Fundação Astrojildo Pereira
Site da FAP bate recorde de audiência com conteúdos pela democracia
Número de visitantes únicos de 2020 já quase supera o dos dois anos anteriores, juntos, de janeiro a outubro
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Focado em conteúdos em defesa da democracia, dos valores republicanos e que estimulem a reflexão crítica da sociedade, o site da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) tem consolidado ainda mais a sua audiência e aumentado número de visitantes únicos. É o que mostra levantamento do departamento de Tecnologia da instituição, divulgado nesta quarta-feira (14). Este ano, antes de findar o mês de outubro, os 201.230 visitantes únicos já representam quase o total de 2019 e 2018, juntos, no mesmo período.
Ao todo, de janeiro a outubro, os dois últimos anos somaram 205.534 visitantes únicos, também chamados de “visitantes diferentes”. Em 2019, foram 114.557 e, em 2018, 90.977, no mesmo período. Até o mês de dezembro, o ano passado totalizou 126.663 acessos únicos, e o anterior acumulou 114.996.
Comparando os 10 primeiros meses de cada ano, 2020 segue tendência de aumento da audiência, se considerada a evolução dos dois anos anteriores. De janeiro a outubro, 2019 teve 57% do total de visitantes únicos do mesmo período deste ano, enquanto 2018 registrou 45%.
As maiores quantidades de acesso geral são registradas em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Salvador (BA) e Fortaleza (CE).
Conteúdos diversificados
O aumento de audiência do site da instituição está diretamente relacionado à diversidade de conteúdos publicados, diariamente, focando na pluralidade de ideias e opiniões para enriquecer debates em torno de valores democráticos e ideais republicanos. Todos têm acesso gratuito na página da FAP na internet.
A ascensão da audiência vem se consolidando, prioritariamente, pela busca de conteúdos publicados na revista mensal Política Democrática online e na revista Política Democrática impressa. Outra grande procura dos internautas é por notícias e transmissões de seminários e debates online, que, neste ano, substituíram os eventos presenciais por causa da pandemia da Covid-19.
Também há grande busca por reportagens sobre publicações da FAP, como os livros editados pela fundação ou disponíveis para empréstimo na Biblioteca Salomão Malina, mantida pela entidade, em Brasília. Além disso, internautas conseguem ler no site análises de colunistas de política e economia, reproduzidos, diariamente, com os devidos créditos.
Os conteúdos são acessados, em sua maioria, por um público altamente especializado, como pesquisadores, professores de instituições de ensino superior, consultores de mercado e demais formadores de opinião.
O que é visitante único
O visitante único representa o usuário que, através de um cookie, consegue ser identificado e contabiliza apenas um único indivíduo, mesmo que ele tenha visitado diversas páginas do site e independentemente da quantidade de vezes que usou o mesmo dispositivo – celular, tablet ou computado – para acessá-las.
É a melhor forma possível que as ferramentas de web analytics têm para mapear o mesmo visitante por toda sua navegação no site ao longo do tempo. Essa métrica serve para ter ideia de quantos visitantes diferentes acessam os conteúdos.
Visualização de páginas
A quantidade de páginas visitadas também vem apresentando aumento. Este ano, o site já acumulou, de janeiro até o dia 13 de outubro, 376.215 visualizações de páginas, o que representa um aumento de 86% em relação ao total de 2019 (202.173) e de 181% – ou quase duas vezes maior – se comparado com 2018 (133.880).
Essa métrica considera o número total de páginas visitadas em todo o site pelos internautas. Por isso, o número de pageviews sempre será superior ao número de visitas.
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Propostas serão recebidas até as 10 horas do dia 28 de outubro, na sede da instituição, em Brasília
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
A FAP (Fundação Astrojildo Pereira) lançou edital de cotação de preços para receber propostas de empresas especializadas para atualização do seu site institucional, conforme exigências do certame, com o objetivo de fortalecer a comunicação da entidade junto ao público. Documentos serão recebidos, até as 10 horas do dia 28 de outubro, na sede da instituição, em Brasília, e a vencedora será definida também com base no menor preço e melhor técnica para execução do serviço.
As propostas deverão ser entregues, pessoalmente, pelo representante credenciado ou por correio, e obedecer às exigências do edital, como apresentar, de forma detalhada, tudo o que será oferecido no site, sem qualquer margem de dúvida sobre funcionalidade, acessibilidade e disposição do sítio institucional. O certame também define que a linguagem e os conceitos utilizados nas propostas devem ser de fácil entendimento, e possíveis termos técnicos deverão ser explicados para evitar qualquer dificuldade de interpretação.
De acordo com o edital, o site da FAP deverá ser entregue com alto padrão de qualidade, sendo fácil e intuitivo para os internautas, e, ao mesmo tempo, atraente e agradável, visualmente. Além disso, deve ser planejado e estruturado, pensando sempre em usabilidade, navegabilidade e acessibilidade dos usuários, através de padrões específicos, e customizável, para alterações e criação de novas páginas internas, publicação de novos banners, fotos, vídeos e links, por exemplo.
Além de ter acesso fácil, simples e rápido, o novo site da FAP deverá ser integrado às redes sociais, como Facebook, Instagram, Twitter, Youtube e Google+, e suportar conteúdo multimídia, com textos e galerias de vídeos e fotos. Além disso, deverá apresentar página principal de forma objetiva, curta e direta, fornecendo ligações (links) com o detalhamento dos conteúdos, e possibilitar que, em qualquer ponto do website, seja possível retornar à página principal e para o topo dela com apenas um clique.
