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Biblioteca Salomão Malina retoma atendimento presencial em Brasília

Unidade da FAP adotará uma série de medidas de enfrentamento à pandemia da Covid-19 para retomar o atendimento. Local conta com acesso gratuito à internet e acervo de mais de 3,5 mil livros para empréstimo

Brasília voltou a ter, nesta quarta-feira (30/6), mais uma opção de local de estudo e leitura, com acesso gratuito à internet e mais de 3,5 mil livros para empréstimo, sem qualquer custo, no Conic, no meio da capital federal. Mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), a Biblioteca Salomão Malina foi reaberta ao público quase um ano e meio depois de suspender atendimento presencial por causa da pandemia da Covid-19.

O técnico em enfermagem e recém-graduado em filosofia Carlos Gustavo Araújo dos Santos, de 29 anos, é um dos que já comemoram a reabertura da unidade mantida pela FAP. “A biblioteca significa muito para mim”, destaca. “Quando estava fazendo meu trabalho de conclusão de curso, foi o meio acessível de estudo e pesquisa por ter acervo com livros de qualidade disponibilizados gratuitamente”, afirma.



Conheça a Biblioteca Salomão Malina!


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A biblioteca foi reaberta com restrição de funcionamento, das 10h às 16h, sem fechamento no horário de almoço. Oito pessoas, no máximo, poderão usar o local no mesmo momento, considerando a necessidade de distanciamento social e outras medidas de enfrentamento à pandemia. Não há necessidade de agendamento prévio. Em 2019, no ano antes da crise sanitária global, a unidade da FAP atendeu a mais de 6 mil pessoas.

Durante o período em que ficou fechada para atendimento presencial, a biblioteca manteve as atividades administrativas e aumentou a quantidade de livros editados pela FAP à venda na internet. Já são 32 títulos disponíveis para aquisição em plataformas digitais sobre assuntos de interesse público, como política, meio ambiente e democracia, entre outros. Veja relação de todos ao final desta reportagem.


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Além de oferecer serviços de leitura e estudo em ambiente climatizado, a Biblioteca Salomão Malina faz doação de livros. Em maio, a Library of Congress Office, uma das maiores bibliotecas de Washington (EUA), fez o mais recente pedido de doação de livros do acervo da unidade mantida pela FAP.

A solicitação foi realizada pela bibliotecária sênior e representante da Library of Congress Office em Brasília, Elen Rocha. Ela também já enviou algumas publicações doadas pela biblioteca da FAP para a Biblioteca Jurídica em Washington, que, em seu acervo virtual (https://catalog.loc.gov/), disponibiliza 72 títulos relacionados à Fundação Astrojildo Pereira.


Confira a localização da Biblioteca Salomão Malina





Plano de retomada
Para retomar o atendimento presencial gradativamente, a Biblioteca Salomão Malina elaborou um plano, seguindo rigorosamente os protocolos de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Como não há necessidade de agendamento prévio para as pessoas terem acesso ao local, a unidade vai disponibilizar todas as informações necessárias ao público logo na porta de entrada.

O controle de vagas disponíveis no espaço será sinalizado na porta principal da entrada da biblioteca da seguinte forma: um caderno em espiral plastificado com as numerações de 0 a 8 ficará pendurado na porta de vidro, sinalizando a quantidade de vagas disponíveis, à medida em que os leitores chegarem para utilizar o espaço ou o deixarem.

Na entrada da biblioteca, será aferida a temperatura de cada usuário, com orientação da utilização do álcool em gel nas mãos. O usuário deverá fazer a assinatura no caderno de presença, com canetas previamente higienizadas, e receberá a chave do guarda volumes, também higienizada.


Procedimentos

Serão adotados os seguintes protocolos na biblioteca:

» Disponibilização de álcool em gel na entrada;

» Disponibilização de álcool 70% em borrifadores para os próprios usuários higienizarem mesas e cadeiras, quando acharem necessário. (Antes da pandemia, já havia essa prática na biblioteca);

» Aferição de temperatura de todos os usuários, visitantes e funcionários antes de entrar no ambiente. Caso a temperatura detectada seja superior à 37,8°C, a pessoa será orientada a procurar os serviços de saúde e não poderá entrar na biblioteca;

» Sinalização na entrada da biblioteca: informações sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras, sobre o distanciamento de 2 metros entre as pessoas e sobre higienizar as mãos com álcool em gel;

» Proibir a entrada e a circulação de qualquer pessoa nas dependências da biblioteca sem o uso de máscaras, garantindo que estas sejam utilizadas de forma correta, cobrindo totalmente a boca e o nariz, e estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços laterais;

» Excepcionalmente, a biblioteca poderá fornecer máscara a visitante que não possua;

» Solicitar aos usuários e visitantes que observem todas as orientações de prevenção à Covid-19 adotadas na biblioteca.


