Fundação Astrojildo Pereira
Obras de Graciliano Ramos são discutidas em webinar
Professora Margarida Patriota analisa livros Angústia e Vidas Secas em evento online com transmissão pela internet
Cleomar Almeida, da equipe FAP
Professora Margarida Patriota analisa livros Angústia e Vidas Secas em evento online com transmissão pela internet
Cleomar Almeida, da equipe FAP
O romance Angústia é uma das obras-primas do escritor alagoano Graciliano Ramos, embora Vidas Secas seja considerado o livro emblemático dele. Os dois títulos serão discutidos, nesta quinta-feira (23/9), a partir das 17 horas, em webinar da Biblioteca Salomão Malina e da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), como parte das atividades de pré-celebração do centenário da Semana de Arte Moderna.
As obras serão discutidas pela escritora e professora de literatura Margarida Patriota, durante o evento, que será transmitido na página da biblioteca no Facebook. O público também poderá conferir o debate no portal da FAP e na rede social da entidade (Facebook), assim como no canal da fundação no Youtube.
Apesar de ter sido ignorado pela crítica na época de sua publicação, em 1936, o livro Angústia é o terceiro romance do autor e foi lançado quando Graciliano Ramos ainda se encontrava preso, sem processo nem acusação formal, pela polícia política de Getúlio Vargas. Antes ele lançou os livros Caetés (1933) e São Bernardo (1934).
Ao contrário do que desejava o próprio Graciliano, Angústia saiu com ele ainda na prisão. Na época, conforme registrado pelo jornal da Universidade de São Paulo (USP), os companheiros de cela fizeram uma festa para comemorar dentro do presídio a publicação do livro.
O autor autografou vários exemplares para seus companheiros. Entre eles estavam pessoas como Eneida de Moraes, Olga Benário e Aparício Torelly. “De certo modo é um livro que vem à tona num momento muito crítico da vida brasileira”, lembra o professor Fabio Cesar Alves, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
A questão fundamental é que nesse romance, segundo o professor, em particular, Graciliano Ramos, que já era autor de uma obra bastante introspectiva, conseguiu unir essa introspecção à crítica social, que era própria da geração de 30.
Angústia é um romance que promove uma espécie de amálgama entre a tomada de consciência do País nos anos 30 e a introspecção e o subjetivismo próprios dos romances anteriores.
Leia também
- Lançado há 50 anos, filme Bang Bang subverte padrões estéticos do cinema
- Projeto cultural de Lina e Pietro Bardi é referência no Brasil, diz Renato Anelli
- Filme Baile Perfumado é marco da “retomada” do cinema brasileiro
- Romance de 30, um dos momentos mais autênticos da literatura
- Com inspiração modernista, filme explora tipologia da classe média
- Webinário destaca “A hora da estrela”, baseado em obra de Clarice Lispector
- Obra de Oswald de Andrade foi ‘sopro de inovação’, diz Margarida Patriota
- O homem de Sputnik se mantém como comédia histórica há 62 anos
- ‘Desenvolvimento urbano no Brasil foi para o espaço’, diz Vicente Del Rio
- ‘Mário de Andrade deu guinada na cultura brasileira’, diz escritora
- Influenciado pelo Cinema Novo, filme relaciona conceito de antropofagia
- Mesmo caindo aos pedaços, ‘quitinete é alternativa de moradia em Brasília’
- ‘Semana de Arte Moderna descontraiu linguagem literária’, diz escritora
- ‘Modernismo influenciou ethos brasileiro’, analisa Ciro Inácio Marcondes
- Um dos marcos do Cinema Novo, filme Macunaíma se mantém como clássico
- Filme premiado de Arnaldo Jabor retrata modernismo no cinema brasileiro
O livro envolve contradições que estavam em jogo nos anos 30 e, ao mesmo tempo, mostra uma espécie de falta de horizonte do Brasil e desse personagem-narrador, que é o Luís da Silva, funcionário público de 35 anos, um homem solitário, desgostoso da vida, num momento de modernização acelerada do país.
Já Vidas Secas, publicado em 1938, é um romance que retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. A obra pertence à segunda fase modernista, conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época.
Ciclo de Debates sobre Centenário da Semana de Arte Moderna
18º evento online da série | Modernismo, cinema, literatura e arquitetura.
Webinário sobre Angústia e Vidas Secas, de Graciliano Ramos
Dia: 23/9/2021
Transmissão: a partir das 17h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira
Livro Grando, Presente mostra história do primeiro prefeito comunista de Floripa
Nova obra reúne 15 textos de personalidades, intelectuais, amigos e familiares de Sérgio Grando
Cleomar Almeida, da equipe FAP
A história política e o legado do ex-prefeito de Florianópolis Sérgio Grando, que morreu de câncer em 2016, aos 69 anos, são registrados, em novo livro editado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), como lição de uma grande liderança do campo democrático e progressista. A obra Grando, Presente (224 páginas) terá lançamento nacional, em evento online da entidade, no próximo dia 22, a partir das 20H.
O evento de lançamento online do livro será transmitido em tempo real, no portal da FAP, na página da entidade no Facebook e no canal dela no Youtube. Além dos organizadores, o advogado Francisco de Assis Medeiros e a cientista social Elaine Regina Pompermayer Otto, também confirmaram participação oito autores do livro, entre eles a irmã de Grando, socióloga Silvia Eloisa Grando Águila, que será a mediadora do webinar.
Assista!
