Fundação Astrojildo Pereira
Fundação Astrojildo Pereira realiza curso gratuito de defesa pessoal para mulheres
Aula será ministrada por Alessandro Márcio dos Santos Coelho, mestre em artes marciais
Cleomar Almeida
Em meio ao crescimento de feminicídios no país, a FAP (Fundação Astrojildo Pereira) realizará, no dia 5 de junho, o Workshop de Krav Magá: defesa pessoal para mulheres, na Biblioteca Salomão Malina e no Espaço Arildo Dória, no Conic, em Brasília. O objetivo é que o evento sirva como mais um meio de discussão sobre violência e criminalidade contra as mulheres e ensine técnicas para que elas usem artes marciais para autodefesa. O workshop tem parceria com a Hebrom Escola de Artes marciais. A entrada é gratuita, mas é limitada a 50 pessoas.
Clique aqui para fazer a inscrição ( https://forms.gle/SEsyu7zZBv5un1uH9 )
Neste ano, no Distrito Federal, a Secretaria de Segurança Pública já registrou 12 casos de feminicídios até o dia 14 de maio. No Brasil, foram mais de 200 até o mês de março, de acordo com levantamento organizado pelo doutor em Direito Internacional pela USP (Universidade de São Paulo) Jefferson Nascimento e divulgado pelo jornal O Globo.
O workshop terá duração máxima de 2h30 e será transmitido ao vivo pelo página da FAP no facebook. O curso abordará o tema de violência contra a mulher e apontará o Krav Magá como solução de autodefesa. A apresentação contará também com 5 alunos provenientes de artes marciais, para ensinarem as técnicas por meio de demonstrações e interação com o público .
De acordo com a coordenadora da biblioteca, Thalyta Jubé, o workshop atende às finalidades da FAP de promover o estudo e a reflexão de temas relevantes para a sociedade. “E também cumpre o objetivo da biblioteca, como centro de informação, de disseminar a informação de forma acessível”, afirma.
Perfil do instrutor
O professor e instrutor Alessandro Márcio dos Santos Coelho é mestre em artes marciais, contra-mestre de capoeira, faixa preta - 2°Grau de Krav Maga pela WKMF, professor de boxe credenciado pela Federação Brasília Open Boxe e faixa preta - 1° grau de jiu-jitsu.
Alessandro também realiza trabalhossociais. Ele está atuando no Projeto Cure, em Samambaia, na igreja Vivo Por Ti, que tem como objetivo desenvolver o empoderamento feminino unindo as artes marciais e o acompanhamento psicológico para transformar a realidade de mulheres que já sofreram violência física, sexual e ou psicológica.
Ele também é instrutor na Hebrom Escola de Artes marciais (Ceilândia–DF) e desenvolveu projetos no Instituto Nair Valadares, no Riacho Fundo II, por 3 anos, alcançando crianças e adolescentes carentes e mães que sofriam violência doméstica.
Trotsky da Netflix, uma análise de José Carlos Monteiro na revista Política Democrática online
Na sexta edição da revista Política Democrática online, José Carlos Monteiro publica um ensaio exclusivo sobre Trotsky da Netflix. Confira trechos, a seguir:
Cleomar Almeida
A quem interessava a grotesca “desconstrução” de Leon Trotsky (1879-1940) e da revolução soviética promovida na minissérie Trotsky (em russo: Троцкий) pelo Pevry Kanal russo e encampada pela plataforma norte-americana de streaming Netflix? A julgar pela repercussão dos oito episódios da minissérie, tanto no âmbito interno como no exterior, a produção parece ter atingido seus objetivos: admiradores do líder revolucionário a detestaram, ao passo que anticomunistas brasileiros e americanos (e moderadamente europeus) vibraram.
Ainda (ou cada vez mais), percebe-se a existência de um sentimento antissocialista. Basta ler as manifestações nas redes sociais e em certa mídia ocidental. O seriado surge, assim, num contexto de populismos direitistas e ferozmente antagônicos à Rússia ou ao que ela representa em termos de continuidade ou evocação do passado. Mas a Rússia se esquiva de qualquer associação com a ideologia do passado.
