livros

Arte: Washington Reis/FAP

Clube de leitura lança nova programação em biblioteca no centro de Brasília

Luciara Ferreira*, com edição do coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida

O Clube de Leitura Eneida de Moraes, localizado na Biblioteca Salomão Malina, no Conic, região central de Brasília retomará suas atividades a partir deste mês de fevereiro com debates de livros que viraram filmes. A programação especial seguirá até julho, de forma virtual, pelo YouTube e Facebook da instituição. Para mais informações entre em contato (61) 98401-5561. O projeto é gratuito.

Os participantes do grupo de leitura tiveram a oportunidade de sugerir títulos e votaram a favor da obra que será discutida a cada mês. O critério de escolha que determinou a definição das obras foi livros que se destacaram no mercado editorial e viraram filmes. 

Livros

Veja, abaixo, a lista de títulos e as respectivas datas para os encontros.  

Como água para chocolate, de Laura Esquivel (28/2);

A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha (28/3);

A hora da estrela, de Clarice Lispector (25/4); 

O caçador de pipas, de Khaled Hossini (30/5); 

A casa dos espíritos, de Isabel Allend (27/6);

O perfume, de Patrick Süskind (25/7).

Confira, a seguir, fotos da capa dos livros:

Como água para chocolate, de Laura Esquivel
A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha
A hora da estrela, de Clarice Lispector
O caçador de pipas, de Khaled Hossini
A casa dos espíritos, de Isabel Allend
O perfume, de Patrick Süskind
Como água para chocolate, de Laura Esquivel
A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha
A hora da estrela, de Clarice Lispector
O caçador de pipas, de Khaled Hossini
A casa dos espíritos, de Isabel Allend
O perfume, de Patrick Süskind
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Como água para chocolate, de Laura Esquivel
A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha
A hora da estrela, de Clarice Lispector
O caçador de pipas, de Khaled Hossini
A casa dos espíritos, de Isabel Allend
O perfume, de Patrick Süskind
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Cinema e literatura

Professor de história do cinema brasileiro, Ulisses de Freitas Xavier foi convidado para comentar a importância da relação entre cinema e literatura. “Desde o surgimento do cinema, a literatura serviu de inspiração e de base para roteiros, seja na metodologia da criação seja na adaptação direta. Grandes obras-primas do cinema são inspiradas ou baseadas em obras literárias, inclusive da poesia, a exemplo dos Inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade, que se utiliza dos Autos da Devassa, de Cecília Meireles’’, afirma.

Ao finalizar a leitura de uma obra, muitos leitores podem concordar e até mesmo discordarem com o desfecho. “Me deparo com experiências bem diferentes. Ou fico intrigado ou decepcionado. Os melhores são aqueles nos quais a gente se envolve e se sente representado e que nunca saem da cabeça’’, diz o cineasta.

Conheça acervo da Biblioteca Salomão Malina

Na avaliação de Xavier, a iniciativa do Clube de Leitura é exemplar. Ele ressalta que os livros têm linguagens distintas, embora estejam cruzadas, cada uma com seus dispositivos e suas possibilidades. “Discutir, comparar, equiparar, criticar um e outro é sempre instigante”, assevera. 

Com objetivo de promover o incentivo à leitura por meio das obras escolhidas pelos próprios participantes, o clube divulga e disponibiliza o acervo de literatura da biblioteca. O projeto, criado em junho de 2019 pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), conquista cada vez mais leitores interessados em participar de um grupo de leitura, por meio da divulgação das reuniões e bate-papos com autores convidados.

Sobre a Biblioteca Salomão Malina

A Biblioteca Salomão Malina, espaço que integra a FAP, é um importante equipamento de incentivo à produção do conhecimento em Brasília e regiões do entorno.

Ao longo dos seus 14 anos de existência, tornou-se ponto de cultura consolidado. Seu acervo, com mais de 5.708 mil títulos para empréstimo, é especializado em Ciências Sociais e Humanas, contando também com livros de literatura.

*Integrante do programa de estágio da FAP sob supervisão da Coordenação de Publicações.


Imagem: divulgação

Os manuscritos sobre a Guerra dos Palmares na Biblioteca Pública de Évora e Torre do Tombo  

Sionei Ricardo Leão, autor e jornalista*

Dois manuscritos produzidos para narrar o que aconteceu no século 17 referente aos mocambos que compuseram o Quilombo dos Palmares permanecem entre as mais significativas referências para se ter informações, de um determinado ponto de vista, sobre o que foi o quotidiano daquelas povoações que desafiaram o poder colonial e, por esse motivo, foram perseguidas e destruídas a mando da então metrópole, Portugal.  

Ambos são pérolas no que se refere a cotejar em que medida os palmarinos se destacaram na organização social, política, religiosa, militar e agrícola. Os textos servem ainda de testemunho do temor, admiração e incômodo que a vida nos mocambos e a capital, Macaco, provocavam nos governantes que estavam em Portugal e na então colônia, o Brasil. Daí, para serem perseguidos, atacados e destruídos – o que se deu cabalmente em fevereiro de 1694 –, terem se tornado uma prioridade ao sistema político vigente, que se sentiu ameaçado pelos libertos. 

As versões consideradas originais têm uma só fonte. Elas são oriundas de um texto, uma crônica, escrita no segundo semestre de 1678 – cujo nome do autor é desconhecido. Apesar de anônimo, tudo se inclina, e quanto a isso há pouca controvérsia, que o manuscrito foi redigido em Pernambuco por algum escriba a serviço de dom Pedro de Almeida, governador da província. 

O propósito do manuscrito é narrar e bajular sobre o feito da província em obter um acordo de paz junto aos palmarinos, após várias investidas militares lideradas por Fernão Carrilho, sob o jugo do governador de Pernambuco, dom Pedro de Almeida. Um dos vários trechos impactantes do texto diz respeito a impressão que os pernambucanos tiveram do governante de Palmares, Ganga Zumba. 

Veja, a seguir, galeria:

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 “Toda forma de guerra se acha neles, com todos os cabos maiores e inferiores, assim para o sucesso das pelejas, como para a assistência do rei. Reconhecem-se todos obedientes a um, que se chama o Ganga Zumba, que quer dizer senhor grande. A este tem, e veneram por seu rei e senhor, assim os naturais dos palmares como os vindos de fora. Tem palácio capaz da sua família que é grande e assistido de todas as guardas e oficiais que costumam ter as casas reais. Tratam a ele com todos os respeitos de rei, e com todas as cerimônias de senhor. Os que chegam a sua presença põem o joelho no chão e batem as palmas das mãos, sinal do seu reconhecimento e protestação da sua excelência. Falam lhe por majestade. Obedecem-lhe por admiração. Habita na cidade real, que chamam Macaco”.  

Apesar de elaborado no século 17, o manuscrito passou a ser conhecido publicamente muito tempo depois, praticamente depois de dois séculos. Em 1859, a Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro publicou “Relação das guerras aos Palmares de Pernambuco no tempo do governador dom Pedro de Almeida de 1675 a 1678”. O nome utilizado foi obra do conselheiro Antônio de Menezes de Vasconcellos de Drummond, que atuou como uma espécie de editor do documento. Na verdade, estudiosos avaliam que a transcrição não foi de toda fiel aos originais depositados em Évora e na Torre do Tombo.

O conselheiro Drummond, à época sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fez parte da elite intelectual e política do Segundo Reinado. Foi um dos fundadores e redatores do jornal O Tamoyo. Maçom de grande reputação, redigiu vários textos sobre o tema da história. Também contribuiu no jornal La France Chrétienne, além de figurar entre os membros fixos do Journal de Voyages.

Diplomata do Império, serviu como cônsul geral na Prússia. Teve responsabilidade de negócios do Brasil na Sardenha, em Roma e na Toscana. Notabilizou-se como o ministro residente e ministro plenipotenciário em Portugal. Drummond era, portanto, um literato e, também, uma pessoa com grande conhecimento internacional.  

Seja por todas essas credenciais do conselheiro Drummond, seja pelo valor do documento, o manuscrito passou a se tornar uma referência para os estudos sobre Palmares no século 19. O arquivo contou com novo impacto 17 anos mais tarde por intermédio de outra personalidade do mesmo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Desta vez, no ano de 1876, coube a Pedro Paulino da Fonseca uma nova atenção ao manuscrito. Ele publicou uma versão sob o título “Memória dos feitos que se deram durante os primeiros anos de guerra com os negros quilombolas dos Palmares, seu destroço e paz aceita em junho de 1678”.

A historiadora Silvia Hunold Lara, em texto apresentado em 2008, descreve que a iniciativa de Fonseca é uma recriação do texto escrito em 1678. Portanto, deve ser lido como outra obra, em lugar de uma rigorosa reprodução. 