Outros participantes confirmados são o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire; o padre Vilson Groh, presidente do IVG, organização da sociedade civil voltada a ações educativas e socioassistenciais nas periferias da Grande Florianópolis; e os sociólogos Homero Gomes e Remy José Fontana. O webinar ainda terá presença do vereador Afranio Bopprée (PSOL), do biólogo João de Deus Medeiros e do médico e professor universitário Flávio Magajewski.
As pessoas interessadas em participar diretamente do lançamento, por meio da sala virtual do aplicativo Zoom, devem enviar a solicitação ao departamento de tecnologia da informação da FAP e se identificarem. O contato deve ser realizado por meio do WhatsApp (61) 98419-6983 (Clique no número para abrir o WhatsApp Web), até 20 minutos antes do início do webinar.
O livro Grando, Presente reúne 15 textos de personalidades, intelectuais, amigos e familiares, além de acervos fotográficos e de registro da vitória do primeiro prefeito comunista eleito para administrar a capital catarinense, no período de 1993 a 1996.
“Firmeza”
Militante social e político dos mais ativos, Grando carregava em si mesmo a pluralidade de referências: o combatente da resistência democrática, o profissional da educação, o líder sindical, o organizador do PCB (Partido Comunista Brasileiro) no retorno à legalidade, o legislador – eleito vereador por duas vezes e deputado estadual – e o prefeito de Florianópolis. Ele também foi professor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e de cursos pré-vestibulares e colégios. Além disso, trabalhou para a ONU (Organização das Nações Unidas).
“Neste momento difícil para a democracia que o Brasil atravessa, precisamos recuperar o exemplo de militância de Sérgio Grando, resgatar sua memória e divulgá-la entre os mais jovens. Exemplo de firmeza e consequência na luta, mas também de abertura, de convencimento, de diálogo em torno do fundamental”, afirma o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, na apresentação do livro. O partido é uma evolução da identidade política do PCB que, posteriormente, também foi chamado de PPS (Partido Popular Socialista).
O livro foi organizado pela viúva do ex-prefeito, a socióloga e educadora Cleide Maria Marques Grando, que morreu em março de 2020 e deixou um texto pronto para a publicação. A obra também teve organização da cientista social e educadora Elaine Regina Pompermayer Otto, pós-graduada em administração de projetos culturais, e do bacharel em administração e advogado Francisco de Assis Medeiros.
CONFIRA COMO FOI O PRÉ-LANÇAMENTO DO LIVRO "GRANDO, PRESENTE"
Frente Popular
A obra detalha a experiência de gestão pública democrática, progressista e popular de um governo municipal eleito num momento de florescência democrática, no contexto a recém-nascida Constituição democrática de 1988. A eleição de Grando, em 1992, concretizou o sucesso da união de várias forças progressistas e da esquerda democrática, numa composição vitoriosa da Frente Popular, integrada por oito partidos (PPS, PT, PDT, PSB, PC, PV, PCdoB e PSDB), na disputa das eleições municipais naquele ano.
“Sua administração precisava marcar novos rumos para a vida de Florianópolis. A transformação foi o eixo principal de uma administração de 4 anos”, afirmam Elaine e Francisco. Eles contam que orçamento participativo, urbanização de áreas carentes, humanização da cidade, transporte coletivo e cestão do povo foram pilares da inversão de prioridades como marcas de um “governo transparente, popular, democrático e revolucionário”.
Veja aqui outros livros da Fundação Astrojildo Pereira à venda na internet
Em seu texto, o economista, professor e vereador de Florianópolis Afrânio Boppré (PSOL), que foi vice-prefeito de Grando e secretário municipal de Finanças no primeiro ano de governo, observa que “de lá para cá desfilaram governos vinculados a uma perspectiva de sociedade elitista e relacionados a práticas corruptas, fisiológicas, clientelistas e tecnocráticas”. Mesmo assim, diz ele, “a vitória da Frente Popular com o seu consequente efetivo exercício de governo mostrou-se estar à frente de seu tempo”.
No texto que produziu para o livro antes de sua morte, Cleide Maria Marques Grando, importante mulher na administração da Frente Popular, lembra que o ex-prefeito iniciou suas atividades políticas no grêmio estudantil. “Dedicou-se à área da Educação, muito embora o Meio Ambiente, em especial a disponibilidade de água para as futuras gerações, estivesse sempre presente no exercício de sua profissão”, conta.
“[Grando] sempre indagava: ‘Escola para quem e para quê?’. E completava: ‘Escola para que todas as crianças recebam a herança cultural da humanidade e se tornem capazes de ampliar esta herança, agindo de forma crítica e criadora, possibilitando o seu desenvolvimento global’”, lembra o texto de Cleide Maria. Todas as áreas tiveram marcos importantes na gestão de Grando, como saúde, desenvolvimento social e habitação.
