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Alberto Aggio: É preciso reinventar a esquerda no país
Política é uma paixão que deve ser vivida para fortalecer a vida, para dar sentido à ela, diz o professor e historiador Alberto Aggio. "Um sentido positivo, desafiador, de inconformismo e de busca de realismo para atuar"
Germano Martiniano
A vida política brasileira anda bastante conturbada. De um lado se vive uma crise econômica, com quase 14 milhões de desempregados. Por outro lado, o Brasil também passa por uma crise ética na política, que não é de agora, mas que tomou proporções inimagináveis com as revelações da Operação Lava-Jato. Esta é a realidade que cerca os 120 participantes e que será debatida durante o II Encontro de Jovens Lideranças, evento organizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), que será realizado na Colônia de Férias Kinderland, em Paulo de Frontin (RJ), entre os dias 11 a 15 de julho.
Para dar mais força à importância do debate dessa realidade vivida hoje em todo o Brasil, a FAP idealizou a palestra “Da revolução à democracia: uma esquerda a inventar”, que será ministrada pelo professor e historiador Alberto Aggio. “A discussão da esquerda é intrínseca à discussão da crise que o país vive”, disse Aggio.
O historiador, que defende a necessidade de se reinventar a esquerda brasileira, é o entrevistado de hoje na série de entrevistas especiais que a FAP está publicando com os palestrantes do II Encontro. Confira, a seguir, alguns trechos da entrevista:
FAP: Qual a importância de se discutir este tema com os jovens?
Alberto Aggio - A discussão da esquerda é intrínseca à discussão da crise que o país vive. Infelizmente, foram os governos de esquerda comandados pelo PT que colocaram o país na crise que ele está. Assim, é inevitável fazer essa discussão. Contudo, não se deve discutir apenas a partir do PT e de seus governos. Todos sabemos que a esquerda vive hoje uma crise de significados, de projeto e, principalmente, em relação às respostas à crise que o país enfrenta. Depois do PT não há como não se pensar numa reinvenção da esquerda no país.
FAP: por que a necessidade da esquerda se reinventar? O crescimento de movimentos de extrema direita é reflexo de um esgotamento da esquerda?
Alberto Aggio - Não creio que uma coisa esteja diretamente ligada à outra. Acho que a extrema direita cresce porque os dilemas contemporâneos envolvem todas as forças políticas e as respostas que essas forças têm que dar a uma mudança de época que estamos vivendo no mundo, na humanidade. É uma espécie de mutação antropológica o que estamos passando. Se a esquerda não se reinventa, ela se inabilita a ser um ator capaz de dar respostas à essa crise.
FAP: como você vê a esquerda no Brasil atualmente?
Alberto Aggio - A esquerda brasileira passa por um realinhamento em função do desastre que foram os governos do PT, em especial os de Dilma Rousseff. As alternativas que têm sido apresentadas, de certa forma, querem refazer o caminho do PT, desde suas origens. Em certo sentido, reconstruir o PT. Isso não tem sentido, o Brasil já é outro, o mundo já é outro. A esquerda que apoiou o PT carregou muitos elementos autoritários que já deveriam estar fora de discussão. Ela simpatiza com Cuba, com o chavismo, ainda guarda a perspectiva anti-imperialista que, num contexto de globalização, não faz mais sentido. Pensa ainda que a luta de classes é o motor da história e que devemos projetar uma revolução para o nosso país. Por outro lado, não valoriza a democracia que nós construímos, suas instituições e, por isso, não tem uma postura positiva de reformas dessas instituições e, portanto, da sociedade. Por outro lado, outros grupos de esquerda foram sufocados com o predomínio no PT e hoje são francamente minoritários. É o caso de uma esquerda democrática que pense a construção de uma sociedade moderna no país por meio da política e da cultura democrática. Diante da crise de referências, a esquerda não pode se projetar no país, senão, como uma força de centro-esquerda, que proponha um governo de centro-esquerda, reformista e democrático. Quem permanecer junto com o lulismo e sua narrativa não estará credenciado a fazer isso.
FAP: muitas pessoas consideram as reformas propostas pelo governo Temer como sendo de direita. Por outro lado, o mundo do trabalho está se modificando, a população brasileira envelhecendo, desta forma a esquerda não pode negar essa situação. Qual sua avaliação?
Alberto Aggio - As reformas de Temer não são nem de esquerda nem de direita. São, em primeiro lugar, emergenciais em função do descalabro que o petismo promoveu no Estado brasileiro. Por outro lado, elas avançam em alguns pontos que tocam numa necessária reforma estrutural do Estado. Em termos genéricos, pode-se dizer que ela é tímida como reforma à esquerda se pensarmos que ela nem projeta uma reforma tributária que valorize as necessidades básicas da população mais carente, que atinja os preços da cesta básica e também do desenvolvimento regional. A direita também deve imaginar que são reformas tímidas porque ela objetiva uma postura mais radical de diminuição do Estado e até de extinção da ação do Estado em alguns casos. A narrativa que visa estabelecer que as reformas de Temer são de direita, que retiram direitos, faz parte da narrativa petista de combate ao impeachment. Ela se situa num campo de reação e de revanche ao impeachment, visando sair da defensiva em que o PT foi colocado. Assim, não vejo como não estar no campo de discussão das reformas e apoiá-las naquilo que significa um avanço para o país. Acho essa a posição mais correta.
