialista).

A iniciativa é, em si mesma, alvissareira. O desejo da unidade é, sem dúvida, seu primeiro motor e alicerce.

Definimos o campo democrático como aquele que tem como bases a democracia, a república e a obediência à Constituição Federal.

Excluem-se o bolsonarismo e o lulopetismo.

Esses dois campos, um na ultradireita, outro no populismo totalitário de esquerda, opõem-se às normas e ritos constitucionais e deles derivados, flertam com saídas à margem da democracia para a imposição à sociedade de seus propósitos políticos e ideológicos.

Tivemos há poucos dias a demonstração cabal da simbiose objetiva entre esses dois campos extremistas, na greve/locaute dos caminheiros.

Ambos atuaram para desestabilizar a democracia e criar um clima de confronto na sociedade, que geraria incertezas sobre a realização das eleições gerais em 2018.

O baixo crescimento econômico, o desemprego, a crise acentuada dos sistemas de saúde pública, educacional, da segurança pública e dos transportes, dentre outros, são o caldo de cultura para a desesperança e para o cultivo de aventuras totalitárias, à direita e à esquerda.

O polo democrático e reformista deve ter o claro compromisso de dar seguimento ao resgate da dívida social.

A democracia e a república têm de ser o ambiente onde melhoram perceptivelmente as condições de vida do conjunto da população.

Deve, também, ter este polo o claro compromisso com as liberdades democráticas, as garantias individuais e o respeito absoluto à pluralidade e à diversidade de expressões em todas as áreas.

Todas essas questões estão contempladas, fundamentalmente, no Manifesto.

O detalhamento do programa mínimo é atividade para o curso da campanha, para os debates, para os encontros abertos com os diversos setores da sociedade brasileira.

O manifesto dá bases valiosas e um rumo para esse amplo debate.

É necessário que se sele um pacto de não agressão entre as candidaturas democráticas e reformistas.

O adversário não está entre nós, mas nos extremos.

No nosso campo, as ideias e ideais são plurais, diversos.

Devemos expô-los com toda abertura, mas sem perder jamais de vista o sentido da busca da convergência de propósitos.

Nesta altura do campeonato, em plena Copa do Mundo, ainda na fase de escolha de candidaturas pelas convenções partidárias, pode ainda não ser o momento da unificação de uma candidatura do campo expresso no manifesto.

Mas ela, a unificação, acontecerá, seja no segundo turno das eleições, ou mesmo no primeiro turno, pelas escolhas e respostas do eleitorado e pela sensibilidade e altruísmo de partidos e personalidades do campo expresso pelo Manifesto.

O decisivo é que todos os partidos e personalidades do campo democrático jamais deixem de ter em mente a busca da convergência, o combate ao extremos e a perseguição da governabilidade e da estabilidade, com transparência para a sociedade, no pós-eleições. Há um dia seguinte às eleições de outubro.

Temos uma grande oportunidade, no período eleitoral, de trazer a atenção dos brasileiros e brasileiras para as grandes questões nacionais que podem fazer o Brasil reencontrar seu caminho para o desenvolvimento, político, econômico, social e cultural, nos eixos da democracia e da república, com pluralismo, diversidade, sustentabilidade e busca da justiça social.

Propus, em Brasília, nesta terça-feira, que os presidentes dos partidos ali presentes dessem um passo seguinte, uma reunião para aprofundarmos as tratativas na direção da unidade.

A história dirá se a reunião da terça-feira, 5 de junho, poderá ter sido um primeiro e grande passo nessa direção. Essa é a nossa aposta, com a veemência e o compromisso que o momento exige.

 


Portal PPS: Em lançamento de manifesto, lideranças afirmam que Brasil precisa se unir para evitar desastre político

No evento, Roberto Freire alertou que o País precisa superar o "nós contra eles"

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, advertiu os presentes ao lançamento do “Manifesto por um Polo Democrático e Reformista”, nesta terça-feira (05), para a preocupação de, ao reunir forças nessa iniciativa, não se criar inimigos também. “Temos que superar a ideia que, infelizmente, tomou conta do Brasil, do nós contra eles”, afirmou, ao discursar na solenidade, que ocorreu no Salão Verde da Câmara dos Deputados. “Estamos fazendo uma opção política, não criando inimigos”, insistiu.

Segundo o presidente do PPS, se vai haver apenas um candidato representando o espectro que se formou em torno das ideias do manifesto, “só o processo vai dizer; mas hoje demos o primeiro passo”. Freire sugeriu uma reunião com os partidos políticos para discutir com os candidatos, levando o manifesto. “Será passo a passo. Se não conseguirmos, algo de importante daqui sai: tem que ter pacto de não-agressão, tem que ter compromisso com princípios fundamentais da República, das instituições republicanas, da democracia, das liberdades, coisa que o bolsonarismo e o lulopetismo não têm”.

Cristovam alertou para risco dos brasileiros escolherem entre o desastre e a catástrofe
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) foi quem elaborou, junto com o secretário-geral do PSDB, deputado Marcos Pestana (MG), o texto do manifesto. Cristovam disse que o que trazia ele e aqueles que “não estão nos extremos populista e autoritário” a lançar o documento era a percepção do processo de desagregação do tecido social brasileiro. “Basta ver o incêndio de ônibus na semana seguinte a uma greve de caminhoneiros”. Além dessa desagregação, disse, há um vácuo político. “É um cenário terrível. Não seria assim se a sociedade brasileira pudesse ir às urnas com esperança, mas ela vai com raiva, que não é uma boa conselheira das urnas”, acrescentou. Para ele, o perigo é o brasileiro ter que escolher entre catástrofe e desastre.

“Por isso, estamos aqui, lançando esse apelo aos candidatos que têm compromisso social, espírito democrático e responsabilidade econômica; que não são autoritários, nem fecham os olhos à nossa população”, declarou Cristovam. A ideia, definiu, é sugerir aos candidatos com esse perfil que se unam, escolham entre eles um candidato para que o Brasil possa ter uma campanha com esperança. “A bola está com os candidatos, mas vamos querer estar junto deles para ver como fazem o gol, não para fazer pressão, mas para conversar, parlamentar”. O senador acrescentou que os presidentes de partidos e os parlamentares também são importantes no projeto. “Quem sabe esse manifesto tenha uma consequência, de unir os que não são extremos”.

O deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) disse que a escolha de um candidato de vários partidos pode evitar o que ocorreu na eleição de 1989, quando foi eleito Fernando Collor de Mello. “A história quando se repete o faz como tragédia. Não podemos deixar que ela nos abata”. Ele informou que há alguns meses um grupo de parlamentares vem discutindo a criação do polo democrático.