A seguir, veja a lista de todos os conteúdos do livro Grando, Presente:
- Apresentação (Roberto Freire)
- Introdução (Elaine Regina Pompermayer Otto e Francisco de Assis Medeiros)
- Textos de personalidades, intelectuais, amigos e familiares
- Um governo à frente de seu tempo (Afrânio Boppré)
- Este bateu forte no coração do povo! (Aldori Pinheiro)
- O Militante… O Companheiro (Cleide Maria Marques Grando)
- O Governo Sérgio Grando (1993-1996), a Frente Popular e a Saúde e o Desenvolvimento Social em Florianópolis – reflexões tardias sobre as realizações da gestão (Flávio Magajewski)
- Grando, o aprendiz da esperança (Homero Gomes)
- Sérgio Grando, um Grande Ser (João de Deus Medeiros)
- Grande Grando, presente! (Luis Miguel Vaz Viegas)
- Grando: habilidade e coerência em favor da justiça social, da liberdade e da preservação ambiental (Nelson Wedekin)
- Grando, prefeito. Contexto, desafios, realizações e legado (Remy José Fontana)
- Meu irmão mais velho (Silvia Eloisa Grando Águila)
- Grando e a Consciência Solidária (Padre Vilson Groh)
- Outros textos sobre Grando
- Uma trajetória de generosidade e conciliação (Carlos Damião)
- Lei bem-vinda (Flávio José Cardozo)
- Vitória do povo e da coerência (Moacir Pereira)
- O Operário da Física e da Poesia (Sérgio da Costa Ramos)
- Material do Acervo da Assembleia Legislativa de Santa Catarina
- Sérgio Grando
- A vitória de Grando e a mídia
- Registros na mídia sobre a morte de Grando
- Aos 69 anos, morre o ex-prefeito de Florianópolis, Sérgio Grando
- Morre, aos 66 anos, o ex-prefeito de Florianópolis Sérgio Grando
- Nota de falecimento da Assembleia Legislativa
- Registro no Portal da FGV
- Corpo do ex-prefeito Sérgio Grando é sepultado em Florianópolis
- Ex-prefeito de Florianópolis, Sérgio Grando, morreu de câncer, neste sábado
- Homenagens
- Museu de Florianópolis Prefeito Sérgio José Grando
- Decreto no 20.074, de 22 de março de 2019
- Publicações
- Acervo Fotográfico
Leia também:
➡️ Livro Grando, Presente registra legado democrático de ex-prefeito de Florianópolis
Sensibilidade
Coordenador-geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica, o professor do Centro de Ciências Biológicas da Ufsc João de Deus Medeiros, registra em seu relato a preocupação de Grando com o meio ambiente. “Grando não era exatamente um ambientalista, porém, sempre mostrou sensibilidade ao tema, de maneira que as bandeiras do Partido Verde foram incorporadas, sem grandes dificuldades, na Frente Popular”, diz.
Produzido com ampla liberdade editorial em respeito à memória de Grando, o livro também tem críticas ao próprio partido que registrou a candidatura dele. “Grando foi o primeiro prefeito de capital eleito pela sigla PPS. Apesar dessa conquista para o partido, não há nenhuma anotação desse fato, e mesmo não há referência ao seu nome, como liderança expressiva, no site oficial do PPS nacional, nem estadual”, afirma o sociólogo Remy José Fontana e professor aposentado do Departamento de Sociologia e Ciência Política da Ufsc.
Grando e a Frente Popular, de acordo com Fontana, não eram antagonistas radicais dos mercados ou dos empresários. “Tinham correta apreensão da realidade local, de suas estruturas, da lógica dos interesses predominantes, mas também das possibilidades de promover alguma inflexão contemplando interesses mais abrangentes”, afirma.
“Não pretendiam impugnar a ‘livre iniciativa’, ou atribuir-lhe um caráter exclusivamente predatório e egoísta. Mas questionavam a presunção desta presentar-se como valor supremo estruturante dos destinos da cidade. E certamente se opunham às pretensões hegemônicas extremadas com que estes interesses restritos se projetavam sombriamente sobre a sociedade”, ressalta Fontana.
Além de análises sobre o perfil de Grando e notícias na imprensa sobre o seu governo, o livro publica acervo fotos da Casa da Memória Florianópolis, as quais foram gentilmente cedidas à FAP para publicação na obra. Os registros são da solenidade de posse do Governo da Frente Popular, ocorrida no dia 1º de janeiro de 1993, na antiga sede da Câmara Municipal de Vereadores, hoje Museu Florianópolis Sérgio José Grando.
Evento online de lançamento nacional do livro Grando, Presente
Data: 22/9/2021
Transmissão: das 20h às 21h30
Onde: Portal e redes sociais ( Facebook e Youtube)
Realização: Fundação Astrojildo Pereira
Luciano Rezende: É preciso unir forças em defesa da democracia
"MDB, PSDB, DEM e Cidadania promovem seminário virtual para debater “Um novo rumo para o Brasil”
Luciano Rezende / Fundação Astrojildo Pereira
A maior demanda nesse momento é por alguém que aponte o caminho, alguém que lidere o nosso povo. As lideranças políticas nacionais precisam exercitar a racionalidade para poder atender as reais necessidades do povo brasileiro. A história nos ensina que radicalismos e extremos são incompatíveis com a boa gestão.
Atualmente, no Brasil, as pessoas fazem o debate político com os nervos à flor da pele. Nesse ambiente, não há espaço para um bom e generoso diálogo. Já passou da hora de acalmar os ânimos! Por isso, as fundações e institutos ligados ao Cidadania, DEM, MDB e PSDB, organizam um ciclo de debates para pensar como promover o rumo do reencontro do país consigo mesmo. O seminário virtual ocorrerá até 27 de setembro, por meio do Facebook e Youtube .
É importantíssima essa reflexão sobre os novos rumos para o nosso país. Precisamos criar alternativas para combater a desigualdade social e fortalecer a democracia. O Brasil precisa priorizar o caminho do equilíbrio. As pautas do debate nacional não podem ser simbólicas e descoladas da realidade do dia-a-dia das pessoas.
