revista política democrática

‘E seu eu acordasse negra?’, pergunta Lilia Lustosa para refletir sobre racismo

Crítica de cinema publicou artigo da revista Política Democrática Online de junho e diz que o crime ‘contagia a sociedade há séculos’

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Em artigo publicado na revista Política Democrática Online do mês de junho, a crítica de cinema Lilia Lustosa questiona como mudar a situação de racismo que contamina a indústria cinematográfica do Brasil e do mundo. “E se eu acordasse negra? Encararia a vida da mesma maneira? Teria a mesma segurança para desbravar territórios desconhecidos como venho fazendo nesses últimos doze anos em que vivo fora da minha terra?”, questiona, para responder: “Do alto do privilégio da minha branquitude, minha resposta, imediata e honesta, foi não”.

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A publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília. Todos os conteúdos podem ser acessados, gratuitamente, no site da entidade. Em seu artigo, Lilia convida os internautas a refletir sobre o racismo estrutural que, segundo ela, “mais do que qualquer coronavírus, contagia nossa sociedade há séculos”. “Uma pandemia para a qual nunca se criaram vacinas, nem remédios, o único caminho sendo a conscientização e a reeducação da nossa gente. E o primeiro passo, reconhecer o racismo que habita cada um de nós”, afirma.

Em um trecho, Lilia conta que recordou as imagens que havia visto dias antes no documentário Minha História (2020), de Nadia Hallgreen, sobre a turnê de Michelle Obama pelos EUA, para o lançamento de seu livro homônimo. “Lembro-me de ter ficado arrepiada ao ver aquela mulher negra lotando estádios nos Estados Unidos de Trump, oferecendo inspiração e esperança a tantas pessoas daquele país”, afirma.

A crítica de cinema também diz que ficou imaginando todas as dificuldades enfrentadas para chegar àquele palco. “Será que Michelle sempre entrava nos prédios de cabeça erguida? Sentia-se inferior ou invisível aos olhos de alguém? Mas a ex-primeira dama, que já sentou em tantas mesas importantes (palácios, castelos, salas de aula de Princeton e Harvard), afirmou nunca se ter sentido invisível”, acentua.

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Edição de junho da revista Política Democrática Online mostra força de mobilização contra o crime na sociedade

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Casos de assassinatos do adolescente João Pedro Mattos, de 14 anos, e do norte-americano George Floyd, de 46, reforçam na sociedade mobilizações contra racismo, como Black Lives Matter, que lutam contra o crime que impõe diversos obstáculos para essa parcela da população. É o que destaca a reportagem especial da 20ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília.

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A publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília. Todos os conteúdos podem ser acessados, gratuitamente, no site da entidade. Negros assassinados por policiais, João Pedro e George Floyd também não conseguiram resistir à perversidade do crime que tem dizimado essa população diariamente e que se manifesta de diversas formas.

No Brasil e nos Estados Unidos, conforme mostra a reportagem, a violência é uma das faces desse crime, que se propaga em vários outros. “Negros são os que mais morrem em ações policiais e também lideram o ranking das vítimas de coronavírus. Têm menos acesso à saúde, grau de escolaridade e oportunidade de emprego, em comparação com pessoas brancas”, diz o texto.

No total, no Brasil, negros são 56% da população e 75% dos mortos por policiais. Nos Estados Unidos, representam 13% das pessoas e 24% das vítimas assassinadas pela polícia. Livres da escravidão, abolida há 132 anos no território nacional, pessoas negras e toda a sociedade precisam se mobilizar contra o racismo, que, na avaliação de especialistas, tem se institucionalizado cada vez mais e de forma acelerada na força estatal.

Além da violência e de morrerem três vezes mais do que brancos por Covid-19 nos Estados Unidos e de serem mais de metade das vítimas da doença no Brasil, negros enfrentam abismos de desigualdade no acesso à educação, a oportunidades de emprego, à cultura e a cargos eletivos. No labirinto da discriminação, precisam encontrar o caminho da sobrevivência.

Reflexo da falta de acesso a serviços de saúde e alimentação que garanta boa qualidade de vida, mais da metade dos negros que se internaram no Brasil no período da pandemia morreu por contaminação de coronavírus em hospitais no país. Pesquisadores do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro analisaram 29.933 casos encerrados de Covid-19 (com óbito ou recuperação). Dos 8.963 pacientes negros internados, 54,8% morreram nos hospitais. Entre os 9.988 brancos, a taxa de letalidade foi de 37,9%.