Estrutura física

» A mesa coletiva poderá ser ocupada apenas por quatro pessoas, sentadas de forma intercalada, sendo a mesa subdividida por placas de proteção de acrílico, delimitando os espaços;

» Os dois sofás terão um de seus assentos demarcado para não ser utilizado;

» Das três baias individuais de estudo, apenas duas estarão disponíveis. A baia do centro será isolada para manter o distanciamento mínimo de 2 metros entre as pessoas;

» Demarcação com fitas no chão, a cada 2 metros, para o distanciamento nas filas dos balcões de atendimento;

» Balcão de atendimento receberá uma estrutura em acrílico para bloquear o espaço entre o funcionário e o usuário;

» Será evitado o uso de ar condicionado e privilegiada a ventilação natural. Para isso, janelas e portas ficarão abertas;


Acervo

» O acervo será isolado por separadores de fila. O leitor deverá solicitar no balcão o livro desejado e um dos funcionários irá retirar o(s) livro(s) com luvas;

» Após a utilização, os livros serão recolhidos e isolados em quarentena por 10 dias (tempo relativo para tornar corona vírus indetectável);

» Após o período de quarentena, os livros deverão retornar ao acervo;

» Não serão disponibilizados jornais e revistas para precaver qualquer tipo de contaminação em materiais bibliográficos que são compartilhados;

» O recebimento de doações de livros ficará suspensa temporariamente.


Acervo
Veja, abaixo, livros sobre o PCB disponíveis ao público na Biblioteca Salomão Malina, em Brasília



Venda na internet

Veja, abaixo, a relação de obras da FAP à venda nos sites da Amazon, Americanas, Submarino e Shoptime