No principal menu do site, a disposição de conteúdo deverá ser de pelo menos três níveis, contendo no primeiro deles os perfis de início, revista online, política hoje, eventos, publicações, jornadas e biblioteca. As especificações de cada uma dessas partes do site estão divulgadas no edital. Todo trabalho deverá ser concluído, com o site em pleno funcionamento na web, no prazo de 60 dias após a assinatura do contrato
Webinar da Biblioteca Salomão Malina debate desafios do novo normal cultural
Evento online tem presença confirmada de Stepan Nercessian, Zelito Viana, Paulo Souza e Will Junio, com mediação de Martin Cezar Feijó
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Desafios e estratégias no novo normal cultural serão discutidos, na próxima sexta-feira (16), das 18h30 às 20h, em webinar da Biblioteca Salomão Malina, mantida pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília. O evento online terá transmissão ao vivo pela página da biblioteca no Facebook, e interessados também podem participar diretamente da discussão por meio da sala virtual do Zoom.
A FAP faz retransmissão do evento em seu site e em sua página no Facebook. Interessados em participar pelo Zoom podem solicitar o link de acesso por meio do whatsapp oficial da biblioteca (61 984015561). O debate online abordará os principais problemas que acometem o setor cultural brasileiro, mas também apontar caminhos para superá-los.
Assista ao vivo!
Entre os debatedores com presença confirmada está o ator Stepan Nercessian. Ele ingressou na carreira artística no fim dos anos 1960. Estreou na Globo em 1971. Foi presidente do Sated-RJ (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Rio de Janeiro) e também presidente da Funarte (Fundação Nacional das Artes).
O cineasta brasileiro e diretor da Mapa Filmes, Zelito Viana, também vai discutir o assunto no webinar da Biblioteca Salomão Malina. Ele é irmão do comediante Chico Anysio e da atriz e comediante Lupe Gigliotti. Produziu e dirigiu diversos filmes e programas de TV, além de acumular premiações com Morte e Vida Severina: Margarida de Prata (Melhor Filme / CNBB) e Villa-Lobos, uma vida de paixão: Golfinho de Ouro (Governo do Estado do Rio de Janeiro).
O escritor Paulo Souza também está no time de debatedores. Por meio do seu site e canal no youtube, o escritor divulga seu trabalho como blogueiro e escritor, além de promover a literatura brasiliense. Em 2013, criou o blog e canal Ponto Para Ler, que se manteve até o início deste ano. Foi jurado do Prêmio de Literatura da Caixa Econômica Federal nas edições de 2017 e 2018.
A cultura popular também será representada no debate pelo produtor Will Júnio, responsável pela organização do Slam DéF, que reúne jovens da periferia do Distrito Federal para batalhas de poesia. Ele é poeta MC, estudioso da cultura hip hop e amante da cultura brasileira.
A mediação será realizada pelo historiador Martin Cezar Feijó, doutor em comunicação pela USP (Universidade de São Paulo) e professor de comunicação comparada na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado).
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‘O Brasil está secando estupidamente’, diz autor brasileiro Sergio Vahia
Em seu único livro, Da Mata Atlântica ao Xingu, ele registra memórias que levantam debate sobre preservação do meio ambiente
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
No momento em que o Brasil registra crescimento de incêndio e desmatamento na Amazônia, no Pantanal e na Mata Atlântica, o único livro de Sergio Bacellar Vahia de Abreu, de 92 anos, mostra a importância de preservação ambiental para o desenvolvimento do país e manutenção da vida. A obra Da Mata Atlântica ao Xingu: um integrante da Marcha para o Oeste (2016, 354 páginas) passou a ser disponibilizada nesta quinta-feira (8) para download gratuito no acervo digital da Biblioteca Salomão Malina, mantida pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília.
Clique aqui e faça o download do livro após digitar o título na barra de pesquisa
O livro contempla uma longa sequência de memórias da vida aventureira do autor, desde meados do século passado, oferecendo aos leitores relato minucioso sobre aventuras em terra, ar e mar, por múltiplas regiões rurais e urbanas brasileiras e no exterior, como Caribe e a Flórida dos Estados Unidos. Organizada com 22 títulos internos, a obra é marcada pela linguagem coloquial, de fácil entendimento do público em geral, convidando cada leitor a mergulhar em cada uma das histórias.
De sua casa no Rio de Janeiro, onde nasceu, Sergio Vahia, como é conhecido, lamenta a destruição do meio ambiente e a inércia das autoridades brasileiras. “Tenho sofrido com essa destruição do meio ambiente”, destacou, em entrevista à reportagem da FAP. Segundo ele, os crimes ambientais persistem por causa da “impunidade”.
O aumento das temperaturas do planeta é outra preocupação do autor. “A chuva é decorrência das florestas. O desmatamento vem se agravando, gradativamente. Ando pelo Brasil Central, desde os meus 16 anos, e estou vendo tudo isso secar. Fazendeiro desmata tudo”, lamenta ele, ressaltando que o assunto do livro é bastante atual. “Não adianta querer superávit, emprego, construção de hidrelétrica, se não chover. O Brasil está secando estupidamente”. Alerta.
Marcha para o Oeste
No livro, Sergio Vahia lança luz sobre a importante Marcha para o Oeste, ocorrida nas décadas de 1940 a 1970, especificamente no Brasil Central. Ele conta que a FBC (Fundação Brasil Central), inicialmente “Expedição Roncador-Xingu”, de 1943, saindo de Aragarças (GO), chegou ao Rio das Mortes no fim daquele ano, na região em que hoje fica a cidade de Nova Xavantina (MT). “Terminou aí a penetração, função principal daquele órgão Federal. Foram só 150 km. Dali até Manaus, não existia nada. Um oco bem vazio”, relata.