FAP: Qual mensagem você daria ao jovens que vão participar do II Encontro?
Alberto Aggio - Olha, o Encontro de Jovens é um momento importante, mas é apenas um momento. Pode-se extrair dele, além dos afetos que eventualmente possam ser gerados, um conjunto de questões para pensar a política em termos democráticos. Política é uma paixão que deve ser vivida para fortalecer a vida, para dar sentido a ela, um sentido positivo, desafiador, de inconformismo e de busca de realismo para atuar. Para os jovens que estarão lá, espero que essa seja uma descoberta valiosa.
Eliseu Neto: “Ainda há muito a se fazer no combate ao preconceito contra a população LGBT”
Preconceito no país ainda é muito forte, avalia o ativista e coordenador nacional do PPS Diversidade
Germano Martiniano
Em sequência às entrevistas especiais com palestrantes do II Encontro de Jovens Lideranças, a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) conversa nesta quinta-feira (6/7) com Eliseu Neto, ativista e coordenador nacional do PPS Diversidade. Ele participará da palestra “Democracia da inclusão - reconhecer diferenças para garantir direitos", prevista para o dia 12 de julho. O encontro será realizado na Colônia de Férias Kinderland, em Paulo de Frontin (RJ), entre os dias 11 a 15 de julho.
De acordo com Eliseu Neto, ainda há muito se fazer no campo de combate ao preconceito contra a população LGBT. “No Brasil o preconceito ainda é muito forte. Temos uma enorme influência religiosa e moralista, fazendo que sejamos o pais que mais mata LGBTs”, disse o ativista.
Sobre o II Encontro, Eliseu espera que os jovens possam, por meio do convívio, perceber que o respeito é fundamental e que piadas são os primeiros passos para a destruição da vida de outros jovens. “Acredito na formação política e que a interação pode trazer uma visão mais humana dentro das diretrizes do PPS”, finalizou. Confira, a seguir, alguns trechos da entrevista:
FAP: O tema que você irá abordar lembra muito uma frase de Boaventura Souza Santos, em que ele diz que “temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza”. O Brasil é um país, que por mais que exista grande miscigenação, ainda não sabe conviver com as diferenças sociais, religiosas e de gênero?
Em relação a frase de Boaventura, estou de acordo com o intelectual português. É preciso discriminar, diferenciar, estabelecer diferenças, para então aceitar as diferenças, nomeá-las para fazer com que elas tenham força, peso. É isso o que pode dar sustentação a possibilidade de vivermos todos juntos e cada um com suas diferenças e peculiaridades. No caso do Brasil, o preconceito ainda é muito forte. Temos uma enorme influência religiosa e moralista, fazendo que sejamos o país que mais mata LGBTs. Nossa sociedade ainda não entendeu o conceito de crime de ódio, que é onde alguém é morto, atacado ou vilipendiado apenas por ser quem é!
FAP: Você trabalha muito com a temática LGBT. Alguns meses atrás você foi o responsável por um evento em Brasília que tratava da falta de políticas públicas em relação a população LGBT. O maior consenso no debate foi que faltava educação, a educação de base para que as pessoas pudessem entender melhor este universo. O que você diz sobre isso?
Paulo Freire dizia, “quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor". Na lei de diretrizes e bases da educação, em seu artigo segundo, é dito claramente que a função da escola é preparar para a vida. Isso significa lidar com as diferenças, respeitar, etc. Infelizmente as escolas hoje são mais focadas em provas e aprovação no ENEM do que em auxiliar os jovens a ter uma visão humana, respeitosa e diversa. A escola ainda é um espaço que propaga preconceito ao invés de enfrentar.
FAP: Falta maior participação LGBT na política brasileira? Qual motivo leva a isso? Não se abrem espaços para aumentar essa participação?
Existem a população LGBT e o movimento LGBT. A população precisa se politizar mais, conhecer os partidos, apoiar, entender a força que um evento como a Parada LGBT possui, assim como os editais do Minc (Ministério da Cultura) e a campanha do Ministério da Saúde. Por outro lado, o movimento LGBT é partidarizado demais, acaba inviabilizando a luta para defender partidos ou ideologias. Isso é lamentável. Vi Paradas LGBTs que deveriam ser sobre direitos das transexuais sendo usadas para atacar o governo. Vi seminários LGBTs nos quais somente políticos falavam e sobre questões partidárias! Temos que parar de ser usados pelos partidos e aprender a usá-los!
