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Nelson de Sá: Bolsonaro avança na mídia de direita dos EUA como 'o mito, o mito'
Para o francês Le Monde, 'num Brasil desorientado, militar está pronto para vestir figurino de chefe'
O agregador Drudge Report, referência da direita americana, passou a acompanhar regularmente a eleição, com a resistência de Jair Bolsonaro a pouco mais de um mês da eleição.
Um enunciado desta quinta (30) destacou sua declaração na entrevista ao Jornal Nacional, parafraseada pela AP: “Deixem a polícia matar criminosos”. O texto linkado anotou a reação de Ciro Gomes, descrevendo-o como “projetinho de Hitlerzinho tropical”.
Outra chamada, mostrando que é saudado como “o mito, o mito!”, linkou para longo perfil da AFP, “Antes considerado muito extremista, o ponta-direita brasileiro avança para a presidência”.
Também à esquerda ele segue ganhando atenção. O francês Le Monde noticiou que, “Num Brasil desorientado, militar está pronto para vestir o figurino de chefe. Autoritário, se necessário”.
Anota que até pouco tempo atrás era “um insignificante político de Brasília, mais conhecido pelas agressões verbais”.
HERDEIRO DE LULA
Aos poucos, Fernando Haddad vai ocupando o lugar de Lula na cobertura externa. Em texto de Raymond Colitt reproduzido por sites até da Argentina, o destaque da Bloomberg na quinta informava, já no título, que “Herdeiro de Lula é competitivo, mas não é certeza na eleição brasileira”.
AMIGO DO MERCADO
O Financial Times falou com Geraldo Alckmin, “o candidato amigo do mercado nas eleições do Brasil”, mas manteve sua reticência, com enunciado sublinhando que seu “início lento provoca tensão”. No subtítulo, “Empresas estão nervosas antes do primeiro turno com centrista ficando para trás”.
Entre as declarações de Alckmin, “Eu acho que vou para o segundo turno”. Ou ainda: Com o início do horário eleitoral, “eu vou conseguir”.
COLAPSO DO CENTRO
Em artigo no Wall Street Journal, o acadêmico Walter Russell Mead tratou “o colapso do centro político” no Brasil como sinal de que “sistemas políticos por consenso” já não estão funcionando muito bem nas democracias ocidentais.
ELEIÇÃO ILEGÍTIMA?
No site da London School of Economics, o acadêmico Mark Langevin descreve longamente os elementos que podem tornar a eleição “ilegítima”, como a abstenção crescente mostrada em 2016 e os “níveis altíssimos” de rejeição dos candidatos, em meio à polarização que se aprofunda. Também a “governança fracassada” do país, cuja “expressão sangrenta é a recente explosão de homicídios e violência”.
RUÍNA
O britânico Guardian publicou carta de políticos e intelectuais, entre eles Tariq Ali, afirmando que as “políticas linha-dura de Michel Temer estão arruinando o Brasil” e questionando a “contínua perseguição a Lula”.
FIM DE GOVERNO
E a crise argentina “aperta as moedas emergentes mais fracas”, destacou o WSJ, citando o real, que “chegou perto do menor valor em dois anos”.
Ao fundo, a Reuters ouviu do governo brasileiro que “obstáculos podem atrapalhar as esperanças” de um acordo comercial com a União Europeia, uma de suas últimas apostas.