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Eleições 2020: Qual desafio de prefeitos e vereadores eleitos? Veja resposta agora

Em artigo publicado na 20ª edição da revista Política Democrática Online, Luiz Paulo Vellozo Lucas diz que renovação das lideranças pode inaugurar agenda democrática e reformista

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

“Prefeitos e vereadores eleitos em 2020 serão desafiados a conquistar e acumular confiança pública e capital cívico, para dar conta de governar seus municípios nesta crise”. A avaliação é do engenheiro Luiz Paulo Vellozo Lucas, ex-prefeito de Vitória (ES) e mestrando em Desenvolvimento Sustentável na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), em artigo que publicou na 20ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília.

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A publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília. Todos os conteúdos podem ser acessados, gratuitamente, no site da entidade. De acordo com o autor do artigo, a renovação das lideranças locais em eleições livres pode inaugurar uma agenda democrática e reformista, visando a corrigir e fazer avançar as instituições que estruturam o Estado brasileiro em um processo de baixo para cima.

“Começa no processo eleitoral deste ano debatendo, sem as muletas do populismo e do pensamento mágico, soluções viáveis de enfrentamento pactuado do déficit de vida urbana civilizada e da exclusão social, tanto nas metrópoles, com suas favelas, como nos distritos e vilas do interior, distantes do dinamismo industrial”, afirma o analista, no artigo que publicou na revista Política Democrática Online.

A agenda reformista precisa sair das caixinhas setoriais para adotar o ponto de vista das cidades, que, segundo ele, é o ponto de vista das pessoas. “O desafio das reformas é um só, Inter setorial e holístico. A cidade integra todas as dimensões: fiscal e tributária, política e federativa, social e econômica, tecnológica, ambiental e humana”, diz o autor. “O desafio das eleições municipais é abrir caminho para esta agenda em cada cidade e para o Brasil”.

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‘Não creio que Bolsonaro produzirá conflito que leve à ruptura’, diz Nelson Jobim

Ex-ministro da Defesa concedeu entrevista à revista Política Democrática Online e diz que horizonte de solução da crise política passa pelas eleições de 2022

Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP

Em entrevista exclusiva concedida à revista Política Democrática Online, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim é enfático ao afirmar que o artigo 142 da Constituição de 1988 não dá o direito de as Forças Armadas intervirem contra um dos poderes da República. “É equivocada a tese, verbalizada por Ives Gandra, que teima em trazer o passado por cima da legislação nova, ou seja, ajustar a legislação nova com pressupostos anteriores”, afirma. “Sempre haverá discursos políticos, mas não creio que o presidente Bolsonaro terá condições de produzir algum conflito que possa levar a uma ruptura do processo”, diz, em outro trecho.

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A publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília. Todos os conteúdos podem ser acessados, gratuitamente, no site da entidade. Até 1988, os militares tinham a faculdade, pela Constituição, de intervir para preservar a lei e a ordem, sem limitação alguma. “Trata-se de uma prática tão comum como nociva no sistema legal, essa de tentar, por via de exegese, fazer sobreviver o modelo anterior por dentro do modelo novo”, afirma.

Jobim foi ministro da Defesa durante o segundo mandato de Lula e no primeiro ano do governo Dilma. Ele também foi deputado federal por dois mandatos, ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-1997) e presidente do STF (2004-2006), Nelson Jobim é defensor da teoria de que, na história do Brasil, os conflitos mais emblemáticos tiveram suas soluções encaminhadas pela conciliação e não pelo confronto.

O horizonte de solução da crise política que o país vive atualmente, segundo Jobim, passa pelo processo eleitoral de 2022. Em sua avaliação, nenhum processo como os decorrentes das declarações do ex-ministro Sérgio Moro, envolvendo a reunião ministerial de 22 de abril; a ação em curso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que analisa o processo eleitoral que deu a vitória a Bolsonaro ou o afastamento do presidente da República por conta do acolhimento de alguma denúncia de crime impetrada pelo Ministério Público Federal tem possibilidades concretas de andamento.

