Fundação Astrojildo Pereira
Coleção Astrojildo Pereira é lançada com nova edição de seis obras
Cleomar Almeida, coordenador de Publicações da FAP
Um dos grandes intelectuais e entusiastas de uma política cultural pioneira para o Brasil, Astrojildo Pereira (1890-1965) teve seus cinco livros revistos, ampliados e reunidos na nova coleção batizada com o seu nome, lançada neste mês em celebração aos 100 anos da história do Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual ele foi fundador e primeiro secretário-geral. Outra obra do historiador Martin Cezar Feijó completa o conjunto de seis títulos.
A coleção foi lançada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e editora Boitempo, com nova padronização editorial e atualização gramatical. As obras são: URSS Itália Brasil (1935), Interpretações (1944), Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos (1959), Formação do PCB: 1922-1928 (1962) e Crítica impura (1963). A biografia O revolucionário cordial, de Martin Cezar Feijó, completa o conjunto de obras.
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URSS Itália Brasil
“Em suma, a realidade brasileira é a da exploração econômica e da opressão política em que vivem as classes laboriosas, operários da indústria e da lavoura, colonos e pequenos lavradores, artesãos e intelectuais pobres, todos sem exceção jungidos ao capitalismo estrangeiro — ou diretamente nas empresas imperialistas, ou indiretamente por intermédio do capitalismo ‘nacional’. Realidade axiomática, que dispensa demonstração, porque é sentida e sofrida por 99,9% da população brasileira. Realidade-mater, de cujos flancos nascem todas as realidades de um país riquíssimo habitado por uma gente pobríssima”. (Trecho da obra)
Publicada pela primeira vez em 1935, com textos lançados na imprensa de 1929 a 1934, a primeira obra de Astrojildo foi URSS Itália Brasil. O livro é imprescindível para estudiosos dos anos de 1930. Naquela época, o Brasil passava por uma fase de consolidação do Estado centralizado após a chamada Revolução de 30. O comunismo e o fascismo eram poderosas forças que se contrapunham no contexto geopolítico.
Os textos de Astrojildo Pereira registram importantes depoimentos do período e levam ao leitor um rico material de informação e análise sobre a formação do Estado soviético, as condições do fascismo italiano e as contradições intelectuais e políticas do Brasil da primeira metade do século 20.
Interpretações
“Sem dúvida, nem tudo são misérias e desgraças no Nordeste; nem é só no Nordeste que existem misérias e desgraças. Elas existem em todas as regiões do Brasil, de Norte a Sul; existem igualmente em todos os países do mundo, em grau menor ou maior. Já sabemos disso. Mas o de que se trata, nessa questão dos romancistas do Nordeste, é que eles são por vezes acusados de nos seus livros só retratarem a cara feia e dolorosa da miséria nordestina. Demais de injusta, semelhante acusação a meu ver peca pela insensatez e pelo pedantismo”. (Trecho da obra)
A obra Interpretações inclui textos redigidos entre 1929 e 1944, ano em que foi lançada. Com positiva repercussão pela crítica e pelas instituições culturais, o livro foi incluído no Summary of the History of Brazilian Literature, programa de divulgação cultural que colocava Astrojildo ao lado de autores consagrados como Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.
Interpretações está dividido em três partes: Romances Brasileiros, História política e social e Guerra após Guerra. Obras de diversos romancistas nacionais estão abordadas na primeira parte. Entre eles estão Machado de Assis, Manuel Antonio de Almeida, Joaquim Manuel de Macedo, Lima Barreto e Graciliano Ramos.
A segunda parte analisa as mudanças históricas da formação brasileira, como o debate sobre a abolição da escravatura, durante o Segundo Reinado. Na terceira e última parte, Astrojildo aborda as questões internacionais, como a ascensão do nazismo e a Segunda Guerra Mundial, além de refletir sobre os deveres do intelectual brasileiro diante do conflito mundial.
Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos
“Assim como o coração tem razões que a razão desconhece, poderíamos talvez dizer que a razão ou o gênio tem sentimentos que o coração desconhece. E nisto reside, ao que suponho, a essência do problema do ‘bom’ e do ‘mau’ Machado de Assis. Era Machado de Assis um homem bom, um homem mau? O ponto preliminar a esclarecer neste caso é o seguinte: o fato de botar a nu a crueldade, a dissimulação, a hipocrisia, as pequenas vaidades e os secretos apetites de homens e mulheres observados na sociedade, e revividos em contos e romances, significa que o psicólogo, que estuda e desnuda o caráter alheio, seja ele próprio portador das taras e defeitos que analisa?” (Trecho da obra)
Lançado pela primeira vez em 1959, o livro Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos é considerado um dos trabalhos mais importantes e conhecidos de Astrojildo Pereira. Nelas, o intelectual analisa a vida e obra de um dos maiores nomes da literatura brasileira, revelando um escritor perspicaz, crítico atento e sensível e um romancista com forte sentido político e social.
No ano do centenário de fundação do PCB, a obra é relançada, também, com a inclusão de alguns textos. As introduções das edições passadas foram suprimidas, e novos foram incorporadas, com exceção no caso do escrito de José Paulo Netto.
Quase 30 anos depois da redação de Astrojildo: política e cultura, Paulo Netto retomou o seu texto e preparou uma nova versão que abre a presente edição como seu prefácio. O historiador Luccas Eduardo Maldonado assina a orelha. As ilustrações de Claudio de Oliveira utilizadas na terceira edição foram mantidas na atual.
Alguns anexos foram incorporados, como a crônica A última visita, de Euclides da Cunha (1866-1909), na qual relata a visita de Astrojildo Pereira ao leito de morte de Machado de Assis. Outro incremento foi Machado de Assis é nosso, é do povo, do fundador do PCB, publicado em novembro de 1938 na ocasião dos 30 anos do falecimento do Bruxo do Cosme Velho.
O texto apareceu originalmente na Revista Proletária, periódico vinculado ao PCB que tinha uma circulação extremamente restrita devido à ditadura do Estado Novo. Um artigo do militante comunista Rui Facó (1913-1963), intitulado Em memória de Machado de Assis, foi anexado.
Esse texto apareceu originalmente em 27 de setembro de 1958 no Voz Operária, jornal oficial do comitê central do PCB, e fazia uma homenagem ao fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL) no cinquentenário de sua morte. Por fim, inclui-se também uma resenha de Machado de Assis de Astrojildo, escrita por Otto Maria Carpeaux, intitulada Tradição e Revolução.
Formação do PCB
“O Congresso de fundação do Partido não foi coisa realizada de improviso, mas resultou de um trabalho de preparação que durou cerca de cinco meses. Por iniciativa e sob a direção do Grupo Comunista instalado no Rio a 7 de novembro de 1821, outros grupos se organizaram, nos centros operários mais importantes do país, com o objetivo precípuo de marchar para a fundação do Partido. Tinha-se em vista estabelecer certos pontos de apoio nas regiões onde havia alguma concentração de massa operária. Compreendia-se, por outro lado, que o Partido devia ter desde o início um caráter definido de partido político de âmbito nacional” (Trecho da obra)
Principal articulador da fundação do PCB em março de 1922, Astrojildo Pereira escreveu, ao longo dos anos, para jornais e revistas, uma série de textos sobre os fatos que marcaram a fundação do partido. Em 1962, quando se comemorava os 40 anos da fundação do partido, reuniu os melhores artigos e notas sobre a história da legenda e os publicou com o título Formação do PCB 1922/1928.
