painel
Relendo Tarsila: Documentário celebra centenário da Semana de Arte Moderna
Comunicação FAP
Trabalhadores de Brasília tiveram seus rostos estampados em releitura da obra Operários, da pintora Tarsila do Amaral, exposta em novo painel na avenida W3 Sul, em Brasília, para homenagear o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Artistas envolvidos no projeto lançaram neste mês um minidocumentário que registra as etapas da iniciativa, promovida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP).
O documentário está disponível no canal da FAP no Youtube e no perfil do artista plástico Paulo Sergio, conhecido como Corujito, no Instagram. Ele, em parceria com o grafiteiro Neros, criou o mural, que estampa a parede do prédio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na Asa Sul.
Veja, abaixo, minidocumentário:
O jornalista Luiz Carlos Azedo diz ser muito importante a iniciativa de manter viva a memória da Semana da Arte Moderna. Para ele, recriar uma das obras famosas de Tarsila do Amaral e registrar a homenagem em forma de documentário serve para reafirmar a cultura brasileira e a importância da arte.
Cem anos depois, pintura modernista volta às ruas de São Paulo, Brasília e Rio
Artistas plásticos fazem releitura da obra "Operários" na avenida W3 Sul
Intitulado como Relendo Tarsila, a obra expõe 50 rostos em tons marrons e cinzas. Dentre eles, 25 faces que estão em nuances de marrom representam os trabalhadores brasilienses fotografados na Rodoviária do Plano Piloto. Os outros 25 rostos, pintados na cor cinza, homenageiam importantes artistas modernistas. A arte foi concluída em dezembro de 2021.
O painel, que possui 10 metros de altura e 12 de largura, levou mais de seis meses para ser projetado e cinco dias para ser executado. Corujito relata que a chuva e o tamanho do espaço reservado para a obra foram dificuldades que enfrentou durante a produção. “Teve vários moradores que vieram, ajudaram, trocaram ideias. Acabou que a gente retratou esses moradores aqui no painel”, diz.
Os artistas se mobilizaram na Rodoviária do Plano Piloto, região central de Brasília, para sensibilizar as pessoas sobre a importância do projeto. Elas aceitaram ter suas faces fotografadas para serem usadas no mural, e as fotos foram tiradas em uma banca instalada no local há mais de 50 anos.
Produtora executiva do documentário, Thamires Flora destaca a satisfação dos selecionados em participar da homenagem e serem eternizados em uma obra de arte. “As pessoas querem ser reconhecidas e, também, ser vistas”, afirma.
O artista José Wilker diz que o processo de aproximação com as pessoas na rodoviária foi “intimidador”. “A gente chegou na timidez. Quando conversei com a primeira pessoa, começou a vir um monte de gente, [dizendo] ‘eu quero’. Às vezes, nem sabia o que era e queria”, acentua. “Foi uma experiencia muito incrível”, acrescenta.
A Semana de Arte Moderna completou 100 anos em 2022. Realizada em São Paulo, no Theatro Municipal, em fevereiro de 1922, a exposição contou com os mais diferentes tipos de expressões artísticas. Com intuito de trazer novas tendências de arte para o Brasil, a Semana de 22 é considerada um marco no modernismo brasileiro.
O público pode conferir outros dois painéis em homenagem à Semana de Arte Moderna, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro.
Mais vídeos
Assista, abaixo, a vídeos de eventos sobre centenário da Semana de Arte Moderna
Valdemar adia filiação de Bolsonaro ao PL após 'intensa' troca de mensagens
Presidente do partido informou a correligionários que não há data marcada para que o presidente migre na sigla
Painel / Folha de S. Paulo
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, infomou aos correligionários, por meio de nota, que a filiação de Jair Bolsonaro ao partido, que estava marcada para 22 de novembro, será adiada.
"Após intensa troca de mensagens na madrugada deste domingo, 14, com o presidente Jair Bolsonaro, decidimos, de comum acordo, pelo adiamento da anunciada cerimônia de filiação", infomou Valdemar.
O dirigente ainda disse que não há data prevista para que ocorra o ingresso do mandatário na legenda.
A nota foi publicada no grupo de deputados federais do PL.
A decisão ocorre após Valdemar liberar estados, como Pernambuco, a terem autonomia e atuarem como acharem melhor nas eleições de 2022, sem o compromisso de apoiarem Bolsonaro.
Neste domingo, Bolsonaro já havia dito que considera difícil sua filiação ao PL ocorrer no próximo dia 22, como estava previsto.
Segundo Bolsonaro, divergências em composições estaduais na eleição do ano que vem colocam em dúvida a migração para o partido.