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Gilvan Cavalcanti de Melo: Um cenário - a defesa da Constituição

É o instante de pensar o compromisso com o País. Isto é, tentar desvendar a complexa sociedade brasileira, a partir dos elementos que definem o processo de afirmação de nosso capitalismo e de suas profundas modificações. Entender este itinerário facilitaria muito o caminhar futuro. E só no marco da Carta de 88, a democracia política, será o porto seguro para este pensar reformista.

O rumo mais real é debruçar-se sobre a conjuntura. Como fazê-lo? Os clássicos da política já legaram algumas sugestões, pelo menos metodológicas, para analisar e fazer previsões. Todos eles, de uma forma ou de outra, deixaram rica experiência para verificar as relações de forças. Em outras palavras, pensar como um conjunto de normas práticas de pesquisas e observações singulares pode despertar o interesse pela realidade palpável e suscitar, ao mesmo tempo, faculdades de perceber, discernir ou pressentir políticas mais meticulosas e robustas.

Quais são estes elementos metodológicos?

Em primeiro lugar, investigar uma relação de forças sociais conectada à estrutura. Isto pode ser avaliada com os métodos das estatísticas. À base do nível de desenvolvimento das forças materiais de produção, organizam-se os agrupamentos sociais, cada um dos quais representando uma função e ocupando uma determinada posição na produção. Esta é uma relação real, concreta, independe do observador, é factual. São elementos que permitem avaliar se, em determinadas situações, existem as condições suficientes para as mudanças. Possibilita monitorar o grau de realismo e de visibilidade das diferentes ideias que o processo gerou.

Em segundo lugar, vem a crítica a esta realidade. O pensar a desigualdade social, seus dramas: milhões de desempregados, subempregados, os pobres e os chamados abaixo da pobreza, os miseráveis. A violência, o tráfico de drogas, as milícias, a exploração de crianças, os moradores de rua etc.

Pensar o cenário concreto tem um pano de fundo: a Carta 1988. Ela foi possível graças à exaustão do regime anterior, à resistência democrática dos movimentos sociais, das forças políticas de orientação liberal e democráticas. A Constituição contemplou princípios e valores não aceitos pelas forças do mercado, adversos, hostis à política e ao social. Estas forças são as dominantes no atual governo, mesmo disfarçadas em torno de questões comportamentais.

Qual é o programa destas forças? Partidos políticos, sistemas representativos, cidadelas do Estado de bem-estar social, organizações plurinacionais, como a ONU e a imprensa, são alguns dos temas prioritários a combater. A estratégia é a de destruição institucional sem piedade, visando a construir a partir das cinzas governos iliberais, adeptos de um laisser-faire capitalista a dar náuseas, mesmo em Adam Smith e Milton Friedman, e alicerçados numa militância radical, nas ruas e sobretudo on-line, integrada por pessoas, social, cultural e politicamente ressentidas.

Tudo é dualista: homem comum versus elite, patriotismo versus globalização, mercado versus Estado, civilização judaico-cristã versus o resto do mundo. Agem para remover os obstáculos institucionais que estabeleçam limites à sua ação: a própria Constituição de 1988.

Já no discurso de posse, o atual governo anunciou: “Essa é a nossa bandeira, que jamais será vermelha. Só será vermelha se for preciso o nosso sangue para mantê-la verde e amarela.” Uma afirmação enganosa: como se o país tivesse vivido no comunismo ou socialismo.

Nestes últimos 31, tem-se tentado desclassificar a Constituição Cidadã. No atual governo, o mantra é: “há muitos direitos e poucos deveres”, ou, mais diretamente: “a Constituição tornou o país ingovernável.”

Mas o que prega a Constituição? Uma série de compromissos: a dignidade da pessoa, os valores sociais do trabalho, o pluralismo político, os direitos individuais e também sociais, tais como, saúde, educação, trabalho, previdência social, moradia, proteção à maternidade e infância, assistência ao desempregado etc, bem como promessas originárias dos fundadores do liberalismo político, das revoluções inglesa, francesa, americana, e da carta dos direitos da ONU.

Os direitos acordados na Constituição ancoram o próprio desenho de programa e objetivo ideal de uma sociedade mais justa, no marco das instituições de um estado democrático.
Qual é a missão dos democratas?