Só em 1965, de acordo com o autor, com o advento da expedição Xavantina-Cachimbo (1965-1966), a penetração voltou a ocorrer rumo ao Norte, acrescentando cerca de 500 km de estrada de chão, hoje rodovia federal asfaltada. Sem dúvida, uma boa parte da Marcha para o Oeste. Depois, em meados da década de 1970, com a Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste), voltou-se a progredir com mais estradas continuando rumo ao Noroeste.
O livro também conta detalhes de expedições de Sergio Vahia na região do Rio Xingu. “Levamos 16 dias para fazer 125 km, do porto dos trumais até a foz com o Xingu, pouco acima da famosa cachoeira Von Martius, cujo ronco a gente já vinha escutando nos dois últimos dias. Ficava quase na divisa dos estados de Mato Grosso e Pará”, relata, em um trecho.
Em seguida, ele detalha a experiência de desbravar o Xingu rio acima. “Ligamos o motor e passamos a subir o Xinguzão”, afirma, para continuar: “Presumo que por ali tenha em média quase mil metros de largura em intrincado leito repleto de pequenas ilhas baixas e canais difíceis de se localizar para contorná-las e achar o leito, por onde tem que se passar. Com as águas bem baixas, são criadas extensas áreas rasas não navegáveis. Quem nos salvou foi o Tarepá, filho, neto e bisneto, da região”.
‘Dever social’
Um dos pioneiros da geografia brasileira, Pedro Geiger destacou a importância da obra de Sergio Vahia. “O autor entende o dever social de ligar a sua existência singular ao movimento geral de modo a fazer aparecer o conceito de ‘meio’ de forma implícita na sua narrativa. Ele entremeia a estória [sic] dos momentos vividos em real com informações sobre os ambientes históricos e geográficos de múltiplas regiões do imenso território brasileiro e do exterior, selvagens, rurais e urbanas”, disse Geiger, na apresentação do livro.
Geiger, que também é um dos autores do livro Jalapão: Ontem e hoje, lançado pela FAP em novembro de 2019, ressaltou a proposta do autor de o livro não ter caráter científico. “Sem maiores pretensões de uma contribuição científica, o leitor se depara com uma espécie de sobrevivente, contando as suas aventuras, desde um longínquo passado, com descrições e imagens de heróis do passado, de uma época anterior ao atual populismo, até o presente”, diz o geógrafo.
O destaque é a prática de ajuste do homem comum aos ambientes e populações que ele encontra, segundo Geiger, que ingressou no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 1942, fez curso de especialização na França e foi professor visitante da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.
Sem perder o bom humor e o gosto pela vida, Sergio Vahia diz não se arrepender de qualquer palavra que tenha usado no livro, que, segundo ele, retrata a sua própria essência. “Fui colocando só aquilo que me moldou. Não tiro uma vírgula de onde coloquei. É tudo sem maquiagem”, afirma.
Para acessar o livro Da Mata Atlântica ao Xingu, basta seguir os seguintes passos:
1 – Acesse o Terminal – Shophia Bliblioteca Web por meio do link https://biblioteca.sophia.com.br/terminal/7828
2 – Na caixa de pesquisa, digite Da Mata Atlântica ao Xingu. Clique em pesquisar. Em seguida, você visualizará a imagem da edição disponível.
3 – Após clicar na imagem, você acessará a página da publicação, contendo as informações sobre ela e o link disponível para download do arquivo no formato .PDF. Para acessar o conteúdo, clique no link disponível.
4 – Após o download do arquivo no formato .PDF, basta clicar no mesmo, na barra inferior do seu navegador, para que o mesmo seja visualizado.
Cineclube Vladimir Carvalho indica filmes para comemorar Dia do Nordestino
Data é celebrada em 8 de outubro desde 2009, reconhecendo diversidade cultural e folclórica
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
No mês em que é comemorado o Dia do Nordestino, o Cineclube Vladimir Carvalho, mantido pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), indica cinco filmes relacionados ao assunto e que mostram toda a diversidade cultural e folclórica típica do Nordeste. O cineclube funciona em Brasília, mas está fechado ao público durante o período da pandemia da Covid-19, conforme orientações das autoridades sanitárias do mundo.
O Dia do Nordestino é comemorado nesta quinta-feira, 8 de outubro. A data foi oficializada em São Paulo, que concentra grande quantidade de nordestinos, no ano de 2009, após entrar para o calendário da cidade pela Lei municipal nº 14.952, em homenagem ao centenário do poeta, cantor e compositor cearense Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré. Além disso, a data homenageia toda a diversidade cultural, típica da região.
Abaixo, veja a lista de filmes indicado pelo Cineclube Vladimir de Carvalho:
O AUTO DA COMPADECIDA
SINOPSE:
As aventuras dos nordestinos João Grilo (Matheus Natchergaele), um sertanejo pobre e mentiroso, e Chicó (Selton Mello), o mais covarde dos homens. Ambos lutam pelo pão de cada dia e atravessam por vários episódios enganando a todos do pequeno vilarejo de Taperoá, no sertão da Paraíba. A salvação da dupla acontece com a aparição da Nossa Senhora (Fernanda Montenegro). Adaptação da obra de Ariano Suassuna.
Ano: 2000
Duração: 1h 35min / Comédia, Aventura
Direção: Guel Arraes
Elenco: Matheus Nachtergaele, Selton Mello, Denise Fraga
Nacionalidade: Brasil
CAPITÃES DA AREIA
SINOPSE:
Pedro Bala (Jean Luís Amorim), Professor (Robério Lima), Gato (Paulo Abade), Sem Pernas (Israel Gouvêa) e Boa Vida (Jordan Mateus) são adolescentes abandonados por suas famílias, que crescem nas ruas de Salvador e vivem em comunidade no Trapiche junto com outros jovens de idade semelhante. Eles praticam uma série de assaltos, o que faz com que sejam constantemente perseguidos pela polícia. Um dia Professor conhece Dora (Ana Graciela) e seu irmão Zé Fuinha (Felipe Duarte), que também vivem nas ruas. Ele os leva até o Trapiche, o que desencadeia a excitação dos demais garotos, que não estão acostumados à presença de uma mulher no local. Pedro consegue acalmar a situação e permite que Dora e o irmão fiquem por algum tempo. Só que, aos poucos, nasce o afeto entre o líder dos Capitães da Areia e a jovem que acabou de integrar o bando.