Nesse conjunto de textos, Astrojildo Pereira apresenta as lutas operárias desde os últimos anos do século 19 e a criação das bases que possibilitaram a fundação do partido. Reúne também muitas de suas memórias daqueles anos e uma série de contribuições às revistas Movimento Comunista, A Classe Operária e A Nação, veículos dos quais ele esteve à frente e com que colaborava regularmente.
Crítica impura
“Lima Barreto não era um marxista, longe disso, e nem se pode vislumbrar nos seus escritos nenhum pendor para trabalhos e estudos teóricos que o levassem a uma adesão plena às concepções filosóficas do marxismo. Desde jovem se afizera ao trato dos livros, mas sua formação sofria do mal muito comum do ecletismo, uma certa mistura de materialismo positivista, de liberalismo spenceriano, de anarquismo kropotkiniano e de outros ingredientes semelhantes. Nascido, no entanto, de família pobre, vivendo sempre na pobreza e no meio de gente pobre, fez-se escritor por vocação — escritor honesto e consciente da sua condição”. (Trecho da obra)
Editado originalmente, em 1963, Crítica impura foi o último livro publicado por Astrojildo. É uma das cinco novas edições de obras lançadas em vida pelo fundador do PCB. A obra reúne textos publicados originalmente em diferentes jornais e revistas e selecionados para compor três eixos temáticos.
A primeira parte é dedicada à literatura, com estudos sobre a vida e obra de autores como Machado de Assis, Eça de Queiroz, Monteiro Lobato, José Veríssimo e outros. Nesse momento, pode-se ver a produção que colocou Astrojildo Pereira entre os principais críticos literários brasileiros.
A segunda parte aborda a China comunista. Nela, Astrojildo Pereira analisa uma série de relatos de viagens sobre o país asiático feitos durante os anos 1950 e 1960. Apresenta-se, então, um militante comunista atento ao processo revolucionário chinês que havia ocorrido há pouco. O último eixo aborda as vinculações entre política e cultura, contextos de intervenção pública que marcaram a trajetória política do intelectual em diversos debates centrais do Brasil na metade do século 20.
O revolucionário cordial
“Astrojildo, aos 37 anos de idade, atravessou de trem o centro do país até a cidade de Corumbá, no Mato Grosso, para depois então, de automóvel, se encontrar nas proximidades da fronteira com o líder tenentista – na verdade capitão que havia em pouco tempo se transformado em general – Luís Carlos Prestes, também conhecido como o ‘Cavaleiro da Esperança’. Astrojildo foi bem recebido pelo revolucionário, que queria notícias do Brasil, e deu uma entrevista para o jornal tenentista que promoveu o encontro. Prestes também ficou com os livros sobre teorias revolucionárias que o líder trazia em suas bagagens. O revolucionário exilado, após ter atravessado o país com uma coluna de soldados dispostos a transformarem o quadro de miséria e atraso do Brasil, leu com atenção aqueles livros todos, e considerou aquele visitante um mensageiro que trazia uma nova possibilidade para seu anseio de transformar o mundo e não apenas derrubar um governo. E este encontro levou Astrojildo a receber uma das maiores e mais fortes críticas dentro do partido, de ser “prestista”. Esta foi uma das justificativas de sua expulsão do PCB, depois de ter sido destituído do cargo de secretário-geral, em 1931”. (Trecho da obra)
A obra O revolucionário cordial é uma tentativa de interpretação da trajetória do intelectual Astrojildo Pereira por meio de seus escritos e sua comunicação, principalmente aquela impressa em livros. O trabalho do historiador Martin Cezar Feijó busca apresentar os escritos militantes do fundador do PCB, marcados por profunda tensão entre a revolução e a modernidade, no período que compreende a Primeira Grande Guerra (1914-1918) e o fim da Segunda Guerra (1939-1945).
O livro analisa a proposta de construção de uma política cultural levantada por Astrojildo Pereira. O projeto de alfabetização proposto por ele levava em conta a cultura popular e preferia chamar à luta um setor da sociedade civil rebelde às imposições do Estado: os intelectuais. Investimento na formação intelectual, moral e estética de todas as pessoas, em condições iguais e democráticas. É a origem de um projeto de política cultural de um revolucionário que leva em conta a memória dos afetos e das dores do país, apontando para um futuro melhor, apesar das adversidades.
Livro ‘Almeida, um combatente da democracia’ mostra legado de dirigente
Cleomar Almeida, coordenador de publicações da FAP
Cearense, jornalista, revolucionário e referência na luta pela democracia brasileira, Francisco Inácio de Almeida, de 81 anos, superou prisões, clandestinidades e exílios sem desanimar. Com sabedoria histórica, ele é um dos principais articuladores do Cidadania, que garantiu nova identidade ao PPS (Partido Popular Socialista), do qual foi secretário-geral e que evoluiu a partir do PCB (Partido Comunista Brasileiro), fundado em 1922.
“Almeida enfrentou prisões, clandestinidades e exílios sem nunca esmorecer no combate pelo Estado Democrático de Direito. Tem a Democracia como fundamento da sua práxis ou ação política. Este o seu maior legado. Ou seja, a tolerância, a solidariedade e a dedicação a uma luta”, escrevem os organizadores do livro Almeida, um combatente da democracia (Abaré Editorial, 140 páginas), Ivan Alves Filho e George Gurgel de Oliveira.
Com homenagem e registro da importância de Francisco Almeida para as forças democráticas brasileiras, o livro será lançado no dia 21 de maio, a partir das 10 horas, na Livraria Livro Técnico, de Sérgio Braga, ao lado do Flórida Bar (Rua Dom Joaquim, 54). O evento, realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília, conta com a participação do jornalista que é descrito na obra como “articulador de pessoas e coisas na luta comum”.
Almeida é o retrato vivo da história de luta pela redemocratização do país, pela qual atuou, conjuntamente, com outros grandes nomes do PCB. Em Moscou, trabalhou com Luiz Carlos Prestes. No Brasil, com a volta dos comunistas ao país garantida pela Anistia, em 1979, integrou a direção máxima do partido, ao lado de Giocondo Dias, Dinarco Reis, Salomão Malina, Hércules Corrêa, Geraldo Rodrigues dos Santos, Paulo Elisiário Nunes, Sérgio Augusto de Moraes e do hoje presidente do Cidadania, Roberto Freire.
Filho de uma família de pequenos produtores rurais e que trabalhou desde menino em uma padaria, o dirigente carrega, em si mesmo, as várias formas pelas quais é chamado e a característica de integridade, como ressalta Freire. “Pra este antigo comunista, hoje cidadão do meu tempo, Chico. Pros (sic) cearenses, Inácio. Para o resto do Brasil, Almeida”, afirma o presidente do Cidadania.