1. Defender os compromissos constitucionais de distribuição de riqueza, que poderão obter forte apoio social, plural e crítico;
2. Atuar para construir uma nova opinião pública e vontade política democrática para transformar a atual realidade; e
3. Agregar estas forças democrática, superar as polarizações.

 

 


Nova edição da Política Democrática online analisa desastre do petróleo no litoral brasileiro

Produzida e editada pela FAP, 13ª edição da revista tem acesso gratuito pelo site da fundação

Cleomar Almeida, da Ascom/FAP

O impacto ambiental causado pelas manchas de petróleo que chegaram ao litoral brasileiro é o destaque da nova edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília. A publicação, que pode ser acessada gratuitamente no site da instituição, tem ainda uma entrevista exclusiva com o antropólogo Antonio Risério, uma série de análises sobre o contexto brasileiro e internacional, como a presença negra no país e a crise no Chile, a última reportagem da série sobre Serra Pelada e um artigo sobre o filme Coringa.

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A revista produzida pela FAP, que é vinculada ao Cidadania, traz em seu editorial uma análise sobre a nova rodada de reformas no Brasil. “Encerrado o processo de deliberação sobre as regras da Previdência, o governo dá início à nova rodada de reformas”, diz um trecho. “Tramitam no Congresso Nacional três propostas de emendas à Constituição da lavra do Governo Federal, conhecidas respectivamente como pacto federativo, emergencial e dos fundos. Espera-se para breve uma proposta de reforma administrativa, que completaria a etapa presente da agenda reformista do Executivo”, continua.

O editorial alerta que sobre a oposição democrática e progressista recai uma tarefa adicional nesse processo: construir uma articulação parlamentar ampla, capaz de assegurar os ganhos pretendidos em termos de equilíbrio das contas públicas; inserir o viés da equidade, ou seja, das políticas de inclusão social e redução das desigualdades, e garantir a prevalência de soluções que preservem a autonomia dos entes federativos. “Executivo e Legislativo, a coalizão governista e a oposição na sua diversidade, todos os atores relevantes da política serão redimensionados ao fim do processo que se inicia”, destaca.

Na entrevista, concedida ao diretor da FAP Caetano Araújo com colaboração de Ivan Alves Filho, Risério diz acreditar que muita gente do campo democrático anda preocupada em superar a atual polarização brasileira e encontrar um rumo para o País. “Eu me coloco claramente no campo da esquerda democrática e não tenho nenhum problema com isso. O que acho houve no país foi o seguinte. Ao se tornar independente e conquistar autonomia nacional, o Brasil teve de construir a imagem do que somos”, diz o entrevistado, que também é ensaísta, poeta e historiador.

Um dos maiores crimes ambientais que chegaram ao país, o caso das manchas de petróleo no litoral brasileiro é analisado pelo Anivaldo Miranda, que é mestre em meio ambiente e desenvolvimento sustentável pela UFAL (Universidade Federal de Alagoas). “O Brasil do pós-Mariana, Barcarena (Pará), Brumadinho, dos mega incêndios florestais e atualmente do óleo no mar precisa refletir de maneira abrangente sobre isso e fazer conexões mentais importantes no contexto de sua inteligência coletiva, para enfrentar os dilemas do século atual com boas possibilidades de acerto que, ao final, conduza seu povo a um nível razoável de bem-estar e mantenha seu território e biodiversidade num plano seguro de preservação e capacidade de reprodução”, observa.

O professor e diretor da FAP Alberto Aggio é o autor da análise sobre o Chile. Segundo ele, os chilenos colocaram para fora toda a raiva frente ao mal-estar resultante do “modelo econômico”, que ordena o país desde os tempos da ditadura do Pinochet, durante as manifestações de outubro. “Em outubro, o Chile explodiu. Por vários dias, milhares de pessoas saíram às ruas em marchas de protesto que invariavelmente se tornaram violentas”, escreve ele.

A revista também traz outros artigos de opinião, com análises sobre democracia, cultura e economia. Integram o conselho editorial da Política Democrática online Alberto Aggio, Caetano Araújo, Francisco Almeida, Luiz Sérgio Henriques e Maria Alice Resende de Carvalho.

