gestão da água

Autoridades da ONU e de diversos países discutem gestão da água em Foz do Iguaçu

Começou na quinta-feira (28), no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu, um encontro de dois dias que reúne autoridades de diversos países e representantes de instituições ligadas ao sistema da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir como contribuir para a melhoria da gestão dos recursos hídricos no mundo e sua relação com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030.

Na abertura do evento, o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, saudou os participantes alertando para a urgência de se colocar em prática soluções sustentáveis em todo o mundo, especialmente em relação à água e à energia. "No Brasil, assim como em muitas partes do planeta, há pessoas que estão à margem dos confortos proporcionados pela modernidade, por equipamentos elétricos e tecnologia. A questão é como levar desenvolvimento para essas populações, sem que se prejudique o meio ambiente", afirmou Samek.

Os países representados no evento estão reunidos na recém-criada Rede Global de Gestão Participativa da Água. A rede congrega iniciativas premiadas pela ONU-Água com o Water for Life, que reconhece as melhores práticas de gestão da água, entre elas o programa Cultivando Água Boa (CAB), da Itaipu Binacional.

O objetivo da rede é divulgar essas práticas e estimular outras iniciativas de proteção e conservação dos recursos hídricos com participação social em todo o globo. Para isso, foi criada uma plataforma virtual abrigada no sitewww.goodpracticeswater.com, que está sendo apresentada no evento. A rede conta ainda com uma secretaria que, neste início do projeto, é abrigada no CAB, com apoio da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Rede Brasil de Organismos de Bacias Hidrográficas (Rebob).

A estrutura e o funcionamento da rede foram abordados em uma reunião fechada entre os membros realizada na quarta-feira (27), no PTI. “Existem boas práticas consolidadas, com bons resultados a apresentar, em todo o mundo. Mas é necessário dar escala a essas práticas. O mundo tem urgência disso”, afirmou o diretor brasileiro de Coordenação da Itaipu, Nelton Friedrich.

Outro resultado esperado da rede é que as iniciativas, pela troca de experiências e tecnologias, se fortaleçam e incrementem suas ações. “Aqui temos uma prática binacional (o CAB) reconhecida, aberta à cooperação e ao compartilhamento, que também pode crescer com o aprendizado de outros projetos”, completou o diretor paraguaio de Coordenação, Pedro Domaniczky.

Os ODS e a Agenda 2030

Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram definidos em negociações entre os países-membros da ONU após a Conferência Rio 20. Eles compreendem diversos temas agrupados em 17 macro- objetivos, entre eles a erradicação da fome e da miséria, o combate às mudanças climáticas, a produção de energia limpa e acessível, a equidade de gênero, água limpa e saneamento universal, consumo e produção sustentável, entre outros.

A Agenda 2030 constitui uma série de compromissos que os países-membros da ONU precisam cumprir, em relação aos ODS, até o ano de 2030. “Como a água é um tema presente em vários desses objetivos, a ideia é que a Rede Global de Gestão Participativa da Água possa contribuir para o cumprimento dessas metas”, acrescenta o superintendente de Meio Ambiente da Itaipu, Jair Kotz, responsável pela secretaria da rede.

Além dos diretor-geral brasileiro da Itaipu, o evento conta com a participação de diversas autoridades ligadas à ONU, como o secretário da ONU-Energia, Ivan Vera, o coordenador regional do Programa Hidrológico Internacional da Unesco, Miguel Doria, o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, o oficial da Cepal, Rene Salgado, entre outros.


Matéria publicada no portal Jornal de Itaipu Eletrônico.

Fonte: cidadessustentaveis.org.br