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População LGBTI+ se organiza para empoderar minorias diante de ataques de Bolsonaro
Reportagem especial da revista Política Democrática online mostra que alvos de Bolsonaro não se silenciam diante de repressão de presidente
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Integrantes da população LGBTI+ (Lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, intersexos e mais) afirmam que as minorias devem se mobilizar contra as diversas formas de preconceito e violência estimuladas pelo governo de Jair Bolsonaro. Eles alertam as minorias para se unirem e se empoderarem, como mostra reportagem especial da 15ª edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira). Todos os conteúdos da revista podem ser acessados gratuitamente no site da entidade.
» Acesse aqui a 15ª edição da revista Política Democrática online
O coordenador nacional da Diversidade do Cidadania 23, Eliseu de Oliveira Neto, demonstra preocupação com o que chama de “efeito manada” do governo Bolsonaro, referindo-se à capacidade de grupos carregados de ódio e preconceito, como homofóbicos, machistas, feminicidas e racistas, contaminarem outra parcela da população. “Esses grupos se sentem empoderados, representados, e, dessa forma, acabam convencendo pelo ódio outras pessoas que estavam sem opinião formada, no ‘meio do caminho’ e que poderiam ser conscientizadas de forma pedagógica”, lamenta ele, que já foi vítima de homofobia mais de uma vez.
Assim como Eliseu, a educadora social e mulher trans Rubi Martins do Santos Correa afirma que a população de minorias precisar se unir para não se marginalizar e se oprimir diante das práticas do governo Bolsonaro. “Somos um país de pessoas resistentes. Temos gays em todos os lugares”, acentua. “Temos que empoderar a população LGBTI+ e as outras minorias para ocuparem os espaços na sociedade. O empoderamento é chave para as minorias atuarem como sujeitos de direitos e deveres. Não sei quanto tempo vai levar, mas um dia chegaremos lá”, afirma ela.
A população LGBTI+ reconhece que sempre sofreu violência e teve de se organizar em movimentos político-sociais para terem seus direitos reconhecidos. No entanto, de acordo com Rubi, Bolsonaro “legitima atos violentos contra as minorias”. “Isso dá certa autonomia para as pessoas destilarem os seus preconceitos. Elas se sentem no poder de praticar violência porque até o presidente naturaliza isso”, assevera a educadora social, que também coordena um trabalho junto à população em situação de rua e extrema vulnerabilidade no Distrito Federal.
Como também tem dificuldade de articulação no Congresso, Bolsonaro ocupa o tempo se envolvendo em polêmicas sustentadas em pauta sobre moral e costumes. “É a pauta dos conservadores”, afirma Eliseu. “Bolsonaro é um homofóbico que não tem pudor de colocar as pessoas em risco e de mentir para se manter no poder”, acrescenta ele.
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Manual LGBTI+ propõe que imprensa troque o preconceito por informação correta
Lançado pela Aliança Nacional LGBTI+ e Rede GayLatino, o novo Manual de Comunicação LGBTI+ é destinado aos meios de comunicação, jornalistas e estudantes da área
Substitua preconceito por informação correta. Essa é a proposta da Aliança Nacional LGBTI+ e da Rede GayLatino, que acabam de lançar o Manual de Comunicação LGBTI+. O material pretende colaborar com a diminuição do preconceito e melhorar o entendimento de termos que são recorrentes entre a população LGBTI+, mas que podem não ser usuais no dia a dia de profissionais e estudantes da comunicação.
Definições, conceitos e fenômenos acerca das pessoas LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexuais e outras identidades de gênero e sexualidade não contempladas na atual sigla adotada, representadas pelo “+”) são conteúdos encontrados logo no início do manual, que é resultado de um trabalho conjunto que contou com a colaboração de, aproximadamente, 300 sugestões de especialistas, militantes , ativistas e associados das organizações. O material ainda apresenta pontos históricos envolvendo a população LGBTI+, os avanços mais recentes em termos de reconhecimento dos direitos desta população no Brasil e informa sobre o que deve ser evitado em comunicações sobre o tema LGBTI+, assim como pautas que podem ser de interesse de profissionais dessa área.
“É uma obra que procura ser sucinta e fornecer informações práticas para consultas rápidas. Não se trata de uma obra acadêmica com aprofundamento nos temas e conceitos, mas sim de uma proposta de ferramenta para o dia a dia de profissionais e estudantes de comunicação”, informam os organizadores do manual. Para promover o material, diversos lançamentos serão feitos em Brasília (16 de maio), Curitiba (21 de maio), Ponta Grossa (22 de maio), São Paulo (22 de maio) e Maceió (25 de maio).
Ainda que a agenda de lançamento esteja em andamento, os profissionais da imprensa podem ter acesso ao manual por meio deste link:
http://www.grupodignidade.org.br/wp-content/uploads/2018/05/manual-de-comunicacao-LGBTI.pdf
https://portal.comunique-se.com.br/manual-lgbti-propoe-que-imprensa-troque-o-preconceito-por-informacao-correta/?info-manchete