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Alcolumbre cede e marca sabatina de André Mendonça, indicado por Bolsonaro ao STF

Sabatina e votação da indicação na CCJ vai acontecer na próxima semana no Senado

Renato Machado / Thiago Resende / Folha de S. Paulo

Após mais de quatro meses de resistência, o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), marcou a sabatina do ex-ministro André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

A sabatina e votação da indicação na CCJ vai acontecer na próxima semana, durante esforço concentrado no Senado para a votação de indicação de autoridades.

​Alcolumbre fez uma longa fala sobre o assunto, rebatendo a acusação de que havia tornado inoperante alguns órgãos justamente por não agendar sabatinas.

Citou como exemplo o Conselho Nacional do Ministério Público, afirmando que as sabatinas que lhe cabiam haviam sido feitas, mas que o plenário do Senado não realizou as votações previstas.

O senador pelo Amapá também afirmou que tinha preferência por realizar primeiramente as sabatinas para cargos com mandatos e não para vagas vitalícias, como as indicações para tribunais.

Ele citou especificamente as indicações de Mendonça, para o Supremo Tribunal Federal e também para uma vaga no Tribunal Superior do Trabalho.

"Pessoalmente se tivesse que escolher, eu optaria por colocar todos os cargos nesse momento, os cargos que dispõem de mandato e não os vitalícios", afirmou.

O agendamento da análise do nome de Mendonça acontece um dia após reunião na residência oficial do Senado entre Alcolumbre, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o líder do governo, senador Fernando Bezerra (MDB-PE).


Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
André Mendonça e Jair Bolsonaro. Foto: Agência Brasil
André Mendonça. Foto: Secom/PR
André Mendonça. Foto: Secom/PR
André Mendonça. Foto: Anderson Riedel/PR
André Mendonça e Jair Bolsonaro. Foto: Secom/PR
André Mendonça. Foto: Secom/PR
André Mendonça. Foto: Secom/PR
André Mendonça. Foto: Pablo Jacob
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
André Mendonça e Jair Bolsonaro. Foto: Agência Brasil
André Mendonça. Foto: Secom/PR
André Mendonça. Foto: Secom/PR
André Mendonça. Foto: Anderson Riedel/PR
André Mendonça e Jair Bolsonaro. Foto: Secom/PR
André Mendonça. Foto: Secom/PR
André Mendonça. Foto: Secom/PR
André Mendonça. Foto: Pablo Jacob
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Sabatina de André Mendonça na CCj do Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Pacheco informou no mesmo dia que havia recebido uma sinalização positiva de que Alcolumbre pautaria a sabatina de Mendonça durante o esforço concentrado para a votação das indicações de autoridades, que será realizado na próxima semana.

"[Alcolumbre] sinalizou que vai fazer todas as sabatinas, todas as apreciações que precisam ser feitas pela CCJ, assim como a senadora Kátia Abreu fez em relação à Comissão de Relações Exteriores com os embaixadores que estão indicados e as demais comissões e assim sucessivamente", respondeu Pacheco, ao ser questionado sobre o que teria dito Alcolumbre ao ser cobrado para fazer a sabatina de Mendonça durante o esforço concentrado.

O senador pelo Amapá vem sendo cobrado duramente por evangélicos, por membros do STF e por outros senadores para destravar a sabatina do ex-ministro da Advocacia-Geral da União.

A cobrança acabou respingando em Pacheco, que passou a ser pressionado para levar a análise diretamente para o plenário do Senado.

Durante sessão plenária na semana passada, alguns senadores, como o líder do Podemos, Álvaro Dias (Podemos-PR), chegou a ameaçar uma grande paralisação dos trabalhos do Senado, se a sabatina de Mendonça não fosse realizado.

Nos bastidores, comenta-se que o principal motivo pelo qual Alcolumbre vinha segurando a sabatina de André Mendonça é o fato de ter perdido o controle sobre a distribuição de emendas. Além disso, também comenta-se que ele gostaria de ver substituída a indicação de Mendonça pela do atual procurador-geral da República, Augusto Aras.

Mendonça é o nome "terrivelmente evangélico" que o presidente Jair Bolsonaro havia prometido indicar para uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

ENTENDA TRAMITAÇÃO DAS INDICAÇÕES NO SENADO

  • A avaliação sobre a nomeação é feita pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Para iniciar o processo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), deve ler o comunicado da indicação em plenário, o que já foi feito
  • A principal etapa na comissão é a realização de uma sabatina do candidato pelos congressistas. Concluída a sabatina, a CCJ prepara um parecer sobre a nomeação e envia a análise ao plenário
  • A decisão sobre a indicação é feita em uma sessão plenária da Casa. A aprovação do nome só ocorre se for obtida maioria absoluta, ou seja, ao menos 41 dos 81 senadores
  • Depois da aprovação pelo Senado, o presidente pode publicar a nomeação e o escolhido pode tomar posse no tribunal

Fonte: Folha de S. Paulo
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/11/alcolumbre-cede-e-marca-sabatina-de-andre-mendonca-indicado-por-bolsonaro-ao-stf.shtml


Jairo Malta: 'Dois Estranhos' mostra que negros são alvos não importa o que façam

Curta indicado ao Oscar homenageia George Floyd com trama de homem que é assassinado repetidas vezes por um policial

“Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte/ Porque apesar de muito moço, me sinto são e salvo e forte.” Já se sentiu assim como Belchior em “Sujeito de Sorte”?