Bueno se disse preocupado com a crise econômica, política e social que o país atravessa. “Temos que dar a resposta, encontrar um nome que possa reunir vários outros e seus respectivos partidos e então ver quem vamos apoiar com um programa consistente, a começar da liberdade e da democracia”.

A deputada federal Carmen Zanotto (PPS-SC), que também assinou o documento, disse que “o manifesto é uma contribuição inicial importante para deslanchar o debate em torno do que queremos para o nosso País”.

Veja abaixo a íntegra do manifesto.

“POR UM POLO DEMOCRÁTICO E REFORMISTA

O Brasil vivenciou recentemente uma das maiores crises de sua história com múltiplas faces que interagem e se retroalimentam. Instabilidade política aguda, recessão econômica profunda, estrangulamento fiscal, corrupção endêmica e institucionalizada, radicalização em um ambiente social marcado pela desesperança, a intolerância e o sectarismo, conflitos e desarmonia entre os poderes republicanos. Faltam pouco mais de quatro meses para as eleições presidenciais. É uma oportunidade rara e única de recolocar o país nos trilhos, desenhando uma trajetória de retomada dos valores fundamentais da ética, do trabalho, da seriedade, do espírito público e dos compromissos com a liberdade, a justiça social e o desenvolvimento sustentável.

A eleição de 2018 se apresenta talvez como a mais complexa e indecifrável de todo o período da redemocratização. Existem ameaças e oportunidades, interrogações e expectativas, perplexidades e exigências da realidade povoando o ambiente pré-eleitoral.

Tudo que o Brasil não precisa, para a construção de seu futuro, é de mais intolerância, radicalismo e instabilidade. Para nos libertarmos dos fantasmas do passado, superarmos definitivamente a presente crise e descortinarmos novos horizontes é central a construção de um novo ambiente político que privilegie o diálogo, a serenidade, a experiência, a competência, o respeito à diversidade e o compromisso com o país.

É neste sentido que as lideranças políticas que assinam este manifesto conclamam todas as forças democráticas e reformistas a se unirem em torno de um projeto nacional, que a um só tempo, dê conta de inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento social e econômico, a partir dos avanços já alcançados nos últimos anos, e afaste um horizonte nebuloso de confrontação entre populismos radicais, autoritários e anacrônicos.

Esta iniciativa, e isso é vital para seu sucesso, deve agregar, de forma plural, liberais, democratas, socialdemocratas, democratas cristãos, socialistas democráticos, numa discussão franca e aberta, sobre os nossos atuais dilemas e os caminhos para a construção do futuro desejado para o Brasil.

Este projeto nacional, visando à construção da necessária e urgente unidade política nas eleições, não deve ser obra de uma dúzia de líderes políticos e intelectuais. Para pavimentar o caminho da unidade terá obrigatoriamente de ser obra coletiva, envolvendo partidos políticos, lideranças da sociedade civil e todos aqueles que pensam o Brasil fora do paradigma autoritário, populista e atrasado.

Os que assinam esse manifesto lançam, como contribuição inicial ao debate e ao esforço coletivo que poderá ser desencadeado, pontos essenciais que podem gerar consensos progressivos em torno da agenda nacional e dos avanços necessários, a partir de uma perspectiva democrática e reformista. Vão aí ideias iniciais para alimentar o debate:

1) A defesa intransigente da liberdade e da democracia como caminho para a construção do futuro do país, com o fortalecimento das instituições republicanas em sua harmonia e independência, dos direitos individuais e das minorias e da reforma profunda do sistema político com vistas a recuperar os laços perdidos com a sociedade brasileira, erguendo um sistema de representação efetivo submetido a controles sociais eficientes e com suas relações com a população presididas pela transparência e a participação.

2) A luta contra todas as formas de corrupção, seja no comportamento de servidores públicos, seja na definição de prioridades que não reflitam o interesse público.
Reafirmamos o compromisso inflexível com a ética e a honestidade. Tornar cada vez mais público e transparente o espaço público. E desencadear um processo profundo e irreversível de avanços institucionais na consolidação dos mecanismos de controle internos, externos e sociais.

3) Prioridade absoluta para a transformação inadiável de nosso sistema educacional como elemento central do desenvolvimento nacional na era do conhecimento e da inovação. Todos os esforços governamentais devem ser voltados e a mobilização da sociedade deve ser concentrada no desenvolvimento da educação na primeira infância e na qualificação do ensino fundamental. Esse é o principal desafio brasileiro. Não adianta universalizar sem qualidade. É preciso democratizar as oportunidades garantindo às crianças e aos jovens brasileiros o acesso ao conhecimento e aos valores necessários para enfrentarem as demandas da vida contemporânea, preparando-os para a cidadania e para uma inserção inclusiva no mundo da produção. Devem merecer atenção especial ainda o combate à evasão escolar no ensino médio, o fortalecimento do ensino técnico e a inserção das Universidades no esforço de desenvolvimento nacional. Se é verdade que saúde e segurança defendem a vida, só a educação de qualidade pode transformar a vida, combinada com estratégias inteligentes, criativas e eficazes de desenvolvimento científico e tecnológico. Sem isso o Brasil perderá mais uma vez o “bonde da História”.

4) A busca incansável do equilíbrio fiscal, sem o que não se sustentarão os atuais baixos patamares de inflação e da taxa de juros e não serão recuperadas a qualidade e a efetividade das políticas públicas essenciais. Isto passa inevitavelmente pela Reforma do Estado, com a diminuição do tamanho da máquina estatal, com ganhos de eficiência e produtividade, fechando as portas para o clientelismo, o patrimonialismo e a corrupção. Este esforço deve ser presidido por um grave sentimento de priorização na alocação dos escassos recursos públicos privilegiando os setores essenciais da educação, saúde, segurança pública, moradia, saneamento, inovação científica e tecnológica e combate às desigualdades regionais e pessoais de renda. O Estado deve cuidar dos trilhos, liberando as energias da sociedade, da iniciativa privada, dos indivíduos empreendedores, que devem assumir o comando da locomotiva. O Estado deve ser menos fazedor e mais indutor, regulador, coordenador, catalizador das energias da sociedade. O estímulo aos empreendedores da indústria, do agronegócio e do setor serviços deve se dar dentro de novo marco, onde a intervenção estatal deva ser seletiva e muito bem calibrada, e sempre calcada em diretrizes universais, longe da concessão de benesses aos “amigos do Rei”.

5) A reconstrução de nossa Federação, com uma radical descentralização, fortalecendo o poder local e regional num país de dimensões continentais. A clara definição dos papéis a serem desempenhados por cada uma das três esferas de poder é urgente. Assim como a correta e equilibrada distribuição das receitas oriundas dos impostos pagos pela população.