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A operação Trotsky teve como pretexto o centenário da Revolução de 1917, cuja comemoração o governo de Vladimir Putin ignorou. Afinal, astuciosamente, o putinismo quer distância de comunismo e de imagens e valores de seus “pais fundadores”, empenhado como está em forjar sua “ideologia do futuro”. Onde se inscreve precisamente esta megaprodução televisiva, elaborada nos moldes das mais facciosas biopics hollywoodianas?
Uma oportuna reflexão de Vladimir Surkov, conselheiro de Putin, nos sugere que a perspectiva dos realizadores consistia em que a linguagem da minissérie deveria ser “aceitável para público suficientemente amplo, porque o sistema político que opera na Rússia é feito não só para atender futuras necessidades domésticas, mas também para garantir significativo potencial como artigo de exportação”.
Daí a empolgação da Netflix ao ver Trotsky em lançamento mundial no Mipcom, mercado internacional de conteúdos audiovisuais, que acontece em Cannes. “É a primeira série dedicada a Trotsky na história da Rússia”, alardeou Konstantin Ernst, diretor do Pevry Kanal, do qual a rede americana comprou a minissérie na suposição de que ela tinha os ingredientes postulados por Ernst: “Trotsky se parecia com um herói do rock and roll: fuga da prisão, revolução, amor, exílio e morte.” Uma equação, sem dúvida, de inspiração hollywoodiana.
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Revista Política Democrática online: Base curricular em xeque, aponta Joaquim José Soares Neto
Analista lembra que o Censo da Educação Básica vem também coletando informações acuradas referentes aos alunos, turmas, professores e escolas
Cleomar Almeida
O Brasil tem um quadro bastante preciso de como se desenvolveu a educação básica brasileira nas últimas duas décadas, de acordo com artigo de Joaquim José Soares Neto, publicado na sexta edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, novo nome do PPS (Partido Popular Socialista). “O panorama é preocupante. O fato que mais impacta é o aprendizado dos alunos, que revela profundas assimetrias”, diz ele
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A partir da década de 1990, de acordo com o autor, com a implantação do Sistema de Avaliação da Educação Básica, tornou-se possível acompanhar o desenvolvimento do aprendizado dos estudantes em língua portuguesa e em matemática ao final da primeira etapa do ensino fundamental (atualmente o 5º ano), ao final do 9º ano e ao final do terceiro ano do ensino médio. “Por outro lado, o Censo da Educação Básica vem também coletando informações acuradas referentes aos alunos, turmas, professores e escolas. Assim, atualmente, temos quadro bastante preciso de como se desenvolveu a educação básica brasileira nas últimas duas décadas”, afirma ele.
No entanto, segundo Soares Neto, alunos de níveis socioeconômicos maiores tendem a demonstrar graus de aprendizagens superiores, alunos de áreas urbanas tendem a ter melhor desempenho do que os das áreas rurais e alunos das regiões norte e nordeste tendem a ter desempenhos menores do que os das outras regiões do país. “A grande questão nacional em relação à educação é: como adotar políticas públicas que impulsionem a superação de tal realidade?”, questiona.
Qualquer resposta, conforme ressalta o autor, deve levar em consideração que sua implementação depende de um arranjo institucional que envolve a união, estados e municípios, e deve mobilizar contingente de aproximadamente 50 milhões de alunos, 200 mil escolas e 2 milhões e duzentos mil professores. “A discussão a esse respeito intensificou-se durante o período da elaboração da última Constituição e tem avançado na medida em que o sistema de avaliação produz resultados com base nas evidências”, afirma.
Já na década de 1980, segundo ele, estava claro que o currículo de cada escola ou de rede de escolas jogaria papel importante. No entanto, também estava na mesa o fato de que, em uma República Federativa de dimensões continentais e com grande complexidade cultural, não cabia a elaboração de um currículo único para todo o país. “A questão foi resolvida por meio do Artigo 210 da Constituição Federal e, na sequência, pelo Artigo 9º da Lei de Diretrizes e Bases, de 1996. Estes dois artigos explicitam a necessidade de uma base comum de aprendizados essenciais, que se deveriam constituir como direito educacional de cada aluno brasileiro”.