A comparação entre o manuscrito de Évora e o texto de Fonseca confirma que ele não só acrescentou dados e alterou frases, como completou o texto, já que o manuscrito de Évora não possui título e está incompleto. Apesar de acompanhar de perto o documento, Fonseca é aqui, inequivocamente, o autor do texto. Não obstante, é fácil encontrar na bibliografia sobre Palmares quem use o texto publicado em 1859 pelo conselheiro Drummond e o de Paulino da Fonseca como se fossem fontes equivalentes ou de mesma natureza.

Importa ressaltar que, a partir dessas duas fontes, muitas análises e citações foram feitas ao manuscrito por estudiosos que não se reportaram aos originais sob a guarda de Évora ou da Torre do Tombo. Drummond e Fonseca, cada qual a sua maneira, não foram precisos ou se ativeram a um rigor acadêmico quanto à fidelidade aos originais dos documentos. 

No mesmo artigo de 2008, Silvia Hunold Lara informa que até aquele ano tinha conhecimento de sete versões diferentes da crônica:

  • O manuscrito de Évora, cuja letra é do século XVII;  
  • A cópia existente na Torre do Tombo, que também não pôde ser até agora localizada; 
  • Duas versões delas publicadas por Décio Freitas, que afirma transcrever cópias guardadas pelo Arquivo Histórico Ultramarino e pela Biblioteca Nacional de Lisboa que, apesar de vários esforços e tentativas, não foram localizadas nesses arquivos; 
  • A cópia (do século XIX) da Biblioteca Nacional; 
  • A versão publicada pelo conselheiro Drummond em 1859; 
  • A versão recriada por Pedro Paulino da Fonseca, publicada em 1879.

Em correspondência oficial com o Arquivo de Évora, recebi e-mail do instituto, assinado por João Mora, responsável pelo serviço de reservados, explicando ser muito difícil em 200 anos saber com exatidão quem teve acesso ao manuscrito. Apesar disso, enviou uma relação de nomes de 14 pessoas que assinaram um “códice” para pesquisas no arquivo, mas sem poder afirmar se elas tinham, ou não, interesse na crônica histórica. 

Évora também informou que o instituto não tem certeza sobre o autor do manuscrito, sequer sobre a proveniência antes da chegada ao arquivo. A biblioteca confidenciou inclusive estar muito interessada no conteúdo do trabalho que estava me propondo a fazer sobre o documento. 

Ao longo desses meses voltado para um estudo dos originais dos manuscritos, veio a público o lançamento, em 2022, do livro Guerra contra Palmares – o manuscrito de 1678 – da já citada historiadora Silvia Hunold Lara em parceria com o filólogo Phablo Roberto Marchis, ambos pesquisadores das Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Até então, tanto a versão de Évora quanto a da Torre do Tombo permaneciam inéditas no Brasil. 

Na obra, os autores atribuem a autoria do manuscrito que renomeiam como “Relação da ruína dos Palmares” a Antônio da Silva, vigário da matriz do Recife de 1658 a 1697. A publicação conta também com 14 documentos inéditos sobre a história dos mocambos palmarinos, produzidos entre 1671 e 1691 em Pernambuco e Lisboa.

O manuscrito teve por propósito ser um panfleto para ressaltar os feitos militares de Fernão de Carrilho na gestão do governador Pedro de Almeida contra os palmarinos, muitas das vezes descritos como bárbaros. São classificados como inimigos soberbos responsáveis por danos consideráveis a fazendas e povoados da capitania.

Este era o estado em que achou o Palmares D. Pedro de Almeida, quando tomou posse do Governo destas Capitanias de Pernambuco, e com os clamores do perigo e a queixa da insolência dos negros era geralmente lamentada de todos os moradores, logo tratou de acudir ao remédio daqueles povos, e de conquistar a soberba daqueles inimigos.

Apesar dessas intenções de valorizar os militares e o governador em detrimento dos palmarinos, na narrativa sobressai o oposto por intermédio da leitura do manuscrito. Os detalhes sobre a organização política, a farta produção agrícola, as manufaturas de todo tipo como peças de vestuário e as tantas edificações encontradas nos mocambos protagonizam o texto, apesar do objeto ser o inverso. 

São grandemente trabalhadores, singularmente prevenidos. Plantam todos os legumes da terra, de cujos frutos reservam celeiros para o tempo das guerras e do inverno.  O seu principal sustento é o milho grosso. Dele fazem várias iguarias. As caças os ajudam muito porque são aqueles matos delas abundantes.

É instigante recorrer a essa altura aos conceitos de Jacques Derrida expressos na obra Mal de arquivo – uma impressão Freudiana (2001). Nesse texto, o filósofo discorre sobre o poder político e o direito de fazer representar a lei pela prática de se decidir o que se depositar no lugar da casa oficinal ou funcional destinada a preservar a memória conveniente ao escrutínio das autoridades que ele chama de arcontes. 

Derrida disserta que esses arcontes eram responsáveis pela segurança física do depósito e do suporte. Cabia também a eles o direito e a competência hermenêutica, pois tinham o poder de interpretar os arquivos. Foi assim, nesta domiciliação, nesta obtenção consensual de domicílio, que os arquivos nasceram, escreve Derrida. 

Metaforicamente, os “arcontes”, no caso do manuscrito sobre Palmares, nos legaram informações que a guisa dos interesses da atualidade se prestam a uma interpretação no sentido totalmente oposto do ideário que propiciou a escrita e a preservação dessa crônica histórica. 

Recorro ainda a outro ícone da historiografia para grassar a relevância do manuscrito. Nesse caso, as ideias de Carlos Ginzburg, reconhecido como um dos pioneiros do estudo da micro-história. Essa vertente é considerada uma das mais importantes correntes do século 20. Pode ser caracterizada como método em que o pesquisador prioriza a “microanálise” de elementos do passado histórico em nível de escala reduzido, tendo como alvo aspectos culturais, econômicos e sociais.

No clássico sobre micro-história mitos, emblemas, sinais: Morfologia e História (1990), Ginzburg se vale de um estudo do método do crítico de arte italiano Giovanni Morelli, que escreveu uma série de artigos sobre pintura entre os anos de 1874 e 1876 para se reportar e afirmar que no século 19 emergiu nas ciências humanas um modelo epistemológico (paradigma). 

O método de Morelli, de acordo com Ginzburg, consistia em distinguir os originais das cópias sem se basear, como normalmente se faz, em características mais vistosas, portanto, mais facilmente imitáveis, dos quadros. Pelo contrário, examinar os pormenores mais negligenciáveis, e menos influenciados pelas características da escola a que o pintor pertencia: os lóbulos das orelhas, as unhas, as formas dos dedos das mãos e dos pés. 

Num dos tomos de seu estudo, Ginzburg remete a uma analogia a respeito da missão de se fazer história com as habilidades que o ser humano exerceu por milênios enquanto caçador. 

Durante inúmeras perseguições, ele aprendeu a reconstruir as formas e movimentos das presas invisíveis pelas pegadas na lama, ramos quebrados, bolotas de esterco, tufos de pêlos, plumas emaranhadas, odores estagnados. Aprendeu a farejar, registrar, interpretar e classificar pistas infinitesimais como fios de barba. Aprendeu a fazer operações mentais complexas com rapidez fulminante, no interior de um denso bosque ou numa clareira cheia de ciladas.

Logo a intenção de Ginzburg com a nova epistemologia, o paradigma indiciário, é de um método interpretativo centrado sobre os resíduos, sobre os dados margais, considerados reveladores. Desse modo, pormenores normalmente considerados sem importância, ou até triviais, baixos, forneciam a chave para aceder aos produtos mais elevados do espírito humano.

Uma das máximas que podem ser utilizadas para interpretarmos ao que quer chegar Ginzburg com o paradigma está contida na afirmação dele próprio sobre o conhecimento histórico ser indireto, indiciário e conjetural. Daí retornarmos ao tema do manuscrito, pois o documento se presta a nos fornecer uma visão de Palmares e seus habitantes na medida em que analisamos o conteúdo pelas pistas que o texto nos oferta. 

O manuscrito é uma fonte para reconhecermos a complexidade, a influência e o grau civilizatório que os invasores encontravam a cada investida nos mocambos que compuseram Palmares. Os habitantes dos mocambos não nos deixaram testemunhos escritos das suas experiências quotidianas, dos projetos que certamente esboçaram e dos esforços, martírios e privações a que tiveram que se submeter. 

Décio Freitas autor de Palmares: A Guerra dos Escravos, obra que se tornou referência no tema, na oportunidade de uma série de entrevistas de cunho histórico feitas pela Folha de São Paulo em 2000, respondeu a jornalista Marilene Felinto. 

Folha - O sr. acha possível encontrar, por meio da arqueologia, resquícios do quilombo?
Freitas - Eu não tenho muita fé nisso, porque Palmares era um tipo de sociedade muito precária, em termos materiais. Eles usaram pedras nas fortificações do Macaco, mas o restante eram mocambos de madeira. Então, eu não vejo possibilidade de novas descobertas por meio de escavações.

