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"Sustentabilidade não é sinônimo de meio ambiente", afirma André Lima no 3º Encontro de Jovens Lideranças

Membro fundador da Rede e ex-deputado federal Arnaldo Jordy (PPS) participaram de debate mediado por Bazileu Alves

Cleomar Almeida
Enviado especial a Padre Bernado (GO)

“Sustentabilidade não é sinônimo de meio ambiente. É bem mais que isso”, disse o membro fundador da Rede, André Lima, na noite desta terça-feira (26), durante o 3º Encontro de Jovens Lideranças, realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) com apoio do PPS (Partido Popular Socialista). “É buscar o equilíbrio entre economia e desenvolvimento social e humano com respeito à base natural que dá sustentação a esse mesmo desenvolvimento”, completou ele.

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O seminário começou no domingo (24) e segue até a próxima quinta-feira (28), no Hotel Fazenda Mestre D' Armas, no município de Padre Bernardo, no Leste de Goiás e a 115 quilômetros de Brasília. Nos dois primeiros dias do evento, os participantes debateram temas como democracia, votos facultativo e obrigatório, sistemas políticos, tecnologia, sustentabilidade, educação, economia e desenvolvimento humano. A cobertura jornalística do evento também é realizada pelas redes sociais da fundação.

Lima, que também é ex-secretário do Meio Ambiente do DF (Distrito Federal), afirmou que “na questão socioambiental, todos somos sócios no que diz respeito aos direitos do meio ambiente”. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”, disse ele, em mesa de discussão dividida com o ex-deputado federal Arnaldo Jordy (PPS) e mediada pelo representante da Rede e vice-presidente do Conselho Curador da FAP, Bazileu Alves Margarido Neto.

Em sua apresentação, o membro fundador da Rede lembrou que a Constituição de 1988 prevê, em seu artigo 225, que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Ministro
Na avaliação de Lima, a atuação do ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro, Ricardo Salles, “está longe de ser sustentável”. O membro fundador da Rede ressaltou, ainda, que a sustentabilidade tem sete dimensões: ambiental, social, econômica, cultural, política, ética e estética. Além disso, acrescentou que o trabalho de ONGs, como o Greenpeace, “é importante, muitas vezes”.

Assim como o membro fundador da Rede, o ex-deputado federal parabenizou a FAP pela realização do 3º Encontro de Jovens Lideranças e disse que o atual modelo de produção e consumo de bens e serviços esgotou-se. “Porque [a sociedade] entendeu que os bens são finitos”, asseverou. Portanto, de acordo com Jordy, “esse modelo precisa ser superado”.

“Estamos vivendo esse momento de mudança de paradigmas por uma imposição clara do modelo de produção e consumo finito”, pontuou o integrante do PPS, ressaltando a necessidade da conscientização dos jovens e da sociedade em geral a fim de diminuir o desmatamento na Amazônia. “É preciso que haja urgente redução do desmatamento”, afirmou ele.

A forma [de produção e consumo de bens e serviços] admitida até agora não se sustenta mais porque, pela primeira vez, está conseguindo produzir efeitos sistêmicos no planeta que podem colocar em risco a sobrevivência humana e de outras espécies”, avaliou o ex-deputado federal. Ele também citou a importância das bacias hidrográficas e de ações que visem à redução de gases de efeito estufa no mundo.

 

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Maurício Huertas: Cidadania, sustentabilidade e democracia

“Caminhante não há caminho, se faz caminho ao andar…”

(Antonio Machado, poeta espanhol)

Aprendemos no dia a dia, nas relações pessoais e profissionais, na família, na amizade, no casamento, em qualquer texto motivacional, na religião, na política, na vida: a crise pode gerar risco e oportunidade. Estamos neste exato momento de perigo, de dificuldades e conflitos, de mudanças bruscas e manifestações violentas. Precisamos enfrentar essa conjuntura problemática, superar esta crise e impedir consequências mais perversas, danosas e permanentes.

Nós, cidadãos e agentes políticos, devemos agir com responsabilidade. Liderar. Apontar caminhos. Nós, que buscamos o caminho do equilíbrio, das práticas democráticas e dos princípios republicanos, fomos derrotados pela polarização, pelo ódio, pela intolerância, pelo preconceito. Perdemos, com os nossos valores e ideais, para estratégias políticas predatórias, para a descrença de parcela significativa da população nas instituições e para o discurso populista de direita e de esquerda.

Está na hora de reagir, levantar, sacudir a poeira e reerguer pontes para o futuro. Precisamos compreender que esse movimento político que foi vitorioso, tanto quanto a alternativa que se mostrou mais viável quantitativamente no 2º turno das eleições de 2018, são igualmente danosos, retrógrados e ultrajantes para o modelo sustentável de desenvolvimento que desejamos ver implantado no País.

