Jean Wyllys

Maurício Huertas: Jean Wyllys x Bolsonaro - Você tomou partido?

Goste-se ou não de Jean Wyllys, é inaceitável que qualquer cidadão brasileiro, ainda mais um deputado federal reeleito, tenha que sair do país por estar ameaçado de morte em razão de suas atividades políticas, comportamento social, crenças, ideias ou ideologia.

Mais bizarra que a situação que leva a esse abandono do mandato, só mesmo a reação debochada, infantilóide e repugnante do presidente Jair Bolsonaro, de seus filhos criados à sua imagem e semelhança, e de seus seguidores xucros e fanáticos nas redes sociais. Vivemos dias insanos.

#ProgramaDiferente acompanha as atividades do deputado Jean Wyllys. Já exibimos matérias diversas e até um programa especial sobre o pré-lançamento de um documentário sobre este personagem polêmico (que se chamaria #Eu_JeanWyllys e acabou recebendo o título oficial de Entre os homens de bem).

Ninguém precisa concordar com ele, mas é importante ouvi-lo e tentar compreender a sua luta. Um mínimo de empatia e solidariedade também é válido, até porque o que está acontecendo hoje com ele, amanhã pode ser comigo ou com você, se "sairmos da linha".

Vale refletir sobre os muitos aspectos desse retrocesso político e social que o Brasil vive, por enquanto disfarçados na rejeição da maioria da população aos governos petistas, mas que vem acirrando de forma perigosa o ódio, o preconceito, a intolerância e a ameaça aos direitos individuais e coletivos dos cidadãos brasileiros.

Reveja alguns programas e matérias que refletem bem esses tempos nebulosos:

O #ProgramaDiferente acompanha o pré-lançamento do polêmico documentário #Eu_JeanWyllys e ouve Soninha, Laerte e Suplicy

Matéria seguida do trailler do documentário

Reportagem completa do pré-lançamento

O #ProgramaDiferente especial da Páscoa combate o ódio e a intolerância

#ProgramaDiferente apresenta "Púlpito e Parlamento: Evangélicos na Política"


Bernardo Mello Franco: Caso Jean Wyllys - Ameaças a deputado ferem a democracia

Não é preciso simpatizar com as ideias de Jean Wyllys. Quem preza a democracia deve se preocupar com o anúncio feito ontem pelo deputado do PSOL. O parlamentar abriu mão do terceiro mandato, para o qual foi reeleito em outubro, e decidiu deixar o país. O motivo foram as seguidas ameaças de morte que ele já havia informado à polícia.

Jean é um dos raros políticos brasileiros que se declaram homossexuais. Sempre defendeu bandeiras da causa LGBT, como o casamento civil de pessoas do mesmo sexo. Era uma voz solitária num Congresso que não espelha a diversidade da sociedade brasileira. Para ficar num exemplo: as mulheres são a maioria da população, mas ocupam apenas 10% das cadeiras na Câmara. Na próxima legislatura, serão 15%.

O deputado também ficou conhecido como desafeto de Jair Bolsonaro. Os dois trocaram ofensas públicas no plenário da Câmara e nas redes sociais. A disputa já foi parar no Conselho de Ética e no Supremo Tribunal Federal. Em dezembro, o ministro Celso de Mello arquivou uma queixa do presidente contra o rival.

Depois do atentado contra Bolsonaro, Jean relatou um aumento no tom das ameaças. Ele se tornou um alvo preferencial de militantes bolsonaristas. A Justiça já condenou um deputado eleito do PSL, partido do presidente, por acusá-lo falsamente de defender a pedofilia. O parlamentar pediu proteção policial e passou a andar com escolta.

Não é prudente desdenhar das ameaças. Há dez meses, a vereadora Marielle Franco, também do PSOL do Rio, foi assassinada a tiros. Há 12 dias, o carro da deputada Martha Rocha, do PDT fluminense, foi alvo de tiros de fuzil. Os dois casos ainda não foram esclarecidos pelas autoridades.

Adversário político de Jean, o deputado Rodrigo Maia reconheceu a importância de seu mandato e disse que ninguém pode ameaçar um parlamentar impunemente. Fez o que se esperava de um presidente da Câmara. O presidente Bolsonaro e seu filho Carlos, o “02”, preferiram usar o Twitter para debochar da renúncia. Ninguém pode dizer que esperava outra coisa.