CONFIRA OS WEBINÁRIOS JÁ REALIZADOS
QUINTO DIA - TEMA: MEIO-AMBIENTE
QUARTO DIA - SEGURANÇA PÚBLICA
TERCEIRO DIA - EDUCAÇÃO
SEGUNDO DIA - ECONOMIA
PRIMEIRO DIA - ABERTURA
Temos desafios que são muito relevantes como, por exemplo, a volta da inflação, o empobrecimento da população, as consequências da pandemia, o nosso sistema educacional que não consegue melhorar a sua qualidade, a crise na segurança pública, desemprego… Enfim, todos esses relevantes temas serão tratados no seminário virtual “Um novo rumo para o Brasil”, que começou com palestras dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e José Sarney.
Veja toda a rica programação no site www.seminarionovorumo.com.br. Sem falar de gestores experientes, ex-ministros e líderes políticos que vivenciaram, cada um a seu tempo, inúmeros desafios e podem nos ajudar a fazermos uma reflexão ampla! O Brasil só vai superar seus desafios com diálogo.
Precisamos muito da boa política! E, a boa política se faz com comprometimento, valores e capacitação técnica. Da união de todos, nessa direção é que teremos a superação dos inúmeros desafios que o nosso país ainda enfrenta, 200 anos após a sua Independência. Então? Bora participar?!
(*) Luciano Rezende é médico, professor e foi prefeito de Vitoria (ES), de 2013 a 2020. Atualmente, é presidente do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira (FAP).
Confira a programação do Seminário
- (Clique nas setas do visualizador abaixo ou clique aqui para abrir o pdf em uma nova janela do navegador):
- (Para aumentar ou diminuir a visualização do pdf, clique na ferramenta zoom: símbolos + e -)
Raimundo Benoni: Mobilidade urbana - O que podemos fazer
Mês da Mobilidade nos obriga a pensar como deve ser a capacidade de nos deslocarmos, de forma prática e rápida, no dia a dia
Raimundo Benoni / Fundação Astrojildo Pereira
O Brasil, já predominante urbano, insiste em manter um padrão de mobilidade que estimula (com construções de mais e mais viadutos) e financia (com facilidades bancárias para compra de automóveis e motos) o transporte individual motorizado.
Cidades do interior, principalmente aquelas que se tornaram polos regionais, já vivem problemas típicos de metrópoles: Maringá, município paranaense urbanizado, tem 430 mil habitantes – e 330 mil veículos cadastrados no Denatran. Isso dá quase 1 carro por morador.
O Sindipeças, que reúne fabricantes de componentes para veículos automotores, estima que a quantidade de carros novos e usados, comerciais leves, caminhões e ônibus já chegue aos 48 milhões – sem falar das 13 milhões de motocicletas em vias públicas.
Os números assustam. Mas há soluções para áreas específicas, desenvolvimento de projetos de mobilidade e acessibilidade, segurança viária, transporte coletivo e, como fenômeno mais recente, a busca sadia de financiamento para uma infraestrutura urbana sustentável.
Já há municípios valendo-se de novas fontes de recursos para o sistema e incentivando a qualidade, a inovação e a eficiência. O WRI Brasil, instituto de pesquisa que busca transformar ideias em ações, estima que 70% de toda a infraestrutura que deve existir nas cidades do mundo em 2050 não foi ainda nem projetada, muito menos construída.
Leia também:
‘Desenvolvimento urbano no Brasil foi para o espaço’, diz Vicente Del Rio
Cristovam Buarque lista lacunas que entravam desenvolvimento do Brasil
‘Desafio do DF é avançar na gestão urbana’, diz especialista sênior no Ipea
Gestão Cidadã é tema de podcast da Fundação Astrojildo Pereira
Setembro é o Mês da Mobilidade, que nos obriga a pensar como está e deva ser a nossa capacidade de se deslocar, de forma prática e rápida, ao trabalho, à escola, aos hospitais, aos parques.
Podemos, por exemplo, estimular a chamada mobilidade ativa, como fazem Berlim ou Nova York, melhorando a circulação urbana (com estímulos a caminhadas e ao uso de bicicletas) e com resultados até mesmo para a saúde.
Podemos tornar nossas cidades ambientes mais seguros e acessíveis, adequando os espaços para as pessoas, não para os carros. A necessidade de se reduzir as emissões de gases de efeito estufa é real. Então, podemos insistir na promoção de combustíveis – e carros – mais limpos. E é fundamental qualificar o transporte coletivo e adotar um modelo de cidade conectada, coordenada, agradável, enfim.
Nesta quarta-feira (22/7) é Dia Mundial Sem Carro, movimento que surgiu na França e se espalhou pelo mundo. Faça, se puder, um teste e utilize meios alternativos para se deslocar no dia: vá ao trabalho andando, use o transporte coletivo (metrôs, ônibus e trens) ou pegue sua bike. E peça ao seu prefeito o plantio de mais margaridas, não de viadutos.
*Raimundo Benoni é engenheiro com formação na área de energia pela Fundação Getulio Vargas (FGV), vice-prefeito de Salinas (MG) e diretor da Fundação Astrojildo Pereira (FAP)
“Em defesa da democracia, contra a desinformação”
Fundações esclarecem, em nota, que a mobilização política, manifestações, comícios ou marchas cívicas são tarefas próprias dos partidos políticos organizados
Vinculadas a partidos do campo democrático, nove fundações divulgaram nota conjunta, neste sábado (18) para esclarecer reportagem do jornal O Estado de São Paulo, publicada no dia 15 de setembro de 2021, sob o título “Partidos acertam nova agenda de protestos e vão financiar campanha pelo impeachment”. O texto afirma que “fundações de formação política mantidas por nove partidos de oposição vão financiar a criação de publicações e materiais para difundir a campanha pelo impeachment do Presidente Jair Bolsonaro”. A nota, intitulada “Em defesa da democracia, contra a desinformação”, esclarece que a mobilização política, a organização de manifestações, comícios ou marchas cívicas escapam às finalidades das fundações, constituindo tarefas próprias dos partidos políticos organizados.