O que nos une, seja a insatisfação com esse sistema obsoleto, involutivo e opressor ou com a forma fisiológica, corrupta e patrimonialista de se fazer política, cria a oportunidade para darmos um passo firme e decisivo na construção de uma nova plataforma para o exercício da cidadania, na qual o cidadão comum possa expressar seu ativismo autoral a serviço da construção de novos paradigmas políticos.

Daí o chamamento que se faz à coletividade, às forças vivas da sociedade, às personalidades públicas e aos brasileiros anônimos descontentes com esse atual cenário polarizado entre as duas faces da mesma moeda da velha política, que hoje atuam não apenas em partidos mais tradicionais e ideológicos, como o PPS, o PV ou a novata Rede Sustentabilidade, mas são também protagonistas desses inovadores movimentos cívicos como Agora, Acredito e Livres, entre outros.

É uma oportunidade única e histórica essa possibilidade concreta e objetiva que temos posta, a partir dos congressos partidários recém-convocados pelo PPS e pela Rede, para a efetivação dessa nova formatação política, como um partido-movimento que se constitua em defesa de um país socialmente justo, politicamente democrático, economicamente inclusivo e ambientalmente sustentável.

Que busquemos incansavelmente o consenso para uma fundamentação programática e estatutária que expresse da melhor forma essa unidade entre os que se identificam com o campo das reformas progressistas, da justiça social, do desenvolvimento sustentável e da defesa da democracia. Mas não podemos deixar escapar das nossas mãos essa chance de construir algo realmente transformador, que absorva e reúna solidariamente as melhores qualidades e o aprendizado acumulado de cada um dos elos formadores dessa nova corrente.

Somos de luta e de paz, meus amigos, em tristes tempos de guerra. Estamos na mesma trincheira da resistência democrática. Não podemos permitir que roubem os nossos sonhos, que ameacem as nossas conquistas, que ofendam a nossa história, que subtraiam a nossa liberdade. É hora de olhar para a frente, juntar forças, seguir adiante, traçar um novo caminho com passos firmes, coragem e altivez. O primeiro passo, por si só, é um ato de Cidadania.

* Mauricio Huertas, jornalista, é secretário de Comunicação do PPS/SP, líder RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), editor do Blog do PPS e apresentador do #ProgramaDiferente


Política Democrática: ‘Bolsonaro foi deputado de inexpressiva atuação em quase 30 anos de mandato’, diz Marina Silva

Em artigo publicado na revista Política Democrática online de dezembro, a ex-senadora avalia como a falência do modelo político brasileiro provocou a eleição do candidato do PSL à Presidência da República

Por Cleomar Alemeida

A falência do modelo político brasileiro, com as principais forças políticas representadas pelo PT e PSDB, levou à eleição de Jair Bolsonaro à Presidência da República, na avaliação da ex-senadora Marina Silva (Rede). Em artigo publicado na revista Política Democrática online de dezembro, ela ressalta que, até se eleger para o maior posto do Executivo brasileiro, Bolsonaro foi um “deputado de inexpressiva atuação em quase 30 anos de mandato.

» Acesse aqui a revista Política Democrática online de dezembro

“Foi justamente a falência do modelo político brasileiro, a meu ver, que possibilitou a eleição de Jair Bolsonaro, deputado do chamado ‘baixo clero’ de inexpressiva atuação em quase 30 anos de mandatos”, destacou Marina Silva, que também é ambientalista. “Essa falência não se deu de um dia para outro. Desde a redemocratização, as principais forças políticas representadas pelo PT e pelo PSDB, dois partidos da social-democracia que foram incapazes de produzir um alinhamento político mínimo que fosse”, afirmou.

No artigo, Marina Silva acentua que PT e PSDB “travaram uma guerra sem tréguas, em que a conquista e a manutenção do poder se sobrepunham aos interesses mais legítimos da sociedade brasileira, e se aliaram com a direita para governarem”. “O Brasil necessitava que se sentassem à mesa para construírem uma plataforma de governo conjunta, ou uma agenda básica de reformas, ou, no mínimo, um acordo para manter regras num jogo saudável da oposição democrática e civilizada. Ao contrário, protagonizaram ao longo de duas décadas uma polarização política destrutiva que acabou favorecendo a emergência de projetos autoritários que ameaçam a democracia”, disse.

Na avaliação da ex-senadora, o PT, que ela chama de “polo vencedor da disputa”, acabou assumindo e representando todo o sistema político. “Fica a ponto de gerar nova polarização: no lugar de PT x PSDB, revelou-se luta de morte PT x Anti-PT. O principal ponto de inflexão na formação de um crescente sentimento antipetista foi a revelação de que o partido, que nasceu para defender os mais pobres e a ética na gestão pública, após 14 anos no poder, era o protagonista dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil, como o Mensalão e o Petrolão, além de diversos outros”, ponderou.