Em 2019, como servidor da Fundação Cultural Palmares, visitei a Serra da Barriga, onde se celebra anualmente a memória daqueles homens e mulheres resistentes ao jugo colonial. Contrasta a imagem que se tem hoje da região, na maior parte coberta por florestas em comparação com as descrições da pujança, complexidade e organização que os mocambos tiveram no século 17, pois praticamente não restam vestígios do que ocorreu ali. O Parque Memorial Quilombo dos Palmares em Alagoas é ícone para compreendermos como pode se retirar materialmente da memória uma presença tão importante e marcante, naquele caso por meio de uma violência armada. 

Por todas essas razões, as versões dos manuscritos sob a guarda dos arquivos de Évora e da Torre do Tombo permanecem como preciosas informações sobre uma das mais destacadas resistências ao sistema escravista no Brasil, reconhecidamente, que Palmares ameaçou, enfrentou e infelizmente acabou por ser vítima da perseguição e fúria da metrópole e da colônia no século 17. 

Aliás, ao longo desse estudo, pude ter acesso a vários outros documentos inéditos que têm a ver com Palmares e outros momentos desse passado, que espero em futuro não muito distante dar conhecimento público por meio de outros trabalhos. A bem da verdade, um variado conjunto de preciosidades semelhantes aguardam por pesquisadores em arquivos europeus, brasileiros e africanos sobre a história da diáspora negra. 

Sobre o autor

* Sionei Ricardo Leão é jornalista e autor de Kamba’Race – Afrodescendências no Exército Brasileiro (2021), publicado pela editora da Fundação Astrojildo Pereira (FAP). 


José Saramago, escritor português ganhador do prêmio Nobel | Foto: GROSBY GROUP

100 anos de José Saramago: Vida e obra inspiram livros e homenagens

r7 Entretenimento*

José Saramago nasceu na pequena aldeia portuguesa de Azinhaga, no dia 16 de novembro de 1922, filho de pais camponeses sem terra que dois anos depois decidiram se mudar para Lisboa. A dificuldade financeira os acompanhou na capital, onde José, bom aluno, seguiu os estudos, formou-se serralheiro mecânico, trabalhou em oficina de automóveis, metalúrgica e escritório até ingressar numa editora, nos anos 1950, para trabalhar na área de produção. Àquela altura, ele já tinha tentado, sem sucesso, escrever algumas coisas - ele descobriu a literatura cursando a escola técnica.

Depois da editora, o rumo da história muda para Saramago. Ele começa a traduzir e a fazer críticas literárias, publica seus poemas e passa a escrever mais. Muito mais. Levantado do ChãoMemorial do ConventoA Jangada de PedraO Evangelho Segundo Jesus CristoEnsaio Sobre a CegueiraAs Intermitências da MorteA Viagem do Elefante. A lista é longa e lhe valeria reconhecimento internacional, o Prêmio Camões em 1995 e o Nobel de Literatura em 1998. Hoje, no dia do seu centenário, Saramago é celebrado com novos livros.

As ideias, de um novo livro, de uma mudança de rumo, surgiam para José Saramago com um 'e se'. Em 1992, Pilar Del Río, sua mulher, foi surpreendida com um "E se fôssemos morar em Lanzarote?" Saramago estava aborrecido com o governo português, que tinha tirado O Evangelho Segundo Jesus Cristo de uma lista de livros que representariam a nova literatura portuguesa na Europa. Lançado no ano anterior, ele vinha causando polêmica, mas o gesto arbitrário do governo de Cavaco Silva foi decisivo para Saramago se afastar. E recomeçar.

Essa história é contada por Pilar na crônica A Polêmica Que Acelerou o Tempo, uma das primeiras de A Intuição da Ilha: Os Dias de José Saramago em Lanzarote. O volume traz passagens marcantes dos 18 anos que o Nobel de Literatura viveu na ilha vulcânica do arquipélago espanhol das Canárias.

Um livro de histórias, de memórias e um livro que mostra, sobretudo, como a mudança para um lugar isolado permitiu que Saramago se voltasse ao que era realmente essencial, reconhecesse o céu da Azinhaga da sua infância e produzisse alguns dos seus melhores livros.

"A ilha permite ver sem ser contaminado por modas, modos, interesses de um ou de outro. À ilha chegam vozes, mas não chegam barulhos. Por isso Saramago pôde escrever tantos livros na última fase de sua vida", comenta Pilar em entrevista ao Estadão.

A ideia de reunir essas lembranças não foi dela. Com saudades de Saramago, os funcionários da Casa, o museu no qual sua residência foi transformada em 2011, começaram a pedir, na pandemia, que ela compartilhasse passagens e curiosidades. História vai, história vem, pelo Zoom, pelo WhatsApp, e Alba, uma dessas funcionárias, dona de uma editora na ilha, pede para publicá-las em livro.

"Foi um trabalho gostoso de recuperação da memória - mas, ao começar a escrever achei que precisava de algo mais. E esse algo é por que surgem os livros escritos em Lanzarote. Por que Ensaio Sobre a Cegueira, por que A Viagem do ElefanteAs Intermitências da Morte?", comenta. "Então revelo coisas que ninguém sabia. Ninguém sabia que Saramago recebe um prognóstico médico e em vez de ficar 'oh, que horror, tenho leucemia' ele escreve As Intermitências da Morte. Isso está contado no livro."

Há ainda lembranças dos inúmeros amigos que visitaram o escritor na ilha, o cotidiano, a incumbência dele de comprar pão, o dia do Nobel e muitas outras histórias que aproximam leitor e escritor em seu centenário de nascimento - e nos 12 anos de sua morte (lembrados no dia 18 - e tema também de um dos textos).

Legado

Tem sido um ano de boas notícias acerca de seu legado, incluindo eventos e até livros infantis. Aos lançamentos recentes, soma-se agora As Artemages de Saramago, com ensaios escritos ao longo do tempo, e reescritos agora, por Leyla Perrone-Moisés. "Uma coletânea de admiração e afeto. Admiração pelo escritor, afeto pela pessoa", como ela diz na apresentação. E também uma edição especial, em capa dura e com nova apresentação de Andréa Del Fuego, de O Evangelho Segundo Jesus Cristo, que chega às livrarias em dezembro - todos pela Companhia das Letras.

Já a Rua do Sabão lança, nos próximos dias, De Memórias Nos Fazemos, escrito pela única filha de José Saramago, Violante, com suas histórias e reproduções de correspondências.

Texto publicado originalmente no portal r7 Entretenimento.


Foto:divulgação/Bilb

Bienal Internacional do Livro de Brasília terá exposição de 400 mil títulos

Bienal*

Com o tema “A transformação acontece aqui”, a 5ª Bienal Internacional do Livro de Brasília (Bilb), antes chamada de Bienal Brasil do Livro e da Leitura (Bilb), será realizada de 21 a 30 de outubro e retomará o seu formato presencial após dois anos paralisada por causa da pandemia da covid-19. Em 12 mil metros quadrados no Pavilhão do Parque da Cidade, o evento reunirá 100 expositores – entre livrarias, distribuidoras e editoras de todo o país –, com exposição de 400 mil títulos. A previsão é movimentar R$ 11 milhões por meio da venda de livros.

O público deverá acessar o site oficial da bienal para retirar o ingresso eletrônico de acesso à área de visitação, onde poderá participar de palestras, debates, masterclass, lançamento de livros e noite de autógrafos com a presença dos maiores autores internacionais, nacionais e locais. Durante a semana, o horário de funcionamento da bienal será das 9h às 22h e, aos sábado e domingos, das 10h às 22h.

Nesta edição, o evento homenageará a escritora brasileira Miriam Alves, assistente social com quatro décadas de literatura, e a mexicana Laura Esquivel, roteirista e escritora do Como água para chocolate, que conquistou reconhecimento internacional – o livro está hoje traduzido em 35 línguas, foi adaptado ao cinema e vendeu 3,6 milhões de exemplares.

“Um dos nossos focos é criar um ambiente em que a troca de experiências entre leitores e escritores possam favorecer o diálogo, o conhecimento e as vendas de maneira que todos fiquem satisfeitos”, afirma a diretora-geral, Suzzy Souza. Ela explica que o público da 5ª Bilb vai mergulhar em uma programação cultural bastante diversificada, dividida em seis eixos temáticos: autores, mercado, música, HQs, crianças e multimeios.

A Bilb tem entre os seus objetivos a democratização do livro e seu amplo uso como meio de difusão da cultura e transmissão do conhecimento; o estímulo à produção de autores brasilienses e do hábito da leitura, em especial dos jovens; e a oferta de negócios entre mercado editorial nacional e local. A importância do projeto foi reconhecida pela Câmara Legislativa. Desde 2016, a bienal integra o calendário oficial de eventos do Distrito Federal, por meio da lei 5.702.
Considerada a maior feira literária do Centro-Oeste, a Bilb também será realizada na Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (Lei 5.191, de 18 de dezembro de 1966), amplamente comemorada em todo território nacional no período de 23 a 29 de outubro e que visa promover a leitura, o livro e as bibliotecas.