“É um homem de luzes, sempre olha pra frente. Sua mesa de trabalho, uma bagunça organizada onde sabe encontrar cada um dos papéis que procura, é um sinal de sua criatividade. E pessoas criativas não param no tempo. Difícil ver Chico perder a calma. Mantém a tranquilidade mesmo nos debates mais acirrados. Debate ideias”, afirma Freire, em seu texto.
O cientista político e diretor-geral da FAP (Fundação Astrojildo Pereira), Caetano Araújo, lembra que Almeida aproximou-se do partido ao final dos anos 1950, perto dos seus 20 anos, quando estudava jornalismo e trabalhava em jornais de Fortaleza. “Em uma década decisiva na história nacional, que começou com o fortalecimento das lutas populares, passou pelo golpe de 1964 e culminou na radicalização da ditadura no rumo do fascismo, após o AI-5, percorreu o trajeto habitual de simpatizante para militante e de militante para dirigente partidário”, diz Araújo.
Para o dirigente do Partido Democrático, da Itália, o sindicalista Andrea Lanzi, Almeida é “democrata exemplar” e suas principais características são “humildade, cordialidade e respeito”. “Mesmo sendo ele um militante apaixonado pelas próprias ideias, sempre mantivemos um profundo respeito um pelo outro. Apesar do meu apoio ao Partido dos Trabalhadores, como responsável político do PD no Brasil, que ele considera uma posição equivocada, o companheiro Almeida sempre soube entender os meus posicionamentos”, conta ele, no livro.
A dura realidade nordestina criou em Almeida o inconformismo em aceitar as injustiças que, no Brasil, começam no Nordeste, o principal responsável pelas escandalosas desigualdades econômicas e sociais do país, na avaliação da escritora Aspásia Camargo, ex-presidente do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).
“Este inconformismo certamente o levou a abraçar as causas do nosso Partidão, a procurar em Cuba um caminho para a América Latina e a encontrar em Prestes sua fonte de dedicação, ele que foi o único verdadeiro herói que tivemos, o herói da Coluna Prestes que varou 27.000 km invencível, denunciando as oligarquias. E sendo, afinal, a fonte inspiradora de Mao Tsé Tung em sua Longa Marcha que conquistou a China e surpreendeu o mundo”, afirma Aspásia.
Além das questões políticas e da intensa e incansável defesa de Almeida pela democracia, o livro também aborda aspectos familiares, mostrando a versão do “Pai Almeidinha”, conforme escreve o filho e jornalista Thiago Vitale Jayme. De um homem que inspira inúmeras pessoas, o exemplo é a melhor forma de ensinamento. “Você é um pai que ensina por meio do exemplo. A sua dignidade diante da vida é uma aula diária. A sua empatia (você liga para todos os grandes amigos rotineiramente, só para saber se estão bem) é outro gesto que me ensina sempre”, conta Jayme.
A socióloga Abigail Páschoa, ativista das causas negras, avalia que “Almeidinha”, como ela também o chama, simboliza a organização, o funcionamento produtivo e orgânico do partido antigo PPS e do atual Cidadania. “Espero que o companheiro continue cumprindo seu papel de direção não autoritária no Cidadania, fortalecendo seu papel de liderança orgânica e firme”, ressalta, para continuar: “Que esta justa homenagem que ora fazemos ao companheiro sirva também de estimulo para que os novos militantes pautem suas atuações pelos princípios democráticos, buscando sempre os projetos coletivos, acima dos delírios dos projetos de poder individual, na trajetória política do Cidadania”.
Serviço
Lançamento do livro Almeida – Um Combatente da Democracia
Dia: 21/5/2022
Horário: a partir das 10h
Onde: Livraria Livro Técnico, de Sérgio Braga, ao lado do Flórida Bar (Rua Dom Joaquim, 54)
Realização: Fundação Astrojildo Pereira
Livro destaca visibilidade, presença e atenção para autoras negras
João Vítor*, com edição do coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida
Fortalecimento de identidade e empoderamento pela diversidade compõem o livro Água Doce (2018), de Akwaeke Emezi, da Nigéria, além da descoberta sexual e do diálogo entre o tradicional e o inovador. O assunto será abordado no Clube de Leitura Eneida de Moraes, realizado pela Biblioteca Salomão Malina, na terça-feira (26/4), a partir das 19 horas, em evento online.
Na obra, Akwaeke explora a espiritualidade e o gênero de sua herança Igbo, um dos maiores grupos étnicos africanos, junto da construção ocidental. O encontro virtual será transmitido pela página do Facebook da biblioteca, assim como no site e canal da FAP no Youtube.
O livro foi o mais votado para webinar do mês de abril. Baseada em obras de autoras negras, a votação ocorreu entre os participantes do clube de leitura no grupo de WhatsApp e foi aberta ao público nas redes sociais (Instagram e Facebook) da biblioteca, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília.
Para a ativista social e gestora pública Raquel Nascimento Dias, de 38 anos, a visibilidade, a presença e a atenção para as autoras negras ajudam a construir uma sociedade a partir de múltiplos olhares.
“Eu sou mãe de uma menina negra. Ela vê a vida sob uma perspectiva de ser filha de uma ativista social, mas, se eu entrar agora em uma livraria, teria ainda hoje pouquíssimas histórias de meninas negras para compartilhar com ela”, diz Raquel.
A gestora aponta a sugestão para fortalecer, viabilizar e construir escritoras negras e, com isso, permitir, fomentar e incentivar o sonho delas. “Quanto mais a sociedade questiona essa ausência, mais o mercado entende que precisa abrir espaço para diferentes perspectivas”, afirma.
Sobre o Clube de Leitura Eneida de Moraes
Com o encontro mensal, a roda de conversa existe desde junho de 2019 e leva o nome da jornalista e escritora Eneida de Moraes, que morreu, em 2003, aos 92 anos.
Para participar do clube, basta entrar em contato com a coordenação da biblioteca pelo WhatsApp oficial (61) 98401-5561. Todos os participantes são reunidos em um grupo no próprio aplicativo em que são divulgadas as informações sobre encontros e assuntos de literatura em geral.
Sobre Akwaeke Emezi
Akwaeke Emezi nasceu em 1987, na Nigéria, atualmente vive nos Estados Unidos. Escreveu obras como Bitter, Content Warning: Everything, You made a fool of death with your beauty, Pet… Por sua realidade espiritual, identifica-se como não-binário/trans e em inglês usa pronomes neutros. No Português, pede que seja referido no masculino, lido como neutro.
SERVIÇO
Clube de Leitura Eneida de Moraes
Dia: 26/04/2022
Horário da transmissão: 19h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP)
*Integrante do programa de estágio da FAP, sob supervisão do jornalista, editor de conteúdo e coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida
Livro registra curiosidades da luta clandestina contra a ditadura
Cleomar Almeida, coordenador de Publicações da FAP
“Aspecto pitoresco” dos bastidores da luta clandestina contra a ditadura e em favor da democracia, com protagonismo de militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), marca o livro Histórias que ninguém iria contar: história banal do PCB em Mato Grosso do Sul (132 páginas). A mais nova obra de Fausto Matto Grosso, editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), será lançada em evento presencial, no dia 29 de abril, em Campo Grande (MS), a partir das 18h30.