-TÍTULOSAMERICANASSUBMARINOSHOPTIME
A arquitetura fractal de Antonio Gramscihttps://bit.ly/3xgJmjChttps://bit.ly/3ghjcYBhttps://bit.ly/3gsb9qz
A história como presente : 46 pequenos ensaios sobre a história, seus caminhos e meioshttps://bit.ly/35RxRn5https://bit.ly/3deRKsshttps://bit.ly/3xYQnGl
Diálogos gramscianos sobre o Brasil: entrevistas com Luiz Werneck Viannahttps://bit.ly/3zSerfEhttps://bit.ly/3xW9aCehttps://bit.ly/3vWlvoy
Em um rabo de foguete: trauma e cultura políticahttps://bit.ly/3vWuRR3https://bit.ly/2SWA26dhttps://abre.ai/cXoj
Encontro de sonhos: história do PCB ao PPS no Amazonashttps://bit.ly/3wu3pLChttps://bit.ly/2S3k6i3https://bit.ly/2Swas7V
Gestão compartilhada e governo reto em Vitória - EShttps://bit.ly/3csfYPBhttps://bit.ly/356fASDhttps://bit.ly/3wbLpoV
Gestão Pública e Social: Apoiando as Organizações que Lidam com Recursos Públicos ...https://bit.ly/2TZOOckhttps://bit.ly/2SBfhN8https://bit.ly/3zrJ6jL
Gramsci no Seu Tempohttps://bit.ly/35pHzNqhttps://bit.ly/3pZJ8Lrhttps://bit.ly/3xnFEF5
Grando, presente!https://bit.ly/3dmnFazhttps://bit.ly/3w4QFdjhttps://bit.ly/3h88iVe
Itinerários para uma esquerda democráticahttps://bit.ly/2SfJ79Thttps://bit.ly/3gbQ2dchttps://bit.ly/35by8AQ
Jalapão : ontem & hojehttps://bit.ly/3jeAc3Bhttps://bit.ly/3jigKTohttps://bit.ly/35ZqQ3z
Kamba’race. Afrodescendências no Exército Brasileirohttps://bit.ly/3wS5m4Fhttps://bit.ly/3h7ZOMQhttps://abre.ai/cXom
Máfia das Caatingashttps://bit.ly/3h2KqRThttps://bit.ly/3jhXBkvhttps://bit.ly/3je3uPO
Modernidades Alternativas. O Século XX de Antonio Gramscihttps://bit.ly/2ToqhgYhttps://bit.ly/3wvtvh4https://bit.ly/3wuXaXJ
Myrthes Bevilacqua: Memória Em Fragmentoshttps://bit.ly/3wWOCJBhttps://bit.ly/3jdZmiBhttps://abre.ai/cXoq
Na Trincheira da Verdade: Meio Século de Jornalismo na Amazôniahttps://bit.ly/3ivUXHvhttps://bit.ly/3cz5ptZhttps://bit.ly/3g75gjM
O Impeachment de Dilma Rousseff: Crônicas de uma Queda Anunciadahttps://bit.ly/3h8hBDnhttps://bit.ly/2U7IiAzhttps://bit.ly/2Tg8V5Z
Perspectivas de Desenvolvimento no Município De Uberlândiahttps://bit.ly/3vbOR1yhttps://bit.ly/3wcC5kNhttps://bit.ly/3glzezn
Política em movimento: Roberto Freire na imprensa - 2.ed.https://bit.ly/3jbF0qkhttps://bit.ly/2TdfTZuhttps://bit.ly/3hcmuvr
Presença negra no Brasil: século XVI ao início do século XXIhttps://bit.ly/3gqMuTdhttps://bit.ly/3grSZ9Lhttps://bit.ly/3vtqXic
Reformismo de esquerda e democracia políticahttps://bit.ly/3cwVvJchttps://bit.ly/3gq4Cwyhttps://bit.ly/3cxJiUS
Revista de Política e Cultura. Política Democrática nº 50https://bit.ly/2TeG0ishttps://bit.ly/3gaM5Wkhttps://bit.ly/3waQZYY
Revista de Política e Cultura. Política Democrática nº 51https://bit.ly/3wiUb4yhttps://bit.ly/3zeRq6thttps://bit.ly/3jmoHHb
Revista de Política e Cultura. Política Democrática nº 52https://bit.ly/35e7RC1https://bit.ly/2TB3NJKhttps://bit.ly/3wtzROa
Revista de Política e Cultura. Política Democrática nº 53https://bit.ly/3zrLcAihttps://bit.ly/3vbnvZJhttps://bit.ly/2Sitkam
Revista de Política e Cultura. Política Democrática nº 54https://bit.ly/35mb0Qzhttps://bit.ly/2Tt4SDfhttps://bit.ly/3gtVd8F
Revista de Política e Cultura. Política Democrática nº 55https://bit.ly/3A2L36rhttps://bit.ly/3gYSkwLhttps://bit.ly/3hcCddL
Revista de Política e Cultura. Política Democrática nº 56https://bit.ly/3qpC2jHhttps://bit.ly/3y0NN2vhttps://bit.ly/3qv4CQJ
Rubens Bueno. Pé Vermelho e Democrata Radicalhttps://bit.ly/2StlTNBhttps://bit.ly/3jfiTzmhttps://bit.ly/3A1e4zq
Um mundo de riscos e desafios: conquistar a sustentabilidade, reinventar a democracia ...https://bit.ly/3grZHfIhttps://bit.ly/35snmXbhttps://bit.ly/3y5yEwH
Um Tijolo Para uma Construção Grandiosa: Memórias de Dina Lida Kinoshitahttps://bit.ly/3vXy17chttps://bit.ly/3zWRIz3https://abre.ai/cXor


Ana Carla Abrão: Antes tarde

Além da autorregulação é preciso regras que inibam lá e cá atitudes como as de Trump

Numa decisão polêmica, mas acertada, o Twitter decidiu encerrar em caráter definitivo a conta do presidente americano Donald Trump. O motivo alegado foi o risco potencial de incitamento à violência dado o uso da plataforma pelo presidente para disseminar falsas notícias (fake news) e promover as mobilizações que levaram à invasão do Capitólio por manifestantes pró-Trump. Tardia, a decisão reflete uma reação que deverá aquecer as discussões já em curso sobre a necessidade de se regular as grandes empresas de tecnologia, em particular as plataformas de mídias sociais e seus algoritmos de curadoria.