FAP: O II Encontro terá a participação de jovens do Brasil inteiro, várias culturas, vários estilos e, provavelmente, jovens do PPS Diversidade. Qual a importância cultural deste evento?
Fundamental. Sei do cuidado que a Fundação Astrojildo Pereira teve em inserir os jovens que são do movimento social. Espero que, da mesma forma que aconteceu no primeiro evento, os jovens possam, por meio do convívio, perceber que respeito é fundamental, que piadas são um primeiro passo para destruir a vida de outros jovens. Acredito na formação política e que a interação pode trazer uma visão mais humana dentro das diretrizes do PPS.
FAP: Que mensagem pode ser dita aos jovens que vão participar do II Encontro?
Deixe seu ódio de lado, pois o amor vai passar. Devemos minimamente nos amar. Cabe aos jovens a função de mudar o mundo para melhor enfrentar a onda reacionária que vem surgindo.
Marcus Vinicius Oliveira: “Vamos discutir os problemas políticos do nosso tempo”
Ao longo desta semana, a FAP está publicando uma série de entrevistas com palestrantes do II Encontro de Jovens Lideranças
Germano Martiniano
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) promoverá, na próxima semana (dias 11 a 15 de julho), o II Encontro de Jovens Lideranças, que será realizado na Colônia de Férias Kinderland, em Paulo de Frontin (RJ). O evento contará com 120 participantes de todo o país e tem, como objetivo, preparar os jovens para um cenário político cada vez mais desafiador no Brasil.
A FAP está publicando uma série de entrevistas com palestrantes do evento, que serão publicadas ao longo da semana. A ideia é preparar os jovens para o Encontro, bem como informar os internautas sobre a programação do evento que será realizado em Paulo de Frontin (RJ).
A primeira entrevista é com o historiador e professor Marcus Vinicius Oliveira, mestre em História e Cultura Política pela Unesp Franca e doutorando em História e Cultura Política pela mesma instituição. Oliveira debaterá o tema: “Política e Democracia no Mundo Contemporâneo”. A seguir, trechos da entrevista:
Tendo participado do primeiro Encontro, qual a sua motivação de estar também nesta segunda edição do evento? Qual será a sua contribuição para a formação dos jovens oriundos do Brasil inteiro?
No primeiro encontro minha experiência, embora bastante curta, foi muito proveitosa. Pude interagir com perspectivas de áreas diferentes da minha e discutir com ótimas pessoas. Esse aprendizado proporcionado pelo primeiro encontro me motiva a participar do segundo, dessa vez permanecendo a semana toda. Vamos discutir os problemas políticos do nosso tempo. Quero trazer discussões consistentes acerca desses problemas políticos do nosso tempo, tentando sempre auxiliar na formação de uma cultura política democrática para os jovens, tão necessária aos dias de hoje.
Um dos temas que você debateu no primeiro Encontro foi a polarização do discurso político no Brasil, principalmente por parte do PT, que sempre procura colocar a população nos extremos das questões políticas, impedindo, assim, um diálogo equilibrado e saudável. Como você vê esta questão?
A polarização política pode se tornar um problema na medida em que impede o diálogo entre as forças políticas em questão. Pode se tornar também um problema para a própria democracia, caso algum setor se proponha a resolver a polarização a partir de medidas não democráticas ou autoritárias. Todavia, apesar dessa polarização, nossa democracia, mesmo que problemática, segue existindo. Precisamos pensar formas de aprofundar e melhorar nossa política democrática. Penso que isso seja necessário também diante do clima de desconfiança e rejeição da política que boa parte dos brasileiros sentem, sobretudo em razão dos vários escândalos de corrupção.
Democracia e mundo contemporâneo são temas bastante controversos, afinal, os discursos de extrema direita crescem a cada dia, como exemplo, Trump nos EUA. Porém, não há como negar que a extrema direita cresceu, pois, a esquerda também tem sido incapaz de dar respostas em nível macro à sociedade, inclusive é até uma crítica que faz em relação a derrota de Hillary Clinton para Trump nas eleições presidenciais. O que diz sobre isso?
De fato, há um crescimento da direita em países importantes no cenário mundial, inclusive no Brasil. Muita tinta tem sido gasta, há anos, sobre a incapacidade da esquerda de oferecer respostas aos problemas contemporâneos fundamentais. Também muito se fala em renovar ou reinventar as esquerdas. Todavia, penso que uma esquerda que se queira como proposta viável para o século 21 precisa estar aberta à política e ao diálogo com outros setores da sociedade. É preciso disputar os espaços, elaborar uma cultura capaz de disputar a hegemonia, tanto nacional quanto internacionalmente. E tudo isso precisa ocorrer dentro dos marcos da democracia e isso significa também saber dialogar e tolerar os adversários políticos, assim como também devemos buscar o mesmo da direita ou de qualquer outra força política. Não é possível pensar a política somente a partir da lógica amigo/inimigo.