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Política Democrática: Gianluca Fiocco traça desafios da União Europeia

Historiador diz que recessão evidenciou indiscutivelmente um ponto crítico do processo de integração

A União Europeia foi marcada, desde o início, pelo caminho continental em direção a formas de integração cada vez mais fortes e complexas e pelo desafio de garantir níveis de bem-estar que pareciam intocáveis. É o que diz o historiador e professor da Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade de Roma Tor Vergata, Gianluca Fiocco.

» Acesse aqui a décima edição da revista Política Democrática online

O professor publicou artigo na décima edição da revista PolÍtica Democrática online. Segundo ele, as “acusações à Europa” se difundiram em particular após a grave crise deflagrada em 2008. Em muitos países, a taxa de confiança na UE passou por uma queda drástica. A entrada no espaço comunitário sempre fora vista como promessa de desenvolvimento; as dificuldades do último decênio desferiram um golpe em tal expectativa.

“Numa pesquisa de 2017, 54% dos entrevistados consideravam que as crianças da UE viveriam em condições piores do que aquelas conhecidas pela própria geração”, afirma Fiocco. “Quando se rompe a confiança no futuro, também as construções mais sólidas podem vacilar”, acrescenta.

De acordo com o autor, o mal-estar econômico se faz acompanhar da busca de bodes expiatórios e por fenômenos regressivos de entrincheiramento identitário (um quadro favorável às direitas neonacionalistas). “A recessão evidenciou indiscutivelmente um ponto crítico do processo de integração: o sistema da moeda única impôs a cada país um rigor nas contas públicas que reduziu notavelmente suas margens de ação em função anticíclica. Os velhos instrumentos de intervenção nacional não foram substituídos por novas ferramentas de tipo comunitário”, destaca.

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Saiba o por quê de infelicidade e angústia serem vistas como anomalias

Em artigo publicado na décima edição da revista Política Democrática online, especialista analisa traços da modernidade

O narciso contemporâneo não tolera as imperfeições. A infelicidade e a angústia são vistas como anomalias, sem espaço no imperativo da felicidade e da perfeição. A avaliação é do analista político Marcus Vinícius Furtado da Silva Oliveira, em artigo publicado na décima edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania.

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No Ocidente, segundo o autor, a modernidade provocou nova expectativa a ser realizada no tempo. “Com o aparecimento das utopias, a busca pelo paraíso, outrora depositada em dimensão extramundana, é secularizada, animando uma série de projetos políticos coletivos que se desenvolveram ao longo dos séculos XIX e XX”, escreve ele.

Contudo, de acordo com o artigo, na esteira das catástrofes vivenciadas no século passado, essas expectativas utópicas, próprias dos primeiros tempos da modernidade, perdem força, possibilitando outras formas culturais.

“Sem o recurso das utopias e marcada por diversos traumas, nossa percepção sobre o futuro parece ter-se tornado opaca, ao que passo que a do presente se assemelha a uma repetição de si mesma ou a um momento de nostalgia, afirma.

Nesse presente contínuo, as expectativas são vividas a partir dos indivíduos ou de coletividades fragmentadas, de modo que a busca pela felicidade surge como o imperativo da realização plena de uma identidade individual. “Para atender a essa demanda, as formas de consumo também se alteraram. Distante de um consumo padronizado, as marcas e os serviços, inclusive aqueles de streaming, procuram oferecer produtos que satisfaçam a esse desejo por individu- alidade e diferença”, analisa.

Mas os prazeres abundantes proporcionados por esse consumo quase existencial não são suficientes para saciar os apetites contemporâneos. O autor cita o filósofo francês Gilles Lipovestky, segundo o qual na abundância hedonista do consumo e das possibilidades de realização da felicidade convivem com o aumento vertiginoso de doenças como depressão e síndrome de burnout.

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Obstinação de Bolsonaro põe em risco limite entre público e privado, dizem analistas à Política Democrática

Em artigo publicado na décima edição da revista, Hubert Alquéres e Tibério Canuto criticam equívocos do presidente

Uma linha divisória entre o público e o privado vem sendo borrada pela obstinação do presidente Jair Bolsonaro de subordinar tudo e a todos à sua agenda ideológica e aos interesses de seu núcleo familiar. É o que dizem Hubert Alquéres e Tibério Canuto, em artigo publicado na décima edição da revista Política online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania.