O lançamento do livro de Fausto Matto Grosso segue a orientação da diretoria da FAP para a retomada de eventos presenciais da entidade, desde que foram suspensos por causa da pandemia da covid-19, em 2020, mas observa todas as medidas recomendadas pelas autoridades sanitárias para conter a doença. Organizada pelo próprio autor, a cerimônia tem o apoio da instituição.
Com 40 crônicas, a maioria de autoria do autor, mas também com contribuições de Marisa Bittar, Carmelino Rezende, Mário Cesar Fonseca (Cecéu) e João José de Souza Leite, o livro terá lançamento no Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul. Exemplares da obra serão distribuídos no local como cortesia para os participantes.
"Poeira da vida"
“Este livro trata da nossa luta política em Mato Grosso do Sul, não como história do PCB, o que deve ficar para os historiadores, também não como memórias do autor, mas como coletânea de lembranças da militância vivida no seu cotidiano. São histórias que ninguém iria contar e se perderiam na poeira da vida”, afirma o autor. Ele é engenheiro civil e foi professor e também pró-reitor de Extensão e Assuntos Estudantis da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).
De acordo com ele, as histórias relatadas no livro destacam pontos curiosos. “Descrevem o aspecto pitoresco da luta clandestina, olhado por dentro, envolvendo os militantes do PCB, a quem se homenageia. É uma história da militância feita por muitos, principalmente jovens que se formaram politicamente nesse período”, explica ele.
Fausto Matto Grosso lembra que as décadas de 1970 e 1980 foram especialmente ricas na história da luta contra a ditadura. “Foi também um período de fortalecimento do PCB. Logo após o golpe de 1964 formulamos a consagrada política de frente ampla contra a ditadura, enquanto outros partidos e agrupamentos políticos da esquerda apostaram no enfrentamento armado. Nossa política foi acertada, propusemos a luta pela constituinte, pela anistia, por eleições diretas”, ressalta.
"Grande influência"
Com esse acerto na política, de acordo com o autor, o partido ganhou importância na sociedade e experimentou um período de grande influência. “Durante esse período, ocorreram grandes transformações na sociedade, impulsionadas pela revolução científica e tecnológica. O PCB tentou acompanhar essas mudanças”, observa o autor.
Por isso, o partido decidiu mudar aspectos em sua política e passar por diferentes denominações, como Partido Popular Socialista (PPS) e atualmente Cidadania, que, segundo o autor, “se alimentam dessa rica história mantendo o eixo de seus valores de solidariedade social, equidade e democracia”.
Neste ano de 2022, Fausto Matto Grosso completa meio século de militância política. Ele começou no PCB, passou depois para o PPS e agora se encontra no Cidadania, a nova identidade política que marcou a evolução do partido original. “Ele não mudou de agremiação, o partido é que foi se ajustando às novas realidades da ordem internacional e brasileira”, explica o sociólogo Paulo Cabral.
A memória, contudo, resiste a essas mudanças, e a importância da sua preservação é indiscutível. Ela não se reveste de objetividade. “Ao contrário, é construída de lembranças e de esquecimento, mobilizados a partir de inúmeros gatilhos, quase sempre ativados por afetos e dores, cujas raízes, não raro, situam-se no inconsciente de quem a elabora”, assevera o sociólogo.
Protagonismo
Quando essa memória versa sobre fatos ocorridos na clandestinidade, como aqueles ligados ao PCB, até 1985, ela se constrói com pouca ou nenhuma documentação. Apoia-se no testemunho de homens e mulheres, protagonistas ou espectadores que vivenciaram o episódio abordado, para resgatar a história que, de outra forma, estaria irremediavelmente perdida.
Nessa medida, os registros presentes em A história que ninguém iria contar ganham maior relevância. São relatos sobre diversos assuntos e situações presentes na ação política de Fausto e outros militantes que figuram como colaboradores neste livro.
A temática é difusa, até anárquica, mesmo porque nele não há a intenção de uma abordagem acadêmica, com o rigor da historiografia, mas apenas o recolhimento de fragmentos, lembranças trazidas em escrita leve, sob a forma de saborosas crônicas, convertidas em importante documento sobre a História do Partido Comunista Brasileiro em Mato Grosso do Sul.
Saiba mais sobre o autor
Francisco Fausto Matto Grosso Pereira é formado em Engenharia Civil pela Escola de Engenharia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e mestre em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).
Foi professor titular da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e lecionou disciplinas nos cursos de Engenheiro Civil, Engenharia Elétrica e Engenharia Sanitária e Ambiental. Foi também pró-reitor de Extensão e Assuntos Estudantis, tendo sido afastado da universidade em 1974, à qual retornou em 2008, mediante anistia política.
Engenheiro projetista estrutural, com larga experiência técnica, desde 2004 é consultor em Gestão Estratégica Pública. Foi secretário de Planejamento de Mato Grosso do Sul, presidente do Conselho de Ciência e Tecnologia e diretor de Desenvolvimento Regional na Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste no Ministério da Integração Regional.
Ingressou no PCB em 1972, quando ainda na ilegalidade, tendo participado do núcleo reorganizador do Partido em MS e desde então participou de diversas direções municipais, estaduais e nacionais do PCB/PPS/Cidadania. Foi, também, vereador do PCB. Neste ano de 2022, quando o Partido marcou 100 anos de história, Fausto completou 50 anos de militância.
Revista online | Do esquecimento à depressão, sequelas da covid-19 fragilizam saúde mental
Cleomar Almeida / Revista Política Democrática online
A empresária Olívia Rosana Tavares, de 38 anos, tenta retomar sua rotina com pedidos em uma floricultura de Manaus (AM) desde que recebeu alta do hospital por causa de complicações da covid-19, em janeiro deste ano. “Mas não consigo. Por diversas vezes, já fiz confusão na anotação de pedidos e enviei flores erradas para os clientes”, lamenta.
Além de representar um alívio na luta pela vida, a saída de pacientes do hospital, muitas vezes, também é o início de uma nova guerra contra impactos severos da doença na vida de algumas pessoas que foram contaminadas e, possivelmente, tiveram o cérebro invadido pelo coronavírus.
A ideia de que o coronavírus é capaz de invadir o cérebro está apenas começando a se consolidar. Poucos pesquisadores no mundo foram capazes de analisar o tecido cerebral de pessoas que tiveram Covid. Mesmo no atendimento com a equipe de suporte, Olívia conta que enfrenta novo imbróglio.
“É constrangedor porque nem sempre as pessoas compreendem, já que precisam do produto com urgência em casa, sem contar o prejuízo que estou tendo. Nesses casos, tenho de arcar com o retorno das peças e um novo reenvio delas”, afirmou. “Isso tem me deixado mais ansiosa, estressada e feito eu tomar mais remédio para controlar a depressão”, desabafa.