Data: 2011
Duração: 1h 36min / Aventura, Drama
Direção: Cecília Amado, Guy Gonçalves
Elenco: Jean Luis Amorim, Ana Graciela, Roberio Lima
Nacionalidade: Brasil
ROMANCE DO VAQUEIRO VOADOR
SINOPSE:
Candango era como eram chamados os trabalharores da construção de Brasília. Um universo mítico é constituído ao redor dos nordestinos nessa empreitada, que ora reconhecidos individualmente, ora reconhecidos no coletivo, proporcionaram a ocupação do interior do país.
Data: 2007
Duração: 1h 17min / Documentário
Direção: Manfredo Caldas
Elenco: Carlos Careqa, Djin Sganzerla, Simone Spoladore
Nacionalidade: Brasil
CENTRAL DO BRASIL
SINOPSE:
Dora (Fernanda Montenegro) trabalha escrevendo cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Ainda que a escrivã não envie todas as cartas que escreve - as cartas que considera inúteis ou fantasiosas demais -, ela decide ajudar um menino (Vinícius de Oliveira), após sua mãe ser atropelada, a tentar encontrar o pai que nunca conheceu, no interior do Nordeste.
Data: 1998
Durção: 1h 53min / Drama
Direção: Walter Salles
Elenco: Fernanda Montenegro, Vinicius de Oliveira, Marília Pêra
Nacionalidade: Brasil
Ó PAÍ, Ó
SINOPSE: Em um animado cortiço do centro histórico do Pelourinho, em Salvador, tudo é compartilhado pelos seus moradores, especialmente a paixão pelo Carnaval e a antipatia pela síndica do prédio, Dona Joana (Luciana Souza). Todos tentam encontrar um lugar nos últimos dias do Carnaval, seja trabalhando ou brincando. Incomodada com a farra dos condôminos, Dona Joana decide puni-los, cortando o fornecimento de água do prédio. A falta d'água faz com que o aspirante a cantor Roque (Lázaro Ramos); o motorista de táxi Reginaldo (Érico Brás) e sua esposa Maria (Valdinéia Soriano); o travesti Yolanda (Lyu Arisson), amante de Reginaldo; a jogadora de búzios Raimunda (Cássia Vale); o homossexual dono de bar Neuzão (Tânia Tôko) e sua sensual sobrinha Rosa (Emanuelle Araújo); Carmen (Auristela Sá), que realiza abortos clandestinos e ao mesmo tempo mantém um pequeno orfanato em seu apartamento; Psilene (Dira Paes), irmã de Carmen que está fazendo uma visita após um período na Europa; e a Baiana (Rejane Maia), de quem todos são fregueses; se confrontem e se solidarizem perante o problema.
Data: 2007
Durção: 1h 36min / Comédia , Comédia Musical
Direção: Monique Gardenberg
Elenco: Lázaro Ramos, Dira Paes, Wagner Moura
Nacionalidade: Brasil
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Ivan Alves Filho: Relembrando os 130 anos de Astrojildo Pereira
O que mais impressiona na trajetória de Astrojildo Pereira, a meu juízo, é a união que ele soube cimentar entre o homem de pensamento e o homem de ação. Uma combinação rara. Talvez por isso, o escritor e homem público Afonso Arinos de Mello Franco tenha se referido a ele como “a maior aventura intelectual” do Brasil, em seu tempo.
Vamos tentar entender melhor o motivo disso. Nascido em 1890, em Rio dos Índios, localidade de Rio Bonito, na velha província fluminense, Astrojildo vivenciou, em 1908, um episódio que o marcaria para o resto da vida. Foi assim. Ao ler nos jornais que o romancista Machado de Assis agonizava, ele pegou, imediatamente, uma barca em Niterói, atravessou a Baía de Guanabara e desceu na Praça Quinze, no centro do Rio de Janeiro. Lá chegando, se enfiou em um bonde e foi bater com os costados, no Cosme Velho, aprazível bairro onde vivia o autor de Memórias póstumas de Brás Cubas.
Profundo admirador da obra machadiana, o rapaz, de apenas 17 anos, queria se despedir do velho mestre. Expôs sua intenção às pessoas que se encontravam na casa e foi autorizado a entrar, no quarto do escritor. Ajoelhou-se, beijou-lhe então as mãos e logo depois se retirou. Na belíssima crônica “A última visita”, Euclides da Cunha, que presenciara a cena, escreveu: “Naquele momento, o seu coração bateu sozinho pela alma de uma nacionalidade. Naquele meio segundo em que ele estreitou o peito moribundo de Machado de Assis, aquele menino foi o maior homem de sua terra”.