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André Amado publica artigo Porta dos Fundos na revista Política Democrática online
Confira, abaixo, trecho do artigo do embaixador aposentado e diretor da revista Política Democrática online
Cleomar Almeida
Gostava do restaurante. Não cheirava a comida e, em geral, atraía pessoas com certo charme. No almoço de hoje, sentadas a meu lado, duas moças davam o tom do ambiente. Examinavam o cardápio como se fosse a orelha de um livro ou a sinopse de um filme. Tinham interesse real no que liam e pressa nenhuma em fazer os pedidos. Só definiram as bebidas – água sem gás para uma e taça de vinho tinto para a outra – e logo retomaram a conversa que deviam ter interrompido a caminho da mesa.
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Já te disse, Odete, é perda de tempo começar a ler as obras dos grandes escritores, assim, diretamente, pela porta da frente. Você acha que pode encarar um Cervantes, um Flaubert, um Proust ou um Joyce sem ajuda? Acha que é capaz de captar a complexidade dos personagens, a teia entrelaçada do enredo, a qualidade e a novidade da narrativa apenas por sua força de vontade?
Eu também queria participar da conversa, mas se me inclinasse um centímetro a mais na direção da mesa seria decerto acusado de assédio. Contive-me e ainda ouvi. A gente sempre precisa de alguém com intimidade familiar com as obras para trazer a nossos olhos, à nossa sensibilidade, as pistas iluminadas da arte desenvolvida por aqueles gênios. Em uma palavra, não dá para enfrentar os grandes escritores pela porta de frente. Temos que descobrir primeiro quem nos conduza pela porta dos fundos desse mundo fabuloso da criação e produção literárias.
Deixa eu lhe dar um exemplo, seguia a tal de Clarinha. Há anos, queria ler a Odisseia, mas tinha medo. Foi quando um amigo me recomendou uma edição especial da Companhia das Letras. Uma introdução de um scholar americano e o prefácio do tradutor, que ganhou uma coleção de prêmios pelo trabalho, me chamavam a atenção para o que tinha de saber sobre a origem da obra, a polêmica da autoria da Odisseia, os termos da relação entre os mortais, como Homero, e os deuses e as deusas protetores ou rivais, os percursos pelos mares da Grécia, as aventuras e desventuras do herói grego em sua viagem épica de volta à casa, a efervescência em Ithaca, onde “os arrogantes pretendentes” disputam a mão de Penélope e o reencontro, enfim, com a mulher amada e a refrega com os competidores pelo amor da amada.
Só posso lhe dizer, Odete, que duvido que pudesse ter desfrutado tanto da leitura e viagens mentais que empreendi não fosse a mão amiga do scholare do tradutor na maçaneta da porta dos fundos da Odisseia.
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Revista Política Democrática: “Não há o que celebrar pelo 31 de março”, diz Alberto Aggio
Em artigo na sexta edição da revista Política Democrática online, analista político critica postura do presidente Jair Bolsonaro de querer celebrar o golpe militar no Brasil
Cleomar Almeida
“Cinquenta e cinco anos após o Golpe Militar de 1964 essa postura sinistra é retomada, evidenciando um anacronismo insuportável. Não há o que celebrar pelo 31 de março”. A avaliação é de Alberto Aggio, em artigo publicado na sexta edição da revista Política Democrática online. Segundo ele, o golpe militar de 1964 realizado há 55 anos alterou a história do país, e os brasileiros viveram 20 anos sob um regime autoritário. A publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, novo nome do PPS (Partido Popular Socialista).
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“Depois de 1968, com o AI5, ele quase se tornou fascista. Tanto quanto possível houve oposição a esse regime, antes e depois de 1968”, afirma Aggio. “Hoje, o presidente Bolsonaro quer celebrar esse regime, e seus apoiadores falam em uma 'verdadeira narrativa' sobre o que aconteceu a partir de 1964. O que vem a seguir é apenas uma 'memória' que registra apenas um capítulo, em micro, do que foi aquele regime. Cheguei a São Paulo no final de 1970 e ingressei no ano seguinte numa das escolas estaduais mais importantes na Zona Leste: O IEE Nossa Senhora da Penha”, acrescenta.