A bienal também conta com uma ampla área para visitação e seminários sobre educação e serviço social. O evento oferece, ainda, atividades artísticas e culturais para 12 mil alunos das escolas públicas e privadas do DF que já têm visitação agendada no calendário da Bilb.

Outra grande atração da bienal é o palco show, um ambiente exclusivo que, durante a feira, terá rica e vasta programação musical, com apresentações de artistas locais e nacionais. Os cantores Hamilton de Holanda e Roberta Sá farão show no dia 21 de outubro no local, e a cantora e compositora Céu, no dia seguinte. Para ter acesso a essa área da bienal, o público deve acessar o site e adquirir seu ingresso eletrônico para shows musicais.

A 5ª Bilb é uma realização da InterCult Produções e do Instituto Levanta Brasil, com direção-geral de Suzzy Souza e Henrique Senna. O evento também tem trabalho articulado com os curadores nacional, Paulliny Tort; internacional, José Rezende Jr.; e de HQ, Pedro Brandt.

A bienal

Ao longo das quatro edições anteriores, o projeto recebeu mais de 1,5 milhão de visitantes, dentre os quais cerca de 200 mil eram estudantes das redes pública e particular de ensino do Distrito Federal. O público teve a oportunidade de assistir a palestras e debates de mais de 470 escritores brasileiros e estrangeiros.

Além disso, a bienal lançou 600 livros de mais de 60 países, com 120 seminários e debates, além de apresentações de 161 artistas e grupos brasileiros.

Além do público em geral, o mercado editorial e literário foi muito beneficiado pela bienal, nas quatro edições anteriores. Editoras e revendedoras participantes comercializaram mais de 600 mil livros. No total, alunos e professores da rede pública do DF também movimentaram cerca de R$ 7 milhões com vale-livro.

Texto publicado originalmente no portal da Bienal.


Livro relatório de Khrushchov | Arte: FAP

Khruschov denuncia Stálin: tema central a democracia, diz organizador da obra

João Vítor*, com edição da coordenadora da Mídia Sociais da FAP, Nívia Cerqueira

Resultado do trabalho de múltiplos interlocutores, o livro Khruschov denuncia Stalin: revolução e democracia tem como tema central a democracia, de acordo com o sociólogo Caetano Araújo, responsável pela organização da obra que foi lançada na última terça (18/10), pela Fundação Astrojildo Pereira.

Perguntado sobre o motivo de publicar um livro com esse tema em 2022, Araújo explica que o livro sai num momento extremamente oportuno para a situação política do momento. "Quando não temos democracia, as consequências são duras e claras e o livro foca em um momento precioso, de autocrítica do regime Bolchevique quase 50 anos após a revolução”, explica o diretor geral da FAP.

A jornalista Beth Cataldo fala que o livro trata de um acontecimento histórico da maior importância e concorda com a fala de Araújo. Ela acrescenta: "o subtítulo traz justamente esse pêndulo temático onde abordamos a questão democrática e a questão revolucionária", ressalta a editora da obra que mediou o debate.

O pesquisador de História Contemporânea Gianluca Fiocco aponta o livro como "divisor de águas do movimento comunista na Europa”. Com a temática do relatório secreto que denunciou crimes de Stálin (1956), o pesquisador e autor do texto que abre o livro, afirmou na live que o fato marcou a história contemporânea. “O ponto mais importante não está no culto da personalidade [de Stálin]... É impossível explicar a história somente com uma personalidade. Falamos de uma estrutura de um sistema…”, disse Fiocco

Além Caetano Araújo, Beth Cataldo e Fiocco, participaram do debate virtual: o historiador José Antônio Segatto, o jornalista e historiador Ivan Alves Fiilho, o historiador Rodrigo Cosenza, o historiador e professor Daniel Araão, o historiador e tradutor Rodrigo Ianhez e o tradutor e ensaísta Luiz Sergio Henriques. O evento foi transmitido ao vivo nas redes sociais da FAP.

Confira, abaixo, live na íntegra:

https://www.youtube.com/watch?v=MXOhxUVzAxI

Durante sua fala, Henriques faz elogios à iniciativa de tornar possível a tradução do Relatório Khruschov e agradece pela oportunidade de contribuir com a obra. Ele explica que esse livro é importante não por haver hoje uma ressureição do stalinismo, mas como método que está sendo reposto na forma de sectarismo. 

“Acho difícil que aquilo aconteça daquela forma outra vez, os processos históricos são irrepetíveis em grande medida. O stalinismo está sendo reposto na forma de sempre, de sectarismo, uma crítica muito embotada ao liberalismo político e, particularmente, uma adesão aos chamados processos populistas de manutenção e obtenção de poder”, enfatiza o ensaísta.

Segatto comenta a importância desse episódio histórico que também impactou o Partido Comunista Brasileiro. “Antigos líderes do PCB dirigiam o partido com mão de ferro e imitavam de forma quase caricatural o Stalin”, destaca o historiador.

Na análise de Ivan Alves Filho, o stalinismo não era a principal questão. “O problema era a coexistência pacífica, quando a China rompe [em 1960]. A crítica ao Khruschov é em cima da coexistência pacífica, que eles consideravam uma espécie de concessão um pouco excessiva ao imperialismo norte-americano”, afirma o historiador.

Rodrigo Cosenza, por sua vez, relaciona também o livro ao impacto no Brasil. “Esse elemento da necessidade direta da atuação mais pragmática na luta dos trabalhadores na organização para auxiliar o processo de mudança na sociedade brasileira causou uma divisão de três grupos no partido, que saiu com uma linha política renovada”, analisa Cosenza.

Já Daniel Aarão Reis destaca que desde de 1952 o PCB já mudava a linha do partido e estendia a mão aos trabalhistas para defender a constituição. "Pouco antes era designada como código de opressão, mas é redefinida como plataforma, defeituosa sim, mas importante para o país”, explica Reis.

Rodrigo Ianhez saúda essa iniciativa da FAP e ressalta a falta crônica de traduções diretas do russo nos países de língua portuguesa.

“Foi um privilégio fazer a primeira tradução desse documento no Brasil, direito do russo para o português. Também cumpri o papel de pesquisar as fotografias e encontrar coisas interessantes e inéditas, para sair daquelas imagens do período que são repetitivas nas publicações que vemos por aí”, relata o tradutor.

O organizador da publicação, Caetano Araújo, agradeceu a participação de todos que contribuíram com a obra." Depois de tanto preparo, tanta discussão, ver essa obra materializada em papel, capa e pronta para ser distribuída para todos os interessados é muito satisfatório", celebra o diretor da Fundação Astrojildo Pereira.

O evento online, que teve duas horas de duração, faz parte dos lançamentos de livros organizados pela Fundação Astrojildo Pereira.

*Integrante do programa de estágio da FAP sob supervisão


Bienal do livro de Brasília recebe público de diferentes idades | Foto: reprodução/Bienal

Escritores da periferia estão entre selecionados para lançamento na Bienal de Brasília

Bienal do livro*

Dezoito escritores da periferia do Distrito Federal e do Plano Piloto tiveram suas obras inéditas selecionadas para lançamento na 5ª Bienal Internacional do Livro de Brasília (Bilb). O resultado foi divulgado nesta segunda-feira (3/10). O evento, que tem entrada gratuita, será realizado de 21 a 30 de outubro, no Pavilhão do Parque da Cidade.

No total, o público da bienal terá acesso a uma programação com mais de 60 escritores nacionais e internacionais. Entre os selecionados no edital específico para o DF, estão escritores de Ceilândia Sul, Planaltina, Gama, Arniqueira, Jardim Botânico, Granja do Torto, Cruzeiro, Sudoeste, Asa Sul e Asa Norte.

Os livros deles disputaram as vagas entre 71 obras inscritas no edital que visa incentivar ainda mais a criação literária, depois de serem produzidas e registradas durante a pandemia A diretora-geral da Bilb, Suzzy Souza, diz que a ideia é garantir visibilidade a autores do DF que não conseguiram lançar seus livros por causa do distanciamento imposto como medida de combate ao coronavírus.

“A bienal é plural. É por isso que também abre as portas para que autores de diversas regiões dentro do próprio DF possam lançar suas obras durante a programação, que também tem presença confirmada de vários escritores nacionais e de outros países. Vai ser uma experiência inesquecível”, afirma a diretora-geral da Bilb, Suzzy Souzza.