Dois anos após esse acontecimento, civilista convicto e já começando a se impregnar de ideias anarquistas, Astrojildo Pereira desembarcou no cais da Praça Mauá, no Rio, e foi conhecer algumas das principais capitais europeias. Perambulou seis meses pelo Velho Continente e retornou ao Brasil. No ano de 1911, ele já colaborava com o órgão anarquista Guerra Social, trabalhava como gráfico e linotipista e militava no movimento anarquista. Em 1913, integrou, com um grupo de aguerridos companheiros, a primeira central operária brasileira, a COB, da qual se tornaria o secretário geral. Em 1917 e 1918, liderou uma série de greves operárias que abalaram o Rio de Janeiro. Foi preso e barbaramente espancado pela Polícia, no final de 1917, e novamente preso, no ano seguinte. Não esmoreceu. Em 1922, sob inspiração direta da revolução bolchevique na Rússia, fez a opção definitiva pelo marxismo e ajudou a formar o Partido Comunista no Brasil. Em 1924, viajou para Moscou, já investido na condição de secretário geral do PCB. Nesse mesmo ano, assistiu, na Praça Vermelha, aos funerais de Vladimir I. Lênin – o arquiteto da revolução bolchevique e também do Estado soviético. Ainda em Moscou, por essa época, dividiu alojamento com um líder comunista que seria considerado um dos grandes estadistas do século XX: Ho Chi Minh.
De volta ao Brasil, viveu como um revolucionário profissional. Com efeito, ele não parava. Dedicou-se a organizar o PCB clandestino e se internou, em seguida, na Bolívia, em 1927. Sua missão? Contactar Luiz Carlos Prestes, o chefe da Coluna Invicta, em nome do Partido. Entregou a Prestes uma mala com livros marxistas e tentou convencê-lo da necessidade de revolucionar as estruturas da sociedade – e não apenas derrubar este ou aquele governo. Conseguiu atrair Prestes para as fileiras do PCB.
Uma vez acertado o ingresso do Partido na Internacional Comunista, Astrojildo Pereira passou a compor sua Comissão Executiva, a instância máxima da organização, em 1929, quando parte novamente para a capital soviética. Com menos de 40 anos de idade, ele já se apresentava como uma das grandes lideranças da revolução mundial.
Mas não tardaria muito e ele passou a ter sérias divergências políticas com o Partido no Brasil. Assim, foi afastado da organização, em 1932, sob a acusação de tentar barrar a linha dita de “proletarização” de sua política e de simpatizar, ainda, com as ideias de Nikolai Bukharin, opositor de Josef Stalin na direção do Partido Comunista da União Soviética.
Reintegrado ao PCB, no bojo da redemocratização do país, em 1945, Astrojildo colaborou, nesse meio tempo, com o jornal carioca Diário de Notícias e escreveu ensaios primorosos sobre Machado de Assis. Sua reputação como crítico se consolidou. Tampouco abandonou a reflexão política, debruçando-se sobre a análise do fascismo e sua influência no Brasil. Mais: foi o primeiro a apontar para a grandeza épica dos Quilombos dos Palmares, chamando Zumbi de “o nosso Spartacus negro”. Começou a publicar, então, seus vários livros de ensaios. E ainda se dedicou, de corpo e alma, à organização do I Congresso Brasileiro de Escritores, realizado em 1945. O Congresso lançaria, praticamente, a pá de cal sobre o Estado Novo de Vargas. Dele participaram Jorge Amado, Caio Prado Júnior, Graciliano Ramos, Aníbal Machado e outros nomes de primeiríssima linha da literatura, da historiografia e da ensaística brasileira.
Durante o Estado Novo, Astrojildo Pereira sobreviveu vendendo frutas em um depósito em Niterói, o que motivou Manoel Bandeira a escrever um poema sobre ele:
Bananeiras – Astrojildo esbofa-se
Plantai-a às centenas, às mil
Musa paradisíaca
Que dá dinheiro neste Brasil.
E de 1945 até o dia do Golpe de 1964, realizou pesquisas sobre a obra de Machado de Assis e a trajetória do PCB. Ao lado de sua companheira Inez, estas são as grandes paixões de sua vida, desde a juventude. Daí ter escrito, certa vez, que seu ideal de vida abarcava “um doce amor de mulher em meio a uma bravia luta política”. Seja como for, Astrojildo editou, nessas duas décadas, publicações da importância de Literatura e Estudos Sociais. Trabalhou na célebre Editorial Vitória, do PCB, e passou a ditar, na prática, a política cultural do Partido. Intelectual refinado, ele contribuiu para revelar alguns valores que brilhariam na cultura e na política, como Armênio Guedes e Leandro Konder. Por essa época, já estava publicando Machado de Assis, novelista do Segundo reinado (1942), Interpretações (1944) e Machado de Assis (1949). Formação do PCB sairia em 1962.
Astrojildo conviveu com figuras altamente representativas da cultura brasileira, como Oscar Niemeyer, Di Cavalcanti, Monteiro Lobato, Alberto Passos Guimarães e Nelson Werneck Sodré – pelo lado comunista – e Otto Maria Carpeaux e Hélio Silva, intelectuais católicos. Hélio Silva, inclusive, era um querido companheiro desde os tempos do anarquismo. Mais de uma vez, eu o ouvi – fascinado – discorrendo sobre isso, em meados da década de 80, quando tive oportunidade de trabalhar com ele, no Rio de Janeiro. O saudoso historiador narrava as andanças que Astrojildo e ele promoviam pelas ruas do Rio de Janeiro, o que não excluía uma certa boemia.
A explicação para esse trânsito junto a personalidades dos mais diferentes horizontes políticos e filosóficos reside no fato de que Astrojildo Pereira defendia seus pontos de vista sem qualquer traço de sectarismo. É bem verdade que, nos momentos mais duros dos embates ideológicos travados pelo PCB, o velho revolucionário se alinhou, daqui e dali, com posições que, a rigor, contrariavam sua própria visão de mundo. É que, por formação, jamais iria contra uma diretriz do Partido. Mesmo assim, era, basicamente, um homem avançado em relação à sua época. Escrevendo de Moscou, em 1925, por exemplo, reconheceu que “a Democracia, ainda que burguesa, é vista como um bem pelas massas”.