Confira a íntegra do texto:
- (Clique nas setas do visualizador abaixo ou clique aqui para abrir o pdf em uma nova janela do navegador):
- (Para aumentar ou diminuir a visualização do pdf, clique na ferramenta zoom: símbolos + e –)
Milton Seligman analisa desafios do mercado de trabalho; ouça podcast
Ex-ministro da Justiça é um dos expositores do seminário “Um novo rumo para o Brasil”, organizado pelas fundações e institutos do MDB, PSDB, DEM e Cidadania”
João Rodrigues, da equipe da FAP
O seminário “Um Novo Rumo para o Brasil” começou nesta semana e segue até 27 de setembro, com transmissão pelo Youtube e Facebook da FAP, sempre a partir das 18h30. No primeiro dia do ciclo de palestras, o encontro reuniu os ex-presidentes José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer.
Com o tema “Equidade, mercado de trabalho e democracia”, na próxima quarta-feira (22), o evento virtual terá a presença do ex-ministro da Justiça Milton Seligman, convidado desta semana do podcast Rádio FAP. Seligman ocupou cargos nos governos Sarney e FHC. Também exerceu funções executivas em empresas multinacionais. Atualmente, é consultor e professor universitário.
OUÇA O PODCAST
Os 14,4 milhões desempregados no Brasil, a má formação profissional e a importância do Estado Democrático de Direito estão os temas do podcast. O episódio conta com áudios do Jornal Hoje, da TV Globo, canal Novo Rumo Brasil, no Youtube, JOTA PRO Poder e TV Brasil.
O Rádio FAP é publicado semanalmente, às sextas-feiras, em diversas plataformas de streaming como Spotify, Youtube, Google Podcasts, Ancora, RadioPublic e Pocket Casts. O programa tem a produção e apresentação do jornalista João Rodrigues. A edição-executiva é de Renato Ferraz.
Seminário virtual “Um novo rumo para o Brasil”
Data: Até 27 de setembro
Horário: 18h30 às 20h
Acompanhe on-line: http://www.seminarionovorumo.com.br/
Lançado há 50 anos, filme Bang Bang subverte padrões estéticos do cinema
Longa de Andrea Tonacci será discutido em webinar na pré-celebração do Centenário da Semana de Arte Moderna
Cleomar Almeida, da equipe FAP
Destinado principalmente para cinéfilos por abranger consciência histórica do cinema, o filme brasileiro Bang Bang (1971) subverte padrões estéticos e as técnicas da sétima arte. Dirigido por Andrea Tonacci, o longa será discutido em evento online da Biblioteca Salomão Malina e da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), nesta quinta-feira (16/9), a partir das 17 horas, na programação de pré-celebração do centenário da Semana de Arte Moderna.
Assista!
Com participação de Pablo Gonçalo e Vladimir Carvalho, o evento será transmitido na página da biblioteca no Facebook. O público também poderá conferir o debate no portal da FAP e na rede social da entidade (Facebook) , assim como no canal da fundação no Youtube.
Durante a realização de um filme, um homem (Paulo César Pereio) se vê envolvido em várias situações, como o romance com uma bailarina espanhola, perseguições, discussões com um motorista de táxi (Antônio Nadeo) e o enfrentamento com um bizarro trio de bandidos.
De acordo com críticos, o trabalho de Tonacci não é feito para o espectador comum, mas para o cinéfilo, pois acolhe uma consciência histórica do cinema e reflete sobre a sua condição como filme. Além disso, o longa dialoga com outros filmes.
Tonacci absorve a história do cinema para expor diversos gêneros e elementos presentes na sétima arte de maneira enxuta, seca e, acima de tudo, como sátira, segundo críticos. O filme mexe com o cinema americano por excelência, criado em um sistema industrial.
Leia também
- Projeto cultural de Lina e Pietro Bardi é referência no Brasil, diz Renato Anelli
- Filme Baile Perfumado é marco da “retomada” do cinema brasileiro
- Romance de 30, um dos momentos mais autênticos da literatura
- Com inspiração modernista, filme explora tipologia da classe média
- Webinário destaca “A hora da estrela”, baseado em obra de Clarice Lispector
- Obra de Oswald de Andrade foi ‘sopro de inovação’, diz Margarida Patriota
- O homem de Sputnik se mantém como comédia histórica há 62 anos
- ‘Desenvolvimento urbano no Brasil foi para o espaço’, diz Vicente Del Rio
- ‘Mário de Andrade deu guinada na cultura brasileira’, diz escritora
- Influenciado pelo Cinema Novo, filme relaciona conceito de antropofagia
- Mesmo caindo aos pedaços, ‘quitinete é alternativa de moradia em Brasília’
- ‘Semana de Arte Moderna descontraiu linguagem literária’, diz escritora
- ‘Modernismo influenciou ethos brasileiro’, analisa Ciro Inácio Marcondes
- Um dos marcos do Cinema Novo, filme Macunaíma se mantém como clássico
- Filme premiado de Arnaldo Jabor retrata modernismo no cinema brasileiro
O longa também toma todo o classicismo e a padronização como razão da subversão a esses estilos. Por isso, o diretor representa todos eles, mas sem a construção plástica e narrativa que o cinema comercial fez com que esses estilos tomassem posse.