"O casamento tem que ser perfeito. Se não for 100%, que seja 99%. Se até lá nós afinarmos pode ser, mas eu acho difícil essa data, 22. Tenho conversado com ele [Valdemar], estamos de comum acordo que podemos atrasar um pouco esse casamento, para que ele não comece sendo muito igual aos outros", afirmou Bolsonaro, que deu as declarações durante visita à Dubai Air Show, feira aérea no emirado do Golfo Pérsico.
Um dos grandes entraves à filiação, de acordo com Bolsonaro, é a situação de São Paulo, onde o PL tem a intenção de apoiar a candidatura de Rodrigo Garcia (PSDB) ao governo.
Os bolsonaristas descartam essa hipótese, já que Garcia terá o apoio do atual governador, João Doria (PSDB), um dos principais adversários do presidente.
Fonte: Painel / Folha de S. Paulo
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2021/11/valdemar-diz-que-filiacao-ao-pl-sera-adiada-apos-troca-de-mensagens-na-madrugada-com-presidente.shtml
Painel debate transformações no sistema financeiro e os impactos sobre o emprego
Fernando Amorim fala das consequências das novas tecnologias e das fintechs no trabalho da categoria bancária e os desafios da organização sindicalBancos e financeiras digitais: aplicativos levam serviços bancários à palma da mão dos clientes. Por trás das facilidades há riscos para o emprego da categoria bancária e para a própria solidez do sistema financeiro
Carlos Vasconcellos, Imprensa SeebRio
O economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Fernando Amorim, apresentou um painel sobre as transformações no trabalho bancário em função das novas tecnologias e das empresas digitais do setor financeiro em aplicativos. O especialista começou falando das transformações institucionais e tecnológicas que começaram a ocorrer nos bancos e mercados de capitais nos anos 80 e das privatizações das instituições estaduais nos anos de 1990 e 2000, que extinguiram empregos e reduziram o tamanho da categoria.
As mudanças no capitalismo
Amorim lembrou que o desmonte do estado e o papel do sistema financeiro na economia passaram a ter papel central no capitalismo, citando as mudanças que acoplaram cada vez mais os países e mercados a um sistema financeiro internacional e o Consenso de Whashigton, resultando em transformações institucionais nos países. O Consenso foi uma conjunto de medidas formuladas em novembro de 1989 por economistas de instituições financeiras, como o FMI (Fundo Monetário Internacional), o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, que apregoava o receituário neoliberal como solução para as economias capitalistas num mundo “globalizado”.
“Ocorreu uma agenda internacional que disseminava que ‘o mercado tem uma informação perfeita’ e o Brasil manteve um sistema financeiro sólido e criou um modelo enxuto, com fusões e aquisições e privatizações de bancos estaduais. Mesmo com o risco sistêmico como ocorreu nos EUA, o sistema brasileira mostrou-se mais forte por que o Banco Central mantém uma certa rigidez do sistema. A partir dos anos 2000, com a maior formalização do mercado de trabalho, aumentou oferta de crédito para impulsionar o desenvolvimento econômico, mas este modelo resultou numa crise, gerando maior endividamento da população e muitas vezes os países não sabem como reverter estes impasses”, explicou, acrescentando que o Brasil criou um oligopólio em que cinco bancos (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) concentram 85% das operações financeiras.
A quinta onda e os empregos
O economista falou da chamada quinta onda, com a inovação bancária e novas tecnologias, fintechs, Big Techs, Open Banking, moedas digitais (criptomoedas) e PIX,
“Novos meios de pagamento e operações financeiras estão acontecendo numa velocidade muito rápida no mundo e são muito pouco reguladas pelo Banco Central. O sistema corre mais riscos, embora a intenção do BC seja a de incluir estes novos agentes financeiros na perspectiva de que novas ofertas favoreceriam os consumidores”, destacou, lembrando que o Brasil não conseguiu superar o cartel bancário que aplica juros exorbitantes e lucros gigantescos.
As novas tecnologias impactam profundamente no trabalho bancário, reduzem unidades físicas e extinguem empregos. Mas as reformas estruturais, como a trabalhista, também precarizaram ainda mais o trabalho no país, reduziram a média dos salários do trabalhador, criando um exército maior de pessoas vulneráveis e do mercado informal, na avaliação de Amorim.
“Num país desigual, pessoas passaram a baixar aplicativos e contratar serviços e empréstimos”, disse o economista, lembrando que estas facilidades deverão endividar ainda mais as famílias brasileiras, além dos riscos de uma crise que poderá gerar um sistema financeiro sem controle. Citou que um indivíduo no Quênia, país pobre da África, pegou 28 empréstimos, adquiria um empréstimo para pagar outro.