Ao contrário do que querem fazer crer os defensores do presidente americano ou os críticos às ações do Twitter – e também do FacebookSnapchat e Instagram – lá e aqui, é a defesa da democracia o pano de fundo nessa discussão. Muito além das questões antitruste ou dos temores legítimos em relação ao tamanho (e ao poder de mercado) que as plataformas digitais adquiriram ao longo do tempo, é a capacidade de desinformar e de serem usadas como ferramenta de manipulação em massa a grande preocupação. 

Não surpreende, portanto, que os mais indignados e vocais contra as ações de banimento sejam os mesmos que se posicionam em favor dos nossos tristes anos de ditadura, marcados pela censura e pela tortura, negada por eles. Parece paradoxal, mas não é. Afinal, a capacidade de produzir fake news e de disseminá-las de forma rápida e em grande escala são o caminho para a manipulação e, consequentemente, para se colocar em xeque o regime democrático. A história – atual e pregressa – está cheia de exemplos analógicos de situações semelhantes.

Não são poucos os estudos e artigos acadêmicos que têm se debruçado sobre o tema. Um deles foi divulgado há cerca de um mês pelo Centro de Filantropia e Sociedade Civil da Universidade Stanford. Elaborado sob o um programa que estuda “Democracia e a Internet” o relatório, que tem como um dos autores o cientista político Francis Fukuyama, faz uma ampla discussão sobre a escala e o papel das plataformas digitais. Ao final, o trabalho sugere um caminho inovador – e de implementação mais rápida. Fugindo (sem eliminar sua necessidade) das receitas tradicionais de fomento à competição, emerge a proposta de abertura dessas plataformas para que empresas independentes de tecnologia possam acessá-las diretamente e fazer a curadoria de notícias, sob orientação do próprio usuário e em contraposição aos algoritmos internos de inteligência artificial que hoje fazem essa escolha de forma automática. Devolve-se assim ao cidadão o controle sobre aquilo que ele lê.

A urgência dessa agenda vem dos efeitos da escala e do poder de alcance dessas empresas, que vão muito além dos aspectos econômicos. Eles são também políticos. A curadoria de notícias, via amplificação ou supressão de mensagens – e a consequente possibilidade de alavancar e rapidamente disseminar a desinformação – pode ter efeitos diretos sobre as escolhas políticas, influenciando as decisões e o comportamento dos cidadãos. Daí o impacto deletério sobre a democracia, que deixa de ter como eixo a decisão livre e informada dos eleitores e passa a ser subjugada por processos pouco transparentes – senão falsos – e reações dirigidas. Mais, conforme definido por David Lazer e autores no artigo A ciência das fake news, a disseminação de notícias falsas por um presidente da república que toma emprestada a credibilidade – não a sua (quando a tem), mas a da instituição (a Presidência da República) – para distribuir como verdade aquilo que não é, valida a desinformação e garante sua amplificação.

Sim, a decisão de banir o presidente Trump e evitar que ele continue a manipular cidadãos por meio da desinformação é uma decisão correta do Twitter. Fazê-lo só agora corrobora que ele foi longe demais e esteve livre demais para usar as plataformas digitais (e seu posto de presidente dos Estados Unidos) para desinformar, incitar o ódio e avançar contra as instituições americanas. Mas isso também significa que precisamos, além da autorregulação que agora surge, de uma regulação que iniba de forma estrutural atitudes como essas – lá e cá. 

A maior das motivações não é a econômica e tampouco o combate a uma eventual afronta à liberdade de expressão, argumento falacioso de bolsonaristas órfãos de seu guru abjeto. A motivação principal para a regulação e a abertura dessas plataformas é a necessidade de se definir critérios que vão muito além das atuais boas intenções das empresas. Elas hoje podem estar se guiando pela premência de interromper um processo nefasto e inaceitável de ameaça à democracia. Mas há que se lembrar que boas intenções não são substitutos para uma boa regulação e menos ainda para as instituições que a defendem. 

Essa é uma constatação que pode ter vindo tarde nesse campo. Mas tarde é sempre melhor do que nunca. 

*Economista e sócia da consultoria Oliver Wyman.