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BC prevê inflação dentro da meta neste ano e alta menor do PIB em 2017
O Banco Central estimou um comportamento melhor da inflação em 2016 e 2017, retornando para o limite do sistema de metas, e também que a economia brasileira terá um “encolhimento” maior neste ano e uma recuperação mais contida no próximo. As informações constam no relatório de inflação do quarto trimestre, divulgado nesta quinta-feira (22).
Para o PIB (Produto Interno Bruto), o BC estimou um “tombo” de 3,4% neste ano, com piora em relação à previsão anterior, feita em setembro, que era de um recuo de 3,3%.
Se confirmado esse cenário, será a segunda retração seguida da economia brasileira, que já despencou 3,8% no ano passado – a maior queda em 25 anos. Dois anos seguidos de recuo do PIB não acontecem desde o início da série histórica do IBGE, em 1948.
Para 2017, também houve uma revisão da estimativa. Em setembro, a autoridade monetária esperava que o PIB crescesse 1,3% no próximo ano. Agora, prevê um crescimento mais moderado, de 0,8%, ainda acima da estimativa de alta de 0,58% do mercado financeiro.
De acordo com o BC, essa redução, na projeção de crescimento para o próximo ano, é consistente com a “probabilidade maior de que a retomada da atividade econômica seja mais demorada e gradual que a antecipada previamente”. (Com informações do G1)
Fonte: www.pps.org.br
Queda da inflação não é reversão de tendência, mas sinal de enfraquecimento da demanda, diz economista
O IBGE divulgou nesta terça-feira o IPCA-15 referente ao mês de junho, a prévia da inflação oficial. O índice registrou alta de 8,98%, na comparação anual.
Os preços recuaram em relação a prévia de maio de 2016, quando registraram 9,62%. Contudo, continuam em patamar elevado, muito acima do teto da meta, de 6,5% ao ano, estipulada pelo governo.
A inflação, na comparação anual, é a maior para o mês de junho desde 2003.
A queda da inflação na prévia de junho não pode ser encarada como reversão de tendência, mas sim um sinal de demanda enfraquecida.
Vale destacar que a pesquisa Focus, realizada com economistas do mercado financeiro e divulgada toda segunda-feira pelo Banco Central aponta inflação de 5,94% ao final desse ano.
Fazendo um “backtesting” dessa pesquisa, é comprovado que os indicadores que o mercado “precifica” na tal pesquisa estão completamente fora de escopo e diferem substancialmente dos reports desses mesmos economistas dos grandes bancos para seus clientes corporativos, para os ultra-milionários e acima de tudo, divergem muito de suas verdadeiras posições (apostas) no mercado financeiro.
A inflação dificilmente fecha o ano no teto da meta – como sugere o “mercado” -, porque já acumula, até maio, 4,05%. Ou seja, seria preciso que se mantenha em patamar de 0,35% ao mês, para recuar dos atuais níveis e fechar em 6,5% ao final do ano.
A demanda menor pode levar a inflação para baixo, contudo é o cenário externo mais favorável – com maior oferta de dinheiro ao redor do mundo, devido à políticas monetárias expansionistas (taxas de juros negativas em vários países desenvolvidos) – que contribui para que a inflação ao redor do mundo situe-se a níveis historicamente muito baixos.
Contudo, comemorar a queda marginal do IPCA-15 ainda é prematuro.
Vivemos uma crise sem precedentes na história e a moeda ainda segue vulnerável.
Na minha opinião, a resistência do dólar acima de R$ 3,00 não deve aliviar as pressões inflacionárias porque somos um País voltado ao consumo interno, com indústria fraca (apenas 22,7% do PIB), onde a maioria dos produtos são importados ou produzidos aqui por multinacionais que reportam seus lucros em moeda forte: dólar, euro, yen, etc.
Fabio Berghella é economista e consultor financeiro
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