A maioria das cenas são sequências por si próprias, por causa da distância entre um momento e outro. Dessa forma, o filme acaba desconstruindo até mesmo a gramática básica do cinema, formando quase que uma antologia. Em meio a tamanho desajuste, a câmera permanece estática. Não se move quase nada.
A decupagem, ainda de acordo com a crítica, busca um olhar total dos ambientes. É como se o diretor fornecesse aquele longo espaço como possibilidade de os personagens expandirem a sua excentricidade. A inércia da câmera abre um lugar aberto para ser terra de ninguém.
A frieza desse aspecto dos planos entra em contradição com a transcrição das cenas. O filme, por exemplo, pula de uma parte para outra utilizando-se de fade-in, fade-out e um círculo que se fecha (como nos desenhos animados).
Por isso, parte da crítica diz que a fabulação do filme busca romper com a fabulação do próprio cinema. Uma leveza para um trabalho seco e sujo que acaba sendo um complemento para todo aquele deboche.
Bang Bang não conseguiu ser programado no circuito comercial. Por isso, ficou restrito a cineclubes e salas alternativas. Por outro lado, foi convidado a participar na prestigiosa Quinzena de Realizadores do Festival de Cannes.
Em novembro de 2015, o longa entrou na lista da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
Ciclo de Debates sobre Centenário da Semana de Arte Moderna
17º evento online da série | Modernismo, cinema, literatura e arquitetura.
Webinário sobre desdobramentos do romance de 30
Dia: 16/9/2021
Transmissão: a partir das 17h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira
É HOJE: Meio-ambiente, desenvolvimento sustentável e democracia
Não há desenvolvimento sustentável sem políticas públicas para o bem-estar social, econômico e ambiental.
João Rodrigues, da equipe da FAP
Discutir políticas para o meio ambiente, desenvolvimento sustentável e seus impactos sociais, ambientais e econômicos é o objetivo desta noite no seminário “Um novo rumo para o Brasil”.
📲Acompanhe nosso seminário, a partir das 18h30
Expositor
Sergio Besserman Vianna
Coordenador
Daniel Coelho – FAP – CIDADANIA
Debatedores
Rubens Ricupero
José Carlos Carvalho
Clique aqui e confira a programação.
Seminário une partidos em defesa da democracia; ouça podcast
Ex-prefeito de Vitória (ES) e um dos curadores do evento, Luciano Rezende fala sobre o seminário virtual “Um novo rumo para o Brasil”
De 15 a 27 de setembro, as fundações e institutos ligados ao MDB, PSDB, DEM e Cidadania organizam um ciclo de debates para pensar como promover o rumo do reencontro do país consigo mesmo. Ao longo do evento virtual, especialistas debaterão temas relevantes para colocar o Brasil em movimento, retomar o crescimento e priorizar a defesa da democracia.
Entre os participantes estão os ex-presidentes da República Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney e personalidades como Nelson Jobim (ex-ministro da Justiça e Defesa), Zeina Latif (ex-economista-chefe da XP investimentos), Cristovam Buarque (ex-senador, ex-ministro da Educação e ex-governador do Distrito Federal) e Raul Jungmann (ex-ministro da Defesa).
Para explicar a importância do seminário “Um novo rumo para o Brasil” no contexto dos atos antidemocráticos de 7 de Setembro, o podcast Rádio FAP desta semana conversa com Luciano Rezende, presidente do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira (FAP).
CONFIRA O PODCAST
Luciano Rezende é formado em Medicina pela Universidade Federal do Espirito Santo e pós-graduado em Medicina Esportiva pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi prefeito de Vitoria, no Espírito Santo (ES), de 2013 a 2020.
As comemorações do Bicentenário da Independência, a crise institucional, o cenário econômico e a necessidade de os governantes serem também gestores públicos eficientes estão entre os temas do podcast. O episódio conta com áudios da CNN Brasil, Bom Dia SP, Jornal da Band, Jornal da Gazeta, Jornal Nacional, Jovem Pan News, UOL (entrevista do ex-governador do ES Paulo Hartung) e do canal no Youtube Novo Rumo Brasil.
O Rádio FAP é publicado semanalmente, às sextas-feiras, em diversas plataformas de streaming como Spotify, Youtube, Google Podcasts, Ancora, RadioPublic e Pocket Casts. O programa tem a produção e apresentação do jornalista João Rodrigues. A edição-executiva é de Renato Ferraz.
Seminário virtual “Um novo rumo para o Brasil”
Data: 15, 16, 17, 20, 21 22, 23 e 24 de setembro
Horário: 18h30 às 20h
Acompanhe on-line: http://www.seminarionovorumo.com.br/
Outras informações sobre o seminário: https://www.fundacaoastrojildo.org.br/vem-ai-o-seminario-um-novo-rumo-para-o-brasil/
“Os Nove de 22: o PCB na vida brasileira” registra legado quase centenário
Obra do historiador Ivan Alves Filho será lançada em webinar da FAP na terça-feira (14/9)
Cleomar Almeida, da equipe FAP
Sustentado no tripé do mundo do trabalho, da cultura e da defesa pela democracia, o histórico Partido Comunista Brasileiro, que celebrará o centenário de sua fundação no próximo ano, tem agora a sua trajetória registrada em livro. A obra “Os nove de 22: O PCB na vida brasileira” (283 páginas), do historiador Ivan Alves Filho, será lançada, na terça-feira (14/9), a partir das 10h, em evento virtual da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), que editou a publicação.
Assista!
O evento de lançamento online do livro terá transmissão, em tempo real, no portal da FAP, na página da entidade no Facebook e no canal dela no Youtube. Além do autor, também confirmaram presença no webinar o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire; o diretor-geral da FAP, Caetano Araújo; a diretora executiva da fundação Jane Monteiro Neves e o historiador José Antônio Segatto.