E a democracia brasileira, como você a vê perante o cenário internacional e também frente a todos esses escândalos de corrupção pelos quais passamos?
A democracia no Brasil é sempre um assunto bastante complexo, seja pela nossa história republicana ao longo do século 20 ou por nossa história mais recente, da redemocratização em diante. Os escândalos em relação à corrupção, além dos problemas óbvios, contribuem para uma descrença e rejeição da política na população e, consequentemente, uma descrença em torno das possibilidades democráticas para o país. Por isso, é preciso defender a Justiça a todo custo, evitando toda a seletividade nos processos. Uma das possibilidades de restaurar a confiança dos brasileiros nas instituições democráticas passa, certamente, pela punição de todos os crimes, independentemente de partidos.
Que mensagem pode ser dita aos jovens que vão participar do II Encontro?
Estou bastante ansioso para o II Encontro. Espero poder contribuir com os jovens, criando um ambiente de discussão que nos possibilite crescer juntos. Certamente, temos questões que instigam a todos, que nos incomodam em conjunto, até porque também estou entre os jovens. Tenho 26 anos! Então compartilho dos anseios e problemas da juventude. Enfim, vamos pensar juntos nesse lugar maravilhoso que é a colônia Kinderland!
Serviço
II Encontro de Jovens Lideranças
Data: 11 a 15 de julho
Local: Colônia de Férias Kinderland, Paulo de Frontin (RJ)
Mais informações sobre o II Encontro de Jovens Lideranças: http://www.fundacaoastrojildo.com.br/2015/2017/06/21/5322/
FAP doa mais de 5 mil exemplares na 33ª Feira do Livro de Brasília
Participação da Fundação foi destaque do evento, com obras e palestras com grande participação do público
Germano Martiniano
(Brasília, 27/06/2017) - Na última semana, 16 a 25 de junho, a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) participou da 33ª Feira do Livro de Brasília. Na ocasião a FAP montou seu próprio estande, onde doou livros produzidos pela Fundação, como os do historiador Alberto Aggio, que esteve no local para sessão de autógrafos de Um Lugar no Mundo – Estudos de história política latino-americana. No total, 5.010 livros foram doados, o que ratifica o sucesso do estande. Cristovam Buarque, senador e presidente da Fundação, também participou do evento ao palestrar para o público.
De acordo com a assessora de imprensa da FAP, Ana Paula Almeida Miranda e Kildare Vieira de Souza, auxiliar administrativo, a reação do público presente na feira em relação ao estande da Fundação foi muito positiva. “As pessoas ficaram surpresas por poderem apreciar obras tão importantes e significativas sem ter que pagar por elas", informou Ana Paula. "Parabenizaram a iniciativa da FAP, que estimula a leitura e, ao mesmo tempo, promove a instituição de maneira inteligente, fazendo melhor proveito do dinheiro público”, completou.
Quem também elogiou a participação da FAP foi a coordenadora da 33ª Feira do Livro de Brasília, Cleide Soares. “A participação da FAP foi muito positivia. Os visitantes ressaltaram a importância dos livros sobre política e temas históricos distribuídos pela Fundação em entrevistas e em pesquisas realizadas na própria feira", informou. De acordo com Cleide Soares, a palestra do Cristovam Buarque foi muito concorrida e seguiu com público por quase uma hora depois de seu término, com autógrafos e bate-papos. "O livro da FAP sobre Ferreira Gullar fortaleceu o poeta tropicalista, que foi um dos homenageados da feira”, acentuou a coordenadora.
Com a temática “Inclusão e Cidadania”, a 33ª Feira do livro de Brasília buscou misturar todas as culturas em um único espaço, por isso foram convidados diversos artistas, músicos, escritores, poetas, entre outras personalidades de várias partes do Brasil e até do mundo. Dentre os principais convidados estavam o poeta Antônio Cicero, o antropólogo baiano Antônio Risério e o premiado escritor Cristovão Tezza. O evento também homenageou o cantor Belchior e, como foi dito, o poeta Ferreira Gullar, que faleceram há pouco tempo.
FAP promove II Encontro de Jovens Lideranças
Evento destaca curso de formação política e contará com a presença de 120 jovens de todo o país, além de dirigentes do PPS, conselheiros e diretores da Fundação Astrojildo Pereira e palestrantes convidados
Germano Martiniano
(Brasília, 21/06/2017) - Está tudo pronto para o II Encontro de Jovens Lideranças promovido pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), que contará com a participação de 120 jovens de todo o país. Dirigentes do PPS, conselheiros e diretores da FAP e palestrantes garantirão o sucesso da programação, entre os quais o ex-ministro da Cultura e deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS; o senador Cristovam Buarque (DF); o deputado estadual Conte Bittencourt; o deputado federal Arnaldo Jordy; e os prefeitos de Vitória, Luciano Rezende (ES), e Rafael Diniz, de Campos (RJ). Será de 11 a 15 de julho, na Colônia de Férias Kinderland, em Paulo de Frontin (RJ).