Alertas
A agenda de saúde frente à pandemia engloba muitas áreas que devem ser cobertas. No entanto, a comunidade médica e a população sabem o risco de uma epidemia paralela, que dá indícios preocupantes: o aumento do sofrimento psicológico, dos sintomas psíquicos e dos transtornos mentais.
“Sabe-se que o vírus entra no organismo ligando-se a um receptor de entrada, o ACE2 (angiotensin-converting enzyme 2), que é encontrado no pulmão e, também, em outros órgãos, como o cérebro”, diz o documento, que faz um alerta para pacientes como a manauense Olívia.
O guia foi coordenado pelos profissionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Santa Catarina (UFSC), de Santa Maria (UFSM), do Ceará (UFC) e do Rio de Janeiro (UFRJ).
Também participaram do guia pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), do Instituto de Ensino e Pesquisa do Envelhecimento (Iepe) de Belo Horizonte e do Hospital Augusto de Oliveira Camargo (HAOC).
As consequências cognitivas e comportamentais podem ocorrer de duas formas, segundo os pesquisadores. Uma delas é por mecanismos biológicos, incluindo a invasão direta do vírus no órgão. Essa invasão ocorre a partir da cavidade nasal e rinofaringe ou ao passar pela região chamada de trato respiratório baixo, por meio do nervo vago.
Neuroinvasão
Além disso, a chamada neuroinvasão pode ocorrer também pela corrente sanguínea. Nesse caso, de acordo com revistas científicas, o vírus transportado pelo sangue pode cruzar uma estrutura responsável por proteger o sistema nervoso central, conhecida como barreira hematoencefálica, e, então, chegar ao cérebro.
A outra ocorre por mecanismos de ativação imunológica e pode demorar mais tempo. Muitas vezes, conforme explica o guia de saúde mental, os efeitos comportamentais ocorrem apenas depois de alguns meses da infecção primária. Isso se deve a um mecanismo conhecido como priming, uma espécie de sensibilização do sistema imune.
Em linhas gerais, o priming é conhecido como um processo pelo qual uma condição antecedente ou exposição anterior potencializa a resposta do sistema imunológico a um estímulo subsequente, envolvendo uma cascata de mudanças funcionais e na morfologia celular.
Em janeiro, pesquisadores da USP publicaram um estudo segundo o qual o Sars-CoV-2 consegue entrar no cérebro humano. Imagens de altíssima resolução serviram de suporte para a análise, com ultrassom, ressonância magnética e tomografia, além de autópsia minimamente invasiva do tecido cerebral de seis pessoas que desenvolveram a forma grave da covid e foram internadas em unidade de terapia intensiva (UTI).
Cientistas, até então, acreditavam que o cérebro era afetado apenas por uma inflamação em resposta à presença do vírus no corpo. Os pesquisadores da USP, porém, verificaram que, com uma biópsia, é possível identificar o vírus nas células microgliais e endoteliais, que revestem a superfície interna dos vasos.
Resquícios do vírus
A análise do tecido cerebral mostrou resquícios da presença do vírus até em cérebros que, nas imagens, pareciam intactos. Por isso, reforçou-se ainda mais o alerta: mesmo que seja de forma assintomática ou leve, este é um vírus para não se ter.
Por causa das sequelas que dificultam a retomada das atividades, Olívia foi encaminhada para tratamento com equipe multiprofissional: neurologista, psiquiatra, cardiologista, psicólogo e educador físico. A ideia é unir forças para que ela consiga parar de anotar pedidos errados de sua floricultura.
“Fiquei bastante ansiosa no início, por perceber que estava anotando tudo errado ou esquecendo muito coisas básicas do dia a dia, mas agora me sinto mais aliviada e sei que vou vencer mais essa batalha aqui do lado de fora do hospital”, afirma ela. “A depressão e a ansiedade também pioraram, mas creio que vai melhorar agora com todo esse apoio profissional”,
acrescenta.
Ansiedade e depressão se alastram em meio à pandemia
No primeiro ano da pandemia da covid-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%, de acordo com um resumo científico divulgado, neste mês, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O estudo destaca quem foi mais afetado e mostra o efeito da pandemia na disponibilidade de serviços de saúde mental e como isso mudou durante a emergência de saúde pública.
Preocupações com possíveis aumentos dessas condições já levaram 90% dos países pesquisados a incluir saúde mental e apoio psicossocial em seus planos de resposta à covid-19, mas permanecem grandes lacunas e preocupações.
“As informações que temos agora sobre o impacto da covid-19 na saúde mental do mundo são apenas a ponta do iceberg”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Este é um alerta para que todos os países prestem mais atenção à saúde mental e façam um trabalho melhor no apoio à saúde mental de suas populações”, afirmou ele.
Uma das principais explicações para esse aumento é o estresse sem precedentes causado pelo isolamento social decorrente da pandemia. Ligadas a essa situação estavam as restrições à capacidade das pessoas de trabalhar, a busca de apoio dos entes queridos e o envolvimento em suas comunidades.
Solidão, medo de se infectar, sofrimento e morte de entes queridos, luto e preocupações financeiras também foram citados como estressores que levam à ansiedade e à depressão. Entre os profissionais de saúde, a exaustão tem sido um forte gatilho até para o pensamento suicida.
Automutilação
Baseado em uma revisão abrangente das evidências existentes sobre o impacto da covid-19 na saúde mental e nos serviços de saúde mental, o resumo também inclui estimativas do último estudo Global Burden of Disease. Além disso, mostra que a pandemia afetou a saúde mental de jovens, que correm um risco desproporcional de comportamentos suicidas e automutilação.
Também indica que as mulheres foram mais severamente impactadas do que os homens e que pessoas com condições de saúde física pré-existentes, como asma, câncer e doenças cardíacas, eram mais propensas a desenvolver sintomas de transtornos mentais.
Os dados sugerem que pessoas com transtornos mentais pré-existentes não parecem ser desproporcionalmente vulneráveis à infecção por covid-19. No entanto, quando essas pessoas são infectadas, elas são mais propensas a sofrer hospitalização, doença grave e morte em comparação com pessoas sem transtornos mentais. Pessoas com transtornos mentais mais graves, como psicoses, e jovens com transtornos mentais estão particularmente em risco.
Saiba mais sobre o autor
Cleomar Almeida é graduado em jornalismo, produziu conteúdo para Folha de S. Paulo, El País, Estadão e Revista Ensino Superior, como colaborador, além de ter sido repórter e colunista do O Popular (Goiânia). Recebeu menção honrosa do 34° Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos e venceu prêmios de jornalismo de instituições como TRT, OAB, Detran e UFG. Atualmente, é coordenador de publicações da FAP.
** Reportagem especial produzida para publicação na Revista Política Democrática Online de março/2022 (41ª edição), produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.
*** As ideias e opiniões expressas nos artigos publicados na Revista Política Democrática Online são de exclusiva responsabilidade dos autores, não refletindo, necessariamente, as opiniões da Revista.