Era, de fato, um homem raro, desses que aparecem a cada meio século. Sua primeira prisão política, que eu saiba, se deu em 1917; a última, em 1964. Em 1965, devido aos rigores da prisão, onde sofreu um infarto e teve tuberculose nos dois pulmões, morreu Astrojildo Pereira.
Foi perseguido durante a vida inteira, mas nunca perseguiu ninguém. Lutou todos os combates possíveis pela liberdade. Afonso Arinos tinha razão: Astrojildo Pereira levou uma existência que honra a inteligência brasileira. Sua vida é um desafio permanente lançado à imaginação dos melhores romancistas.
Eu o conheci em nossa casa, no Rio de Janeiro, quando estava fazendo 13 anos. Foi logo após sua saída da prisão. Meu pai tinha por ele um grande respeito. Guardo até hoje, na memória, sua semelhança física com meu avô paterno. Em ambos, eu percebia a mesma candura nos gestos, a mesma doçura no olhar, a mesma calma ao lidar com as pessoas. Como Astrojildo, vovô era um admirador do camarada Prestes, o Cavaleiro da Esperança. Como ele, vovô nascera na velha província. Ao conhecer Astrojildo Pereira, foi como se eu passasse a ter mais um avô só para mim.
A bem da verdade histórica, é preciso dizer que o ex-governador da antiga Guanabara, Carlos Lacerda, apesar de ser um dos principais protagonistas do movimento político-militar de 1964, intercedeu junto às autoridades militares para que ele fosse solto. Meu pai nunca me disse, mas, pela ligação pessoal dele com Carlos Lacerda – trabalharam juntos, inclusive, em jornais – eu fiquei com a impressão de que ele pediu ao então governador da Guanabara para que interviesse para soltar Astrojildo. Aliás, em depoimento que me concedeu para o filme que fiz sobre o velho fundador do PCB, “A casa de Astrojildo”, Norma Dias, sua sobrinha, garantiu que o próprio tio lhe confidenciou, na prisão, que só não foi assassinado por interferência de Lacerda. A história bateu.
Pouco depois, soube de sua morte. Seu enterro foi uma corajosa manifestação pública de repúdio à ditadura militar então instalada no Brasil. Inez Dias, desafiando os esbirros do regime, gritou, à beira do seu túmulo: Viva Astrojildo Pereira! Da mesma forma que Gregório Bezerra, Astrojildo era de ferro e flor. Naturalmente, fiquei abalado com tudo o que estava acontecendo. No país do final da minha infância, prendiam e maltratavam homens com mais de 70 anos de idade. Seu pecado? Ter permanecido fiel às suas ideias de juventude. Era mesmo assustador.
O velho Astrojildo Pereira foi o primeiro herói da minha vida.
*Ivan Alves Filho, historiador, autor de mais de uma dezena de excepcionais livros, dos quais o último é “A saída pela democracia (2020)”
‘Economia tem taxas medíocres de investimento’, diz Nelson Tavares Filho
Provável vitória dos democratas nas eleições norte-americanas, ausência de uma política ambiental e investimentos baseados em aumento da dívida pelo governo Bolsonaro são fatores que podem influenciar a economia do país, levando a uma alta da inflação e dos juros
O economista Nelson Tavares Filho, especialista em planejamento estratégico, é enfático ao projetar um cenário preocupante no Brasil. “A economia brasileira vem apresentando taxas medíocres de investimento, 1,35% do PIB”, alerta, em artigo que publicou na 23ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília.
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Todos os conteúdos da publicação têm acesso gratuito no site da FAP. De acordo com o economista, o problema ocorre porque os gastos correntes inadiáveis veem ocupando o espaço no orçamento. “Inúmeras estatais estão dependendo do orçamento público para pagar suas folhas salariais, sem contrapartida de ofertar um bom serviço público. Mas fechar uma estatal hoje significa subtrair ‘poder’ de um congressista. A base formada pelo governo Bolsonaro irá dificultar muito o ajuste necessário ao Estado brasileiro”, afirma.
Segundo o especialista, um detalhe importante poderá favorecer a apresentação de taxas de crescimento positivas em 2021. “O efeito estatístico causado pela diminuição do PIB em 2020. Outra questão que poderá influir no crescimento é o auxílio a ser pago a camadas mais pobres da população. 65% do crescimento é ocasionado pelos gastos familiares, e este auxílio aumenta o poder de compra dessa população integralmente, pois não possuem condições de poupar”, analisa.
Pelo valor estimado para o PIB (US$ 6,5 trilhões) e do “PIB per capita” (US$ 28 mil) no Brasil, conforme analisa o autor, é fácil deduzir que a empresa aguarda desenvolvimento significativo no longo prazo. “No cenário de curto prazo, com as variáveis mencionadas, o crescimento ocorrerá mais por efeito estatístico e/ou desrespeitando normas e leis que constituem base para um crescimento de longo prazo”, escreve ele.
O economista destaca que não são dois cenários excludentes. “Mas a prevalecer no curto prazo crescimento nas condições explicitadas, mais difícil será a realização do cenário de longo prazo traçado pela empresa”, afirma ele.
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Em artigo publicado na revista Política Democrática Online, professor da Unesp diz que os dois candidatos ‘coincidem em que a China é um problema para a América’
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem acrescentado pauta própria e muito sensível ao eleitor de direita do país, de acordo com o historiador e professor professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Marcos Sorrilha Pinheiro. “A ênfase na lei e na ordem, sua plataforma preferida na tentativa de alertar a população do país contra os efeitos da campanha de Biden, de maior aproximação com as minorias étnicas”, explica ele, em artigo que publicou na 23ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília.