As pessoas interessadas em participar diretamente do lançamento, por meio da sala virtual do aplicativo Zoom, devem enviar a solicitação ao departamento de tecnologia da informação da FAP e se identificarem. O contato deve ser realizado por meio do WhatsApp (61) 98419-6983 (Clique no número para abrir o WhatsApp Web), até 20 minutos antes do início do webinar.
O livro é resultado de um levantamento do historiador, mas também representa um relato dele como militante político. Não tem nada de acadêmico. É, conforme o próprio autor define, uma tentativa de construir um instrumento político adaptado às demandas do século 21. Dessa forma, reforça o legado de nove homens que sonharam em mudar o mundo no ano de 1922, em uma casa de Niterói, com a fundação do partido.
Os fundadores do PCB aparecem, juntos, em uma foto histórica (abaixo). Em pé, estão Manoel Cendon, Joaquim Barbosa, Astrojildo Pereira, João da Costa Pimenta, Luís Peres e José Elias da Silva (da esquerda para a direita). Sentados, estão Hermogênio Silva, Abílio de Nequete e Cristiano Cordeiro (da esquerda para a direita).
A fundação do partido ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, no Sindicato dos Alfaiates e dos Metalúrgicos, nos dias 25 e 26 de março, e em Niterói, no dia 27 de março de 1922. “O deslocamento para Niterói, mais precisamente para uma casa pertencente à família de Astrojildo Pereira, se deu em função de uma denúncia de que a polícia estaria prestes a invadir o encontro dos comunistas no Rio de Janeiro”, conta o livro.
Produzida sob a perspectiva histórica do PCB, a obra também lança luz sobre o presente do país diante da “extensão e velocidade do desmoronamento da esfera pública no Brasil”, segundo o autor. “Há uma verdadeira esquizofrenia social entre nós. Os números e indicativos econômicos são dramáticos e a corda social só faz esticar”, escreveu Ivan Alves Filho.
➡️ Especial PCB 100 Anos
(Clique na imagem para acessar todas as publicações da FAP sobre os 100 anos do PCB)
O livro mostra que o PCB foi um partido criado, na época, sob a influência do movimento anarquista então dominante nos meios sindicais. Atravessou a maior parte de sua história na clandestinidade, mas apresenta um saldo de realizações nos mundos do trabalho, da ciência, da cultura e da formulação de políticas públicas no Brasil muito superior ao que o número reduzido de militantes naquele contexto poderia projetar.
“O mais impressionante é que o partido saiu do movimento anarquista. Todos os partidos comunistas do mundo surgiram do antigo movimento social democrata. O único que surgiu do movimento anarquista foi o PCB, o que o fez ter muita sensibilidade para a sociedade civil”, destaca o autor.
Uma grande quantidade de informação é apresentada ao longo do livro, na forma de pequenas unidades, organizadas em torno de temas. Eles equivalem às áreas em que a atividade dos militantes comunistas foi relevante e suas consequências duradouras, ou das personalidades marcantes, tanto na perspectiva interna da organização quanto na perspectiva maior, da sociedade como um todo.
Veja aqui outros livros da Fundação Astrojildo Pereira à venda na internet
“São, na verdade, cápsulas de informação, reunidas num conjunto que lembra um mosaico. O livro não pretende, portanto, ser uma obra de síntese, tampouco um registro minucioso da influência das organizações e personalidades vinculadas ao PCB na vida cultural, científica e política do país”, explica o diretor-geral da FAP, sociólogo Caetano Araújo, no prefácio.
De acordo com o prefaciador, o livro deve ser visto antes como coletor e organizador de um conjunto de informações e, ao mesmo tempo, sinalizador e guia para pesquisas futuras. “Sua vocação é tornar-se uma obra seminal”, afirma. “Claro que há, ao longo de todo o texto, informação proveniente de fontes bibliográficas. A maior parte, contudo, procede da biografia do autor, de sua convivência com grande parte dos personagens citados”, diz, em outro trecho.
Filho de um dirigente do partido, Ivan Alves Filho conheceu na infância, na sua casa, diversos dos dirigentes históricos do PCB. Lançado ao exílio, no começo de sua vida adulta, radicou-se em Paris, ponto de encontro das andanças dos exilados brasileiros, onde teve a oportunidade de conhecer outros tantos militantes e dirigentes. No seu retorno, historiador formado, dedicou-se a pesquisar a história do partido.
Lançamento online de livro: Os nove de 22
Data: 14/9/2021
Transmissão: das 10h às 11h30
Realização: Fundação Astrojildo Pereira
Sociedade deve proteger Forças Armadas contra corsários, diz Rêgo Barros
Ex-porta-voz da Presidência da República aponta “atuação imoderada” do presidente Jair Bolsonaro
Cleomar Almeida, da equipe FAP
General de Divisão do Exército Brasileiro, doutor em ciências militares e ex-porta-voz da Presidência da República (2019-2020), Otávio Santana do Rêgo Barros chama a atenção da sociedade para a defesa da instituição das Forças Armadas, sem envolvimento de militares nas ações políticas de governo. Ele analisou o cenário em artigo que publicou na revista mensal Política Democrática online de setembro (35ª edição).
Veja, aqui, a versão flip da Política Democrática online de setembro (35ª edição)
A revista é produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. Todo o conteúdo dela pode ser acessado, gratuitamente, na versão flip, no portal da entidade. O público também pode ver todas as versões anteriores no arquivo digital.