“Com as novas tecnologias, um indivíduo pobre no Acre vai poder pegar um empréstimo com uma fintech sem análise de crédito e provavelmente vai acabar se endividando ainda mais”, destacou, mostrando os riscos dos efeitos que as facilidades de financeiras digitais poderão trazer ainda mais sobre a economia do país e a imprevisibilidade destes impactos sobre a solidez do sistema financeiro nacional.
As fintechs avançam velozmente no Brasil: em 2000 eram pouco mais de 100 empresas destas no país. Hoje são mais de 800. Em 2021 já são 1.158. “O BC não tem noção do que acontece e isto coloca em risco a segurança do sistema", disse.
Entre os impactos destas novas tecnologias que levaram ao surgimentos de bancos e financeiras digitais que se ampliam no mercado, além do fechamento de agências físicas e demissões de bancários, cresceram demanda por novas funções e profissões.
“A Tecnologia da Informação (TI) é o setor que mais cresceu nas contratações dentro dos bancos e estes profissionais já respondem por 4% da categoria no país e em São Paulo, matriz do centro financeiro, chega a 10% e ainda há o impacto das cooperativas e correspondentes bancários. Estas mudanças fizeram com que apenas 49% dos trabalhadores do setor financeiro sejam cobertos pela convenção de trabalho, isso com dados de 2019. Em 2006, esta cobertura alcançava 81% dos empregados do sistema financeiro”, disse.
Outro número que assusta mostrado por Amorim é que, em 2012 eram 70 mil bancários saindo do emprego formal para trabalhar por conta própria e este número chega agora a 130 mil. De 2020 a 2021 13 mil trabalhadores do setor migraram do emprego bancário formal para tornarem-se autônomos, um aumento de 129% no período.
Os dados revelam que muitos brasileiros têm sido seduzidos pela promessa fácil do discurso neoliberal para o trabalhador deixar o seu emprego de carteira assinada e tornar-se um “microempreendedor” autônomo, sob a promessa de ganhar muito dinheiro, mas a realidade na maioria esmagadora das vezes é bem diferente e está mais para resultar em um trabalho precarizado, a chamada “uberização” das atividades profissionais.
É comum ainda propagandas de enriquecimento fácil nas redes sociais através de fórmulas mágicas de investimento no mercado financeiro, mas normalmente quem acaba ganhando muito dinheiro são os “gurus” dessas aulas e dicas virtuais. E são estes riscos que levaram o movimento sindical a debater o tema nos encontros estaduais dos bancários para alertar a categoria da ‘furada’ que pode ser abandonar o emprego de carteira assinada para ser um “autônomo” do mercado financeiro.
O economista do Dieese terminou sua participação mostrando também que consultorias do setor financeiro agregaram 57 mil trabalhadores em diversas modalidades e as fintechs empregam cera de 57 mil. Os números não são transparentes pois são das próprias empresas.
"Os sindicatos têm o grande desafio de buscar meios de representar e dialogar com estes trabalhadores e de encontrar formas de incluir estas pessoas na categoria, pois eles não possuem qualquer representação sindical”, concluiu Amorim.
Fonte:
Bancários Rio
https://www.bancariosrio.org.br/index.php/noticias/item/6628-painel-debate-transformacoes-no-sistema-financeiro-e-os-impactos-sobre-o-emprego
Folha de S. Paulo: Flávio Rocha, da Riachuelo, desiste de ser candidato à Presidência da República
O empresário Flávio Rocha (PRB), dono da Riachuelo, desistiu de ser candidato à Presidência. O anúncio de sua saída da corrida eleitoral deve ser formalizado nesta sexta (13), informa Thais Arbex.
O movimento abre espaço para que o seu partido, o PRB, declare apoio a outro candidato na corrida ao Planalto.
A sigla faz parte do grupo que discute se sela uma aliança com Ciro Gomes (PDT) ou com Geraldo Alckmin (PSDB), mas o PRB pende para um apoio ao presidenciável tucano.
Aliados de Rocha dizem que a retirada será justificada como um gesto a favor do país e contra “o flerte com os extremos”. O PRB deve fazer um apelo pela união das forças de centro em torno de um único projeto.
Ao abandonar a candidatura, Flávio Rocha dirá que abre espaço para o diálogo sobre a construção de uma proposta “mais equilibrada para o Brasil”.
A expectativa é a de que a desistência de Rocha seja formalizada em nota. O empresário também vai divulgar um vídeo nas redes sociais para explicar sua decisão.
Neste sábado (14), os presidentes dos quatro partidos do centrão –PRB, DEM, PP e Solidariedade– se reúnem em São Paulo para definir o caminho do bloco.