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De acordo com eles, a política externa apequena o país, submetendo-o a vexame com a intenção do presi-dente de fazer seu filho Eduardo embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Além disso, conforme acrescentam, a situação cria confronto com a Argentina ao se imiscuir em assuntos internos de um parceiro estratégico.

Afirmam, ainda, que esse cenário provoca um risco para o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. “O pragmatismo responsável, os princípios da não ingerência e de respeito à autodeterminação possível – pilares de uma política externa construída desde os tempos do barão de Rio Branco – cedem lugar a um americanismo servil, ditado pelo fundamentalismo ideológico”, analisam.

Mesmo ganhos como a Reforma da Previdência, a Lei da Liberdade Econômica e as privatizações, ativos que poderiam gerar um quadro mais confortável, não servem de atrativos para os investimentos, em função da instabilidade gerada pela figura ciclotímica do presidente. “É na economia que reside o grande perigo. O cenário internacional é de uma recessão que se avizinha”, afirmam os autores.

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Crimes contra mulheres ainda persistem no país, apesar dos 13 anos da Lei Maria da Penha

Relatos de violência contra mulher tomam conta da reportagem especial da 10ª edição da revista Política Democrática online. Em agosto, a Lei Maria da Penha, importante instrumento de combate a esse tipo de crime com punição dos agressores, completou 13 anos, mas os casos de criminalidade em razão do gênero das vítimas ainda persistem. Muitas vezes, acabam em desfechos trágicos, aumentando as estatísticas de feminicídios.

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A revista é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), ligada ao Cidadania. A reportagem aponta que, em todo o país, a cada hora, 536 mulheres sofreram violência física no último ano, o que totaliza 16 milhões de brasileiras vítimas de violência doméstica no período. Equivale a um público que lota 180 estádios Maracanã. Os dados constam da pesquisa “Visível e Invisível – A Vitimização de Mulheres no Brasil”, realizada em fevereiro de 2019 pelo Instituto Datafolha, a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Consultora de projetos do FBSP, Cristina Neme destaca que a casa continua como palco principal das agressões, assim como mostrou a pesquisa anterior, realizada há dois anos. O último estudo mostra que, no ano passado, 76,4% das mulheres que sofreram violência afirmaram que o agressor era alguém conhecido. Assim como Rosane, 23,8% das mulheres agredidas disseram que o agressor foi o cônjuge, companheiro ou namorado.

Outro levantamento também registra dados preocupantes. O Altas da Violência 2019, produzido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), revela que, em média, 13 mulheres são assassinadas por dia. No total, segundo a pesquisa, 4.936 mulheres foram mortas em 2017, o maior número registrado desde 2007, período avaliado pelo levantamento. O estudo também verificou crescimento expressivo de 30,7% no número de homicídios de mulheres no país durante a década analisada.

De 2016, primeiro ano em que os dados começaram a ser colhidos, até 2018 – últimos números disponíveis –, cresceu 35% o número de concessão de medidas protetivas, previstas na Lei Maria da Penha. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a quantidade delas passou de 249 mil concessões para 336 mil, o que, em média, representa 922 mulheres atendidas por dia, ou uma a cada dois minutos.

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País precisa crescer de forma sustentável, diz José Roberto Mendonça de Barros

Economista analisa o cenário brasileiro, em entrevista à Política Democrática online

Em entrevista à 10ª edição da revista Política Democrática online, o economista José Roberto Mendonça de Barros diz não ter dúvidas de que o país precisa voltar a crescer de forma sustentável. “Não terá jogo se não sairmos desse pântano de crescimento modestíssimo, com 25 milhões de pessoas em situação entre desempregados, desanimados e subempregados. Nunca vivemos nada parecido”, alerta ele, um dos analistas que mais conhecem a realidade do chão de fábrica em todo o Brasil.

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Produzida pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, a revista destaca, nesta edição, o posicionamento do economista internacionalmente reconhecido. Ele já foi ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, entre 1995 e 1998, e ex-secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior da Presidência da República entre abril e novembro de 1998.

De acordo com Barros, em 2014, o Brasil entrou na pior recessão da nossa história, que, conforme ele disse, já se prolonga ao longo dos anos. “E onde está a saída desta recessão?”, questiona. “Temos tido taxas medíocres de crescimento, 1%, 1,1%, este ano 0,9%. Nunca tivemos isso: são três anos de recessão e três anos de saída da recessão de 1%”, observa.