A seguir, veja a lista das obras selecionadas e seus respectivos autores

  1. Além do olhar: poesias vividas | Adelaide Ribeiro Jordão (Asa Norte)
  2. Sob a magia da taifa | Almeria Machado Godoi (Jardim Botânico)
  3. A Macoxi e o segredo das sementes | Caroline Barroso da Silva (Asa Sul)
  4. Eterna Primavera | Eustáquio J. Ferreira Santos (Asa Norte)
  5. O balãozinho azul | Fáuston da Silva (Arniqueira)
  6. Minha pele cor de pele | Francisco de Assis Olinda da Silva (Ceilândia Sul)
  7. Desencantares para o esquecimento | Geraldo Ramiere Oliveira Silva (Planaltina)
  8. Ruídos: confissões prematuras | Giovane Munhoes Perina (Águas Claras)
  9. O Menino que tinha medo de criança | Gisele Garcia (Sudoeste)
  10. Como as sementes viram árvores | Letícia de Queiroz Magalhães Sousa (Planaltina)
  11. Aziza: a preciosa contadora de sonhos | Luciana Palmeira da Silva Cardoso (Granja do Torto)
  12. Mayra e a floresta viva | Marcos Aurélio Branco Linhares (Cruzeiro)
  13. Era só brincadeirinha! | Maria Aparecida Chagas Ferreira (Asa Sul)
  14. Um Pouco | Maria Cecilia de Queiroz Aprigliano (Asa Norte)
  15. Sua Primeira Casa | Rafaela Kalaffa Sergio e Silva (Arniqueira)
  16. O dia em que nasci | Rebeca Danielle Prado de Andrade (Asa Sul)
  17. SobreVoar ou A Imanência da Leveza | Valdério Soares da Costa (Asa Norte)
  18. Preta de greve e as sete reivindicações | Zenilda Vilarins Cardozo (Gama)

A Bilb também será realizada como comemoração à Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, que é celebrada tradicionalmente de 23 a 29 de outubro. O evento oferecerá encontros com autores, homenagens, lançamentos e espaços especiais, apresentações teatrais, exibições de filmes, contação de histórias, shows musicais em pequeno e grande formato, seminários e oferta de vale-livro.

A 5ª Bilb é uma realização da InterCult Produções e do Instituto Levanta Brasil, com direção-geral de Suzzy Souza e Henrique Senna. O evento também tem trabalho articulado com os curadores nacional, Paulliny Tort; internacional, José Rezende Jr.; e de HQ, Pedro Brandt.

A entrada na bienal é gratuita. No entanto, todas as pessoas devem acessar o site da Bilb, clicar na parte de ingressos eletrônicos para retirar seu voucher. Para ter acesso à área do palco BILBeats, onde artistas realizarão suas apresentações, os interessados devem obter ingresso pago, na parte de shows musicais. A cantora e compositora Céu é uma das que já confirmaram presença na atração.


Foto: Divulgação/Bilb

Bienal do Livro de Brasília abre inscrições para visitação escolar

A Redação*

Escolas das redes pública e privada do Distrito Federal interessadas em levar alunos à 5ª Bienal Internacional do Livro de Brasília (Bilb) têm até o dia 30 de setembro para se inscreverem. Mais de 20 mil estudantes são esperados na nova edição da feira da literatura, uma das maiores do setor no Brasil e na América Latina, de 21 a 30 de outubro, no Pavilhão do Parque da Cidade Sarah Kubitschek. 

Todas as escolas das redes pública e particular de ensino do Distrito Federal podem agendar sua visita à bienal para o período de 24 a 28 de outubro, por meio do cadastro no site oficial do evento. Após o preenchimento dos dados, é necessário aguardar e-mail da organização da 5ª Bilb com a confirmação do agendamento. Mais de 200 mil alunos já foram beneficiados pelo programa de visitação escolar desde a primeira edição.

Para garantir conforto, segurança e comodidade, a bienal disponibiliza, ainda, um serviço de excursão para as escolas interessadas em levar seus alunos ao evento em ônibus oficial, com kit lanche e diversas atrações. As instituições interessadas nesse serviço deverão enviar solicitação, pelo e-mail oficial (escolas@bilb.com.br), para cotação de preço. O pedido também pode ser feito por telefone (61 981673312 ou 61 37021611).

“Durante a visitação escolar, os estudantes terão oportunidade de contato com escritores nacionais e internacionais, além de acesso a uma vasta programação de atividades artísticas e culturais, por meio de espetáculos teatrais, contação de histórias, espaço de HQs, cinema e música, além de experiência virtual”, afirma a diretora-geral da 5ª Bilb, Suzzy Souza.

Confira, abaixo, galeria de imagens:

Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
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Foto: Divulgação/Bilb
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Foto: Divulgação/Bilb
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Foto: Divulgação/Bilb
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Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
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Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
Foto: Divulgação/Bilb
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Formato das visitas

De acordo com a organização do evento, as visitas escolares serão organizadas em grupos de 40 até 43 alunos, com dois professores responsáveis, obrigatoriamente. Elas poderão ser realizadas de manhã e à tardee terão duração de até duas horas.

No período matutino, segundo os organizadores, os grupos de alunos podem visitar todas as atividades da bienal das 9h às 11h ou, então, das 10h às 12hrs. Já no período vespertino, a visitação escolar será das 14h às 16h ou das 15h às 17h. Os horários foram definidos para garantir a melhor experiência e manter o fluxo de estudantes de várias escolas no evento, de forma organizada.

“O objetivo é aproximar os estudantes das escolas públicas e privadas do DF ao universo dos livros e da literatura nacional e internacional, colaborando para a criação do hábito da leitura e conscientizando os jovens de sua importância, possibilitando novos horizontes intelectuais e culturais”, afirma Suzzy.

*Texto publicado originalmente no portal A Redação.


Nova obra destaca propostas para desenvolvimento com inclusão social

Cleomar Almeida, Coordenador de Publicações da FAP, com atualização no dia 13/9/2022

Propostas econômicas para o governo brasileiro estão reunidas na obra Retomada do Desenvolvimento: reflexões econômicas para um modelo de crescimento com inclusão social (356 páginas), editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), em Brasília. Em formato de coletânea de artigos de 27 economistas, pesquisadores e nomes do mercado, a publicação será lançada, na quinta-feira (15), a partir das 18h, em evento presencial no Espaço Arildo Dória, na Biblioteca Salomão Malina, no Conic, região central de Brasília.

Mais nova edição temática da revista Política Democrática, a obra terá, em Brasília, o seu segundo lançamento presencial, depois de ser realizado em Uberlândia (MG). Os autores também fizeram debate on-line sobre a obra no dia 28 de agosto, com transmissão no portal da FAP, no canal da fundação no Youtube e na página da entidade no Facebook, onde o vídeo do lançamento da obra também está disponível para os interessados.

Veja, a seguir, vídeo de lançamento em Brasília:

https://youtu.be/Zq4H8PB_iQ4

Estadão | Pesquisadores lançam propostas para retomada do desenvolvimento com inclusão social

Correio Braziliense | Livro debate desenvolvimento em várias frentes técnicas e ideológicas

Neste novo lançamento, o debate será realizado pelos organizadores da 60ª edição da revista, os economistas Benito Salomão e José Luis Oreiro, que também publicaram suas análises na obra. Eles vão discutir o assunto com a economista Vilma Pinto e o ex-senador Cristovam Buarque. O jornalista Luiz Carlos Azedo mediará o evento, que contará com a presença de outros autores.

De acordo com a obra, o Brasil passa neste ano por um momento crucial de sua recente vida democrática. As eleições de outubro serão, ainda, permeadas por um componente adicional de incertezas advindas da economia. Após praticamente uma década perdida, em que a economia brasileira apresentou em 2020 um PIB per capita inferior ao que tinha em 2010, o país ainda segue com dois desafios às vésperas de a população ir às urnas.

Confira, abaixo, fotos do lançamento presencial em Brasília:

Luiz Carlos Azedo, José Luis Oreiro, Benito Salomão, Vilma Pinto e Cristovam Buarque | Foto: Cleomar Almeida/FAP
Benito Salomão debate sobre a obra em lançamento presencial em Brasília | Foto: Cleomar Almeida/FAP
Ex-senador Cristovam Buarque também presente no lançamento da obra | Foto: Cleomar Almeida/Foto: FAP
Economista José Luis Oreiro acrescenta comentário em evento | Foto: Cleomar Almeida/FAP
Coletânea lançada é composta por artigo de Benito Salmão e  destaca inclusão social | Foto: Cleomar Almeida/FAP
Economista Vilma Pinto em seu momento de fala | Foto: Cleomar Almeida/FAP
Luiz Carlos Azedo, José Luis Oreiro, Benito Salomão, Vilma Pinto e Cristovam Buarque | Foto: Cleomar Almeida/FAP
Benito Salomão debate sobre a obra em lançamento presencial em Brasília | Foto: Cleomar Almeida/ FAP
Ex-senador Cristovam Buarque também presente no lançamento da obra | Foto: Cleomar Almeida/Foto: FAP
Economista José Luis Oreiro acrescenta comentário em evento | Foto: Cleomar Almeida/FAP
Coletânea lançada é composta por artigo de Benito Salmão e destaca inclusão social | Foto: Cleomar Almeida/FAP
Economista Vilma Pinto em seu momento de fala | Foto: Cleomar Almeida/FAP
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Luiz Carlos Azedo, José Luis Oreiro, Benito Salomão, Vilma Pinto e Cristovam Buarque | Foto: Cleomar Almeida/FAP
Benito Salomão debate sobre a obra em lançamento presencial em Brasília | Foto: Cleomar Almeida/ FAP
Ex-senador Cristovam Buarque também presente no lançamento da obra | Foto: Cleomar Almeida/Foto: FAP
Economista José Luis Oreiro acrescenta comentário em evento | Foto: Cleomar Almeida/FAP
Coletânea lançada é composta por artigo de Benito Salmão e  destaca inclusão social | Foto: Cleomar Almeida/FAP
Economista Vilma Pinto em seu momento de fala | Foto: Cleomar Almeida/FAP
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Desafios

O primeiro desafio é, de acordo com os organizadores, a capacidade de o Brasil reafirmar sua democracia restabelecendo uma convivência sadia entre as instituições que o governa. Além disso, o país deverá encontrar um caminho para restabelecer as bases mínimas para o crescimento sustentado nesta década em curso e na próxima.