Com características de treinamento em regime de imersão política, dinâmicas de grupo para trabalho em equipe e exercícios de liderança, a novidade do II Encontro será a realização de um curso de formação política com carga horária de 12 horas, que abordará os seguintes temas: Ação coletiva, associativa e partidária; Política e democracia no mundo contemporâneo; A trajetória da modernização brasileira; Os desafios da mudança econômica na atualidade; Da revolução à democracia: uma esquerda a inventar; e Desafios da democracia no Brasil.
As aulas serão ministradas por Cláudio Vitorino, Marcus Vinicius Oliveira, Hamilton Garcia, Everardo Maciel, Caetano Araujo e Alberto Aggio. O humorista e diretor Cláudio Manoel, o diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Sérgio Besserman; a atriz Naura Schneider; o presidente do Sebrae-RJ, Cezar Vasquez: o presidente da Frente Nacional das Cidades Inteligentes e diretor da Terracap, André Gomyde; o psicoterapeuta e líder da Diversidade do PPS, Eliseu Neto e o monge yogue Dada Jinanananda farão palestras sobre os mais diversos temas, da violência contra a mulher ao respeito à diversidade, da questão ambiental ao empreendedorismo e do futuro da cidades ao mercado de trabalho para os jovens. Entre as atividades lúdicas e recreativas, uma aula de meditação, um show performático, muito rap e uma festa caipira que vai terminar em funk.
Conhecimento
Para Raquel Nascimento Dias, coordenadora de Mulheres do PPS, do Igualdade23, da Diversidade e secretária nacional da JPS, que também é uma das colaboradoras do evento, o conhecimento é a maior “arma” que pode ser dada à juventude. “Despertar a curiosidade nos jovens para o mundo do conhecimento e permitir que eles descubram seus processos de liderança, lhes dando a oportunidade de conhecer outras realidades tão próximas e tão distintas das suas, é a maior importância do II Encontro de Jovens”, destaca a dirigente.
Marcelo Barreto, jovem advogado e filiado do PPS de Campos dos Goytacazes/RJ, que esteve no I Encontro como participante e estará neste segundo como monitor, relatou que estes eventos, além de servirem para ampliar o horizonte político dos jovens, também são ótimas oportunidades de trocas de experiências e de se fazer novas amizades. “Pude perceber que, ao final do curso, além dos aprendizados políticos, eu estava também com novos amigos e companheiros de caminhada política, filosófica e psicológica”, disse Barreto.
Atriz, filiada ao PPS e residente na cidade do Rio de Janeiro, Eduarda Benevides tem boas expectativas sobre este II Encontro de Jovens Lideranças. “Essa é minha primeira vez no Encontro. Após receber o convite e ficar sabendo de toda a programação referente às atividades, minhas expectativas são as melhores", avalia. "Me interessou bastante o fato de montarem, nesse encontro, um curso de formação política, importantíssimo para nos prepararmos moral e intelectualmente para as questões que estamos vivendo ultimamente no cenário político nacional’, completa Eduarda.
Samuel Pessôa: Sangue-frio
O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre-FGV) tem revisto o cenário de crescimento para pior, apesar de não ter havido grandes revisões para o crescimento em 2017 em comparação a 2016.
Há um ano prevíamos crescimento de 0,5% em 2017, com aceleração contínua ao longo do ano. A economia fecharia o ano crescendo 0,8% no último trimestre, ou 3,2% considerando a taxa anualizada.
Hoje, prevemos crescimento de 0,2% em 2017, com expansão de 1% no primeiro trimestre (já conhecida e fruto de um choque positivo de oferta de produção agrícola), seguida pela estagnação da economia –respectivamente, crescimento de -0,4%, 0,1% e 0% nos segundo, terceiro e quarto trimestres.
Há uma tendência entre os formuladores de política econômica de achar que crescimento sempre pode ser estimulado. Assim, agora que o cenário de menor expansão se consolida, principalmente em seguida ao agravamento da crise política que acomete o governo Temer, há a tentação de produzir crescimento a qualquer custo. Discutem-se no Congresso e no Executivo vários puxadinhos de Nova Matriz Econômica.