Em outro trecho, Marina Silva observou que “as forças conservadoras que deram sustentação à candidatura de Bolsonaro são numerosas e enraizadas na história e na sociedade brasileira”. “Destacam-se aqui parcelas expressivas dos militares, agronegócio, elite financeira e empresarial e segmentos religiosos. Vale atentar para que diz o professor Eduardo Viola, da UnB, sobre a base religiosa que aderiu fortemente à candidatura de Bolsonaro: para além das questões ligadas a valores e costumes morais, este segmento tem maior aderência a uma visão econômica mais liberal, na qual a lógica do esforço pessoal e do mérito individual é mais bem-aceita que a ênfase na dependência da ação do Estado e da caridade alheia”.

No artigo, a ex-senadora avaliou o uso de rede social pelo presidente eleito. “Ficou internacionalmente conhecido o uso massivo de redes sociais, especialmente do WhatsApp, onde a campanha de Bolsonaro propagava em escala industrial as chamadas fake news contra os demais candidatos. Por sua relevância, essa estratégia, capaz de dar grande vantagem eleitoral, exige uma análise à parte, que, aliás, vem sendo feita em nível internacional, pois está na base da eleição de Trump, no Brexit e outros episódios de relevância mundial”.

 

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O Estado de S. Paulo: Fusão com PPS só depende da decisão da Rede, diz Roberto Freire

Em entrevista à rádio Eldorado (ouça aqui) nesta terça-feira (13), o presidente do PPS, Roberto Freire, falou sobre os avanços nas negociações para a fusão ou incorporação do partido com a Rede Sustentabilidade, de Marina Silva. De acordo com ele, a Rede discutirá e tomará uma decisão final em janeiro. Ele foi entrevistado pelos jornalistas Haisem Abaki e Carolina Ercolin.

Matheus Lara, de O Estado de S.Paulo

O presidente do PPS, Roberto Freire, falou nesta terça-feira, 13, sobre os avanços nas negociações para a fusão de seu partido com a Rede Sustentabilidade, de Marina Silva. De acordo com o deputado federal, a Rede discutirá e tomará uma decisão final em Congresso Nacional em janeiro.

"Há uma tendência para este processo de incorporação do partido (Rede) nesta nova formação. O que impede ainda é que a decisão que a Rede vai tomar acontecerá no Congresso Nacional, em janeiro", disse o deputado em entrevista à Rádio Eldorado. "(As conversas) caminham bem. A Rede se reuniu neste fim de semana e foi positiva a discussão de que talvez seja necessária a incorporação, a fusão. Este movimento tem sido pensado já há algum tempo. Vamos ver se em janeiro conseguimos construir esta nova formação."

A ideia é que as siglas se unam ainda que informalmente, como mostrou o Estado no mês passado, já que a minirreforma eleitoral de 2015 passou a impedir a fusão ou incorporação de partidos com menos de cinco anos - caso da Rede, criada em 2015. O partido de Marina elegeu apenas uma deputada federal neste ano e por isso não terá acesso ao Fundo Partidário.

"Estamos tratando como uma fusão. É a opção qe eles discutem e pela qual temos muita satisfação", afirmou Roberto Freire. "Antes da eleição, já houve certa integração (do PPS) com movimentos de renovação da política que foram bem sucedidos (Marcelo Calero, do movimento RenovaBR, foi eleito deputado federal pelo PPS-RJ). É a demonstração que vivemos um novo momento. Por isso, estamos trabalhando e nos integrando a eles."

Freire disse que PPS e Rede precisarão "afinar" discursos, mas não vê diferenças programáticas que impeçam a união. "Não é que a Rede seja contra reformas. Algumas lideranças se posicionaram contra, outras a favor. Temos que discutir para afinar discursos. Mas não vamos nem devemos ser um partido que tenha pensamento único."

O deputado disse que ainda não há uma definição acerca da posição do PPS (mesmo antes da possível fusão) sobre o governo Jair Bolsonaro, mas fala numa possível "oposição democrática". "O que vai vencer é a democracia. A oposição sistemática, como fez o PT, não sei se é uma boa opção para o Brasil. O Brasil deu a resposta dizendo que não. A sociedade percebeu. No PPS, discutimos a possibilidade de uma posição independente ou de oposição democrática. Não sistemática. Mas ainda não está decidido."

Mudança de nome. Freire disse que a nova configuração do PPS pode abandonar a palavra "partido" do nome. "Houve uma enquete com militantes e participantes dos movimentos que deu como primeira opção a palavra 'movimento'. Movimento 23. Mas se a Rede vier, vamos reabrir a discussão. O nome tem que representar algo não tão assemelhado às estruturas partidárias que temos e que receberam uma rejeição grande nesta eleição."