“Há poucos meses de uma eleição crucial para a sociedade brasileira, o debate público está concentrado em leitura de pesquisas de intenção de votos, em polêmicas inúteis e em questões puramente identitárias. Aos poucos, a opinião pública brasileira vai se distanciando de uma concepção utópica de desenvolvimento”, diz um trecho da obra.

A mais nova edição da revista Política Democrática visa mostrar para a opinião pública que, embora o crescimento com distribuição de renda tenha se tornado distante na última década, este é um caminho que pode ser retomado com ideias e empenho político. Segundo a publicação, “o país precisa parar de desperdiçar energias com embates inúteis, crises institucionais sem sentido e acirramentos a troco de nada”.

Com análises científicas, a obra defende uma mobilização para que o país tenha população devidamente educada, economia diversificada e integrada ao novo padrão tecnológico, serviços públicos universais e de boa qualidade, além de infraestrutura capaz de integrar as muitas regiões do país. A revista sinaliza, ainda, como conquistar crescimento perene do PIB per capita a longo prazo somado à melhoria do padrão distributivo desta riqueza. 

Pluralidade 

Baseadas em análises sustentadas em concepção plural, de acordo com os autores, a publicação ficou “ainda mais rica e diferente dos demais esforços acadêmicos no sentido de propor uma agenda para o país”. Isto porque, normalmente, os livros de ensaios organizados para propor alguma agenda econômica são de iniciativa de grupos de estudo, ou clubes acadêmicos, muitos já conhecidos da opinião pública e que têm muito pouca abertura para incorporar ideias divergentes.

Assista ao vídeo do lançamento virtual da revista sobre a retomada do desenvolvimento:

https://youtu.be/RqhyW6oalnM

“Aqui, até pela pluralidade do grupo de desenvolvimento que organizou esta publicação, onde convivem economistas, engenheiros, cientistas políticos, juristas, não seria viável que esta edição tivesse a feição específica de alguma bolha teórica, ou acadêmica”, afirmam os organizadores, na apresentação.

Veja mais lançamentos de revistas impressas da FAP:



Veja, abaixo, lançamento virtual da revista:

Serviço

Lançamento da revista Retomada do Desenvolvimento: reflexões econômicas para um modelo de crescimento com inclusão social

Data: Quinta-feira (15/9)

Horário: 18 horas

Realização: Fundação Astrojildo Pereira

Onde: Espaço Arildo Dória, na Biblioteca Salomão Malina, no Conic, em Brasília

*Título editado


Moça lendo livro | Foto: Andrii Kobryn/Shutterstock

Revista online | Por que as políticas públicas de leitura são fundamentais

Renata Costa*, especial para a revista Política Democrática online (46ª edição: agosto/2022)

“É preciso que a leitura seja um ato de amor”
- Paulo Freire

Imagine se o nosso país fosse um país leitor? Imaginou? E que imagem, palavra ou expressão vem à sua cabeça? Na minha, por exemplo, vem sempre empatia, pensamento crítico, consciência social. Sim, é isso mesmo. 

Acredito que a leitura é a maior forma de um ser humano absorver empatia, qualidade rara em nossa sociedade. O motivo é bastante simples: a leitura nos desloca para outra realidade, nos coloca obrigatoriamente em vivências de outras pessoas (personagens) e, em função disso, somos inseridos na empatia, de maneira intrínseca.

Em relação ao pensamento crítico, acredito firmemente no poder da leitura na absorção dessa qualidade. Começamos a pensar, a refletir a partir de realidades externas. Nosso cérebro recebe outras vivências de forma direta e com isso passamos a questionar mais e aceitar menos o que chamamos de senso comum. E isso nos leva à consciência social. Por isso, a leitura é a base de todas as artes, da cultura e da educação.

Veja todos os artigos desta edição da revista Política Democrática online

A provocação do texto Ler devia ser proibido, da filósofa e escritora brasileira Guiomar de Grammont, é certeira: 

“Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzindo a crer que tudo pode ser de outra forma. (...) Pais, não leiam para seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente.”

Segundo a pesquisa Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), “três em cada 10 brasileiros na faixa de 15 a 64 anos são considerados analfabetos funcionais – ou seja, apresentam limitações para fazer uso da leitura, da escrita e da matemática em atividades cotidianas.” Estamos falando de pessoas que possuem baixo letramento e daqueles com formação superior. Repare que nos referimos apenas a pessoas alfabetizadas, não as que não possuem o código da língua.

Confira, a seguir, galeria de fotos:

Mulher organizando estante de livros | Foto: Joa Souza/Shutterstock
Roda de leitura | Foto: Andrey_Popov/Shutterstock
Criança lendo gibi da Mônica | Foto: Mario Andrioli/Shutterstock
Lendo em sala de aula | Foto: Joa Souza/Shutterstock
Moça lendo livro na política | Foto: Prostock-studio/Shutterstock
2022 em livros | Foto: Maxx-Studio/Shutterstock
Políticas públicas para livros | Imagem: Iconic Bestiary/Shutterstock
Jovem lendo no parque | Foto: Manop Boonpeng/Shutterstock
Moça lendo livro | Foto: Andrii Kobryn/Shutterstock
Mulher organizando estante de livros
Roda de leitura
Criança lendo gibi da mônica
Lendo em sala de aual
Moça lendo livro na política
2022 em livros
Políticas públicas para livros
Jovem lendo no parque
Moça lendo livro
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Mulher organizando estante de livros
Roda de leitura
Criança lendo gibi da mônica
Lendo em sala de aual
Moça lendo livro na política
2022 em livros
Políticas públicas para livros
Jovem lendo no parque
Moça lendo livro
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E o que isso tem a ver com as políticas públicas do livro e leitura? Tudo. Recentemente, profissionais da área e entidades do livro de todo o Brasil construíram uma carta-manifesto a todos os pré-candidatos deste ano de 2022, ao Legislativo e ao Executivo, solicitando que fossem inseridas em suas plataformas de governo dez ações voltadas à pauta. 

Os pedidos são inúmeros, desde acompanhar o Executivo na regulamentação e implementação, nos primeiros dias do novo governo, da Lei 13.696/2018, que institui a Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE) até apresentar programas e projetos para estimular, ampliar e fomentar a formação de mediadores(as) e promotores de leitura em plataformas digitais e fortalecer ações de estímulo à leitura e às tradições orais e de oralitura, passando por desenvolver medidas de incentivo e regulação do mercado editorial e regularização de pareceristas nas decisões sobre conteúdos editoriais.

Esta carta aberta já possui quase 13.000 assinaturas em um curto espaço de tempo, o que nos mostra a força do que chamamos de “o povo do livro”. A abrangência dessa política é o que a torna grande. Falamos de três cadeias fundamentais que a cerca: a cadeia criativa, que reúne escritores, poetas, ilustradores, cordelistas; a cadeia produtiva, que envolve todos os atores do mercado livreiro e editorial, desde os próprios editores aos diagramadores, revisores, profissionais do comercial, entre outros; até chegarmos à cadeia mediadora, que engloba professores e educadores, bibliotecários, mediadores de leitura, profissionais de bibliotecas públicas e comunitárias e os próprios leitores.

O Brasil está acordando para a importância da leitura e para o entendimento de que, de fato, ler é um ato político. Aliás, o professor Darcy Ribeiro já sabia disso há tempos, quando disse que “a crise na educação não é uma crise, é um projeto”. Não há interesse político na leitura e, por isso, existir um partido que hoje abrace uma Bancada do Livro é fundamental e inovador.