Esse cenário, aponta o economista, afetou o espaço no Brasil de maneira desigual por diversas razões. “O caso mais evidente, até pela sua importância, é o do Rio de Janeiro. Não estou falando só de economia, mas também de gestão, corrupção e coisas desse tipo. O Rio de Janeiro entrou numa queda econômica que é um fenômeno, ainda difícil de dimensionar. Já há mais empresas comerciais fechando do que abrindo, o que sinaliza um problema de emprego que vai além da questão fiscal propriamente dita”, afirma.

Na questão do meio ambiente, Barros ressalta que a única coisa que eu tenho para dizer é que já não se trabalha mais com projetos, como acontecia no passado. “É fundamental definir, com clareza, a convivência do meio ambiente com os projetos de crescimento. Só que a resposta do Bolsonaro até agora tem sido lamentável”, critica.

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Política Democrática analisa identidade política do Cidadania

Tema principal desta edição da Revista Política Democrática Online,  o artigo de destaque desta edição, de autoria do professor e diretor da FAP Alberto Aggio, mostra que o iliberalismo expresso pelo presidente Jair Bolsonaro tem laços internacionais e, como expressão da direita, institui lógica extremista buscando deslegitimar a lógica de coesão e consenso que o país veio trilhando desde a redemocratização  

Cleomar Almeida

A FAP (Fundação Astrojildo Pereira) lança, nesta terça-feira (21), a sétima edição da revista Política Democrática online, destacando que o Cidadania, antigo PPS (Partido Popular Socialista), tem nova identidade política e busca renovar a esquerda brasileira. A publicação contempla, ainda, uma reportagem especial sobre a maior favela do Brasil, uma entrevista exclusiva com o embaixador Roberto Abdenur e sete artigos sobre os contextos políticos brasileiro e internacional.

De autoria do professor e diretor da FAP Alberto Aggio, o artigo de destaque desta edição mostra que o iliberalismo expresso pelo presidente Jair Bolsonaro tem laços internacionais e, como expressão da direita, institui lógica extremista buscando deslegitimar a lógica de coesão e consenso que o país veio trilhando desde a redemocratização. “Diante dessa forte irrupção da política de direita, pode uma mudança como essa, que o PPS assumiu, passar a ser o Cidadania, garantir-lhe uma nova função histórica, uma nova identidade, reconhecível pelas outras forças políticas e pela sociedade?”, questiona o autor.

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Na avaliação de Aggio, deve-se saudar o espírito de abertura a novas sensibilidades políticas que emergiu nesse processo, o que, conforme escreveu, gerou novos ares e novas expectativas diante da mudança de nossos costumes políticos. “O problema do contato e da interação de culturas políticas diferenciadas passou a ser colocado no âmbito do partido. Abriu-se um espaço de intercâmbio entre os pós-comunistas, os social-democratas, os nacionalistas, os liberal-democráticos, os liberais e assim por diante”, afirma ele, no texto.

A sétima edição da revista também revela o crescimento desenfreado da maior favela do Brasil, na cidade-satélite de Ceilândia, a 35 quilômetros do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. Sol Nascente, de acordo com dados da administração local, já avançou para uma área equivalente a 1.320 campos de futebol do tamanho do que existe no Estádio Mané Garrincha. No total, 250.000 pessoas moram na favela, segundo estimativas oficiais, em meio à falta de serviços básicos, como segurança, saúde e educação públicas de qualidade.

Na entrevista especial, o embaixador Roberto Abdenur critica a atual política externa do governo Bolsonaro, que ele vê criar um precedente histórico ao levar o país a assumir uma postura subalterna aos interesses dos Estados Unidos. “Sempre que um país menor, no caso, o Brasil, se alinha a um país mais poderoso, como os Estados Unidos, o país menor terá de abrir mão da defesa de seus próprios interesses para pautar-se pelos interesses do país que lidera esse relacionamento”, afirma Abdenur.

A revista Política Democrática online é produzida e editada pela FAP, vinculada ao Cidadania. Seu conselho editorial é composto por Alberto Aggio, Caetano Araújo, Francisco Almeida, Luiz Sérgio Henriques e Maria Alice de Carvalho. O diretor da revista é André Amado.

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