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Biblioteca Salomão Malina completa 14 anos e conquista público de Brasília
Cleomar Almeida e João Vitor*, da equipe da FAP
Com mais de 4.800 exemplares, a Biblioteca Salomão Malina, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), é ponto de cultura consolidado no centro de Brasília e completa 14 anos nesta segunda-feira (28/2). O objetivo do estabelecimento é estreitar cada vez mais o vínculo com a população, como meio propulsor do conhecimento.
Diretor-geral da FAP, o sociólogo Caetano Araújo destaca o enriquecimento do acervo de livros por meio de doações de muitos dirigentes e militantes. As obras são colocadas à disposição do público, por meio de empréstimo gratuito.
Caetano ressalta as atividades culturais realizadas pela biblioteca, no Espaço Arildo Dória, como atividades do clube de leitura, sessões do Cineclube Vladimir Carvalho, batalha de poesias do Slam-DéF, além do ciclo de debates virtuais em celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.
“A atividade cultural e educativa permanece, tanto de forma presencial quanto remota. São debates e cursos relevantes. Desde o ano passado, estamos trabalhando em ciclos de debates comemorativos do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922”, afirma Caetano. Segundo ele, a biblioteca também deve realizar atividades presenciais, fora dela, assim que a pandemia estiver sob controle.
Conselheiro da FAP, o jornalista Luiz Carlos Azedo lembra que, por meio de quiosques e muito trabalho árduo, a biblioteca alcançou o reconhecimento perante os leitores do Distrito Federal. “Fora o nosso bom acervo de literatura brasileira, o cineclube, o clube de leitura, a batalha de poesia do Slam-DéF e a promoção de curso de línguas”, diz.
Localizada no Conic, tradicional ponto de cultura urbana próximo à Rodoviária do Plano Piloto, no meio da capital federal, a Biblioteca Salomão Malina segue em funcionamento neste período da pandemia da covid-19. No entanto, mantém uma série de medidas recomendadas por autoridades sanitárias para evitar a disseminação do coronavírus.
Inaugurada em 28 de fevereiro de 2008, a biblioteca se tornou um importante espaço de incentivo à produção do conhecimento em Brasília. Foi reinaugurada, em 8 de dezembro de 2017, após ser revitalizada para garantir ainda mais conforto aos frequentadores do local e reforçar o seu compromisso de servir como instrumento para análise e discussão das complexas questões da atualidade, disponível a todo cidadão.
Coordenadora da biblioteca, Thalyta Jubé explica como o local tem funcionado ultimamente: “Aberta de segunda a sexta, de 9h até 16h. Para cumprir com as normas de distanciamento social, houve uma redução de vagas para os usuários”, afirma.
Houve, ainda, delimitação da ocupação máxima da biblioteca para apenas 8 usuários. “A mesa coletiva poderá ser ocupada apenas por quatro pessoas, sentadas de forma intercalada, sendo a mesa subdividida por placas de proteção de acrílico, delimitando os espaços”, ressalta Thalyta.
Os dois sofás, de dois lugares cada, têm um de seus assentos com aviso para não ser utilizado, por causa do distanciamento social de dois metros. Das três baias individuais de estudo, apenas duas ficam disponíveis para uso. A baia do centro está isolada para manter a distância social.
A biblioteca ficou fechada ao público desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil, em março de 2020, até junho de 2021. Nesse período, ofereceu o serviço de empréstimo delivery. “Não funciona mais, já que a biblioteca está aberta para as pessoas”, diz a coordenadora.
Para utilizar o serviço de empréstimo de livros, o usuário deve se cadastrar pessoalmente no balcão de atendimento e apresentar documento oficial com foto e comprovante de residência atualizado. A biblioteca tem 4.835 livros disponíveis para empréstimo, com prazo de devolução de até 15 dias úteis.
Thalyta acrescenta que cada usuário tem direito a retirar até 4 livros por vez. “A entrega fora do prazo implica em pagamento de multa de R $1,00 calculada por dia de atraso e por livro”, explica a coordenadora da biblioteca.
A renovação de empréstimo pode ser realizada no balcão de atendimento da biblioteca ou pelo terminal web (catálogo virtual da biblioteca). O usuário precisa inserir seu login e senha para realizar esta operação.
Clique aqui para consultar o acervo da Biblioteca Salomão Malina
A reserva de título deve ser realizada pelo terminal web da biblioteca. “O usuário precisa inserir seu login e senha para realizar esta operação. Ele tem 48 horas para realizar o empréstimo na biblioteca do livro reservado”, diz.
*Integrante do programa de estágio da FAP, sob supervisão do coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida
Biblioteca Salomão Malina
Endereço: SDS, Bloco P, ED. Venâncio III, Conic, loja 52, Brasília (DF). CEP: 70393-902
Telefone: (61) 3323-6388
WhatsApp: (61) 98401-5561. (Clique no número para abrir o WhatsApp Web)
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Seminário internacional destaca os 100 anos do Partido Comunista Brasileiro
Em comemoração aos 100 anos do Partido Comunista Brasileiro (PCB), fundado em 1922, a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e o Cidadania estão promovendo um Seminário Internacional nos dias 8, 9 e 10 de março próximo.
Em razão da pandemia de Covid, o evento será virtual, mas com transmissão ao vivo pelos canais oficiais da FAP no Youtube e Facebook.
O Seminário Internacional será dedicado à discussão da trajetória do PCB e contará com 14 palestrantes distribuídos em 3 mesas, tendo como temas: O comunismo e Brasil, o nacional-desenvolvimentismo e o desafio da democracia em termos globais.
“Ilustração sempre foi o patinho feio”, diz Chiarelli sobre Semana de 22
João Vitor*, com edição do Coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida
O professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) Tadeu Chiarelli afirma que “a ilustração sempre foi o patinho feio”. “A fotografia não entrou no modernismo da época. Então, também tinham outros patinhos feios”, disse. Ele vai discutir o assunto, na terça-feira (22/2), em webinar da Biblioteca Salomão Malina e da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília.
Em celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, o evento será realizado a partir das 18 horas e transmitido no Facebook da biblioteca, assim como no site e Youtube da fundação. Além de Chiarelli, a historiadora Paula Ramos e o jornalista Sergio Leo confirmaram participação.
O professor afirmou que as produções de 1922 eram de cunho conservador. “O objetivo era falar da paisagem humana. Falar do Brasil, como Anita Malfatti fez, é um figurativismo muito conservador. Não que ela tenha sido nacionalista, mas tem viés conservador”, analisou.
Chiarelli ressaltou, ainda, que os modernistas se viam como herdeiros de uma tradição europeia. “As ligações com a Europa são desejadas. Você pinta o tema brasileiro, mas a visualidade e tradição são europeias”, explicou.
O jornalista Sergio Leo, por sua vez, diz que a semana de 1922 foi uma “aventura modernista”. Segundo ele, há quase 100 obras a serem analisadas, mas conforme ressaltou, alguns artistas foram esquecidos ao longo dos anos.