Recentemente, tivemos declaração do atual presidente da República “ameaçando” seus eleitores, dizendo que haverá bibliotecas no lugar dos clubes de tiro, caso não ganhe as próximas eleições. Isso diz muito sobre o “projeto” ao qual se referia Darcy Ribeiro. Diz muito, também, sobre a importância que a leitura tem para uma sociedade democrática de fato. 

É urgente que o país absorva e entenda que o livro, a leitura e as bibliotecas de acesso público, sejam públicas ou comunitárias, são o âmago de pautas não só de cultura e educação, mas, também, de direitos humanos, saúde, segurança, meio ambiente, dentre tantas outras.

Muitas bibliotecas comunitárias, por exemplo, trabalham o livro em locais de alta violência e vulnerabilidade social. Entendem que é necessário incidir em políticas públicas para democratizar o acesso ao livro e diminuir a violência em seus territórios. É a expressão “mais livros, menos armas” sendo feita na prática. É necessário abraçarmos essa causa e darmos visibilidade a esses espaços, que são, majoritariamente, geridos por mulheres que percebem a leitura nesse lugar fundamental. 

São as mulheres que estão no topo da pirâmide ao se tratar de leitura, que, por sinal, é um substantivo feminino. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil aponta que “um em cada três leitores têm lembranças da mãe lendo algum livro, e 49% deles têm na mãe sua grande incentivadora no processo de ler por prazer”. Preciso dizer mais alguma coisa? 

No Estado do Rio de Janeiro, há um exemplo vivo do que as bibliotecas comunitárias são capazes. Na cidade de Nova Iguaçu, região da Baixada Fluminense, um coletivo chamado Baixada Literária trabalha há anos na construção de políticas leitoras para o município. Segundo informação da Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias (RNBC), “a Baixada Literária vem desempenhando papel significativo na descentralização da cultura literária e na formação de leitores nas comunidades em que atua. São bibliotecas vivas, dinâmicas e aconchegantes, com acervo de qualidade disponível a todos”. 

Além disso, foram elas as responsáveis por conseguir, em parceria com o poder público local, transformar o Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas de Nova Iguaçu em lei (4.439 de 19 de novembro), sancionada desde 2014. Hoje a cidade é referência na construção de políticas públicas para o setor em todo o Brasil e as bibliotecas que compõem a Baixada Literária, as maiores personagens desse livro.

Exposto tudo isso, respondemos, acredito, à pergunta feita no título deste artigo: Por que as políticas públicas de livro e leitura são fundamentais para uma sociedade mais democrática?

Sobre a autora

Renata Costa: ex-secretária do Plano Nacional do Livro Leitura (PNLL), gestora do projeto Palavralida e conselheira de Estado de Cultura do Rio de Janeiro

** Artigo produzido para publicação na Revista Política Democrática Online de agosto de 2022 (46ª edição), editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.

*** As ideias e opiniões expressas nos artigos publicados na Revista Política Democrática Online são de exclusiva responsabilidade dos autores. Por isso, não refletem, necessariamente, as opiniões da publicação.

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*Título editado.


Inauguração da sala de leitura Eneida de Moraes | Arte: Washington/FAP

Sala de leitura com publicações da FAP será inaugurada em Belém (PA)

João Vítor*, com edição do coordenador de Audiovisual, João Rodrigues

Com acervo de publicações da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília, a Sala de Leitura Eneida de Moraes será inaugurada em Belém (PA) nesta quinta-feira (4/8), a partir das 11h e 30min, na Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) do estado.

O evento é organizado pela diretora executiva da FAP, professora Jane Monteiro Neves, com colaboração do partido Cidadania 23. O evento será divido em três partes. No período matutino, a sala, que leva o nome da autora de História do carnaval carioca, será aberta aos filiados do partido e ao público.

O diretor-geral da FAP, o sociólogo Caetano Araújo, diz que a importância da inauguração do espaço está em fomentar a leitura. “Terá um acervo de publicações originais da fundação que preservam a memória do Partido Comunista Brasileiro (PCB)”, afirma. O Partidão completou 100 anos em 2022.

À tarde, em Belém, a revista Política Democrática nº 58, Impactos da Pandemia no SUS, será lançada para o estado e estará presente na Sala de Leitura Eneida de Moraes. O Sistema Único de Saúde (SUS) sustentou a população no combate contra à covid-19 e pode ter papel importante no enfrentamento da varíola dos macacos”, diz Araújo.

À noite, será a vez do livro Os nove de 22, de Ivan Alves Filho, ser debatido. “O livro de Ivan mostra muito bem o peso do partido, que teve seu início na clandestinidade, na cultura. Grandes artistas foram influenciados por militantes do PCB”, analisa o diretor-geral da FAP.

Também confirmaram participação no evento Eleanor Gomes Palhano, secretária geral do Cidadania; o presidente do Cidadania no Pará, Arnaldo Jordy; o presidente municipal do Cidadania de Belém, Emanoel O’ de Almeida; o deputado estadual do partido Thiago Araújo e Rosângela Mota, ex-presidente municipal do partido municipal de Castanhal no Pará.

Serviço:

Inauguração da Sala de Leitura Eneida de Moraes

Local: Travessa Apinagés, 212. Entre Tamoios e Mundurucus, Bairro Batista Campos,
Belém/PA - CEP:66025-080

Data: 4 de agosto (quinta-feira)

Horário: 11h30

Realização: Cidadania 23 em parceria com a Fundação Astrojildo Pereira (FAP).

*Integrante do programa de estágio da FAP, sob supervisão da Coordenação de Publicações


Clube de leitura Eneida de Moraes/ Arte: FAP

Clube de Leitura Eneida de Moraes: acesso a livros e à cultura

Luciara Ferreira*, com edição da coordenadora de Mídias Sociais da FAP, Nívia Cerqueira

De acordo com a 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, lançada em 2020, o Brasil ocupa a 60ª posição entre 70 países que está abaixo da média mundial em leitura. O estudo constatou que 27% dos brasileiros, entre 15 e 64 anos, são analfabetos funcionais. 42% dos entrevistados alegaram que não leem porque não compreendem ou têm dificuldades; 44% não são considerados leitores (não leram nem mesmo um trecho de um livro) e 12% são leitores de romances/conto.

Criado com o objetivo de contribuir para o aumento do número de leitores ativos no Brasil, o Clube de Leitura Eneida de Moraes, promovido pela Biblioteca Salomão Malina, desenvolve encontros online desde junho de 2019 e conta com um grupo de 43 leitores participantes, que escolhem de forma democrática o livro que será debatido no mês com autores convidados.

Thalyta Jubé, coordenadora da Biblioteca Salomão Malina, ressalta a importância do estímulo à leitura no nosso país, onde o índice de pessoas que leem é muito baixo, se comparado a outros lugares. “É por meio da leitura textual que a pessoa desenvolve a capacidade de raciocínio crítico e habilidades de interpretação”.

Clube de Leitura

O Clube de Leitura Eneida de Moraes homenageia a jornalista e escritora paraense de nome homônimo, que morreu em 2003 aos 92 anos e foi destaque na literatura. Com 11 obras publicadas em várias traduções, Eneida cultivava amizades com grandes escritores modernistas como Carlos Drummond de Andrade, Dalcídio Jurandir e Graciliano Ramos. Dentre os seus livros mais famosos estão os de crônicas ‘Aruanda’ e ‘Cão da Madrugada’ e o autobiográfico ‘Banho de Cheiro’.

Confira, abaixo, galeria de fotos:

Adolescente pesquisando um livro para leitura/ Arte: FAP
Visitante da Biblioteca Salomão Malina/ Arte: FAP
Os colaboradores Thalyta e Alexandre/ Arte: FAP
Espaço interno da Biblioteca Salomão Malina/ Arte: FAP
Leitora usufruindo do espaço da Biblioteca Salomão Malina/ Arte: FAP
Livros e jornais disponíveis na Biblioteca Salomão Malina/ Arte: FAP
Jovem lendo notícias do jornal diária na Biblioteca Salomão Malina/ Arte: FAP
Livro disponível para empréstimo/ Arte: FAP
Espaço reservado para leitura na Biblioteca Salomão Malina/ Arte: FAP
Auditório da Biblioteca Salomão Malina/ Arte: FAP
Adolescente pesquisando um livro para leitura
Visitante da Biblioteca Salomão Malina
Os colaboradores Thalyta e Alexandre
Espaço interno da Biblioteca Salomão Malina
Leitora usufruindo do espaço da Biblioteca Salomão Malina
Livros e jornais disponíveis na Biblioteca Salomão Malina
Jovem lendo notícias do jornal diária na Biblioteca Salomão Malina
Livro disponível para empréstimo
Espaço reservado para leitura na Biblioteca Salomão Malina
Auditório da Biblioteca Salomão Malina
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Adolescente pesquisando um livro para leitura
Visitante da Biblioteca Salomão Malina
Os colaboradores Thalyta e Alexandre
Espaço interno da Biblioteca Salomão Malina
Leitora usufruindo do espaço da Biblioteca Salomão Malina
Livros e jornais disponíveis na Biblioteca Salomão Malina
Jovem lendo notícias do jornal diária na Biblioteca Salomão Malina
Livro disponível para empréstimo
Espaço reservado para leitura na Biblioteca Salomão Malina
Auditório da Biblioteca Salomão Malina
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Neste mês, o clube de leitura debaterá a obra Amar se aprende amando, de Carlos Drummond de Andrade. O evento, que é gratuito e aberto ao público, acontecerá na próxima terça-feira (26/7), a partir das 19 horas, com transmissão ao vivo nas redes sociais da FAP e Biblioteca Salomão Malina.