Como exemplos, temos:
a) reajustes nas faixas de renda e de financiamento dos instrumentos públicos de financiamento (financiamentos do FGTS para compra de imóvel, faixas de renda elegíveis ao Minha Casa, Minha Vida);
b) ampliação do volume de crédito direcionado subsidiado;
c) não devolução antecipada de empréstimos do BNDES ao Tesouro, para aumentar o funding de créditos subsidiados do banco;
d) subsídio para a renovação da frota de veículos (a pretexto de tirar veículos antigos e poluentes das ruas, o governo subsidiaria a troca de carro usado por novo);
e) novo modelo de subsídio à indústria automobilística para substituir o Inovar-Auto, com alguns penduricalhos para disfarçar os subsídios, tipo estimular indústria 4.0 e reduzir impacto ambiental;
f) medidas de compensação à indústria nacional fornecedora da cadeia de petróleo, a pretexto de perdas geradas pela redução do conteúdo local etc. A criatividade vai longe.
Como vimos de 2009 a 2014, essas medidas geram pouco crescimento e, por outro lado, criam inúmeros problemas a médio prazo. Adicionalmente, essas medidas impedem que o Banco Central alongue de forma sustentável o ciclo de queda dos juros.
Ou seja, com exceção de uma vitória de Pirro contra o baixo crescimento, puxadinhos de "Nova Velha Matriz Econômica" só produzem tristeza.
A economia brasileira tem um seriíssimo problema de baixa produtividade. A dificuldade da recuperação é consequência do estrago que a desastrosa condução da política econômica, principalmente entre 2009 e 2014, promoveu na economia real.
Os únicos antídotos são sangue-frio, a aprovação das reformas - para alongar o horizonte do cálculo empresarial- e deixar que as seguidas surpresas desinflacionárias coloquem a Selic em mínimas históricas de forma sustentável.
Novamente houve, na sexta (9), surpresa positiva na inflação, no IPCA de maio. O número de 0,31% foi 0,18 ponto percentual abaixo do que se esperava. Sem puxadinhos e solucionando a crise política, podemos divisar Selic muito baixa, e de forma sustentável, à frente.
* Samuel Pessôa é físico com doutorado em economia, ambos pela USP, sócio da consultoria Reliance e pesquisador associado do Ibre-FGV.
Militantes pedem maior participação do poder público em seminário LGBT
Necessidade de equiparação dos crimes contra a população LGBT às causas raciais foi um dos temas mais enfatizados pelos participantes durante o evento em Brasília
Por Germano Martiniano
Políticos e militantes da causa LGBT participaram, na manhã desta quinta-feira (18), do Seminário de Combate à LGBTfobia em Brasília. O evento foi organizado em conjunto pelos núcleos de diversidade do PPS (Partido Popular Socialista), PV (Partido Verde), PP (Partido Progressista) e PSDB (Partido Social Democrata Brasileiro) na semana em que se celebrou o Dia Internacional Contra a Homofobia. Palestrantes e participantes cobraram maior participação do poder público em relação a causa de gênero e enfatizaram a necessidade de equiparação dos crimes contra a população LGBT às causas raciais.
Enquanto no Planalto Central o clima esquentava diante das delações da JBS contra Temer e Aécio Neves, no auditório Interlegis do Senado Federal, muito se discutiu sobre a violência contra a população LGBT. Ludymila Santiago, transexual e uma das palestrantes, destacou que as transexuais possuem uma média de vida de apenas 35 anos e cobrou maior presença das transexuais na construção de políticas sociais em favor da população LGBT. “É importante a presença de todos nessa luta. Mas, quem sofre na pele o preconceito e toda violência, somos nós. Por isso precisamos participar da formulação de políticas de combate à violência LGBT”, disse a ativista.
A Senadora Marta Suplicy também esteve presente e disse que muitos políticos “se ausentam das discussões de gênero com medo de perder eleitores, por vivermos em uma sociedade conservadora”. Outra figura de destaque no evento foi o primeiro prefeito assumidamente gay do Brasil, Edgar de Souza, que relatou problemas enfrentados durante a campanha para prefeito. “Quando me questionaram por ser gay, perguntei para meus eleitores se queriam um prefeito que esconda quem ele é e quem ele ama? ”.
O Seminário foi uma grande oportunidade para que militantes e políticos trocassem experiências e traçassem estratégias para o combate da LGBTfobia nos próximos anos. O coordenador da diversidade do PPS, Eliseu Neto, destacou a profundidade e diversidade dos temas tratados e resumiu o evento como um sucesso. “Tivemos um debate de altíssimo nível, que foi transmitido ao vivo pela FAP, que todos podem conferir na página da Fundação no Facebook, e isso apenas reforça o compromisso do PPS junto com a Fundação Astrojildo Pereira no empoderamento das minorias e na luta dos direitos humanos”, finalizou.
Confira algumas entrevistas com palestrantes do seminário:
https://youtu.be/XdL_2j12Vek
* Germano Souza Martiniano é Assessor de Comunicação da Fundação Astrojildo Pereira (FAP)
Luiz Carlos Azedo: O juiz de Bruzundanga
Afinal, o que seria de Bruzundangas se todos tivessem a mesma aposentadoria e os mesmos direitos?