Eu não. Sou preto de quebrada, e sorte é um produto que, quando compramos no AliExpress, sempre fica preso em algum país racista.

Baleado com uma furadeira na mão. Baleado voltando da escola. Baleado por brincar no quintal de casa. E 80 balas por estacionar o carro em frente a um grupo de soldados. A gente é público-alvo, alvo de bala.

Em "Dois Estranhos", curta indicado ao Oscar e disponível na Netflix, Carter James acorda depois de uma noite aparentemente romântica com a linda Perri. Ele está na casa dela e precisa voltar para dar comida a seu cachorro. Ao descer as escadas do prédio, é abordado pelo oficial Merk. A partir dali, é bala, bala e bala.

São 30 minutos de um único homem negro morrendo porque correu, porque fumou, porque deixou cair o dinheiro no chão ou porque disse algo que o policial não entendeu. O ditado “basta estar vivo para morrer” deveria ser “basta ser preto para não viver”. Viver com medo de morrer não é viver.

Se o filme fosse filmado no Brasil, duraria 23 minutos.

O curta é uma clara homenagem dos diretores Travon Free e Martin Desmond Roe a George Floyd, assassinado por asfixia depois de falar mais de 20 vezes “eu não consigo respirar".

Interessante que, em todas essas tantas mortes a que Carter é submetido, ele sempre faz o papel do mocinho. É educado ao descer as escadas, elogiando as pessoas, cumprimentando todos e abrindo a porta para um estranho. Até que é visto por Merk. E bala.

Se você é negro, sabe que isso é normal. Se vai ao mercado, por exemplo, o segurança vai seguir você, surgir nos corredores, aparecer no campo de visão de longe, olhando. A dica é faça amizade com o segurança, cumprimente sempre que entrar no mercado, isso ameniza a relação. Mas, para ele, você ainda é um suspeito.

Em dado momento, Carter reflete sobre isso –eu sou mais inteligente que ele, sou provavelmente mais rico que ele, mais bonito. Vou tentar conversar. Já os argumentos de Merk vão na linha de “sou do interior", "sou xucro", "não tenho muito estudo” até ele matar Carter mais uma vez.

Adam Rutherford, geneticista e comunicador britânico, lançou em fevereiro do ano passado o livro “How To Argue With a Racist”, ou como discutir com um racista, ainda sem edição no Brasil. Nele, diz “este livro é uma arma!”. Assim como o cantor Belchior, Rutherford é branco.

Carter tenta de tudo para voltar para casa e alimentar o cachorro. Se veste bem, arruma o óculos, penteia os cabelos. Mas, para Merk, seria melhor ele guardar a sua melhor roupa para o caixão.

Todos são culpados, quem mata e quem assiste. Nem o nosso nome é lembrado. No “caso Henry”, Henry é um menino branco cruelmente assassinado. No dos três meninos de Belford Roxo, eles são crianças que desapareceram. Em um, a mídia faz especial, fala com pais, mãe, babá, avó e o cachorro de estimação. No outro, a mídia cobriu uma manifestação que “terminou em baderna”.

Tentamos de tudo para não morrer. Política, Marielle Franco. Música, Evaldo dos Santos. Esporte, Mário Sabino. Estudos, Emily VictóriaÁgatha Félix, Jenifer Gomes. Mas continuamos morrendo. Qual é a solução?

Imagina que em um quarto tem muito dinheiro, comida, todos vivendo bem e seguros, mas você está do lado de fora dele com fome, vendo a sua família morrer. Todos os dias você bate na porta, eles abrem e deixam você ver tudo —festas, risadas, comida e segurança. Não deixam você entrar.

Todos os dias, você canta. “Temos fome, estamos morrendo, por favor! Nos deixem entrar.” Mais uma semana e a música muda. “Estamos morrendo, preciso entrar.” No mês seguinte, “estou morrendo, vou arrombar a porta”. Um ano depois, você quebra a maçaneta e entra.

Pedimos de todas as formas. Panteras Negras, Movimento Negro Unificado, Marielle Franco. A maioria deles está morta ou na cadeia. Então, agora, o que acha que vamos fazer?

DOIS ESTRANHOS

  • Onde Na Netflix
  • Classificação 16 anos
  • Elenco Joey Bada$$, Andrew Howard, Zaria
  • Direção Martin Desmond Roe, Travon Free