6) A mudança estrutural de nosso sistema tributário tornando-o mais simples, justo, desburocratizado e eficiente. Não é possível mais conviver com um sistema tributário irracional, regressivo e inibidor do crescimento econômico. O ajuste fiscal não pode se dar com o aumento da já alta carga tributária. A reforma tributária deve ser elemento central na agenda do aumento da competividade e da produtividade nacional.

7) Reformar nosso sistema previdenciário injusto e insustentável. Precisamos de um sistema único que elimine privilégios e assegure o equilíbrio atuarial, sob pena de colocarmos em risco o pagamento de aposentadorias e pensões no curto prazo e impedir o necessário equilíbrio das contas públicas.

8) Incentivo radical à promoção da ciência e tecnologia, fazendo o Brasil caminhar para ser um país líder nessas áreas, utilizando-se o potencial das universidades e centros de pesquisas públicos e privados.

9) O combate a todas as formas de autoritarismo e populismo. A demagogia e atitudes hostis à vida democrática devem definitivamente ser afastadas do cenário nacional. À direita, se esboça o surgimento de um inédito movimento com claras inspirações antirrepublicanas e antidemocráticas. À esquerda, uma visão anacrônica alimenta utopias regressivas de um socialismo autoritário e antidemocrático e de um Estado intervencionista e onipresente. A união das forças do polo democrático e reformista é essencial para que o futuro do país não seja espelhado em experiências desastrosas como a vivenciada pelo povo venezuelano ou projetos que pareciam já arquivados de inspiração protofacista.

10) A defesa de um alinhamento internacional que resgate, como vem sendo feito recentemente, as melhores tradições do Itamaraty, com uma política externa que privilegie os verdadeiros interesses nacionais, e não ultrapassadas e equivocadas identidades ideológicas. As ações multilaterais e bilaterais têm que ser dosadas com o necessário pragmatismo e com vistas a resultados concretos para o desenvolvimento nacional, mas tendo como pano de fundo o inarredável compromisso com a democracia, aqui e lá fora. É inadiável e inevitável a abertura externa de nossa economia.

11) Uma postura firme no setor de segurança pública baseada no princípio de tolerância zero com o crime organizado. Ações de inteligência, prevenção, repressão, mobilização social e integração no âmbito do recém-criado Sistema Único de Segurança Pública, devem devolver a paz às cidades e ao campo e garantir a cada cidadão os seus direitos fundamentais de ampla convivência na sociedade.

12) Aprofundar o esforço de qualificação do Sistema Único de Saúde, assegurando os direitos constitucionais de cidadania ao acesso a uma saúde de qualidade, avançando na reestruturação do padrão de financiamento, aprimorando o pacto federativo setorial, definindo claramente a carteira de serviços e o padrão de integralidade a serem ofertados à população, o uso intensivo de ferramentas tecnológicas na gestão e regulação do sistema, o aumento da resolutividade da atenção primária e a reestruturação do mercado de trabalho no setor.

13) Adotar soluções criativas e eficazes na moradia e no saneamento, aprendendo com a experiência acumulada pelo “Minha Casa, minha vida” e democratizando o acesso da população à agua tratada, à coleta de esgoto e lixo e ao tratamento dos resíduos. Os índices de exclusão social no saneamento básico no Brasil são inaceitáveis em pleno Século XXI.

14) Empreender esforços para a concretização de uma profunda reforma política que aproxime a representação política das bases da sociedade, aumentando a participação e os controles sociais, barateando seu funcionamento e coibindo a influência do poder econômico, aumentando a transparência e aprimorando o ambiente para uma governabilidade centrada em um programa de governo e não na velha e esgotada fórmula de convivência baseada nas trocas de cargos e verbas por votos, muitas vezes com feições nada republicanas.

15) Defesa de uma perspectiva de desenvolvimento sustentável, com o estímulo à produção de biocombustíveis e fontes renováveis de energia, paralelo à necessária exploração de nossa vocação petrolífera. Modernização da atividade de licenciamento ambiental, por um lado, assegurando rigor na defesa do meio ambiente, por outro, desburocratizando e dando maior celeridade às licenças. Defesa de nossos diversos ecossistemas combinando um bom regramento na sua conservação com as atividades
produtivas que garantem a criação de emprego e renda. Empreender um enorme esforço na educação ambiental e investir em tecnologias que possibilitem a despoluição de nossos cursos d’água, do ar que respiramos e da terra onde vivemos e produzimos nossa existência.

16) O fortalecimento da administração pública, com a modernização de suas estruturas e processos, com base nos princípios da profissionalização, da eficiência, da transparência e da meritocracia. A gestão por resultados deve ser permanentemente perseguida e a qualidade no gasto público, verdadeira obsessão.

17) Por último, o objetivo central que deve mover-nos no novo ciclo que se iniciará a partir das eleições, para o qual convergem todas as diretrizes anteriores: o combate sem tréguas à miséria, à pobreza e às desigualdades sociais e regionais, graças à elevação da produtividade e à melhoria da distribuição de renda, além da garantia de acesso aos bens e serviços essenciais a todos que necessitam. Consciência de que tanto o aumento da produtividade como a distribuição de renda decorrem diretamente da universalização da educação de qualidade, assegurando a marcha para que, um dia, os filhos dos mais pobres tenham acesso à escola com a mesma qualidade dos filhos dos mais ricos brasileiros. As estratégias inclusivas devem sempre visar à emancipação do cidadão, a promoção de cidadania plena para todos e a mínima dependência do cidadão em relação à tutela estatal, embora programas de transferência de renda sejam fundamentais para o combate emergencial à miséria. Aprimorar programas de assistência social, dando-lhes caráter transformador. Um exemplo é o Bolsa Família, que deve ser mantido, recuperando seu caráter educacional de quando foi criado com o nome de Bolsa Escola, reunindo propósitos de transferência de renda e garantia de acesso de todos à educação de qualidade.

É com este espírito, com o coração carregado de patriotismo, a noção clara da urgência e o sentimento que o Brasil é muito maior que a presente crise, que os signatários deste manifesto têm a ousadia de propor a união política de todos os segmentos democráticos e reformistas. Se tivermos êxito, estaremos dando uma inestimável contribuição para afastarmos do palco alternativas de poder que prenunciam um horizonte sombrio, e reafirmarmos nosso compromisso com a liberdade, a justiça e um Brasil melhor.