A República de Bruzundanga, de Lima Barreto, completa 95 anos, uma efeméride pouquíssimo lembrada, a não ser por alguns estudantes de Literatura. Às vésperas de Natal de 2014, ela já havia sido abalada por um escândalo envolvendo a maior empresa estatal do país, uma petroleira, e os donos da nação, entre os quais estavam a Mandachuva — a primeira mulher a assumir a Presidência — e seu padrinho, o Mandachuva que a antecedera. O problema é que ninguém ainda sabia disso, a não ser o cronista que reconta essa história, num tributo ao escritor carioca maldito (ele era pobre, mulato e gay).
No país imaginário de Lima Barreto, a esposa do presidente de uma grande empresa que estava preso ameaçara contar tudo o que sabia à polícia e à Justiça sobre o maior escândalo de corrupção da nação, se o marido passasse o ano-novo na cadeia. Estava revoltada porque os donos da empresa decidiram demitir todos os executivos e foram passar o Natal em um balneário do Caribe, depois de encerrar os negócios no ramo da construção para viver de outras fontes de renda. O recado veio cifrado numa nota de coluna de jornal.
Por essa razão, o executivo foi solto, chegou a fazer uma delação premiada, mas ela foi incinerada pelas autoridades porque houve um vazamento do conteúdo para jornais e revistas sensacionalistas, que insistiam em escandalizar o povo com os podres da República. O problema é que ele não desistiu, negociou nova delação, com mais 40 executivos da empresa. Em sua obra póstuma, o mestre do escárnio já havia desnudado a essência de Bruzundanga. Quase cem anos depois, nada havia mudado quanto aos costumes políticos. Só as velhas patacas foram substituídas pelo barusco, a moeda criada em homenagem ao ex-diretor da petroleira local que resolveu denunciar as falcatruas que escandalizavam o mundo naquele Natal. Mas já estavam inflacionadas pela enxurrada de dólares que jorraram das plataformas da petroleira para misteriosas contas no exterior.
O ex-mandachuva continuou a trajetória como aquele personagem de Todos os homens são mortais, de Simone de Beauvoir, o Conde Fosca, já citado em 2014, quando começou a Operação Enxuga Devagar. Se vocês não se lembram, por ser imortal, esse personagem podia decidir o que quisesse, os outros pagavam com a própria vida quando algo dava errado. Naquele Natal, a esposa de um executivo da petroleira que havia sido preso procurara o secretário particular do ex-mandachuva e avisara que contaria tudo se o marido continuasse em cana. Ele também foi solto a tempo de participar do amigo oculto da família, graças à Mandachuva, que gastou um dos cartuchos que tinha no tribunal para conseguir-lhe um habeas corpus. Coisas que ainda aconteciam em Bruzundangas.
Privilégios
Mas havia um juiz ferrabrás numa das províncias que resolveu subverter a ordem natural das coisas e pôs em cana todos os envolvidos no escândalo ao seu alcance. O ex-diretor da petroleira, convencido pela família, resolveu falar o que sabia. Relatou três encontros com o ex-mandachuva, que tinha conhecimento de tudo o que se passava na petroleira e agora ele está na iminência de ser preso. O executivo da estatal também entregou a ex-mandachuva, que meteu as mãos pelos pés e, no passado, acabou apeada do poder. Agora, também corre o risco de ser condenada e presa.
No meio de tanta confusão, o vice-mandachuva assumira o poder. Nele ainda se equilibra para terminar o mandato e chegar às eleições nacionais do ano que vem. A situação no país continua delicada. Durante a crise mundial, o povo viveu no mundo da fantasia, gastando mais do que podia, como naquela fábula da cigarra e da formiga. Agora, a saída é acabar com os privilégios e reinventar a economia, mas a elite política, os empresários que mamam nas tetas do governo e a alta burocracia resistem às reformas. Afinal, o que seria de Bruzundangas se todos tivessem a mesma aposentadoria e os mesmos direitos? O escândalo na petroleira virou o país de cabeça pra baixo. Quem foi mandachuva em Bruzundanga jamais perde a majestade. Na quarta-feira, ele será interrogado pelo juiz ferrabrás. O problema é que o tal magistrado veio de Curitiba.
* Luiz Carlos Azedo é jornalista.
Programa diferente: O que a juventude espera do futuro?
Nesta Páscoa, o #ProgramaDiferente fala sobre a juventude e o que os jovens esperam da política e do futuro do mundo, fazendo um link interessante entre representantes de vários países na ONU e os participantes de um encontro promovido pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) no Rio de Janeiro, que reuniu delegações de diversos estados brasileiros, para a formação de novas lideranças.
Cobrimos com exclusividade este encontro organizado pela FAP e apresentaremos, a partir desta semana, uma série de programas especiais sobre os temas que foram debatidos com os jovens. O humorista Marcelo Madureira conta um pouco da história da Colônia Kinderland, local do evento. Também ouvimos o jornalista Luiz Carlos Azedo, diretor-geral da FAP; o deputado estadual Davi Zaia, presidente nacional do PPS; e o ilustrador e designer Alex Leal, especialista na criação de games políticos. Assista!