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Todos os conteúdos da publicação podem ser acessados, gratuitamente, no site da entidade. De acordo com Pinheiro, dos temas centrais que norteiam a escolha do próximo presidente, cinco despontam com particular importância: pauta étnica, economia, relações com a China, coronavírus e questão climática.
Biden, na avaliação do historiador, parece ter dois pontos seguros a seu favor, ao passo que Trump luta para consolidar seu posicionamento em ao menos dois deles também. Apenas a China está em aberto. “Ambos os candidatos coincidem em que a China é um problema para a América”, analisa o professor da Unesp.
Neste exato momento, segundo Pinheiro, a corrida eleitoral ganha contornos de indecisão. “Após três meses de muitos tumultos em torno da figura de Donald Trump – causados pela derrubada do PIB, pelas mortes causadas pela Covid-19 e pelas manifestações antirracistas –, em que uma vitória esmagadora de Biden parecia se desenhar, o atual presidente se recuperou nas pesquisas, aumentando sua vantagem em Estados ameaçados, como o Texas, e aproximando-se de seu opositor em dois campos de batalha: Flórida e Pensilvânia”, escreve o autor do artigo.
De certa maneira, avalia o professor da Unesp, a economia começa a dar sinais de recuperação e isso pode ser bom para Trump. “Além disso, o aumento das tensões em torno das manifestações étnicas é uma carta que ele mobiliza com frequência, tentando plantar o medo, vendendo a imagem de Biden como se fora a marionete da ala radical do partido, atrelada àqueles movimentos”, diz, para continuar: “Por outro lado, o candidato democrata sai-se bem em temas que são tidos como muito importantes entre os eleitores independentes – a questão climática e a crise do coronavírus – com as quais, estimam, Biden saberá lidar com mais competência”.
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Em artigo publicado na revista Política Democrática Online, historiador toma como base livro de Alberto Aggio
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Em 1970, a coalizão da Unidade Popular elegeu Salvador Allende como presidente do Chile, conforme analisa o doutor em história Marcus Vinicius Oliveira, em artigo que produziu para a 23ª edição da revista Política Democrática Online. “Tal eleição representava, para não só o Chile, mas também as esquerdas, o desafio de elaborar as transformações históricas necessárias para a construção do socialismo dentro da ordem e das instituições democráticas, o que implicava a produção de uma novidade no patrimônio das culturas políticas das esquerdas socialistas e comunistas, habituadas a uma visão instrumental da democracia e aferradas aos paradigmas revolucionários”, afirma.
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A publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília e que disponibiliza todos os conteúdos com acesso gratuito em seu site. Em seu artigo, Oliveira analisa, cinco décadas após o início da “experiência chilena”, o livro “Democracia e socialismo: a experiência chilena”, de Alberto Aggio (1993), marcando suas potencialidades para a compreensão dos dilemas políticos contemporâneos.
“Na medida em que não abandonava os posicionamentos revolucionários, as ações da Unidade Popular terminaram por pressionar a própria ordem democrática que havia permitido sua ascensão ao poder, “ escreve o doutor em história, para continuar: “Incapaz de compreender os rumos da revolução passiva chilena, a coalizão política vitoriosa, em determinados momentos, procurou, sem consensos políticos estáveis, acelerar e aprofundar o ritmo das transformações históricas, contribuindo para o rompimento daquele consenso democrático”.
De acordo com o autor do artigo, é preciso refletir em torno dos significados da experiência para a política contemporânea. “Não revisitamos a ‘experiência chilena’ para perscrutar seus fracassos ou mesmo reconstruir a oportunidade perdida para a construção do socialismo no século XXI”, afirma.
Distante de qualquer perspectiva socialista, segundo Oliveira, a via chilena dialoga com o nosso tempo na medida em que marca um ponto de inflexão que aponta a necessidade de abandono das expectativas revolucionárias e um redirecionamento das políticas de esquerda para o enfrentamento da democracia, enquanto perspectiva civilizacional capaz de garantir transformações históricas, sem a perda das liberdades e das individualidades.
“Cinco décadas após, o desafio apontado por Aggio na via chilena, marco da história da política democrática das esquerdas de hoje, ainda nos pertence”, afirma o doutor em história. Para o presente, conforme acrescenta, marcado pela ascensão de discursos autoritários e de perspectivas antipolíticas, considerar o tempo da política significa abandonar o sentido de ruptura como um momento condensado no tempo, tanto quanto compreender que o enfrentamento desse desafio civilizacional ocorre em uma temporalidade alongada e multidirecional, na qual devemos produzir os caminhos a partir dos dilemas do presente.
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‘PEC da reforma administrativa faz o exato oposto’, escreve Arlindo Fernandes
Em artigo que publicou na revista Política Democrática Online, consultor do Senado aponta falta de estratégia nos médio e longo prazos
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
A proposta de emenda à Constituição sobre a reforma administrativa, na verdade, faz o exato oposto, na avaliação do consultor do Senado e especialista em Direito Constitucional Arlindo Fernandes. “Beneficia-se, é verdade, do interesse de um mal assessorado ‘mercado’ pela reforma e da receptividade circunstancial pelo dito centrão”, critica ele, em artigo que produziu para a 23ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília.
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Todos os conteúdos da publicação têm acesso gratuito no site da FAP. De acordo com Fernandes, a administração pública e o regime jurídico de servidores e de empregados públicos carecem de reforma, para que o Estado possa prover, com o máximo de eficiência e o mínimo de custos, os serviços públicos essenciais, como educação, saúde e segurança pública, e realizar suas atividades fins, como recolher impostos e fazer os gastos pertinentes, administrar a justiça, fazer leis e assegurar as liberdades individuais e públicas.