Cynara Menezes, do Blog Socialista Morena, e Lino Bocchini, da CartaCapital, falam ao #ProgramaDiferente sobre política e jornalismo

O #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, acompanhou na noite desta terça-feira, 10 de novembro, em São Paulo, o lançamento do livro "Zen Socialismo - Os Melhores Posts do Blog Socialista Morena", da jornalista Cynara Menezes.

Natural de Ipiaú, região cacaueira da Bahia, ela se define como "socialista, comunista e bolivariana". Em 28 anos de carreira, já trabalhou nos jornais Folha de S. Paulo e Estadão, e nas revistas IstoÉ, Veja, Vip e Carta Capital. Hoje mantém uma coluna na Caros Amigos e o blog pessoal com o nome inspirado no antropólogo, político e escritor Darcy Ribeiro (1922-1997), que concebeu o "socialismo moreno", um socialismo à brasileira.

O "zen socialismo", ou uma visão holística do socialismo moreno, é o que ela prega neste livro da Geração Editorial, com prefácio de Jean Wyllys, e na sua atuação militante nas redes sociais, onde é uma espécie de musa da esquerda guerrilheira virtual que combate diariamente um exército imaginário de coxinhas golpistas.

Outro entrevistado no evento foi o jornalista Lino Bocchini, editor-geral de mídia on-line e redes sociais daCartaCapital, ele também um militante declarado de esquerda, com passagem pela Editora Abril, Grupo Folha,Revista Trip e Prefeitura de São Paulo (gestão Marta Suplicy), além de ser o criador da polêmica paródia ‘Falha de S Paulo’, site proibido pela Justiça.

Assista aqui, com exclusividade, o bate-papo com os jornalistas Cynara Menezes e Lino Bocchini sobre a crise do governo Dilma e o dia-a-dia da política, da mídia e do jornalismo.

O #ProgramaDiferente acompanha o pré-lançamento do polêmico documentário #Eu_JeanWyllys e ouve Soninha, Laerte e Suplicy

Três anos seguindo o deputado federal Jean Wyllys (PSOL/RJ), acompanhando os bastidores da sua atuação política, conquistas, percalços e perrengues na luta por igualdade, diversidade e direitos humanos. A causa LGBT e reações de ódio e preconceito são o fio condutor deste documentário.

É quase um Big Brother da política, para citar o reality show que revelou Jean Wyllys ao grande público. Mas a câmera (in)discreta que o acompanha enxerga muito além da intimidade do deputado ou da celebridade que interage com eleitores e parlamentares.

Segundo o release da produtora Lente Viva,#Eu_JeanWyllys trará, quando lançado em 2016, o "perfil de um personagem pop e o retrato em cores vibrantes da sociedade brasileira e da cultura digital contemporâneas. Um mosaico de temas atualíssimos que alimenta discursos de amor e ódio nas redes sociais – e que convida todos a participar".

Aliás, outra boa sacada, que crava no próprio título a "vontade de ser coletivo e de estimular a interação", é que, seguindo a moda dos emoticons nas redes sociais, cada um pode preencher o espaço entre #Eu e JeanWyllys da forma como quiser. "Só não se pode ignorar que ele fala de um personagem singular, no olho do furacão de um tempo novo", afirmam seus produtores.
Apesar de ser simpático à sua causa, o filme não é uma peça publicitária encomendada pelo deputado Jean Wyllys - e isso os diretores fazem questão de frisar. "O que está em jogo é uma ideia, um valor, uma mensagem. É a vontade de abrir os raios da diversidade e da tolerância por entre nuvens tão carregadas de ódio", afirmam.
"Mas, por tocar em temas polêmicos e por apresentar um político como protagonista, o filme enfrenta dificuldades para obter recursos via editais públicos e leis de incentivo fiscal. Por isso, a campanha de crowdfunding é vital", dizem, apesar da informação que circula pelas redes, de que o Ministério da Cultura, comandado pelo ministro Juca Ferreira, autorizou a captação de R$ 842.648,00, via Lei Rouanet, para a produção do filme
O #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, acompanhou o pré-lançamento do polêmico documentário. Foram entrevistados, além do próprio Jean Wyllys, os diretores Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros, o ex-senador Eduardo Suplicy, atual secretário de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo, a ex-vereadoraSoninha Francine, coordenadora de políticas LGBT do Governo do Estado, e Laerte Coutinho, cartunista transgênero.
Assista a matéria seguida do trailler do filme e também, com exclusividade, uma reportagem completa do pré-lançamentode #Eu_JeanWyllys, com uma hora de duração. Boa viagem...