Conteúdo do Encontro de Jovens no Rio estará disponível na TVFAP.net
A TVFAP.net mostra um pouco do que a Juventude espera da política e do mundo. Cobrimos com exclusividade um encontro para a formação de jovens lideranças, organizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) no Rio de Janeiro, em parceria com o PPS, e apresentaremos aqui todo o conteúdo das dinâmicas e de todo esse aprendizado.
Houve uma série de palestras e debates na Colônia de Férias Kinderland, em Sacra Família do Tinguá, município de Engenheiro Paulo de Frontin (RJ), que reuniu, entre outros, o presidente nacional do PPS, Davi Zaia; o presidente do Conselho Curador da FAP, senador Cristovam Buarque (PPS-DF); o diretor-geral da FAP, Luiz Carlos Azedo; o prefeito de Vitória, Luciano Rezende; a deputada brasileira no Parlamento Italiano, Renata Bueno; o presidente da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes, André Gomyde; o líder indígena Marcos Terena; e o humorista Marcelo Madureira, do Casseta & Planeta.
Como resultado deste encontro, haverá uma série de temas diversos apresentados no #ProgramaDiferente a partir do mês de abril, e todo o conteúdo de palestras, debates e entrevistas com os participantes estará disponível em um canal especial da TVFAP.net aberto a todos os interessados. Assista.
Cristovam enaltece importância da Revolução Pernambucana e defende “novas políticas” para o País
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) enalteceu a importância do movimento republicano de 1817 e defendeu novas políticas para o País durante o Seminário 200 anos da Revolução Pernambucana, evento promovido pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) em parceira com a Fundaj (Fundação Joaquim Nabuco) e CJC (Centro Josué de Castro), nesta quinta-feira (9), em Recife (PE).
Presidente da FAP, Cristovam destacou ao público que lotou o auditório da Fundaj a importância de se relembrar os 200 anos de um dos movimentos mais importantes ocorridos no Brasil no século 19 (veja abaixo). Ao salientar que “toda revolução é uma ruptura com modelos tradicionais de se fazer política”, o senador traçou um paralelo com a política brasileira atual e disse que “é necessário novas políticas para o nosso País”.
O advogado Luiz Otávio de Melo Cavalcanti, presidente da Fundaj, também participou do seminário que foi transmitido ao vivo pela FAP.
Palestrantes
O seminário, que tratou de aspectos urbanísticos, literário e político da Revolução Pernambucana, contou com a participação de Socorro Ferraz, historiadora; Flávio Cabral, historiador; e José Luiz Mota Menezes, arquiteto. Socorro Ferraz abordou “Os Contos Loucos e as Fantásticas Carrancas”, com uma narrativa de passagens desconhecidas pelo público da revolução de 1817. Em seguida, Flávio Cabral, com o tema “A Missão Cabugá nos EUA, uma página da Revolução Pernambucana” falou da influência norte-americana neste movimento libertário.
José Luiz Mota Menezes, com o tema “Um Campo do Erário Régio, Dois Pátios e uma Revolução Republicana”, contou detalhes de como era a organização da cidade de Recife na época e como isso influenciou na revolução.
Revolução
A Revolução Pernambucana de 1817 foi liderada por destacados membros da maçonaria, como o comerciante Domingos José Martins; por militares, como José de Barros Lima, conhecido como o Leão Coroado, e Pedro da Silva Pedroso; além de vários religiosos, entre eles, Muniz Tavares, João Ribeiro, Padre Roma e Padre Miguelinho.
O governo provisório instalado pela Revolução declarou independência de Portugal, proclamou a República e decretou liberdade religiosa e de imprensa. Contudo, não alterou as relações de trabalho escravo dominantes na produção canavieira.
Os sublevados resistiram por mais de dois meses à ofensiva de dom João VI. Do Rio de Janeiro, o monarca enviou cerca de 8 mil homens e uma frota naval para bloquear o porto do Recife, conseguindo esmagar o movimento republicano no dia 19 de maio.
O historiador Carlos Guilherme Mota considera a Revolução de 1817 como o maior movimento de contestação à ordem monárquica até então ocorrido no mundo afro-luso-brasileiro.
FAP presente em seminário da Espanha
O Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca (USAL), na Espanha, vai promover, no próximo dia 18, às 11 horas, o seminário Brasil: Desenvolvimento e Sustentabilidade - Quais são os desafíos?. O importante evento, que será realizado no Palacio de Maldonado (Plaza de San Benito, 1- Salamanca), terá como expositores os doutores George Gurgel, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e presidente do Conselho Consultivo da Fundação Astrojildo Pereira, e José Luis Alonso, professor da USAL.