CRISTOVAM BUARQUE
Senador da República (PPS-DF)

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Presidente da República (1995/2002)

ROBERTO FREIRE
Presidente nacional do PPS

MARCUS PESTANA
Deputado Federal (PSDB-MG)

ALOYSIO NUNES FERREIRA
Ministro das Relações Exteriores (PSDB-MG)

RUBENS BUENO
Deputado Federal (PPS-PR)

MENDONÇA FILHO (DEM-PE)
Ministro da Educação (2016/2017) e Deputado Federal (DEM-PE)

HERACLITO FORTES
Deputado Federal (DEM-PI)

BENITO GAMA
Deputado Federal (PTB-BA)

LUIZ ERNECK VIANNA
Cientista Político

JOSÉ CARLOS ALELUIA
Deputado Federal (DEM-BA)

RAUL JUNGMANN
Ministro da Segurança Pública

DANILO FORTES
Deputado Federal (PSDB-CE)

CARMEN ZANOTTO
Deputada Federal (PPS-SC)

YEDA CRUSIUS
Deputada Federal (PSDB-RS)

SÉRGIO FAUSTO
Cientista Político

MARCO AURÉLIO NOGUEIRA
Cientista Político

ROGÉRIO MARINHO
Deputado Federal (PSDB-RN)

BOLÍVAR LAMOUNIER
Sociólogo e Cientista Político

ROGÉRIO ROSSO
Deputado Federal (PSD-DF)

CELSO LAFER
Jurista e Ministro das Relações Exteriores (2001/2002)

EVANDRO GUSSI
Deputado Federal (PV-SP)

ALBERTO GOLDMAN
Ex-governador de São Paulo

SÉRGIO BESSERMAN
Economista

MARCOS MONTES
Deputado Federal (PSD-MG)

MARCELO MADUREIRA
Engenheiro e Humorista

DARCÍSIO PERONDI
Deputado Federal (MDB-RS)

LUIS SÉRGIO HENRIQUES
Tradutor e Ensaísta

EDUARDO SCIARRA
Deputado Federal (PSD-PR)

ALBERTO AGGIO
Historiador

RUBEM BARBOZA
Cientista Político

VILMAR ROCHA
Deputado Federal (PSD-GO)”


Roberto Freire: O legado a defender

O discurso dos “intervencionistas” se baseia na tentativa de apagar o fato de que houve uma ditadura militar no Brasil.

A censura, as cassações, as torturas e assassinatos não passariam de propaganda vermelha.

Os governos dos generais teriam instaurado um paraíso que foi depois destruído por uma centro-esquerda sob hegemonia dos comunistas, que, fruto da Constituinte de 88, criaram um país onde grassou a corrupção. Teria havido a consequente destruição do Éden.

Tamanha mistificação histórica – e manipulação – seria ridícula, se não houvesse quem acreditasse piamente nela. E se não houvesse as centrais de sua difusão, em particular nas redes sociais e nas novas mídias, em particular o Whatsup.

Na Alemanha dos anos 30, os nazistas, Adolf Hitler à frente, conseguiram, em um país que aparentemente era possuidor de cultura política, ganhar os corações e as mentes da maioria da população para a culpabilidade dos judeus, dos comunistas, dos ciganos e dos homossexuais, e dos políticos em geral, por todas as mazelas do planeta.

Apresentavam, como solução para que a Alemanha fosse o Paraíso na Terra, o fim da democracia liberal, a ditadura do iluminado por Deus, ao lado da supremacia racial dos arianos.

Os intervencionistas atualizaram pouco o discurso nazifascista.

É a política como um todo as culpada até pela imprevisibilidade da estação das chuvas. Todos os políticos, propagam os intervencionistas, são corruptos. A política, como um todo, é nada mais nada menos do que a busca dos interesses mais escusos.

Os “técnicos”, leia-se, os militares, seriam a salvação da lavoura. Tudo o mais pertenceria ao reino satânico do caos.

Tal discurso seria mera sandice se não fosse assumido por muitas pessoas, de diferentes regiões do país, de diferentes extratos sociais e de escolaridade diversa.

Parte dessa “aceitação” de valores tão xucros e primitivos se deve à incultura nacional.

Ainda somos um país de baixa escolaridade média, que lê pouco, com um nível de informação política que deixa muito a desejar, até se formos comparados a vizinhos latino-americanos.

Parte também se deve à reação ao lulopetismo, useiro e vezeiro na visão totalitária de que só havia um lado, o do bem, do progresso, da virtude, em que se perfilavam os seguidores de Lula e Dilma, contra todos os que não comungassem com o que pensavam, com seus propósitos e com o que faziam. Vive-se uma reação em contrário.

Outra parte, temos de ter a coragem de dizer, deve-se à criminalização da política, promovida por gente que se arvora arauta da integridade, da civilidade e porta-voz do bem, acima dos conflitos.

Precisamos cortar o mal pela raiz. Intervencionismo é crime.

Há uma Constituição em vigor, amparada no funcionamento de instituições democráticas, dela decorrentes.

Os militares profissionalizaram-se ao longo das últimas décadas e assumiram plenamente suas funções constitucionais.

Os setores saudosistas da ditadura, dentre os fardados, existem como existem na sociedade em geral, mas são claramente minoritários e representam um pensamento marginal nas Forças Armadas, sem expressão na hierarquia.

Temos mazelas enormes em nosso país, mas podemos nos orgulhar, a nossa geração, de ter como grande legado a plena vigência das liberdades, há exatos 33 anos.

Os nossos problemas, por maiores e mais graves que sejam, só se resolvem no leito da democracia e da república, o único que permite a pluralidade de pensamento, a diversidade em todos os planos, a alternância de poder e a consequente liberdade para a busca da redução das desigualdades.

Essa é a compreensão que os intervencionistas querem destruir, a qualquer custo.

Não podemos subestimar o pensamento reacionário, antidemocrático.

A Alemanha dos anos 30 deve nos servir como exemplo de que a subestimação da besta-fera nazifascista foi o melhor caldo de cultura para que ela prosperasse.

Há também o ensinamento sobre a divisão dos defensores da democracia. Os comunistas, sob a orientação de Stálin, elegeram a socialdemocracia como inimiga, deixando que as hostes nazistas frutificassem, soltas.

Aos democratas de todos os quadrantes cabe-nos a tarefa de defender, com a veemência necessária, o legado da luta contra a ditadura militar, luta que, afinal, resultou no império das liberdades democráticas e das garantias individuais, um bem inestimável que temos de transmitir para nossos filhos e netos.


Roberto Freire: Em defesa da ordem democrática

O governo negociou e atendeu às reivindicações dos grevistas dos transportes.

Não houve a contrapartida necessária, por parte dos manifestantes, com a volta dos caminhões às rodovias e estradas e a retomada do abastecimento.