Sobre os artistas e agitadores da semana de 100 anos atrás, Leo destaca o trabalho de Tarsila de Amaral que estava em Paris, na época, mas que se juntou ao grupo que liderou a manifestação pouco depois. “Trouxe algo ousado. Não chegava a ser revolucionário porque tentava incorporar o clássico europeu, mas a brasilidade está lá”, analisou.
O jornalista enalteceu o trabalho de Di Cavalcanti, destacando algumas características. “Mantém ligação com elementos conservadores, ideias do real e representação. É impressionista. A arte questiona o modernismo, que é a ruptura de movimentos artísticos. É a modernidade contemporânea”, afirmou Leo.
Por outro lado, o jornalista também citou o trabalho de Anita Malfatti. “Teve representação relativamente pequena. [A arte dela] sofreu críticas de Monteiro Lobato”, ponderou.
Webinário sobre Artes na Semana de 22: moderna ou conservadora?
Dia: 22/02/2022
Transmissão: a partir das 18h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira
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Livro de Segatto tem compromisso com defesa da democracia, diz professor
João Vitor*, da equipe FAP
O professor Ricardo Marinho afirma que o livro Cultura política e democracia, do historiador José Antônio Segatto, tem compromisso com a defesa da cultura política democrática e republicana. “Desta forma, não é um livro a passeio. Apesar de sua linguagem acessível, exige do seu leitor a disposição de adentrar nesses terrenos movediços e de soluções nada fáceis”. A avaliação dele foi publicada em artigo na revista Política Democrática online de dezembro (38ª edição).
A revista é editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. A instituição disponibiliza, gratuitamente, em seu portal, todo o conteúdo da publicação mensal na versão flip. Marinho, do Instituto Devecchi e da Unyleya Educacional, diz que Segatto é um historiador de formação crítica sólida.
Para Segatto, conforme analisa o autor do artigo, o belo, a estética e, consequentemente, a cultura política, de sentido republicano e democrático, deram lugar a uma cultura com significado antropológico puramente descritivo, empurrando-a para a “desrepublicanização” progressiva da cultura, da política e da sociedade.
De acordo com o artigo, Segatto observa que a revolução científico-tecnológica dos séculos XX e XXI mudou as formas e os ritmos dos dias tais como acontecia anteriormente na humanidade.
Segundo Marinho, a leitura de Cultura política e democracia leva à reflexão sobre o fato de a obra ser fruto do acompanhamento da crise da cultura política e da democracia manifesta em 2013 e, por isso, mobiliza sua experiência de mais de 25 anos na busca de saídas.
Veja arquivos em PDF de todas as edições da revista Política Democrática online!
A obra, de acordo com o professor, tem 26 artigos publicados no jornal O Estado de São Paulo, escritos nas palavras de Segatto “para tentar compreender e sugerir alternativas a problemas postos pela conjuntura”.
A íntegra do artigo de Ricardo José de Azevedo Marinho pode ser conferida na versão flip da revista, disponível no portal da FAP, gratuitamente.
A nova edição da revista da FAP também tem reportagem especial sobre a variante Ômicron da covid-19, entrevista especial com Hussein Kalout, além de artigos sobre política, economia e cultura.
Veja lista de autores da revista Política Democrática online de dezembro!
Compõem o conselho editorial da revista o diretor-geral da FAP, sociólogo e consultor do Senado, Caetano Araújo, o jornalista e escritor Francisco Almeida e o tradutor e ensaísta Luiz Sérgio Henriques. A Política Democrática online é dirigida pelo embaixador aposentado André Amado.
*Integrante do programa de estágios da FAP, sob supervisão do jornalista e editor de conteúdo Cleomar Almeida
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“Formação política é fundamental”, afirma Luciano Rezende
Cleomar Almeida, da equipe FAP
Presidente do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e ex-prefeito de Vitória (ES) por dois mandatos, Luciano Rezende destacou na quarta-feira (15/12) que a “formação política é fundamental” para o Brasil. Durante a formatura do curso Jornada Cidadã 2022, realizado pela entidade em parceria com o Cidadania, ele também agradeceu a participação dos alunos dos 26 estados e do Distrito Federal (DF).
Rezende, que é coordenador-geral da Jornada Cidadã 2022, lembrou que o curso teve 611 inscritos, com média de 253 visualizações de aula. No total, 91 alunos já concluíram o curso e podem emitir o certificado por meio da plataforma Somos Cidadania, onde as aulas continuam disponíveis, na íntegra, para todas as pessoas interessadas. Os vídeos também podem ser vistos no canal da FAP no Youtube.
Todos os concluintes receberão, via Correios, um kit com agenda executiva e caneta, além de dois livros: Gramsci no seu tempo, do historiador Alberto Aggio, e Os nove de 22, do historiador Ivan Alves Filho.
O presidente do Conselho Curador da FAP agradeceu, ainda, a participação de líderes de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal no curso. “É um curso específico para quem é pré-candidato ou pré-candidata e suas assessorias. Ter mais de 600 pessoas do Cidadania inscritas nessa atividade é um sucesso muito grande”, afirmou.
Na avaliação de Rezende, “as aulas foram de altíssimo nível”. “Agora nós estamos encerrando o curso, no ano de 2021, com chave de ouro, tendo passado pela FAP quase mais de 1.500 alunos nos dois cursos realizados este ano”, afirmou.
"Boa política"
O curso foi pensando e planejado conforme a crescente necessidade de interação das pessoas no mundo digital. Os alunos tiveram aulas exclusivas sobre liderança, engajamento e mobilização, estratégias de uso das redes sociais, marketing e comunicação política. Eles também discutiram, de forma prática, objetiva e assertiva, a conjuntura das eleições 2022.
O coordenador do curso destacou que o curso de formação dá continuidade à missão da entidade de formar líderes comprometidos com a “boa política”.
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, que na última aula do curso discutiu perspectivas do cenário político nacional para 2022, parabenizou a FAP pelo bom trabalho realizado na formação de quadros políticos.
Nas redes
“Um processo que, ainda, nem todos os partidos fazem, mas que cresce na sociedade brasileira. São processos de formação e participação na política que tem proliferado, inclusive, nas redes. São alguns movimentos interessantes que têm feito esse trabalho. Dentre eles, destacam-se, pelo nível, pela qualidade e pela dimensão, os cursos realizados pela FAP”, afirmou.
Direitor-geral da FAP, sociólogo e consultor do Senado, Caetano Araújo também parabenizou os alunos do curso. “Cada curso feito pela FAP é uma satisfação muito grande para nós, por causa do produto que a gente entrega e que é uma contribuição para a política democrática deste país sobre temas relevantes e de interesse público. O curso de formação é uma das atividades que estão previstas na legislação como fundamentais às entidades partidárias”, disse.