No entanto, segundo o artigo publicado na revista Política Democrática Online, nada disso comparece à proposta de emenda à Constituição sobre reforma do Estado alegadamente elaborada pelo ministro Paulo Guedes. “Não se cogita melhorar o serviço público de educação, seja prestado pelos governos, seja pelas empresas do setor”, diz o consultor.
“A saúde seguirá cativa dos interesses de grandes grupos financeiros, contando com o SUS [Sistema Único de Saúde] como boia de salva-vidas; e o Executivo seguirá tentando obstar a independência do Poder Judiciário, e as competências e prerrogativas do Poder Legislativo. Reforma alguma aqui é promovida”, observa o especialista.
De acordo com Fernandes, o que importa é mandar a mensagem da sucumbência do Governo Federal aos interesses pontuais do que imagina ser o mercado. “Sabe-se muito bem que o mercado, a economia, o desenvolvimento, os interesses nacionais e os da sociedade brasileira ganhariam com uma administração pública eficiente e viável, especialmente se pensada com visão estratégica, isto é, no médio e longo prazos. Mas não se pensa nisso, apenas em negócios de circunstância”, lamenta.
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Cientista político observa estratégia do governo federal, em artigo publicado na revista Política Democrática Online
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
“O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende manter-se distante das disputas [das eleições 2020], em função das alianças feitas com o Blocão no Congresso desde o inquérito das Fake News, quando houve ‘contenção’ provisória de seus arroubos autoritários”. A avaliação é do sociólogo e cientista político Paulo Baía, em artigo que produziu para a 23ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília, e que tem todos os conteúdos liberados para acesso gratuito no site da entidade.
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Na avaliação de Baía, Bolsonaro precisa garantir suas alianças e a ideia é distanciar-se o máximo possível do pleito no primeiro turno, para evitar conflitos com partidos como o DEM e o MDB, por exemplo. “Os candidatos às prefeituras não desejam nacionalizar o debate; ao contrário, preferem manter-se presos às questões de interesse do eleitor em suas cidades, debatendo as mazelas locais’, afirma.
Em seu artigo na revista Política Democrática Online, o cientista político observa, ainda, que o equilíbrio de Bolsonaro no Congresso também depende de atender às demandas dos deputados em seus colégios eleitorais. “Para tanto, a máquina bolsonarista já atua para satisfazer os desejos dos aliados, além da importância dos fundos partidários nesta disputa eleitoral; dessa forma, não há como negar apoios”, afirma. “A oposição busca nacionalizar o debate, mas não é desejo da maioria dos candidatos a prefeito pelo não interesse do eleitor – veja Márcio França em São Paulo”.
As eleições municipais tiveram que ser adiadas para o dia 15 de novembro. De acordo com o sociólogo, os eleitores se aproximam do pleito sob o signo da tristeza, sem esperança de mudanças. “A sociedade, impactada pela crise sanitária da Covid-19, divide-se em responsabilizar a própria população e o presidente pela ampla tragédia social e econômica”, observa. “E sabemos que há uma subnotificação dos casos pela ausência de testes e com um ministro da Saúde improvisado”, destaca.
Além disso, conforme aborda em outro trecho do artigo, Baía diz que o governo federal vive gangorra interna, com Paulo Guedes apoiado por Rodrigo Maia, de um lado, e Henrique Marinho, por militares e prefeitos, de outro. “Isto é, são dois projetos político-econômicos, para tentar retomar as medidas reformistas e o crescimento econômico atraindo investimentos”, afirma. “As oposições partidárias a Jair Bolsonaro acabam por se aproximar, pragmaticamente, das propostas de Henrique Marinho através do aumento de investimentos”, diz.
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Em artigo publicado na revista Política Democrática Online, economista cita que país prioriza defesa do orçamento durante pandemia
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O economista Benito Salomão diz que, “no Brasil, há claros estímulos ao desmatamento com vistas a beneficiar setores de baixa produtividade e irrelevantes do ponto de vista dos retornos de escala”. A análise dele está publicada em artigo que produziu para a 23ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), e que tem todos os conteúdos disponíveis, gratuitamente, no site da entidade.
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Em seu artigo, Salomão lembra que, mesmo na Ásia, emergentes como a China e o Vietnã estimulam reformas para reeditar o modelo sul-coreano, educando a população e investindo em ciência de auto impacto. “No Brasil, crianças ainda estão sem aulas, e se dá prioridade à defesa no orçamento em detrimento da educação”, lamenta.
Os países desenvolvidos e alguns emergentes, como China e Vietnã, estabeleceram seu próprio padrão de recuperação da crise econômica decorrente do coronavírus. “Na Europa e outros países desenvolvidos de alinhamento ocidental, como Canadá e Austrália, decidiu-se que o novo padrão de desenvolvimento se dará com base na sustentabilidade, na recuperação de biomas e ecossistemas com vistas a frear o aquecimento global”, observa o economista.
Salomão estima que o mundo deverá crescer a uma determinada taxa média superior à do Brasil, o que, segundo ele, equivale dizer que o país estará mais pobre não só do ponto de vista absoluto, mas também em termos relativos. “A população brasileira, salvo um percentual cativo da elite, não terá acesso, no médio prazo, ao padrão de renda e consumo dos países desenvolvidos. É preciso reverter esta trajetória de estagnação”, alerta.
O governo brasileiro, segundo o artigo publicado na revista Política Democrática Online, optou pela adesão à narrativa cretina de que as recomendações de isolamento social derrubariam a atividade e os empregos. “Ignoraram o fato de que o colapso do comércio internacional derrubaria as economias mundo a fora, e que nossa atividade econômica seria prejudicada, mesmo que não ocorresse isolamento social. Optou-se por um modelo capenga, em que nem o isolamento social se deu em plenitude, nem as atividades produtivas funcionaram a todo vapor”, critica.
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