“Cabe à sociedade a intransferível responsabilidade de avaliar adequações que possam ser necessárias ao papel das Forças Armadas. Protegê-las contra corsários em busca de credibilidade. Fortalecê-las como instrumento independente de Estado, peça importante da estabilidade interna e da dissuasão externa tão somente em nome do povo brasileiro”, afirmou ele, em um trecho.
De acordo com o autor, uma discussão sobre o papel das Forças Armadas se instalou para além dos muros dos quartéis. “A atuação imoderada do chefe do Poder Executivo, a incentivar o envolvimento de militares nas ações políticas de governo, potencializou a questão”, disse ele, no artigo publicado na Política Democrática online de setembro. “Somou-se a esse inconveniente, posturas contestáveis dos outros Poderes da República”, continuou.
Rêgo Barros observou, ainda, o Legislativo, com tendência mesquinha de enxergar os interesses paroquiais, e o Judiciário, em suposta cruzada moralizadora, que, segundo ele, ultrapassa o senso cotidiano de equidade. “Formou-se um torvelinho de opiniões divergentes, desamparadas de conhecimento qualificado, que anuvia grupos da sociedade”, escreveu.
O general de Divisão do Exército Brasileiro também afirmou que a incompreensão da sociedade diante da obrigação do profissional das armas em ser pragmático perenizou-se com o correr dos tempos modernos. “O militar é o mais pacifista dos integrantes de uma comunidade. Suas experiências o fazem conhecer a desgraça final dos conflitos humanos e os efeitos deletérios para a sociedade. Justifica-se seu pessimismo”, acentuou.
O militar, de acordo com o ex-porta-voz da presidência, tem o dever de se posicionar publicamente sobre fatos que afetem a missão da organização e o desempenho profissional. “O verdadeiro comandante, vestido da couraça envelhecida de homem das armas, jamais permitirá que seu julgamento seja deformado por conveniências políticas”, disse.
BOLSONARO E OS MILITARES
A íntegra do artigo pode ser conferida na versão flip da revista, disponibilizada no portal da entidade. Os internautas também podem ler, na nova edição, reportagem sobre descaso do governo com a cultura e entrevista exclusiva concedida pelo cientista político Jairo Nicolau, que critica os ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra a urna eletrônica e o processo eleitoral brasileiro.
Compõem o conselho editorial da revista o diretor-geral da FAP, sociólogo e consultor do Senado, Caetano Araújo, o jornalista e escritor Francisco Almeida e o tradutor e ensaísta Luiz Sérgio Henriques. A Política Democrática online é dirigida pelo embaixador aposentado André Amado.
➡️ Leia também
- ‘Urna eletrônica é motivo de orgulho para todos nós’, diz Jairo Nicolau
- Veja todas as edições da revista Política Democrática online!
100 anos do Partido Comunista Brasileiro (PCB)
Confira vídeos, podcasts, textos, publicações e especiais sobre o Partido Comunista Brasileiro (PCB)
1922 é um ano emblemático da modernidade brasileira, nas artes e na política. Acontece a Semana de Arte Moderna, nasce o Partido Comunista. Quase sempre ilegal, o PCB cumpriu uma trajetória marcante e talvez tenha sido a grande escola da nossa política. Vídeos e depoimentos aqui recolhidos jogam luz sobre este agrupamento singularíssimo do século 20 entre nós.
Está página foi criada para agrupar os diversos eventos que ocorreram e ocorrerão para celebrar o centenário do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Aqui, você encontra todas atividades do grupo "100 anos do PCB", idealizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) no segundo semestre 2020. Além disso, há sugestões de livros, filmes, podcast e outros arquivos relacionados ao Partidão.
26/03/2021
Podcast sobre a história do PCB com o jornalista Luiz Carlos Azedo
Astrojildo Pereira e os centenários da Semana de Arte Moderna e do PCB
Finalmente, as obras do Astrojildo Pereira serão lançadas neste ano de 2022 pela Editora Boitempo, com apoio da Fundação Astrojildo Pereira.
Seminário internacional destaca os 100 anos do Partido Comunista Brasileiro
Em comemoração aos 100 anos do Partido Comunista Brasileiro (PCB)
Sérgio Besserman: Narrativa do comunismo caiu com o Muro de Berlim
Economista mediou debate em pré-celebração ao centenário do PCB, no dia 29 de julho
‘Passado maldito está presente no governo Bolsonaro’, diz Luiz Werneck Vianna
Doutor em Sociologia pela USP e presidente de honra da FAP, cientista social defende construção de ampla frente democrática para “derrubar” o presidente
‘Lutar pelo SUS é a tarefa imediata da esquerda democrática’, diz Luiz Sérgio Henriques
Ensaísta é um dos organizadores do lançamento da série de debates on-line sobre o centenário do PCB, a partir das 19h desta quinta-feira (25/3)
Lição de 1964 marca luta do PCB por ampla frente democrática no país
Especialistas começam a discutir centenário do partido, celebrado em março de 2022, em série de webinars da Fundação Astrojildo Pereira que será lançada no próximo dia 25/3
Livros referentes ao Partido Comunista Brasileiro (PCB)
ACERVO DA BIBLIOTECA SALOMÃO MALINA
- (Clique nas setas do visualizador abaixo para navegar entre as páginas ou clique aqui para abrir o pdf em uma nova janela do navegador):
- (Para aumentar ou diminuir a visualização do pdf, clique na ferramenta zoom: símbolos + e –)
CLIQUE NAS IMAGENS PARA ACESSAR OS ESPECIAIS