Desnudou-se o caráter do movimento grevista.

Na primeira nota do movimento, reivindicava-se, como primeiro item, o voto impresso nas eleições de 2018.

Tal reivindicação nada tem a ver com a natureza das questões envolvidas nos transportes, mas sim, com a plataforma de determinado candidato de ultradireita, em nada interessado nas reivindicações específicas dos caminhoneiros e mesmo de empresas do setor.

Ontem, governo e grevistas chegaram a um acordo, cujo mérito não é escopo deste artigo discutir agora.

Já durante a negociação, determinada liderança ausentou-se, alegando desconfiança no governo.

Exigia garantias de que o Congresso aprovaria a eliminação de determinado imposto. Ou seja, queria o Congresso, Senado e Câmara ajoelhados diante do que se proclamou representar.

Restou demonstrado que há interesses turvos, que não querem negociar, apenas almejam desestabilizar a democracia.

Não cabe tergiversar com quem coloca em risco à democracia e nossas liberdades.

Só democrata desavisado imagina que do desabastecimento generalizado, que uma greve como essa provoca, as instituições do Estado de Direito se sustentam e se fortalecem.

Nunca é demais lembrar da tragédia chilena com a deposição de Allende e instauração da ditadura de Pinochet. Tudo começou com uma greve de caminhoneiros.

O governo federal acaba de tomar as medidas acertadas para restabelecer ordem e defender a população, sempre a maior vítima de qualquer desabastecimento. E mais com a determinação de respeitar o acordo estabelecido com o comando do movimento grevista.

Não cabe vacilação.

Os democratas devem dar todo apoio às medidas anunciadas pelo governo federal que, dentro da legislação do Estado de Direito Democrático, possam garantir o pleno exercício das liberdades e dos direitos da cidadania brasileira.


Roberto Freire: Tratores e armas

Na última quarta-feira, na AgroBrasília, uma feira de negócios da agropecuária, a imprensa questionou dois pré-candidatos à Presidência, sobre o centro de suas propostas para o campo, se possível, em uma única palavra.

O candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, resumiu: armas.

Geraldo Alckmin, o candidato que pode unificar as forças democráticas, foi preciso: tratores.

O Brasil já disputa o pódio como o maior produtor de alimentos.

O agronegócio tem sido o principal responsável pela recuperação da economia, depois do desastre das gestões populistas capitaneadas por Lula e sua ungida.

Só no ano passado, o setor cresceu 13%, o que assegurou o 1% do crescimento do PIB, após quatro anos de recessão.

É o principal responsável pela queda da inflação a patamares inimagináveis há pouco. Isso significa mais comida no prato das famílias brasileiras e custos internos menores, o que aumenta a competitividade de nossos produtos lá fora.

É, o agronegócio, o principal gerador de divisas.Nossas pecuária e lavouras detêm o maior índice de produtividade do Planeta.

Ocupam, juntas, tão somente 8% do território brasileiro.

Para se ter uma idéia, as agriculturas e a pecuária da Dinamarca, Irlanda, países Baixos e Reino Unido, cultivam 74,8%, 74,7%, 66,2% e 63,9% dos respectivos territórios.

66% das nossas matas nativas estão preservadas. Não há, no sistema solar um único país já ou quase desenvolvido que ostente cifra de tal magnitude.

Para que isso aconteça, são necessários muita ciência, tecnologia e inovação para combinar crescimento da produção com preservação da natureza; muita indústria para suprir de implementos e equipamentos o setor; muita engenharia financeira para municiar crédito para a produção rural; muita infraestrutura para exportar e para levar a produção para o Brasil continental.

Não subestimo a violência rural, nem urbana. Ela se combate com a lei, com o aparelhamento das instituições estatais, enfim, com investimentos na Segurança Pública, jamais com armas nas mãos da população.

Geraldo Alckmin governou um Estado vitorioso na simbiose entre agronegócio, a indústria, a infraestrutura, a engenharia financeira e a ciência e tecnologia. Sabe do que está falando. Tem muito a mostrar.

O agronegócio é algo sério e não pode ser tratado com populismo e por populistas, seja de que quadrante for.

Nós, democratas, republicanos, cultivadores do pluralismo, da diversidade e lutadores pela justiça social, vemos o agronegócio como uma conquista do Brasil contemporâneo, que tem de ser preservado e alçado a novos patamares, com muita ciência, tecnologia e inovação com muita sustentabilidade e com muita integração com um mundo para alimentar.


Roberto Freire: Lulopetismo, um misto de Stálin e santa inquisição

Assisti “7 DIAS EM ENTEBE”, de José Padilha, o cineasta brasileiro de maior sucesso, nacional e internacionalmente, na atualidade.

Eu conhecia a história e os fatos. Tinha visto alguns documentários e lido a respeito.

Trata-se de uma obra autoral, baseada em fatos, não um documentário.

Vê-se o dedo do autor, que, evidentemente, constrói uma narrativa pessoal, da qual se pode concordar ou discordar.

Assisti o filme como cinema, não como história.

Padilha é um mestre. Na sequência final, o ataque das tropas especiais ao Aeroporto onde estavam os reféns israelenses, o confronto com a dança, fez a plateia do cinema parar de respirar.

José Padilha procedeu da mesma forma, em sua filmografia, na qual destacam-se “ÔNIBUS 174”, “TROPA DE ELITE 1”, “TROPA DE ELEITE 2” e os recentes “7 DIAS EM ENTEBE” e a série do Netflix “O MECANISMO”.

O lulopetismo, diante de “O MECANISMO”, que tem como pano de fundo a operação LAVA-JATO, reagiu de forma a revelar as entranhas de sua ideologia totalitária.

Essa corrente atacou o mérito de “O MECANISMO”, convidou ao boicote e satanizou, pessoalmente, José Padilha.

O stalinismo marcou-se por ditar as regras pelas quais toda a arte e a cultura deveriam se pautar, a elegia do coletivo, do socialismo em sua concepção soviética e do que considerava os valores do “novo homem” e na adoração do supremo líder.

Assim também procedia o nazismo, em sua louvação da superioridade da raça ariana, do elogio à infabilidade do chanceler e ao que considerava serem seus valores supremos.

Também procedem assim os fundamentalistas islâmicos e de toda sorte de religião, nas teocracias que excluem todos que não rezam pela exata cartilha do Estado e dos sumos sacerdotes.

Todas essas correntes totalitárias são, necessariamente, punitivas.

A Santa Inquisição medieval condenava à morte, à execração, às masmorras e ao desterro todos os que não seguissem exatamente os cânones do que então pensava o Vaticano.

O lulopetismo, ao atacar o mérito da obra de José Padilha, em “O MECANISMO” e buscar execrá-lo pessoalmente, revela-se ao mesmo tempo stalinista e adepto da Santa Inquisição.

Uma das maiores conquistas da Civilização é a liberdade do indivíduo frente ao Estado, ao governo, às Igrejas, às religiões, aos partidos e a toda sorte de instituições.

No plano da Cultura e das Artes, o artista, o intelectual tem de guiar-se única e exclusivamente por sua consciência, seus anseios e seus talentos.

Suas obras não podem ser dirigidas nesta ou naquela direção. Não podem ser promovidas ou boicotadas devido ao que seus autores expressam ou deixam de expressar.

Agi assim, quando Ministro da Cultura do governo Temer.

Incentivos governamentais não podiam seguir quaisquer ditames que não fossem as exigências técnicas e de capacitação dos que as pleiteavam.

Enfrentei resistências, tenho de confessar, à montante e à jusante.

Ser radicalmente democrata e republicano exige, no território das artes e da cultura o irrestrito respeito à liberdade individual de criação.

É desnecessário dizer que, se houver infrações à legislação do Estado Democrático de Direito, à posteriori existem as leis e tribunais, para que direitos de eventuais prejudicados possam ser defendidos, se for o caso.

O totalitarismo não é privativo da esquerda lulopetista.

Veja-se o caso de exposições artísticas, contra as quais setores da sociedade que se proclamam arautos das virtudes se rebelam, para que sejam fechadas em todo ou em parte.

Ambos os extremos, à esquerda e à direita, se encontram não só na rejeição à democracia e à república, mas também na censura e punição a tudo que lhes questiona e escapa a seus cânones.

O totalitarismo é necessariamente avesso à diversidade, sobretudo de pensamento.


Roberto Freire: Sobre pesquisas. As chances do centro democrático

As pesquisas publicadas na imprensa são deturpadas pelas chamadas, que visam, obviamente, vender jornal.

“Fulano tem 20% das intenções de voto”, é comum algo do gênero.

Na verdade, as intenções de voto são divulgadas sobre o montante dos que votaram, não da totalidade dos pesquisados.

10 entre 10 pesquisas seriamente realizadas apontam o fato de que cerca de 65% do eleitorado não têm candidato.

Mesmo entre o percentual reduzido (entre 30% e 35%) dos que foram levados a declarar voto (uma pequena parte dos pesquisados apresentou espontaneamente seus candidatos), seria uma estupidez inferir que esse quadro representa o que acontecerá no dia 7 de outubro vindouro.

Não estamos nem no pré-jogo, para usar uma linguagem futebolista. No máximo, os elencos estão em montagem.

O pré-jogo começará quando a campanha for para as ruas, na segunda metade de agosto. O jogo, somente nas duas, três semanas prévias ao pleito, quando a população começar a conversar, entre si, pela definição do que fará na urna eletrônica.

Teremos dezenas de milhares de candidatos a vereador (isso mesmo, eles já começam a se mexer em 2018 com o olhar em 2020), deputados-estaduais, deputados-federais, senadores, governadores e a Presidência da República em marcha, na mídia eletrônica, nas redes sociais e nos logradouros dos mais de 5.500 municípios brasileiros.

Contam tempo de televisão, alianças, capilaridade, propostas, debates, corpo a corpo, recursos financeiros, aliás, como sempre.

O que as pesquisas revelam, e isso tem pouca repercussão para vender jornal e para dar chamadas nos noticiários, é que o eleitorado, em sua maioria, quase dois terços, está farto da polarização e quer ver propostas sobre a melhoria de suas condições de vida, notadamente na saúde e na educação.

A ficha-limpa e o combate à corrupção são condições básicas que o eleitorado exige dos candidatos, segundo todas as pesquisas.

Lula está fora do jogo eleitoral, diretamente, e seu poder de transferência de votos é apenas uma possibilidade, não uma certeza.

As pesquisas, aliás, dizem que, com Lula fora das eleições, seus votos potencias migram em todas as direções e, na maioria, sobem no muro.

Bolsonaro vive da retroalimentação com Lula.

Dificilmente suas intenções de voto permanecerão nos atuais patamares, quando o pré-jogo e o jogo começarem, logo depois da Copa do Mundo. Muito provavelmente sofrerá desidratação severa. A extrema-direita, como também a extrema-esquerda, são pouco expressivas no Brasil, apesar de barulhentas, sobretudo nas redes sociais.

A hora é de apostarmos na unificação do centro democrático e na explicitação das grandes propostas mudancistas e reformistas para o Brasil. Precisamos virar a página e começar a discutir programas e propostas de governo.

O mais, sobre as pesquisas, é especulação, é videogame.


Roberto Freire: Lula preso. Vamos falar de futuro

Após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, neste fim de semana, condenado na Lava-Jato, não está em jogo somente o destino de um político ou de um partido.

É o quer fazer crer parte de uma militância com sua narrativa de que há uma motivação política para excluir Lula do processo eleitoral.

Assim, o lulopetismo tenta salvar a todo custo e de todas as formas – com as poucas armas que lhe restam, como a espetacularização midiática –, uma esquerda descompromissada com a democracia e sem real interesse em promover reformas no Brasil.

O que vem sendo chamado de política identitária é a identificação pessoal com um candidato, como um valor mais importante do que suas propostas, programas e coerência.

Isso resume o autoritarismo político e a obsessão do lulopetismo em vulnerabilizar, com um discurso coletivo, os indivíduos que, confusos, buscam um salvador para lhes devolver a confiança perdida.

O lulopetismo se apropriou das premissas da defesa do progresso da humanidade, dos direitos humanos e da libertação dos grilhões da pobreza, para reduzir a luta por um mundo mais justo à defesa de um indivíduo apenas.

A transferência simbólica da sede do PT para Curitiba concretiza, enfim e literalmente, a morte anunciada: o PT, está agora encarcerado em Curitiba com Lula.

Sem opções, o PT volta às suas origens, tratando as instituições vigentes e ordens judiciais sob uma lógica de assembleia de sindicato, como nos velhos tempos de São Bernardo do Campo, resultando no isolamento que escancara seu próprio ocaso, enquanto força política expressiva na vida nacional.

Não estamos mais falando de um País dividido.
Reconheço a importância histórica da prisão de Lula diante de um Brasil tão estarrecido quanto esperançoso por respostas.

Tudo indica que o próximo passo deve ser a aceleração das apurações, nos diversos processos e inquéritos em que estão atolados o ex-presidente e seu entorno, especialmente as lideranças de outras agremiações partidárias.