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Livro Conspiração resgata história do atentado contra Prudente de Morais
Cleomar Almeida, da equipe da FAP
Em seu sétimo livro, o jornalista e cineasta Jorge Oliveira brinda os leitores agora com uma história esquecida nas gavetas empoeiradas dos museus brasileiros. Conspiração resgata uma história que esteve sepultada há quase dois séculos: o atentado contra Prudente de Morais, o primeiro presidente civil da República. Editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), em Brasília, a obra está à venda na internet e será lançada em webinar na sexta-feira (17/12), a partir das 18 horas.
O evento de lançamento do livro será transmitido no portal da FAP, na página da entidade no Facebook e no canal da fundação no Youtube. Além do autor, confirmaram participação no evento online a jornalista e cineasta Ana Maria Rocha; o jornalista e escritor Mauro Lobo; e o historiador Douglas Apratto, apresentador do livro, professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e autor de várias obras de história sobre o Brasil.
O atentado foi perpetrado pelo soldado Marcellino Bispo de Mello, de 22 anos, e planejado pelos militares jacobinos do Exército, aliados do marechal Floriano Peixoto, alagoano, segundo presidente da República. Ao investir contra Prudente de Morais, que se defendia dos golpes com a cartola, a arma do recruta falhou e, com um punhal, ele matou o ministro da Guerra da Guerra, Carlos Machado de Bittencourt, e feriu Luiz Mendes de Moraes, chefe da Casa Militar, e Cunha Moraes, ajudante de ordens do presidente, numa das cenas mais sangrentas jamais vistas no Centro da cidade do Rio de Janeiro.
Para contar essa história, Jorge Oliveira vasculhou os alfarrábios da República, investigou e resgatou documentos durante cinco anos e concluiu que o complô para matar Prudente de Morais começou em Alagoas, quando Marcellino foi recrutado pelo Exército e transferido para o Rio de Janeiro com a missão de eliminar o presidente. Três meses depois, os próprios militares encarregaram-se da queima de arquivo: Marcellino apareceu enforcado com um lençol dentro do Arsenal de Guerra, morte semelhante a do jornalista Vladimir Herzog durante a ditadura militar em 1975.
Nas investigações que fez, o autor desmascara a versão de suicídio e prova, com documentos, que Marcellino foi eliminado dentro da cela quando estava imobilizado com algemas nas pernas. Para tornar a história mais palatável, o autor se transporta para o final do século XIX, época do atentado, para trabalhar como repórter da Gazeta de Notícia. No jornal, ao lado de Machado de Assis e Olavo Bilac, Jorge Oliveira narra a história como a vivesse no dia-a-dia do movimento tenso da redação de um dos jornais mais antigos do país.
Mais de um século depois, o autor volta a colocar o episódio em discussão, no livro. “À luz existem documentos que põem em dúvida o suicídio de Marcellino, um jovem de 22 anos, manipulado por seus superiores para prestar um serviço sujo à nação sob o comando dos jacobinos, que transformaram o culto a Floriano numa seita perversa à democracia que acabara de ser implantada no país”, afirma.
De acordo com o autor, “esta conspiração não é contada nos livros de história da forma que é narrada” em sua obra. “Os militares brasileiros preferem o silêncio a revelar episódios de seus movimentos autoritários e golpistas que desbotam a farda dos generais e atormentam a mente dos seus conspiradores, de geração em geração”, diz.
O autor
Jorge Oliveira está no jornalismo desde 1964 e faz cinema há mais de 30 anos. Iniciou, em Maceió, a carreira de repórter que continuaria nos principais jornais do país, quando se mudou para o Rio de Janeiro, em 1969.
Em 1980, conquistou o Prêmio Esso de Jornalismo com uma série de reportagens sobre energia nuclear. Em outros jornais nos quais atuou, ganhou outros prêmios que consolidariam sua carreira de jornalista, escritor e cineasta, com grande sucesso.
No cinema, dirigiu diversos filmes que renderam às suas obras mais de 20 prêmios, no Brasil e no exterior. Três deles, os longas-metragens Perdão, Mister Fiel, Olhar de Nise e O Voo da Borboleta Amarela, foram consagrados pela crítica nacional e internacional como obras marcantes na categoria de documentários.
Em 2013, foi homenageado no Brazilian Endowment for the Arts (BEA), em Nova Iorque, com a exibição dos seus filmes. É autor da trilogia Curral da morte, Muito prazer, eu sou a morte e Máfia das caatingas.
Escreveu, também, Eu não matei Delmiro Gouveia (maior erro judiciário do Brasil) e Campanha política: como ganhar uma eleição – regras e dicas, e acaba de publicar, pela Amazon.com, o romance O voo da alma.
Conspiração é mais uma de suas histórias, o seu sétimo livro. Conta como um soldado do Exército foi recrutado em Alagoas, no final do século XIX, para matar Prudente de Morais, o primeiro presidente civil da República.
Lançamento livro Conspiração
Data: 17/12/2021
Horário: 18 horas
Transmissão: portal da FAP, página da entidade no Facebook e canal da fundação no Youtube
"Brasil não ficará refém de Lula ou Bolsonaro", diz Roberto Freire
Presidente nacional do Cidadania aposta em terceira via como alternativa aos brasileiros
Cleomar Almeida, da equipe da FAP
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, vê “um processo de afunilamento das candidaturas e, no horizonte, a possibilidade real de um nome que unifique a chamada terceira via”. “O Brasil não pode e não ficará refém da disjuntiva Lula ou Bolsonaro”, afirma. Ele vai ministrar a aula de encerramento e participar da formatura online do curso Jornada Cidadã 2022, nesta quarta-feira (15), a partir das 19 horas.
Assista!
O curso Jornada Cidadã 2022 é realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília, em parceria com o Cidadania. As aulas estão disponíveis na plataforma de educação a distância Somos Cidadania, gratuitamente, a simpatizantes e filiados ao partido.
De acordo com Freire, não há nada garantido em torno das eleições de Lula e Bolsonaro. “Nenhum dos dois está garantido no segundo turno, e vemos isso pelos movimentos que esses dois atores têm feito na arena política”, afirma o presidente nacional do Cidadania.
Na avaliação do presidente nacional do Cidadania, a “terceira via” deve oferecer aos brasileiros “uma alternativa popular e não populista”, que, segundo ele, resgate a social-democracia que possibilitou o plano real, a estabilização econômica e tirou milhões da pobreza, além de aponte para o futuro.
“Para nós, cabe o papel que já exercemos inúmeros vezes: a ponte entre esquerda, centro e liberais democráticos para tirar o Brasil da rota do atraso”, destacou o presidente nacional do Cidadania.
O curso
As aulas do curso ainda podem ser acessadas, diretamente, pela plataforma de educação a distância Somos Cidadania, que é totalmente interativa, moderna, com design responsivo e tem acesso gratuito para matriculados. Nela, além das aulas, os alunos têm à disposição uma série de informações relevantes e atuais sobre o contexto político brasileiro e eventos contínuos realizados pela FAP.
O curso, segundo a coordenação, reúne uma série de professores altamente qualificados para abordar temas que afetam diretamente o dia a dia das pessoas e devem ser encarados por meio de políticas públicas eficazes, em meio a um cenário tomado pela pandemia da covid-19.
Vídeos do curso
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