De acordo com o autor do artigo, em 1970, mesmo sob intervenção, os alunos conseguiram reabrir o Grêmio Estudantil VI de Setembro. Uma das iniciativas dos estudantes foi organizar um grupo de teatro. Na periferia da cidade, segundo ele, a escola era excepcional por vários aspectos, dentre os quais se destacava um teatro para 400 espectadores e uma piscina de tamanho médio, infelizmente já desativada.
“O grupo de teatro que se formou escolheu uma peça para ensaiar e se apresentar ao restante da escola. Tratava-se de 'Somos todos do Jardim da Infância' de Domingos de Oliveira, falecido recentemente. Posteriormente, a Rede Globo faria um especial com a peça, ainda em preto e branco. O texto tratava de um grupo de jovens e suas experiências pessoais e intelectuais no momento em que eles terminavam o colégio e estudavam para passar no vestibular”, lembra Aggio.
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Política Democrática online: Como os mais pobres poderão ser atingidos pela reforma da Previdência
Na sexta edição da revista, reportagem especial destaca situação de pessoas incluídas no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e de trabalhadores rurais
Cleomar Almeida
A proposta de reforma da Previdência é o destaque da edição especial da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira). A reportagem destaca os impactos da proposta sobre pessoas que não conseguem atingir o tempo mínimo de contribuição para aposentadoria e, por isso, são incluídas no Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) e, também, como os trabalhadores rurais poderão ser atingidos.
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A partir da história de um casal que tem nove filhos, a reportagem aprofunda-se na análise do tema, revelando como os mais pobres e mais vulneráveis poderão ser impactados. De acordo com o Ministério da Economia, 53% das pessoas se aposentam por idade: mulheres aos 60 anos, e homens, aos 65, com contribuição mínima de 15 anos. Além disso, segundo dados oficiais, 95% ganham menos de dois salários-mínimos. Pela nova proposta do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), as mulheres passarão a se aposentar aos 62, e os homens, aos 65, com contribuição mínima de 20 anos. A proposta também quer acabar com a modalidade de aposentadoria apenas por tempo de contribuição.
Agravada pela crise econômica que assola o país, a falta de oportunidade de emprego com carteira assinada faz com que a contribuição mínima seja uma regra cada vez mais difícil de ser alcançada pelos mais pobres para a aposentadoria. Nesse caso, restam a eles receber apenas o Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas). É a garantia de assistência de um salário-mínimo mensal ao idoso com 65 anos ou mais que comprove não ter meios de prover sua manutenção nem de tê-la provida por seus familiares. Além disso, a renda por pessoa da família deve ser de até um quarto do salário-mínimo. O benefício também pode ser concedido a pessoas com deficiência de qualquer idade.
De acordo com a reportagem especial, o governo assiste 4.650 milhões de pessoas com BPC (2.050 milhões para idosos a partir dos 65 anos e 2,6 milhões a pessoas com deficiência). Pela proposta, se alterasse as regras de idade, o governo informa que teria economia de R$ 182,2 milhões em 10 anos com os benefícios, o que equivale a menos de 10% do R$ 1,1 trilhão que pretende economizar no mesmo período, caso a reforma seja aprovada e implementada da maneira como foi entregue à Câmara.
A revista Política Democrática online também mostra que o governo quer aumentar para 20 anos o tempo de contribuição para aposentadoria rural. Neste caso, pela proposta de reforma da Previdência, a idade mínima para aposentadoria de mulheres do campo passaria de 50 para 60 anos, igualando-se à dos homens e que permaneceria inalterada. Assim, apesar de ter completado a idade mínima, Valdeci teria de contribuir por mais um ano e quatro meses – considerando o período de transição para pessoas que estão perto da aposentadoria –, em vez de apenas um ano, caso a reforma passe a vigorar da forma como está.
No entanto, para conceder os benefícios previdenciários a trabalhadores rurais, o governo também quer alterar a forma de cadastramento e recadastramento deles. Desta vez, a proposta é retirar os sindicatos desses procedimentos, alegando necessidade de regras mais rígidas para evitar fraudes. Para isso, foi enviada ao Congresso Nacional a Medida Provisória (MP) 871, segundo a qual o cadastro de todos os trabalhadores rurais deve ser realizado até janeiro de 2020 por municípios, Estados e União. A medida gera divergência.
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Raul Jungmann é o entrevistado especial da sexta edição da Revista Política Democrática Online
Elucidar o caso Marielle, diante da captura de partes das instituições do Estado por uma aliança satânica entre o crime organizado, a política e a corrupção no Rio de Janeiro, é fundamental, avalia Raul Jungmann, em entrevista à Revista Política Democrática Online
“É fundamental desvendar o caso Marielle, mas ele pode ser apenas o fio da meada para algo mais amplo. Como imaginar que os dois suspeitos presos, profissionais com possível ligação com o “escritório do crime”, tenham passado três meses planejando o assassinato motivados apenas por “motivo torpe”, uma motivação de ódio?”, questiona Raul Jungmann, o entrevistado especial desta sexta edição da Revista Política Democrática Online.
» Confira a aqui a Revista Política Democrática – Edição 06
Jungmann, um dos fundadores do Partido Popular Socialista (PPS), atual Cidadania (23), já foi vereador, deputado estadual, deputado federal e ocupou diversos cargos importantes nos governos FHC e Temer, tendo sido Ministro da Defesa e Ministro da Segurança Institucional neste último.
Na entrevista à Revista Política Democrática Online, Raul Jungmann também comenta a situação atual do Rio de Janeiro por conta do crime organizado, particularmente as milícias, que dominam de 800 a 830 comunidades da capital fluminense e a sobre a intervenção federal, que durou 10 meses e foi tomada pelo então presidente Michel temer com base em um instrumento da Constituição de 88, que nunca fora testado antes.
A crítica situação da Venezuela também é um dos temas tratados por Raul Jungmann na entrevista. Para ele, “processos de transição de regimes autoritários para regimes democráticos têm de contar com as garantias de quem é oposição que, quando chegar ao governo, não vai punir quem agora é governo e,
efetivamente, vai deixar de ser”, avalia.
“Isso é uma coisa absolutamente central e, no caso da Venezuela, uma debilidade”, completa. De acordo com Jungmann, “nem a oposição tem condições de assegurar a incolumidade, a não perseguição, a integridade, seja o lá o que for, desses que estão no poder, sobretudo o estamento militar, e tampouco, do lado de lá, há a percepção de que quem está hoje fazendo oposição terá condições de assegurar isso”.
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Sérgio C. Buarque analisa a crise da Previdência em artigo na Revista Política Democrática
Proposta da reforma tem imperfeições, avalia o economista. Mas, cabe ao Congresso Nacional aperfeiçoar e melhorar seus aspectos
Economista, com mestrado em sociologia, professor aposentado da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco, da Universidade de Pernambuco (FCAP/UPE), consultor em planejamento estratégico com base em cenários e desenvolvimento regional e local, Sérgio C. Buarque, em artigo publicado na sexta edição da Revista Política Democrática Online fala sobre os gastos totais com a Previdência, que devem devem alcançar este ano a enorme cifra de R$ 637,85 bilhões, que representa 8,5% do PIB-Produto Interno Bruto. Para 2019, prevê-se déficit previdenciário da União de R$ 218,04 bilhões, equivalente a 2,9% do PIB.
» Confira a aqui a Revista Política Democrática - Edição 06
Segundo Buarque, a crise da Previdência é o resultado de mudança profunda no perfil demográfico do Brasil com aumento da expectativa de vida e o envelhecimento rápido da população; fenômeno que deve se acelerar no futuro, avalia. De acordo com ele, que também é sócio da Multivisão-Planejamento Estratégico e Prospecção de Cenários e da Factta-Consultoria, Estratégia e Competitividade, com projeções do IBGE, a população com 65 anos e mais (que deverá estar aposentada) vai crescer em torno de 3,4% ao ano nos próximos 15 anos, passando de 16 milhões, em 2015, para 51 milhões, em 2050 (salta de 7,9% para 22,6% da população total). "Esta dinâmica demográfica futura prenuncia desequilíbrio devastador do sistema de previdência e a falência completa das finanças públicas com graves consequências econômicas e sociais", acredita.
Sérgio Buarque, que também é fundador e membro do Conselho Editorial da Revista Será?, avalia que a proposta da Reforma da Previdência tem imperfeições, como a mudança no sistema de assistência social a idosos e deficientes (PBC-Benefício de Prestação Continuada), que não tem nada a ver com Previdência Social. "O Congresso pode e deve melhorar e aperfeiçoar alguns aspectos da reforma proposta, mas não pode ceder às pressões corporativistas, nem se deixar levar por falsas e demagógicas generosidades, que poderiam desfigurar seu conteúdo e comprometer sua eficácia", completa. "Eventual insucesso da reforma da Previdência seria um desastre. No futuro, seria analisado pelos historiadores como mais uma oportunidade perdida pelo Brasil, e não como um segundo ponto de inflexão da história econômica brasileira", acredita Buarque.
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FAP investiu R$ 3,1 mi em eventos políticos-culturais, acervo de livros e melhoria da gestão em 2018
Dados foram apresentados em prestação de contas, aprovadas em reunião do conselho curador da fundação
Cleomar Almeida
A FAP (Fundação Astrojildo Pereira) investiu R$ 3.128 milhões em 2018 na realização de eventos político-culturais, no aumento do acervo de livros e da disponibilização deles ao público e na capacitação de seus profissionais. O valor, que também inclui gastos com a melhoria da gestão da sede da instituição, foi apresentado pela diretoria, nesta sexta-feira (22), durante a prestação de contas do ano passado, aprovadas em reunião ordinária do Conselho Curador da FAP. A reunião foi realizada no auditório da Biblioteca Salomão Malina, no Espaço Arildo Dória, no Conic, em Brasília.
O presidente do Conselho Curador da FAP, Cristovam Buarque, ressaltou a relevância dos conteúdos produzidos e publicados pela fundação. Ele sugeriu que a FAP invista ainda mais em divulgação e em contato com o público, para que haja mais engajamento da população a fim de participar de debates sobre os temas tratados em eventos realizados pela FAP ou publicados nos veículos de comunicação dela. “É preciso usar mais os meios para que haja maior interação”, ponderou Cristovam.
Vinculada ao PPS (Partido Popular Socialista), a FAP tem realizado cada vez mais ações para que os projetos político-culturais da instituição alcance mais a população e dialogue com o público. Para ter uma ideia, as transmissões ao vivo dos eventos da fundação já tiveram 55 mil acessos pela internet, de acordo com dados de relatório parcial. O número pode aumentar, já que os conteúdos ficam disponíveis no site e nas redes sociais da FAP para acesso do público.
Além disso, a revista mensal Política Democrática online, produzida e editada pela FAP e que passou a substituir parcialmente a versão impressa - agora com a proposta de ser publicada quadrimestralmente -, já registrou 761.795 acessos pelo site e redes sociais até fevereiro. A revista digital foi lançada em outubro e cada edição dela conta com um grande reportagem jornalística sobre assunto atual, relevante e de interesse público, além de uma grande entrevista, artigos e charge. A TV FAP teve audiência de 1.255 milhão de pessoas.
Na prestação de contas, o diretor financeiro Ciro Gondim Leichsenring mostrou que, em 2018, a FAP obteve receita de R$ 2.315.880,00, que, com a complementação do saldo do exercício anterior, chegou a R$ 3.128.000,00. No mesmo período, segundo ele, custos e despesas somaram R$ 3.116.000,00. O saldo final do exercício foi de R$ 8,9 mil. A receita da fundação é oriunda do fundo partidário do PPS.
Ciro foi eleito pelo conselho nesta sexta-feira (22) para o cargo de diretor financeiro da FAP em substituição a Lenise Meneses Loureiro. Ela explicou que teve de deixar o cargo da fundação porque assumiu, no início deste ano, a Secretaria Estadual de Gestão e Recursos Humanos do Espírito Santo.
Durante a reunião, o presidente do conselho fiscal da FAP, Aldo Pinheiro da Fonseca, confirmou que esse colegiado examinou e recomendou a aprovação das contas de 2018 sem restrições. Em seguida, as contas foram aprovadas, por unanimidade, pelos membros do conselho curador presentes nas reuniões.
Publicações
Ainda durante a reunião do conselho, o diretor executivo da FAP, Caetano Ernesto Pereira de Araújo, apresentou os critérios sobre a política de publicações da FAP. Ele lembrou que a fundação concluiu duas licitações recentemente, uma para prestações de serviços gráficos e outra para editoração. “Temos hoje toda parte operacional que estão sendo feita por duas novas empresas”, afirmou ele.
Caetano explicou que as publicações da FAP são baseadas em algumas linhas gerais, como a história da luta do antigo PCB (Partido Comunista Brasileiro), que deu origem ao PPS; a participação do PCB no mundo cultural; a democracia no Brasil e no mundo e reformas de Estado e políticas de equidade, entre outras.
Todas as publicações passam por prévia análise e aprovação do conselho editorial. “Temos 10 títulos na nossa carteira sobre os quais vamos pronunciar ao longo desse ano e vamos decidir se vão ser publicados, ou não”, disse Caetano.
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Política Democrática: André Amado estabelece ‘difícil diálogo com Roland Barthes’
Íntegra do artigo em primeira pessoa pode ser conferido na quinta edição da revista Política Democrática online
Cleomar Almeida
O diretor da revista Política Democrática online, André Amado, que também é embaixador aposentado e escritor, leva ao público um artigo em primeira pessoa, no qual estabelece um diálogo com o filósofo francês Roland Barthes, considerado o pop-star do pensamento parisiense dos anos 1960. Confira trechos abaixo:
Há alguns meses, comentei com um amigo – agora ex-amigo, e vocês entenderão porquê – meu projeto de fazer um doutorado em literatura. Reconheci, de antemão, imensa insegurança quanto aos fundamentos da teoria literária e pedi ajuda.
Sem hesitar, ele sugeriu-me ler, entre outros, o Mimesis, de Erich Auerbach, e um artigo de Roland Barthes, “L ́effect de réel” (“O efeito de real”). Não quis discutir, quem sou para questionar um Barthes?, mas, no meu francês, deveria ser “L ́effect de réel” e não “de”. Deixei passar. Compensava a expectativa de que, em se tratando de um artigo, seria, como de fato logo comprovei, curto.
» Acesse a íntegra do artigo na edição de fevereiro da revista Política Democrática online
Mergulhei na leitura. Não entendi coisa alguma, além de registrar a existência de um barômetro no meio da sala da sra. Aubain, cena retirada de um livro de Gustave Flaubert. Uma certeza eu tinha: a insignificância da minha conclusão ofendia a grandeza do afamado pensador francês. Decidi compartilhar a perplexidade com meu amigo. De novo sem hesitar, ele respondeu, Ora, André, se você cogita de fazer um doutorado em literatura tem de começar entendendo Roland Barthes, e desligou. Aceitei o argumento, mas, nem por isso, mantive A amizade.
Tempos depois, envolvido em preparar a projetada tese, tropeço num texto de um cholar americano, Dennis Foster1, e leio: “Roland Barthes defendeu que detalhes descritivos, como o barômetro da sra. Aubain – que resistiu a todas as tentativas de enquadramento em uma teoria de uma dada ordem de obra simbólica – não significava nada mais do que a realidade... Trata-se de um expediente comum em bons autores para distrair a atenção do leitor com pistas falsas e, bem assim, retardar a decifração do enigma central da história”.
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Política Democrática: ‘Crise ética decorre da democracia’, diz Manoel Martins Araújo
Professor de Direito Constitucional afirma que crise é também de crescimento e de amadurecimento do regime
Cleomar Almeida
O professor de Direito Constitucional da UFF (Universidade Federal Fluminense) Manoel Martins Araújo diz que a crise ética da sociedade decorre da própria democracia. “E temos, nos instrumentos da democracia, as ferramentas para sua superação”, afirma, em artigo publicado na quinta edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira).
» Acesse aqui a edição de fevereiro da revista Política Democrátia online
“Lembremos que a crise decorre da constatação e repulsa pela sociedade da odiosa prática delitiva da corrupção, deletéria dos recursos do Estado tão importantes para a satisfação de necessidades básicas da população”, escreve ele, para continuar: “Aquilo que antes era sabido, mas digamos, tolerado, passou a ser repudiado pela sociedade e combatido pelas instituições competentes pela adequada aplicação da lei”.
Na avaliação do autor, os avanços democráticos, principalmente no acesso às informações e na circulação das ideias, ampliando o controle social, são os ingredientes subjetivos da crise: a sociedade repele a cultura da impunidade, rechaçando, também, a corrupção. “O nó górdio está no fato de que a sociedade, não obstante o funcionamento eficiente do Judiciário e do Ministério Público, não acredita que as nossas instituições políticas serão capazes de enfrentar o desafio de dar um basta à impunidade”, ressalta.
A crise, de acordo com Araújo, também é de crescimento e de amadurecimento da democracia. “ E resultará, ao que tudo indica, na depuração do nosso ordenamento jurídico e político, adequando as ansiedades da sociedade a institutos que, hoje, desafiam os princípios do Estado Democrático de Direito”.
O professor observa também que a discussão sobre o foro privilegiado segue em conflito com o princípio da isonomia. “Tal instituto aparentemente desafia tal princípio, sempre suscitando críticas à sua instituição”, diz. “As constituições democráticas, na verdade, adotam como princípio a vedação à instituição de juízos especiais ou de exceção, admitindo-se o foro privilegiado como garantia ao exercício de funções cujos titulares devem ser protegidos contra ações políticas que podem ter, nos julgamentos judiciais, mecanismo de pressão”, pondera.
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Política Democrática online mostra relação de milícias no RJ com o caso Marielle
Assassinatos de vereadora e de seu motorista completam um ano sem elucidação nesta quinta-feira (14/3)
Cleomar Almeida
O poder das milícias no Rio de Janeiro e seu suposto envolvimento nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, são destaques da quinta edição da revista Política Democrática online. Os crimes completam, nesta quinta-feira (14/3), um ano sem elucidação. Em vídeo, fotos e textos, a reportagem reforça a cobrança por Justiça, liderada por familiares das vítimas e movimentos sociais, e detalha a teia de atuação dos grupos criminosos, também formados por agentes da segurança pública, em comunidades pobres do Estado.
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Com o título “Caso Marielle expõs o poder de milícias no RJ”, a reportagem divulga, com exclusividade, que, de 2013 a 2018, 2018, 835 militares foram expulsos da corporação, no total, por diversas irregularidades – incluindo envolvimento comprovado com milícias e prática de crimes –, 312 (37,3%) deles só no ano passado, quando foi registrada a maior baixa do período. Os dados foram repassados pela corregedoria e pelo coordenador de comunicação social da PM-RJ, coronel Mauro Fliess.
As milícias extorquem as populações de favelas. Cobram por suposta segurança e ligações clandestinas de água, energia e TV a cabo. Estipulam comissões ilegais sobre venda de botijões de gás, água, materiais de construção e transporte. Fazem grilagem de terras, assim como a extração de pedra e saibro nas reservas ambientais da União. Orquestram a eleição de políticos aliados. Matam qualquer um que representar ameaça ou resistência aos projetos de manutenção e aumento do poder de seus integrantes sobre populações pobres, que se tornam ainda mais vulneráveis diante do fortalecimento desses grupos.
“No momento em que vi Marielle no caixão, inerte, fiquei anestesiada pela dor. Não tenho como explicar, ela foi abatida como uma coisa qualquer. Foi um filme de terror”, desabafa a advogada Marinete da Silva, de 67 anos, mãe da vereadora assassinada (foto acima). “Tem hora que paro e parece que a ficha ainda não caiu, mas preciso ser forte para cuidar do nosso filho”, diz Agatha Arnaus, viúva do motorista.
A reportagem conta o drama das famílias das vítimas. Elas esperam por justiça e cobram agilidade das investigações, realizadas pela Polícia Civil e Ministério Público do Rio de Janeiro. A Polícia Federal também atua sobre o caso.
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