Avançam a aprovação de mudanças na legislação penal e o fim do foro privilegiado, tal como existe hoje, por pressão da sociedade e iniciativas do Supremo Tribunal Federal, que já produziram projetos em tramitação no Congresso (PECs).

Paradoxalmente, o impacto deste fato histórico no cenário político e nos sentimentos de toda população brasileira – emanados dos perfis das plataformas digitais em tempos de profundas transformações –, nos mostram novos caminhos.

Não se passa um País a limpo sem que se coloque o dedo na ferida. O Brasil depende fundamentalmente disso para o seu desenvolvimento em todos os aspectos. Apesar de tudo, não estamos órfãos e, pelo menos, não vimos desabar nossas aspirações pela busca de um futuro melhor.

Tudo isso me faz pensar na temática da identidade nacional.

Sobre este tema, cujas pesquisas têm sido cada vez mais recorrentes nos meios acadêmicos nacionais e internacionais, vale trazer da memória a atualidade de Mário de Andrade.

O autor do romance Macunaíma aposta numa ideia de Brasil como unidade composta de diversidades, levando em consideração a contribuição de diversos setores da sociedade.

Surge a necessidade pungente da volta de uma inteligência nacional, expressa em um projeto que reagrupe em seu seio diversas correntes conexas e que se torne o agente de progresso social que a sociedade brasileira tanto reclama.

Conclui-se que este momento é emblemático: trata-se de uma oportunidade excepcional para a emancipação e, por que não dizer, para o resgate da vida, da alegria e da vontade de mudar as coisas, de alguma esperança para a construção de um futuro melhor. Enfim, de gerar um novo olhar para o mundo, só possível em um ambiente de militância democrática e de pluralismo.

 


Roberto Freire: A lei é para todos

O Estado Democrático de Direito saiu vitorioso com a decisão histórica tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento realizado na última quarta-feira (4) e que se estendeu até as primeiras horas da madrugada de quinta (5). Por 6 votos a 5, a máxima instância do Poder Judiciário rejeitou o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Lula, um criminoso condenado, para impedir a prisão do petista. Trata-se, evidentemente, de uma mensagem inequívoca: ninguém está acima da lei.

Durante o julgamento, o voto emblemático da ministra Rosa Weber sinalizou que a tese do relator, Luiz Edson Fachin, pela rejeição do habeas corpus, acabaria prevalecendo. Ao contrário do que especulavam os áulicos do lulopetismo, a ministra salientou a importância de o tribunal garantir a segurança jurídica no país, tão necessária no Brasil de hoje.

A decisão do STF segue, inclusive, a jurisprudência firmada recentemente pela própria Corte, que em fevereiro de 2016 determinou que os criminosos condenados em segundo grau de jurisdição já poderiam iniciar o cumprimento da pena. Lembremos que essa possibilidade sempre foi um entendimento pacificado desde a promulgação da Constituição de 1988 até 2009 – e novamente a partir da nova análise da matéria há pouco mais de dois anos, em consonância com uma interpretação mais avançada do Direito penal e de acordo com aquilo que se pratica nas grandes democracias. Qualquer mudança de entendimento neste momento se configuraria em um inaceitável casuísmo destinado a beneficiar Lula.

Para além de toda essa dimensão histórica, o posicionamento do STF fortalece o combate à impunidade no país, dando sequência a um processo que talvez tenha como grande símbolo a Operação Lava Jato, resultante do excelente trabalho desempenhado pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pelas diversas instâncias do Judiciário. Depois de muito tempo, o chamado crime do colarinho branco começa a não mais compensar no Brasil.

Daqui por diante, é chegada a hora de o país olhar para frente e mirar o futuro. Enfrentaremos um processo eleitoral em outubro próximo e, qualquer que seja o resultado das urnas – esperamos que com a ascensão de um governo que aglutine as forças democráticas e evite o desastre do populismo exacerbado e dos extremismos à esquerda e à direita, ambos descompromissados com a própria democracia –, o fundamental é que o país avance no caminho das reformas e da superação definitiva da crise.

Com o Estado Democrático de Direito reafirmado e as instituições em pleno funcionamento, como indica a decisão do Supremo sobre Lula, já demos os primeiros passos nesse sentido. No Brasil, a lei é para todos.

 


No encerramento do 19º Congresso Nacional, Roberto Freire é reeleito presidente do PPS

Deputado foi reconduzido à presidência do PPS por mais quatro anos

No terceiro e último dia do 19º Congresso Nacional do PPS, neste domingo (25), em São Paulo, o deputado federal Roberto Freire (SP) foi reeleito para a Presidência Nacional do partido para um novo mandato de 4 anos. A chapa vencedora no pleito ainda contará com o deputado federal Rubens Bueno (PR) na primeira vice-presidência; o deputado estadual Davi Zaia (SP) como secretário-geral; e Régis Cavalcante (AL) na Secretaria de Finanças.

Os demais membros efetivos da Comissão Executiva Nacional da legenda são Arnaldo Jardim (SP), Arnaldo Jordy (PA), Carmen Zanotto (SC), Raimundo Benoni (MG), Luciano Rezende (ES), Luiz Carlos Azêdo (RJ), Luzia Ferreira (MG), Comte Bittencourt (RJ), Cristovam Buarque (DF), Renata Bueno (PR), Soninha Francine (SP), Wober Júnior (RN) e Daniel Coelho, deputado federal por Pernambuco que se filiou neste domingo ao PPS.

eleicao dn“Tenho plena consciência de que nós estamos aqui dando um passo e estamos abertos para discutir o novo. O novo está vindo. Já não somos mais o que éramos”, afirmou Freire durante o seu discurso após a eleição.

O presidente reeleito do PPS relembrou alguns momentos marcantes de sua trajetória e da história do partido, sucessor do Partido Comunista Brasileiro (PCB). “Eu já disputei eleição de presidente do PCB com Oscar Niemeyer, um gênio brasileiro. Isso não é para qualquer um. É para guardar como uma honra para mim em minha biografia”, destacou.

Freire ressaltou a importância da integração dos movimentos cívicos ao PPS, uma das grandes marcas do congresso realizado neste fim de semana. “Tivemos alguns momentos em que estamos apontando o futuro. Não podemos dizer o que vai acontecer, mas certamente estamos fazendo uma nova história do PCB/PPS. Que vai ficar para trás, mas não será esquecido”, celebrou.

“Vamos fazer história”

discurso roberto freire 1Ainda durante o seu pronunciamento neste domingo, Roberto Freire disse que o PPS vai “continuar fazendo história”. “Estamos abrindo as portas para uma nova formação política, e essa ideia sempre esteve presente nesse partido. O partido tentou fusão, imaginou incorporação. A nova formação não é um novo partido, é uma nova forma de se fazer política”, afirmou. “Costumo dizer que só tive um partido na minha vida: é este que está aqui. Daqui não saí desde 1962.”

“Queremos ser algo diferente para o futuro. Não vou chegar lá, mas essa juventude e o que eles representam precisam ter essa capacidade”, prosseguiu o deputado. “São questões como essas que estão sendo colocadas pelo partido. As conferências já mostraram isso. Nós já não somos mais o que éramos. Não somos mais aquilo, mas teremos continuidade.”

O presidente nacional do PPS recordou que o “experimento histórico” do socialismo real foi derrotado, “e a derrota caiu em nossa cabeça com a queda do Muro [de Berlim]”. “Agora está se dando uma outra mudança, pois mudaram os paradigmas de antes.” “Até hoje, parte da esquerda vê discussões como essas com ojeriza. Estamos dando um novo passo transformador. Estamos saindo daqui sabendo que o PPS, o velho PCB, está construindo aquilo que pode ser a forma de representação política”, celebrou Freire.

No encerramento de sua fala, o deputado parabenizou todos os participantes do XIX Congresso Nacional da legenda. “Com imensa alegria, saio daqui com esperança”, finalizou. (Fábio Matos/Assessoria do Parlamentar – Fotos: Karina Sérgio Gomes)


19º Congresso Nacional: Dirigentes do PPS reafirmam compromisso com o País e as mudanças exigidas pela sociedade

“Tenho orgulho desse partido. Como é bom ser do PPS”, afirmou Soninha na saudação

Na abertura do 19º Congresso Nacional do PPS, nesta sexta-feira (23), no Hotel Bourbon Ibirapuera, em São Paulo, os dirigentes do partido reafirmaram compromisso com o País e as mudanças que a sociedade brasileira exige neste momento de transformações em todo mundo.

A vereadora da capital paulista, Soninha Francine, fez a saudação inicial e destacou que o partido precisa dar respostas para os anseios da sociedade e disse que o encontro é uma oportunidade para a formulação de propostas.

“Tenho orgulho desse partido. Para que estamos aqui afinal de contas? Por que fazemos parte de um partido político e qual a visão que esse partido tem? O que é consenso entre nós? É preciso que isso fique bem claro. Inevitavelmente teremos divergências, mas isso tem que ficar claro e pacificado entre nós. O momento é de troca para que possamos nos comunicar para a sociedade. Vamos desfrutar das nossas divergências com convergências. Como é bom ser do PPS”, afirmou.

História de orgulho

abertura manenteO líder do PPS na Câmara dos Deputados, Alex Manente (SP), disse que o PPS tem uma história que orgulha a todos os seus integrantes. Segundo o parlamentar, o partido precisa trabalhar para evitar os extremos políticos que surgem na disputa eleitoral e ameaçam o futuro do Brasil.

“Vivemos em tempos que a população tem repudiado todas as formas de se fazer política, o que é um erro. Temos que mostrar nossa história e a nossa capacidade de mudar o nosso País. Buscando adesões de jovens, mulheres e de pessoas experientes. Vemos uma batalha polarizada com a extrema direita e a extrema esquerda. Temos quadros qualificados em todas as áreas que conseguem debater os caminhos para o nosso futuro. Sairemos domingo desse Congresso fortalecidos. Vamos ajudar o País que queremos recuperar e resgatar o orgulho dos brasileiros”, afirmou.

 

Parceria com o novo

mato grossoJá o presidente do PPS de Mato Grosso e integrante do movimento Agora!, Marcos Marrafon, destacou o respeito que o partido possui em todo o País.

“Venho de uma união de forças e espiritos em torno do movimento Agora! Trazemos a ideia de um Brasil mais simples, sustentável e menos desigual. Encontramos no seio do PPS uma forma para essa construção, caminho que não é fácil. O velho morreu e o novo não nasceu. Um novo tempo, um novo olhar mostra a força da transição e da renovação e, mais uma vez, o PPS sai na vanguarda com um discurso de inovação e construção, como a parceria com o Agora!”, disse.

Um partido decente

deniseA ex-deputada federal do PPS pelo Rio de Janeiro, Denise Frossard, afirmou que o PPS é um partido decente aos olhos de uma sociedade que exige mudanças.

“O momento é do PPS porque é um partido decente. Temos que atender o desejo do povo brasileiro, ajudar a começar a mudar tudo que está aí. Vejo isso com esperança. Estou feliz de estar viva para participar desse momento da história do Brasil. Um momento de tomada de consciência”, ressaltou.

 

 

Aliança

márcio françaO vice-governador de São Paulo, Marcio França (PSDB), destacou, ao representar o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente do PSB, Carlos Siqueira, que o PPS sempre foi um importante aliado.

“O PPS foi o primeiro partido que apoiou o laçamento de Eduardo Campos para a disputa presidencial. Nos sonhamos juntos um sonho que poderíamos intermediar os extremos, criar uma coisa nova com o melhor de cada um dos partidos.  Nosso reconhecimento eterno por esse momento. Nos do PSB e PPS temos um identidade muito forte e parece somos um o mesmo partido. O PPS é um partido com muitos quadros e isso não é comum. É uma referência em quadros e tenho certeza que ajudará a conduzir o nosso País para o lugar que ele merece ”, afirmou.

 

Obrigação de transformar

cristovam congressoO senador Cristovam Buarque (PPS-DF) disse que o PPS tem a “obrigação de transformar” o instante fatal que o País vive,  de radicalização entre a extrema-direta e a esquerda – representada pelo lulopetismo -, em um “momento mágico”, em  resposta as propostas atrasadas e nostálgicas oferecidas pelos dois lados.

Ele disse que o 19º Congresso Nacional do PPS é a oportunidade para a construção de um centro democrático sem ser  nostálgico, e que o partido está preparado para ser a “semente da esperança num Brasil mágico e não fatal”, ajudando o  Brasil a superar o atraso científico, a desigualdade e a desagregação do País.

 

 

Um novo olhar para um novo tempo

jardim aberturaPara o presidente do PPS de São Paulo e secretário de Agricultura estadual, Arnaldo Jardim, o partido deve utilizar o slogan do 19º Congresso Nacional, “um novo olhar, para um novo tempo”, como um guia de orientação para os três dias do encontro.

“Pode parecer obvio para algumas pessoas, lideranças e partidos políticos, incapazes de entender a crise que passa o País. É preciso rever diretrizes das políticas públicas e a necessidade de se repensar a forma de nos relacionarmos com a sociedade. Temos o desafio de um novo tempo. O tempo da informática, da diversidade e do mundo instantâneo, um desafio e exige de todos nós”, disse.