A linguista Lorena Silva de Moura, que já foi mediadora do Clube de leitura Eneida de Moares, fala dos inúmeros benefícios desta iniciativa para iniciantes. “Os encontros e a leitura estimulam a troca de ideias e informações, além de fortalecer o nosso próprio conhecimento e sensibilidade, proporcionam a valorização da leitura e difusão do livro,  num país extremamente desigual em que o acesso a livros e a cultura são muito escassos ", explica.

Sobre a Biblioteca Salomão Malina

A Biblioteca Salomão Malina, espaço que integra a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) é um importante equipamento de incentivo à produção do conhecimento em Brasília e regiões do entorno.

Ao longo dos seus 14 anos de existência tornou-se ponto de cultura consolidado. Seu acervo, com mais de 5.000 títulos para empréstimo, é especializado em Ciências Sociais e Humanas, contando também com livros da literatura.

*Integrante do programa de estágio da FAP sob supervisão.


Estande da Fundação Astrojildo Pereira na Feira do Livro, em Brasília

Incentivo à leitura: FAP doa 4,2 mil livros à população durante feira em Brasília

Luciara Ferreira e João Vítor*, com edição do coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida

Autoridades políticas destacaram as ações de incentivo à leitura e valorização da cultura desenvolvidas pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), que doou 4.232 livros à população, durante os 10 dias da 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib), realizada no Complexo Cultural da República. A pré-candidata a presidente Simone Tebet (MDB); o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire; e a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) passaram pelo estande da entidade e ressaltaram a relevância do conhecimento.

Confira eventos da FAP

Freire defendeu a valorização dos livros e a educação cultural, realizada por meio de publicações da FAP. “Firma a identidade da nação amarela. Não podíamos passar aqui sem ver a fundação, que tem um trabalho exatamente nessa direção aqui em Brasília”, disse o presidente do partido.

A seguir, veja galeria de fotos do estande da FAP:

Entrada diagonal 2 na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib) | Foto: João Vítor/FAP
Estande Fundação Astrojildo Pereira, coordenado pela Biblioteca Salomão Malina, na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib) | Foto: Biblioteca Salomão Malina
Simone Tebet e Roberto Freire aparecem juntos no estande da Fundação Astrojildo Pereira | Foto: João Rodrigues/FAP
Equipe de comunicação da FAP comparece a Felib para entrevista | Foto: João Vítor/FAP
Estande ipê amarelo número 21na 36ª Feira do livro de Brasília (Felib) | Foto: Biblioteca Salomão Malina
Estante de livros Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib) | Foto: Biblioteca Salomão Malina
Estante Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib) | Foto: Biblioteca Salomão Malina
Estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib) | Foto: Biblioteca Salomão Malina
Estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib) | Foto: Biblioteca Salomão Malina
Estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib) | Foto: Biblioteca Salomão Malina
Estante Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib) | Foto: Biblioteca Salomão Malina
Estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib) | Foto: Biblioteca Salomão Malina
Decoração do estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib) | Foto: Biblioteca Salomão Malina
Equipe de comunicação comparece a Felib para recolha de depoimentos | Foto: Biblioteca Salomão Malina
Estante de livros da FAP ganha mais títulos | Foto: Biblioteca Salomão Malina
Feria do livro na noite de 23-6 | Foto: Washington/FAP
Estande da FAP recebe alunos de escolas variadas do DF | Foto: Washington/FAP
Feira do livro vai até o domingo 26-6 | Foto: Washington/FAP
A reivenção das cidades, Um lugar no mundo e Pé vermelho e Democracia Radical estavam entre os livros para doação | Foto: Marx/FAP
Estante de livros do estande Ipê Amarelo (número 21) | Foto: Marx/FAP
Incentivo a leitura e letramento político | Foto: Marx/FAP
Entrada diagonal 1 na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib) | Foto: João Vítor/FAP
Entrada diagonal 2 na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estande Fundação Astrojildo Pereira, coordenado pela Biblioteca Salomão Malina, na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Simone Tebet e Roberto Freire aparecem juntos no estande da Fundação Astrojildo Pereira
Equipe de comunicação da FAP comparece a Felib para entrevista
Estande ipê amarelo número 21na 36ª Feira do livro de Brasília (Felib)
Estante de livros Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estante Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estante Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Decoração do estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Equipe de comunicação comparece a Felib para recolha de depoimentos
Estante de livros da FAP ganha mais títulos
Feria do livro na noite de 23-6
Estande da FAP recebe alunos de escolas variadas do DF
Feira do livro vai até o domingo 26-6
A reivenção das cidades, Um lugar no mundo e Pé vermelho e Democracia Radical estavam entre os livros para doação
Estante de livros do estande Ipê Amarelo (número 21)
Incentivo a leitura e letramento político
Entrada diagonal 1 na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
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Entrada diagonal 2 na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estande Fundação Astrojildo Pereira, coordenado pela Biblioteca Salomão Malina, na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Simone Tebet e Roberto Freire aparecem juntos no estande da Fundação Astrojildo Pereira
Equipe de comunicação da FAP comparece a Felib para entrevista
Estande ipê amarelo número 21na 36ª Feira do livro de Brasília (Felib)
Estante de livros Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estante Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estante Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Decoração do estande Fundação Astrojildo Pereira na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
Equipe de comunicação comparece a Felib para recolha de depoimentos
Estante de livros da FAP ganha mais títulos
Feria do livro na noite de 23-6
Estande da FAP recebe alunos de escolas variadas do DF
Feira do livro vai até o domingo 26-6
A reivenção das cidades, Um lugar no mundo e Pé vermelho e Democracia Radical estavam entre os livros para doação
Estante de livros do estande Ipê Amarelo (número 21)
Incentivo a leitura e letramento político
Entrada diagonal 1 na 36ª Feira do Livro de Brasília (Felib)
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"Livro salva das fake news"

Simone Tebet, que é apoiada pelo Cidadania e PSDB, disse que o livro é um ferramenta de propagação da verdade e beneficia a sociedade. “O livro salva [a população] dessas fake news, salva do radicalismo, salva dos extremismos. Quem tem cultura, quem tem a oportunidade de, através do livro, conhecer a verdade, é capaz não só de transformar, mas de transformar o país”.

“Dá para acreditar, dá para fazer um Brasil diferente. É preciso reconstruir [o país] em outras bases do fortalecimento das instituições democráticas, mas com base na verdade e igualdade para todos. E há só um caminho, o caminho da educação.  Esse é o nosso compromisso principal como professora, política e brasileira”, disse a pré-candidata a presidente.

A presidenciável foi a primeira mulher a disputar o comando do Senado, em 2021. Também foi a primeira parlamentar mulher a comandar a disputada Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a primeira vice-governadora de Mato Grosso do Sul e primeira prefeita de Três Lagoas (MS).

FAP doa quase 700 obras no 1º fim de semana da Feira do Livro de Brasília

População receberá obras doadas pela FAP na 36ª Feira do Livro de Brasília

Na ocasião, Tebet recebeu, autografada, a obra Política em Movimento: Roberto Freire na imprensa, de autoria do presidente nacional do Cidadania, e disse que leria a “bonita” história de vida dele. O livro era um dos que estavam disponíveis para doação no Estande Ipê Amarelo (número 21), organizado pela Biblioteca Salomão Malina, mantida pela FAP.

"Conhecimento"

Paula Belmonte afirmou que "o livro é uma arma, da sociedade, do conhecimento". Ela elogiou a iniciativa da Fundação Astrojildo Pereira de incentivo à leitura e disse ter honra de participar tanto do partido quanto da entidade.

“A democracia só vai, realmente, se tornar uma realidade para todos nós quando as pessoas começarem a ter mais conhecimento. E a fundação vem fazendo isso. Trazendo bons temas para uma discussão da sociedade e, mais ainda, oferecendo isso gratuitamente para as pessoas”, disse a deputada federal.

A Feira do Livro de Brasília foi realizada no Complexo Cultural da República, pela Câmara do Livro do Distrito Federal (CLDF) e pelo Instituto de Produção Socioeducativo e Cultural Brasileiro (IPCB), com apoio da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal. 

*Integrantes do programa de estágio da FAP, sob supervisão do jornalista, editor de conteúdo e coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida