fap
FAP fecha parceria com projeto Cultura no Ônibus
Projeto Cultura no Ônibus consiste na distribuição de livros dentro dos coletivos da companhia para que os usuários possam ler enquanto se locomovem até seus destinos
Germano Martiniano
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) fechou, nesta semana, parceria com a empresa de ônibus Piracicabana, que apoia o projeto Cultura no Ônibus, projeto que consiste na distribuição de livros dentro dos ônibus da companhia para que os usuários do transporte coletivo possam ler enquanto se locomovem até seus destinos. O objetivo central é incentivar a leitura, a escrita, o entendimento, ampliar os lastros culturais e proporcionar acesso a livros dentro dos coletivos.
Nesta parceria a FAP doou mais de três mil exemplares produzidos pela própria fundação e de diversos autores, que já estão sendo distribuídos. De acordo com Gustavo Loiola, gerente-administrativo da Fundação, “além de contribuir para um projeto sociocultural, a FAP também poderá divulgar, ainda mais, seus exemplares e trabalho no Distrito Federal.’’ Outro aspecto positivo é que a parceria também fortalece a FAP, que tem entre os seus objetivos difundir os ideais democráticos para a população.
Projeto Cultura no Ônibus
O projeto nasceu em 2003 com Antônio da Conceição Ferreira, que na época era cobrador da Piracicabana e, atualmente, atua como coordenador do projeto. Antônio do Livro, como é conhecido, disse que a ideia surgiu por ver que as pessoas ficavam de quarenta e cinco minutos a uma hora dentro do ônibus sem opção alguma de lazer ou entretenimento. A partir disso, o então cobrador começou a incentivar que livros fossem doados para os usuários do transporte público. “Acredito muito na leitura como forma de mudança social e busco cada vez mais difundir esse maravilhoso hábito”, disse Antônio para o site do projeto.
Em 2015 a empresa Piracicabana começou a apoiar o projeto, que hoje conta com mais de 20 mil livros disponibilizados para a população e mais de 500 voluntários. O projeto também está presente em 159 linhas da empresa, num total de 525 ônibus. Além da ação dentro dos ônibus, o projeto também participa de Feiras do Livro, Bienais e realiza diversos eventos, como contação de histórias para crianças.
Doação
Para quem deseja doar algum livro para o projeto, pode-se doar entregando o livro ao cobrador do ônibus, agendando a entrega pelo site, culturanoonibus.com.br, ou também entregando na Rodoviária do Plano Piloto, próximo da plataforma E-Box 1.
Para informações você pode acessar ao site do projeto e também o Facebook:
http://www.culturanoonibus.com.br/
https://www.facebook.com/culturanoonibus/
CMS: Pronunciamento de Astrojildo Pereira sobre o impacto da Revolução Russa no movimento operário brasileiro
Os impactos da Revolução Russa no Brasil
Astrojildo Pereira
É uma honra falar nesta casa paulista da cultura, e isto sobe de ponto quando me vejo patrocinado por tão ilustres personalidades das letras, das artes, da ciência e da política. Acredito, no entanto, que meus amigos da comissão organizadora deste ato carregaram um pouco a mão na ênfase com que anunciaram como possível conferência de caráter histórico ou sociológico o que pretendo expor. Minha intenção é muito mais modesta e até mais própria da minha condição em relação ao tema proposto: falar apenas como testemunha que acompanhou, com apaixonado interesse, o processo da Revolução Russa de 1917, seus antecedentes e suas repercussões entre nós, especialmente no movimento operário.
Durante a guerra imperialista de 1914-1918, mesmo depois que o Brasil se viu envolvido no conflito, às vésperas da Revolução de Outubro, os trabalhadores brasileiros e o melhor da nossa intelectualidade sustentaram – pelos meios que lhes eram próprios e possíveis – a mesma posição de repúdio à guerra, da luta contra suas implicações políticas e econômicas e pelo restabelecimento da paz. Os jornais operários e populares então publicados no Distrito Federal e nos Estados refletiam esse estado de espírito de revolta contra a guerra imperialista e o regime que a gerara. Mas foi a partir do primeiro trimestre de 1915 que a luta contra a guerra, pela paz, se ampliou e tomou um impulso do movimento nacional organizado.
Coube ao Centro de Estudos Sociais do Rio de Janeiro a iniciativa desse movimento, o qual agrupava operários e intelectuais avançados, e se achava estreitamente ligado à vida e à atividade dos sindicatos locais, funcionando na mesma sede da Federação Operária do Distrito Federal. Ali se reuniram várias assembleias preparatórias e, por fim, a 26 de março de 1915, uma grande assembleia de delegados de organizações sindicais e outras, bem como de representantes dos jornais operários e libertários que então se publicavam no Rio de Janeiro. Deliberou-se criar uma Comissão Popular de Agitação contra a Guerra, composta pelos representantes das entidades presentes e de outras que lhe dessem posteriormente a sua adesão. Esta Comissão assumiu o comando do movimento, traçando para o Distrito Federal o plano de uma série de conferências, palestras, assembleias sindicais, comícios populares etc., em preparação de um Primeiro de Maio de luta pela paz. Deliberou-se, igualmente, publicar um manifesto sobre o problema da guerra e da paz, dirigido a todo o povo brasileiro.
Em São Paulo, o movimento foi imediatamente secundado, constituindo-se uma Comissão Internacional: Centro Libertário, União dos Gráficos Alemães no Brasil, Associação Universidade Popular de Cultura Racionalista, União dos Operários Alemães Livres, Círculo de Estudos Sociais Francisco Ferrer, União dos Operários Cantórios, Federação Espanhola, os periódicos populares A Lanterna, o Avanti! (italiano), La Propaganda Libertária (espanhol) e o Volksfreund (alemão). A designação dessas entidades e desses jornais, em línguas diferentes, serve para mostrar a feição internacional da massa operária de São Paulo, cidade de intensa imigração, mas serve também para mostrar – o que é mais importante – o caráter internacionalista da luta sustentada pelos trabalhadores contra a guerra imperialista. Preparando-se para demonstrações do Primeiro do Maio, a Comissão de São Paulo publicou um comunicado, datado de 8 de abril de 1915, que terminava com as seguintes palavras:
“(…) Em Primeiro de Maio, aproveitando a comemoração com que o proletariado afirma, em internacional manifestação, o seu direito a uma vida melhor, realizaremos nesta cidade, onde a guerra teve tão ruidosa repercussão no povo, lançando-o na miséria, a nossa primeira reunião pública pró-paz. “Abaixo a guerra! Viva a Internacional dos Trabalhadores!”.
No Rio, o comício de Primeiro de Maio constituiu, como se esperava, uma verdadeira demonstração da massa contra a guerra. Ao largo São Francisco, onde se realizou, acorreram milhares de trabalhadores, homens e mulheres do povo, que ali proclamavam seu horror à guerra e sua disposição de lutar pela causa da paz. Foi então lido um documento em que se fazia análise das causas e dos efeitos da guerra, e se expunham os fins do movimento em favor da Europa em guerra e nas três Américas.
Em seguida ao comício, a massa popular desfilou pelas ruas do centro da cidade, terminando em frente à sede da Federação Operária.
Nesse mesmo ano a Confederação Operária no Brasil tomou a si o encargo da convocação e preparação de um Congresso da Paz, o qual veio a reunir-se, efetivamente, na Capital da República, em 14, 15 e 16 de outubro de 1915 (entre parênteses notarei aqui uma interessante coincidência: nessa mesma época reunira-se na Suíça um congresso de delegados socialistas de vários países europeus, entre os quais figurava Lênin).
Além da declaração de Distrito Federal, São Paulo, Pernambuco, Alagoas, Estado do Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul participaram do Congresso representantes da Argentina, de Portugal e da Espanha. Vistos com os nossos olhos de hoje, podemos facilmente assimilar as enormes insuficiências da organização de orientação do Congresso da Paz do Rio de Janeiro, em 1915, onde predominaram as declarações grandiloquentes sem alcance prático; mas ao mesmo tempo devemos reconhecer que ele marcou, com incontestável relevo, uma posição franca de luta contra a guerra imperialista e em defesa da paz e da liberdade.
O ano de 1916 transcorreu sem grandes atos, sem que o movimento assumisse relevos oficiais especiais. Observa-se vivo e ardente por meio dos jornais operários e populares. Mas os primeiros meses de 1917 assinalam, no Rio de Janeiro, o recrudescimento da campanha contra a guerra e pela vida, que era, aliás, uma consequência imediata da guerra. Durante os meses de março e abril daquele ano, a Federação Operária promoveu a realização de inúmeros comícios pelos diversos bairros da cidade, e a 18 de abril, numa grande assembleia em sua sede, foi aprovada uma mensagem, que se enviaria ao presidente da República, na qual se protestava contra a eventual entrada do Brasil na guerra (já se falava muito nisto) e que surgissem medidas tendentes a aliviar a crise econômica e financeira, cujos efeitos recaíssem principalmente sobre as costas dos trabalhadores. A comemoração do Primeiro de Maio de 1917, no Rio de Janeiro, transcorreu igualmente sob o signo da luta contra a carestia, com impressionante desfile pelas ruas da capital.
E quando, finalmente, em outubro de 1917, o governo brasileiro, cedendo à pressão imperialista de um dos grupos em guerra, deliberou entrar no conflito, a classe operária e a intelectualidade progressista não se afastaram uma polegada da posição de luta pela paz, mantida sem desfalecimento desde o início das hostilidades entre os dois grupos imperialistas. Um período progressista que então se publicava na capital do país – e que mantinha ligações de simpatia no movimento operário – publicou o seu editorial com um título que equivalia a uma reafirmação inequívoca dos sentimentos de todo o povo brasileiro: “O Brasil não quer guerra”.
Esses detalhes nos ajudam a compreender melhor certos aspectos da repercussão da Revolução Russa de 1917 no Brasil. Pode-se imaginar como foi profunda entre nós a impressão sobre a política de paz inaugurada com extrema audácia pelo governo soviético desde o primeiro dia da tomada do poder.
Não é difícil compreender por que as notícias relativas à insurreição e à conquista do poder pelos operários e camponeses russos, guiados pelo Partido Bolchevique, eram acompanhadas com enorme interesse pelos trabalhadores brasileiros. A imprensa reacionária apresentava tais notícias de maneira caluniosa, deformando os fatos, torcendo o sentido dos acontecimentos e até mesmo inventando horrores para impressionar a opinião pública.
Mas os pequenos e pobres jornais brasileiros, publicados nas principais cidades, rebatiam infatigavelmente as mentiras e deformações veiculadas pela imprensa reacionária, a significação e a natureza dos fatos que se sucediam nos vastos domínios do Império Czarista. Deve-se recordar, neste sentido, um folheto de autor brasileiro, saído a lume, no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1918, sob o título A Revolução Russa e a Imprensa, no qual precisamente se defendia a Revolução de outubro e se refutavam as mais grosseiras e furiosas calúnias divulgadas pelos jornais da reação.
Havia, sem dúvida, nos comentários a favor da Revolução, não poucas suposições e conceitos errôneos – que resultavam principalmente de interpretações doutrinárias ainda obscuras e mesmo confusas; mas, pouco a pouco as coisas se esclareciam e, já em 1919, os nossos periódicos operários e populares publicavam importantes e autênticos documentos sobre a Revolução, colhidos na imprensa operária da Europa e da América. O semanário carioca Spartacus, por exemplo, estampou, em seu primeiro número, publicado em agosto de 1919, a “Carta aos Trabalhadores Americanos”, de Lênin, e algumas semanas depois o fundamental trabalho, também de Lênin, “A democracia burguesa e a ditadura do proletariado”. O órgão da Federação das Classes Trabalhadoras de Pernambuco, a Hora Social, publicou, em novembro desse mesmo ano, o texto da primeira Constituição soviética.
Os intelectuais mais esclarecidos, com alguma compreensão da natureza do fenômeno revolucionário, manifestavam também suas simpatias pela Revolução Socialista de outubro. À frente deles, com mais decisão, colocou-se um grande nome, Lima Barreto, que publicou em 1919 um artigo que ficou conhecido como “Manifesto Maximalista”, que, como se pode imaginar, produziu enorme sensação. Devo também recordar, com muita especial consideração, o nome de Afonso Schmidt, que escreveu então numerosos artigos e alguns folhetos em defesa da Revolução de Outubro. O veterano Schmidt aí está, quarenta anos depois, em plena atividade de escritor de vanguarda, glória das nossas letras e orgulho da minha geração.
Mas ainda há dois ou três escritores e jornalistas brasileiros da época, amigos e simpatizantes da Revolução, que marcaram igualmente, inclusive por cara afeição, ao seu tento pitoresco das suas manifestações literárias e jornalísticas a favor dos bolcheviques.
Um deles, o paulista Nereu Rangel Pestana, que escrevia a pedidos do jornal O Estado de S.Paulo, sob o pseudônimo de Ivan Sibiroff, e chegou a publicar um periódico, por conta própria, que deu como título seu pseudônimo, “Ivan Sibiroff”. Nereu Rangel Pestana, pertencente à família de ilustres jornalistas de São Paulo, realizava, com seus artigos, uma dupla campanha jornalística: defendia a Revolução Russa e, ao mesmo tempo, vasculhava os bastidores políticos e financeiros das classes dominantes no estado, disso resultando um volume de ruidoso êxito, a que deu o título de A Oligarquia Paulista.
O outro jornalista a que quero me referir chamava-se Roberto Feijó. Ele residia no Rio de Janeiro e ali publicou uma série de Cartas em defesa dos bolcheviques, usando o pseudônimo de Dr. Kessler, e, com esse disfarce, fazia-se passar por um agente russo enviado ao Brasil. Aliás, Ivan Sibiroff utilizava também a mesma mistificação literária. Diga-se, porém, para desfazer dúvidas, que ambos utilizavam este processo com absoluta honestidade de meios e propósitos, e com uma boa e alegre dose de ironia. Eram ambos, com efeito, homens de espírito e de bom humor, e empregavam a sua malícia, muito desinteressadamente, em favor das melhores causas democráticas e patrióticas.
Sem dúvida, porém, foi nos sindicatos operários e nos movimentos de massa que as demonstrações de solidariedade à jovem República Operária e Camponesa atingiram mais extensão e possuíram mais importância. As assembleias sindicais eram bem movimentadas e sempre que nelas se mencionava os exemplos das lutas revolucionárias dos trabalhadores russos, os presentes manifestavam com unânime entusiasmo os sentimentos de fraternidade, admiração e apoio. Os sindicatos operários promoviam conferências, palestras e debates sobre assuntos relacionados com a Revolução Russa. Quando da intervenção das tropas imperialistas anglo-franco-japonesas, que sustentavam os generais contra-revolucionários – Denikin, Yudenitch, Wrangel, Kolttchak e outros –, moções de protesto recebiam aprovação igualmente unânime das assembleias e comícios onde eram apresentadas. Um sindicato, a União dos Metalúrgicos do Distrito Federal, chegou a proclamar uma greve geral de protesto dessa categoria profissional contra a intervenção imperialista e de solidariedade à República Operária e Camponesa.
Mas o principal da repercussão da Revolução de Outubro no movimento operário estava no tremendo impulso produzido no movimento – aqui e em todos os países – pela vitória da Revolução Socialista.
Todo o período de 1917 a 1920 caracterizou-se, entre nós, por uma onda irresistível de greves que, em muitos lugares, assumiram proporções grandiosas. Em primeiro lugar, a greve geral de São Paulo, em agosto de 1917: esta eclodiu antes de 7 de novembro, mas já sob o signo da revolução operária e camponesa que se processava na Rússia desde março e culminou com a tomada do poder naqueles dias que abalaram o mundo. A greve geral de 1917 em São Paulo abriu uma série de grandes greves de massa que se multiplicaram pelo país até 1920. Eram movimentos por aumento de salários e por melhores condições de trabalho, mas uma coisa se mostrava evidente: a influência da Revolução Russa para a combatividade e para as esperanças da classe operária. A maneira com a qual os trabalhadores da construção civil do Rio de Janeiro conquistaram a jornada de oito horas de trabalho merece especial registro. O horário em vigor, até então, era de 9 a 10 horas, até mais, por dia. Depois de numerosas assembleias o sindicato dos trabalhadores da construção civil resolveu “decretar”, por conta própria, as oito horas diárias de trabalho em todas as obras da construção civil em andamento no Rio de Janeiro, o que se efetivou realmente a partir de dois de maio de 1919.
Não há dúvida de que outras muitas reivindicações pelas quais lutavam as massas trabalhadoras, naquela época, foram alcançadas total ou parcialmente. Mas é fato que a natureza e o volume das vitórias alcançadas não estavam em proporção com o vulto e a extensão do movimento geral.
As reivindicações formuladas por aumento de salários, por melhores condições de vida e de trabalho etc, constituíram como que um fim em si mesmo, e não um ponto de partida para reivindicações crescentes do nível superior. É que, na realidade, se tratava de lutas mais ou menos espontâneas, isoladas umas das outras, sucedendo-se por força de um estado de espírito extremamente combativo que se generalizava entre as massas. Admiráveis exemplos de firmeza, de bravura, de abnegação se verificavam pouco por toda parte, durante as greves e demonstrações de massa que se multiplicavam de maneira contagiosa naqueles anos. Faltava, porém, um centro coordenador, um comando geral à altura das circunstâncias. Em suma: uma direção política, que só um partido independente de classe poderia imprimir em todo o movimento.
A essa justa conclusão se chegava também por influência da Grande Revolução Socialista de Outubro – no nosso caso influência decisiva, e já com sua formulação teórica e prática acabada.
E assim nasceu o Partido Comunista do Brasil.
Estamos aqui há 40 anos de distância do sete de novembro de 1917. Cessa aqui o meu depoimento propriamente dito. Seja-me permitido acrescentar comentários que me parecem oportunos.
Evidentemente, uma revolução social da extensão da Revolução Socialista de Outubro – e tendo sobretudo em vista as condições históricas excepcionais em que ela se processou, num país como o antigo Império dos Czares e em conseqüência direta da Primeira Guerra Imperialista – teria de produzir repercussões mundiais de caráter múltiplo e cuja amplitude viria a abarcar todos os domínios da vida social – econômicos, políticos, culturais e morais.
O fato é que a Revolução Russa abriu o mundo para uma era de reconstrução social, em que as grandes massas populares representam o fator decisivo. Por outras palavras: depois de 1917 abriu-se para o mundo a era do socialismo, de democracia, da liberdade e da paz. E hoje, a bem dizer, nada se faz no mundo que não tenha o seu ponto de referência na União Soviética. A favor ou contra, mas sempre a União Soviética.
E como o Brasil faz parte deste planeta, também nós estamos historicamente enquadrados nesse plano de desenvolvimento. Claro, de acordo com as nossas peculiaridades nacionais.
Malgrado todas as evidências neste sentido, não faltam, entretanto, aqueles que não compreendem, ou não querem compreender, os novos rumos da história. São precisamente aquelas que se obstinam inclusive em negar, ou mesmo desconhecer, o que é a URSS 40 anos depois de 1917, e o que é o mundo socialista dos nossos dias.
Mas não adianta grande coisa. A história caminha para frente, embora não em linha reta.
Pronunciamento de Astrojildo Pereira, em conferência de 25 de setembro de 1957 sobre o impacto da Revolução Russa no movimento operário brasileiro.
Texto extraído do livro Viva, Astrojildo Pereira!, organizado por José R. Guedes de Oliveira, e editado pela Fundação Astrojildo Pereira e Abaré. A Princípios agradece ao organizador do livro pela gentil autorização para a publicação deste texto.
EDIÇÃO 92, OUT/NOV 2007, PÁGINAS 12, 13, 14, 15 e 16
POR MEMÓRIA SINDICAL. 10 JUL 2017
Ana Maria Machado: Acabar com isso
Precisamos pensar em saídas. E o ideal seria conseguirmos pensar juntos, buscando um entendimento nacional
Por vezes, está tão forte a sensação de não aguentar mais conviver com a crise no país, que a vontade de acabar logo com isso extrapola dos limites e foge ao controle. Só isso, o absoluto esgotamento de paciência com a realidade, na saturação completa com a situação, pode explicar equívocos como gente que fica pedindo intervenção militar. Em todos os níveis, da política ao caos policial do Rio. Em fenômenos como a ascensão de candidatos como Bolsonaro, nas pesquisas recentes e nos testemunhos de quem convive com jovens revoltados e adultos indignados, de memória curta ou ignorância histórica longa. Não é possível que a cultura do ódio esteja levando a desmoralização dos ideais a esse ponto.
É bom não confundir os canais. Nada justifica apelar para isso. Mas é bom também que todos tenham um pouco de sensatez e parem de evitar o debate sério, limitando-se a repetir palavras de ordem que impedem a circulação do pensamento. Pura tentativa de desqualificar opiniões diferentes e rotular os outros. Em vez disso, é essencial trocar ideias e procurar se informar. É a única coisa que pode ajudar a sair do atoleiro. Precisamos pensar em saídas. E o ideal seria conseguirmos pensar juntos, buscando um entendimento nacional amplo — como a Espanha ao fim do franquismo, a Colômbia ao encerrar a guerra civil.
Em recente artigo, José Paulo Cavalcanti cumpriu o dever cívico de arrolar algumas razões para não esquecermos o que significou no país a intervenção militar, dos métodos de tortura ao número de mortos e desaparecidos, da supressão dos direitos humanos à censura à imprensa e à cultura em geral.
Não é porque a utopia também foi corrompida que se deve abrir mão do sonho de uma sociedade menos desigual, que não sirva a interesses partidários espúrios nem implante um mecanismo para a ocupação sistemática da máquina pública de forma a se perpetuar no poder. Talvez essa tenha sido a maior roubalheira dos tempos recentes: roubaram os sonhos generosos da juventude, (da nossa e das seguintes), distorcendo-os pela mentira, a ponto de se tornarem irreconhecíveis, forçados a coincidir com o corporativismo e o autoritarismo populista. Como se o altruísmo da utopia tivesse que se reduzir às experiências unipartidárias e totalitárias, do stalinismo ao bolivarianismo. No afã de desmoralizar a social-democracia xingada de neoliberalismo, sequestraram o projeto de reduzir a desigualdade, recusando os meios racionais de lidar com a economia de modo a aumentar a produtividade e a riqueza. Misturaram tudo com o primarismo da concentração do poder estatal e com a mais deslavada corrupção. Na arrogância de estar acima da lei, se vê qualquer limite legal como perseguição, e o fim passa a justificar os meios.
Os fatos de cada dia, chocantes e assustadores, viram metáfora. Como o bebê, vítima da certeza de que o mais forte tudo pode e fica impune, o Brasil do futuro é atingido, asfixiado e paralisado antes de nascer. Como as senadoras que tiveram a audácia de se apropriar da nossa voz, pretendendo falar em nosso nome ao ocupar a mesa parlamentar, ficamos na escuridão e vamos sendo apagados do debate.
A violência desenfreada em nossas cidades tem causas complexas mas é também a outra face da impunidade do mais forte e armado, no vale-tudo do poder. Na política, da mesma forma, afirma-se a tática de se impor pela força ou pela pretensa malandragem — no grito, no cuspe, na raiva, na mentira e na compra de votos.
Essa distorção cínica contribui para a perda de esperança, o apagão da crença no futuro do país, o desalento de estarmos sem rumo, à deriva, sem projeto. Até isso nos surrupiaram, ao usarem a utopia e os sonhos de justiça social, igualdade e crescimento para encobrir espertezas de desvio de dinheiro a serviço de um projeto partidário de manutenção no poder. Ainda por cima, a se fingir de vítima coitadinha.
Isso tudo é que tem que acabar, sabe-se lá como. Mas vai ter de ser de acordo com a Constituição. E ao que tudo indica, vamos ter que antes passar pelo processo de fazer emendas à Carta Magna numa reforma eleitoral, para podermos escolher melhor nas próximas eleições. Com essa gente que aí está, para as primeiras medidas, que jeito? Com as que elegermos em seguida, para completar a faxina. Vai depender também de cada um de nós, fazendo as pressões certas nos pontos precisos, em vez de apenas gritarmos palavras vazias, uns contra os outros.
Não podemos perder a oportunidade de começar a dar fim a esse descalabro, sem nos limitarmos ao marasmo estéril da repetição de slogans ou ao delírio de achar que a Justiça pode se dar ao luxo de ficar discutindo firula sem resolver sobre sentenças fundamentais para a democracia.
Que os juízes tenham juízo. Precisamos acabar com isso. Pode ser do interesse de alguns acusados que o processo se arraste, em troca de vantagem pessoal. Mas será catastrófico para o Brasil. Justiça que tarda falha.
- O Globo
* Ana Maria Machado é escritora
FAP: Nota de repúdio à agressão sofrida pelo Senador Cristovam Buarque
Nesta terça-feira, 18 de julho, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), presidente do Conselho Deliberativo da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), foi objeto da agressão verbal, covarde e autoritária de um pequeno grupo de manifestantes, partidários do governo passado e opositores das reformas em processo de aprovação no Congresso Nacional.
Nós, diretores e conselheiros da Fundação, manifestamos de público, em primeiro lugar, nosso veemente repúdio à essa violência. A Democracia se constrói no debate, na contraposição de argumentos e até mesmo no silêncio, quando os argumentos falecem. Não se constrói na agressão, na camuflagem com insultos de vazio argumentativo. Esse é o caminho da intolerância, dos "iluminados" que não precisam de diálogo nem de democracia, uma vez que as ditas verdades da politica já se encontram para eles reveladas. Sabemos que esse caminho tem apenas um ponto de chegada: o autoritarismo.
Manifestamos também nossa solidariedade irrestrita ao senador Cristovam Buarque. Sabemos que acontecimentos desse tipo não o farão esmorecer, mas redobrarão seu empenho na luta por um Brasil politicamente mais democrático e socialmente mais justo.
Diretores e Conselheiros da Fundação Astrojildo Pereira (FAP)
Alberto Aggio: A democracia corre risco no país
Os acontecimentos de ontem (18/07) na UFMG que envolveram o Senador Cristovam Buarque (PPS-DF) são muito preocupantes. Servem de alerta a todos os democratas do país e do mundo para uma escalada regressiva que ameaça nossa convivência democrática.
Hostilizado por militantes de uma esquerda ancilosada, com brados de “golpista” e “traidor”, o Senador Cristovam Buarque, que visitava a Reunião Anual da SBPC para divulgar um livro, foi impedido, à força, de fazer a divulgação de suas ideias. Esses militantes que combatem ideias com violência política foram assim educados por essa esquerda antidemocrática. Eles pensam a política a partir da relação amigo/inimigo e foram, pouco a pouco, transformando uma das mais importantes universidades do país numa madrassa similar àquelas comandadas pelo Exército Islâmico que infelicita o Oriente Médio. O acontecimento mancha a Reunião Anual da SBPC com a marca da intolerância.
Muitas vezes confunde-se, propositalmente, intransigência – coisa a que o petismo não é acostumado, a não ser retoricamente – com intolerância – sem dúvida, uma especialidade sua. A intransigência é a defesa de princípios, estratégias e ações concretas, voltadas para uma perspectiva republicana e universalista; ela não refuga ao debate democrático e valoriza o pluralismo de ideias. A intolerância é uma postura exclusivista que visa estabelecer um dono da verdade, recusa o debate, quer eliminar o outro, impedi-lo de falar, quer evitar a discussão e impor a acusação. A intolerância é a grande marca do PT que, hoje em baixa, quer atribuir o ódio e intolerância ao outro, especialmente aos democratas, esquecendo-se de tudo o que fez e, infelizmente ainda hoje, faz contra a democracia brasileira.
A intolerância petista e filopetista explodiu mais uma vez na bela capital mineira, logo nela, terra de espírito tolerante e que prega a convivência política entre diferentes, elementos positivos da nossa tradição da qual Minas Gerais é reconhecidamente o nosso epicentro.
Na “manifestação” de ódio ao Senador Cristovam não há nenhum saldo positivo a mencionar. O objetivo imediato do PT e de seus aliados continua a ser o estabelecimento de uma fronteira intransponível entre os interlocutores da cena política brasileira. A narrativa do impeachment como golpe ocupa o lugar central nessa formulação, impedindo qualquer terreno para o diálogo. Para isso ela conta com intelectuais – não por acaso da UFMG – que revelam claramente o objetivo mais estratégico dessas manifestações de intolerância, qual seja, minar a confiança do povo brasileiro nas instituições e, principalmente, na eleição como lugar central da construção da nossa democracia.
O sentido estratégico mais nefasto dessas manifestações é claro: tal como os militares no início da década de 1980, o PT quer impedir a realização das próximas eleições. Esse é o sentido estratégico: cancelar as eleições de 2018. E a senha desse movimento será dada pela suposta (ou “esperada”) ausência de Lula na cédula eleitoral da urna eletrônica. Nada mais explícito do que o título de uma matéria jornalística com o cientista político da UFMG, Juarez Guimarães, no Portal “Faca Afiada” – que dispensa apresentações: “Lula não será candidato, nem haverá eleições em 2018”!
O pano de fundo dessa formulação tresloucada é de que o impeachment instalou o Estado de Exceção no Brasil, suprimiu a normalidade democrática e cancelou as condições objetivas do pluralismo. Todos os que apoiaram o impeachment são, nessa leitura, mais do que golpistas, são autoritários. E o PT, apeado do poder, seria, supostamente, o lato democrático da sociedade, com Lula à frente, perseguido, sua principal vítima.
De maneira irresponsável, o PT visa aprofundar a divisão do país e leva-lo para a beira do abismo. O que aconteceu com o Senador Cristovam Buarque é apenas um pequeno sinal de que a democracia no Brasil corre um sério risco. Os traços da violência política típica do fascismo começam a atravessar o umbral do Estado Democrático que construímos. É preciso, democraticamente, resistir a essa investida!
* Alberto Aggio é historiador e professor titular da Unesp
Jovens debatem propostas para a crise política e socioeconômica no encerramento do II Encontro
Participantes destacaram fatores como a liberdade de expressão, a educação e a saúde pública como pilares essenciais para a melhoria do país
Germano Martiniano
O Brasil vive hoje uma das piores crises política e socioeconômica da história. De um lado, milhões de desempregados, violência, pobreza e vários outros problemas que assolam a nação. De outro lado, uma crise ética que tomou grandes proporções com os resultados da Operação Lava-Jato. Dentro deste contexto que os participantes do II Encontro de Jovens Lideranças, na manhã do último sábado (15), debateram e apresentaram diversas propostas que busquem saídas para a situação em que o país se encontra. A dinâmica em grupo encerrou o evento, que durou cinco dias e foi organizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) com apoio do PPS, que ocorreu na Colônia Kinderland, em Paulo Frontin, no Rio de Janeiro.
Atividade em grupo
A discussão de propostas que busquem uma saída para o país foi uma oportunidade para os jovens colocarem em prática o que aprenderam nos cinco dias de palestras e aulas sobre política e liderança, além de ajudarem a construir um PPS mais forte. A atividade consistiu na formação de grupos, que receberam da organização do evento um tema especifico da situação do país, que deveria ser debatido e, posteriormente, analisada soluções para o mesmo. Nessa mesma atividade, cada grupo também selecionou um líder, que serão os próximos monitores do III Encontro de Jovens, a ser realizado no ano quem vem.
Dentre as propostas, os participantes do II Encontro destacaram a liberdade para se posicionar e opinar como um dos pontos mais importantes no fortalecimento do PPS e da democracia. Outro ponto de destaque foi pedir atenção e ações para combater os crimes de gênero contra a comunidade LGBT no Brasil. Por fim, também chamaram atenção para saúde pública e educação. No caso da saúde, salientaram o número, cada vez maior, de jovens que enfrentam problemas relacionados à depressão em todo o país. Em relação a educação, eles a destacaram como a base para se fazer uma sociedade mais justa. “Foi engrandecedor participar deste encontro, principalmente nos critérios socioculturais, pois essa troca de experiência entre os jovens é o que faz a gente entender o que, realmente, estamos buscando para nós e para o futuro do Brasil”, disse Railane Borges, participante do encontro e eleita monitora para o próximo evento.
Palestras
Após a atividade em grupo, os participantes tiveram as últimas palestras. Na mesa estavam Luzia Ferreira, deputada federal (PPS-MG) e o deputado estadual Comte Bittencourt (PPS-RJ). A deputada mineira falou da importância da renovação política. “Nós que já temos anos de política, que possamos nos inspirar na pressa e na ousadia que a juventude possuí”, disse. Ela também destacou o papel da Fundação Astrojildo Pereira na organização do evento. “A FAP fez muito bem em reunir jovens de todo o Brasil num seminário de formação política, debatendo ideias e buscando interagir os conceitos dos mais experientes com os dos mais novos”, concluiu a deputada mineira.
Para encerrar, o Comte Bittencourt reiterou o elogio de Luzia Ferreira a FAP na organização do II Encontro. “A Fundação acertou em realizar esta segunda edição do Encontro, pois foi uma oportunidade de debater, com mais de cem jovens de todo o país, temas contemporâneos, democracia, cidades inteligentes, movimento coletivo e a reinvenção da esquerda, entre outros, que possibilitaram aos jovens reflexões acerca destes assuntos", avaliou Comte Bittencourt. "Todos esses aprendizados ajudarão estes jovens a serem protagonistas das mudanças que o país necessita”, completou.
O III Encontro de Jovens Lideranças está previsto para ocorrer em janeiro de 2018. Todas as informações sobre o evento serão publicadas no portal da FAP.
Fernando Gabeira: Luzes e trevas
É o momento de avaliar não só um governo, mas todo o processo de redemocratização. A notícia da condenação de Lula chegou num momento especial. Acabara de escrever um artigo sobre o apagão no Senado. E comparava aquilo aos apagões nos estádios de futebol: a luz volta aos poucos. E concluía que, no universo político, as luzes só voltarão completamente em 2018. A condenação de Lula é uma pequena lanterna para enxergar parcialmente o cenário das eleições presidenciais.
A estratégia de lançar a candidatura para escapar da Justiça, de politizar o processo, sofreu um golpe. Talvez por falta de alternativa, a esquerda pode insistir nela. Mas é um equívoco fixar-se no destino de uma só pessoa e esquecer o país. O Tribunal Regional em Porto Alegre pode levar até nove meses para julgar um recurso, uma condenação fundada em provas testemunhais, documentais e periciais. Pode até levar mais. Legalmente é possível ser candidato. Mas será preciso levar um guarda-roupas de candidato e uma malinha com as coisas indispensáveis na cadeia.
O candidato vai se mover sempre com essa espada na cabeça, e supor que isso não influa na sua viabilidade só é possível aos que o seguem com um fervor religioso. Ao mesmo tempo em que Lula era condenado por Sergio Moro, a Câmara discutia se aceitava ou não a denúncia contra Temer.
Embora esses fatos apareçam de forma isolada, fazem parte de um mesmo processo histórico. O governo petista caiu, em seu lugar ficaram os cúmplices da aventura que arruinou o país. Agora, a coisa chegou a eles.
Um ex-presidente condenado, um presidente denunciado, dois presidentes impedidos. É o momento de avaliar, não só um governo mas todo o processo de redemocratização.
É possível começar de novo? As diretas eram uma bandeira clara. A luta contra a corrupção, também. Mas o principal cenário dessa luta acontece na Justiça, onde os processos correm.
Resta o caminho eleitoral. Em alguns países da Europa, como a Dinamarca, num determinado momento, e a França agora, eleições costumam ser um sopro de vida ao sacudir um sistema envelhecido. Aqui no Brasil, o sistema não apenas envelheceu mas também se corrompeu. Muito possivelmente a renovação será orientada por valores que estiveram soterrados nesse período. No entanto isso não basta. Estamos vivendo problemas diante dos quais apenas a honestidade não resolve. As questões emergenciais estão aí, muitas delas decorrentes do colapso dos governos corrompidos.
Segurança, por exemplo. Meu projeto era escrever sobre isso até apagarem as luzes do Senado e ver aquelas mulheres comendo quentinhas. Isso me fez refletir sobre luzes e trevas.
Mas quando pensava em segurança, minha ideia era mostrar alguns reflexos psicológicos de quem mora numa cidade como Rio. Um deles é o perigo de se acostumar com a violência. Começava por mim mesmo. Vivo na base de um morro onde sempre houve tiroteio. Numa visita a Porto Príncipe, no Haiti, hospedado na casa de um diplomata brasileiro, ouvi tiros ao longe. Virei para o canto e dormi como se estivesse em casa.
Não sei que impacto teria a morte de inocentes em outros lugares. Mas a morte de crianças e adolescentes no Rio é recebida com uma certa resignação.
O terrorismo não é o melhor parâmetro. Mas suas vítimas são cultuadas e as próprias autoridades aparecem para visitar as famílias. Absortos em suas manobras defensivas, os políticos não têm sensibilidade para isso. Nem espero que tenham nesta encarnação.
No entanto, não importa que governo fique de pé, é essencial conseguir dele alguma resposta à violência urbana. Na verdade, seria necessário que tivesse uma visão clara de como gerir os colapsos que explodem em vários pontos da máquina.
A sucessão de crimes nas cidades e sucessão de escândalos no poder produziram uma certa anestesia. Suspeito que muita gente vai se perguntar se ainda vale a pena gastar alguma energia em mudanças. Creio que uma resposta negativa tende a perpetuar essa etapa constrangedora da história moderna brasileira.
Não porque goste de eleições e tenha muita paciência com o festival de demagogia que gravita em torno delas. É que não vejo outra saída. Ainda assim uma saída estreita, precária. Esta é sociedade mais extensamente informada de nossa história moderna. Talvez consiga um Congresso renovado que, apesar de modesto, pelo menos não atrapalhe.
A política tornou-se um tema central porque a corrupção e suas consequências roubaram a cena. Sem esses fatores dispersivos, é possível concentrar mais energia em campos que, realmente, nos empurram para a frente: trabalho, inovação, conhecimento.
A política terá o seu papel, que certamente vai se desenhando pelo caminho. Mas não pode mais ser essa pesada mala nas costas do país. Mala cheia de malinhas: dinheiro, joias, obras de arte, cartões de crédito, contas no exterior.
Mas o grande peso mesmo não é monetário. É a perda de esperança num futuro comum, o eclipse de um sentimento de país.
* Fernando Gabeira é jornalista
II Encontro debate a qualidade de vida nas cidades brasileiras
O quarto dia do II Encontro de Jovens Lideranças contou com a presença do prefeito de Vitória (ES), Luciano Resende, e do deputado federal e presidente nacional do PPS, Roberto Freire (PPS-SP). Depois de quatro dias de imersão em estudos, os mais de 100 participantes do evento se despedirão da Colônia Kinderland neste sábado (15)
Germano Martiniano
- O mundo hoje possui mais de 60% da população vivendo nas cidades. Somando o avanço tecnológico, é imprescindível que as cidades sejam espaços que ofereçam alimento, saúde, segurança e lazer, entre outras necessidades essenciais à vida humana. Dentro da temática de Cidades Inteligentes, principal palestra desta sexta-feira (14/7), quarto dia do II Encontro de Jovens Lideranças, o prefeito de Vitória (ES), Luciano Resende se apresentou para os mais de 100 participantes. Ele foi um dos debatedores convidados para expor sua experiência como gestor. O II Encontro está sendo promovido pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), com apoio do PPS, na Colônia Kinderland, em Paulo Frontin (RJ), até este sábado (15/7).
Luciano Rezende destacou para os jovens que os “segredos” do sucesso para uma cidade inteligente são bem simples: rapidez, transparência e eficiência. “Precisamos desses três itens atuando conjuntamente. Esses fatores isolados não geram sucesso”, avalia. Segundo o prefeito de Vitória, é preciso que os governantes façam "um governo horizontal com a população". "O cidadão faz parte do governo. Eu me comunico com ele até por whatsapp”, completa Resende.
André Gomyde, presidente da Frente Nacional das Cidades Inteligentes, e palestrante do tema Cidades Tecnológicas, falou das transformações intensas que o mundo está passando, do avanço tecnológico, das mudanças no mundo do trabalho, das profissões que deixarão de existir, entre outras situações que afetam as cidades atualmente no Brasil e em grande parte de todo o mundo. E, consequentemente, a sociedade.
Esquerda e Democracia
O quarto dia do II Encontro começou com aulas no período da manhã, todas transmitidas ao vivo pelo canal da FAP no Facebook (http://www.fb.com/facefap). Alberto Aggio (foto acima), professor e historiador, discorreu sobre a necessidade de se reinventar a esquerda durante a sua apresentação "Da revolução à democracia: uma esquerda a inventar". Já o professor Caetano Araújo abordou a temática dos desafios da democracia no Brasil na aula "Desafios da democracia no Brasil", também transmitida ao vivo pelo canal da FAP na rede social. Ao ser questionado se o país precisa de uma reforma política para fortalecer a democracia, Caetano foi incisivo: “a forma de organização política atual facilita a corrupção e todos outros problemas que nos levaram a crise ética." Para o professor, "é essencial que ocorra também uma reforma política.”
Roberto Freire
O deputado Roberto Freire (PPS-SP), presidente nacional do PPS, compareceu ao evento antecipadamente e palestrou aos jovens abordando temas como avanço tecnológico, uma nova esquerda, mudanças sociais e como se fazer política nos dias atuais. “Como ser de esquerda e ser vanguarda de esquerda frente às mudanças?”, questionou. Freire afirmou, afirmou, ainda, que a esquerda não deve negar as transformações pelas quais o mundo passa, como fazem os dogmáticos, mas, "ser parte da transformação e dentro dela fazer políticas com valores que garantam os direitos sociais."
À noite, para encerrar as atividades desta sexta-feira, foi realizada uma festa julina, com fogueira, comidas típicas e muita música para animar os jovens, que já estão em clima de despedida, uma vez que, neste sábado - último dia do evento -, o II Encontro será encerrado às 17 horas.
Encerramento
O encerramento do II Encontro de Jovens Lideranças será neste sábado. Os mais de 100 jovens que estão participando do evento vão realizar, às 10h, de uma dinâmica em equipe. Em seguida, às 11h30, uma mesa formada pelo senador Cristovam Buarque (PPS-DF), o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) e do deputado estadual Comandante Bittencourt (PPS-RJ), com mediação do professor e historiador Alberto Aggio, vai tratar da apresentação de propostas relativas ao evento.
O encerramento do II Encontro está previsto para as 15h deste sábado, com a participação de Terezinha Lelis, coordenadora do evento; Luiz Carlos Azedo, diretor-geral da FAP e do presidente nacional do PPS, o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP).
A FAP transmitirá o encerramento do II Encontro, ao vivo, em seu canal no Facebook: https://www.facebook.com/facefap
Serviço
II Encontro de Jovens Lideranças
Data: 11 a 15 de julho
Local: Colônia de Férias Kinderland, Paulo de Frontin (RJ)
Confira, abaixo, a programação deste sábado (15/7), último dia do II Encontro de Jovens Lideranças
HORÁRIO | AÇÃO |
08h | Alvorada |
9h | Café da manhã |
10h | Trabalho em equipe |
11h30 | Apresentaçao de propostas: senador Cristovam Buarque (PPS-DF), deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) e deputado estadual Comte Bittencourt (PPS-RJ). Mediador: Alberto Aggio (AO VIVO)
|
13H | Almoço |
15h | Encerramento: Terezianha Lelis; Luiz Carlos Azedo, diretor-geral da FAP; Roberto Freire, presidente nacional do PPS (AO VIVO)
|
17h | Embarque |
19h30 | Chegada |
Terceiro dia do II Encontro debate o novo mundo do trabalho
Nesta sexta (14/7), aulas com Alberto Aggio e Caetano Araújo dão início às atividades do II Encontro. À tarde, está prevista a palestra Cidades Inteligentes, ministrada por André Gomyde e debate com os prefeitos Rafael Diniz (Campos dos Goytacazes-RJ) e Luciano Rezende (Vitória-ES)
Em um país assolado por uma grave crise econômica, com cerca e 14 milhões desempregados, compreender os desafios impostos pelo novo mundo do trabalho é fundamental para quem está em busca de um futuro profissional e pretende se inserir no mercado. O assunto foi o tema da palestra "Os jovens e o novo mundo do trabalho", ministrada pelo superintendente do Sebrae do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ), Cezar Vasquez, nesta quinta-feira (13/7), durante o terceiro dia do II Encontro de Jovens Lideranças, evento que está sendo promovido pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) com apoio do PPS, na Colônia Kinderland, em Paulo Frontin (RJ), até este sábado (15) e que conta com mais de 100 participantes.
Em sua palestra, Cezar Vasquez orientou os jovens a ficarem atentos e preparados para as mudanças que estão ocorrendo no mercado de trabalho atualmente. De acordo com ele, para obter sucesso e superar os desafios impostos por esta nova realidade, é necessário que se inovem, busquem conhecimento, sejam comunicativos e dominem as novas tecnologias. “Novas profissões irão surgir, outras irão desaparecer. É um processo inevitável", avalia Vasquez. Para o superintendente do Sebrae-RJ, os jovens terão de se acostumar com esta nova realidade. "Tem o lado excitante do que é novo, mas também o lado do temor em relação ao desconhecido. Esse é o desafio”, finalizou.
Capacitação
O terceiro dia do II Encontro começou com aulas no período da manhã, todas transmitidas ao vivo pelo canal da FAP no Facebook (http://www.fb.com/facefap). A primeira delas, com o tema "A trajetória da modernização brasileira", foi conduzida pelo professor Hamilton Garcia. Durante a aula, Garcia relacionou as reformas propostas pelo governo Temer, as quais considera essenciais para a economia brasileira, ao tema apresentado em sua aula.
“Estas reformas deveriam ter sido feitas desde o início do século 21 e, lamentavelmente, não foram feitas pelo PT. O partido se preocupava apenas em ter 80% de aprovação dos brasileiros", criticou. "Como sabemos, toda reforma gera insatisfação. Os resultados são a longo prazo. Por isso o PT as negou”, avalia Hamilton Garcia.
As atividades realizadas durante a manhã desta quinta-feira foram complementadas com mais uma aula que abordou um tema de extrema importância para todos os brasileiros: Os desafios da mudança econômica na atualidade, que ficou a cargo do consultor jurídico e ex-secretário da Receita Federal durante os governos FHC, o professor Everardo Maciel. A aula também foi transmitida ao vivo por meio do canal da FAP no Facebook.
À tarde, além da palestra ministrada por César Vasquez, os participantes do II Encontro também acompanharam a apresentação do diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Sergio Besserman, que abordou as questões relacionadas ao tema "O meio ambiente e a sociedade do futuro". A palestra teve a mediação do professor Hamilton Garcia.
À noite, no encerramento das atividades desta quinta-feira, os participantes do II Encontro foram brindados com uma apresentação especial da cantora Anna Aggio, que levou um repertório repleto de música popular brasileira (MPB). Foi um momento de descontração, depois de um dia repleto de atividades.
Programação
Nesta sexta-feira (14), quarto dia do evento, os participantes do II Encontro vão ter uma agenda cheia. As atividades serão iniciadas a partir das 8h30, com a aula "Da revolução à Democracia: uma esquerda a inventar", que será ministrada pelo historiador e professor Alberto Aggio. Em seguida, participarão da aula "Desafios da Democracia no Brasil", que será realizada pelo professor Caetano Araújo. As duas aulas serão transmitidas ao vivo pelo canal da FAP no Facebook.
À tarde, a partir das 15h, está prevista a palestra "Cidades Inteligentes", com André Gomyde. A atividade terá, como debatedores, Rafael Diniz, prefeito de Campos dos Goytacazes (RJ); e Luciano Rezende, prefeito de Vitória (ES). A mediação do debate será realizada pelo professor Caetano Araújo.
Em seguida, os jovens que estão participando do II Encontro vão realizar uma dinâmica em grupo e, para finalizar as atividades desta sexta-feira, farão parte de uma festa julina, programada para ocorrer às 20h.
A FAP transmitirá as palestras ao vivo em canal no Facebook: https://www.facebook.com/facefap
Serviço
II Encontro de Jovens Lideranças
Data: 11 a 15 de julho
Local: Colônia de Férias Kinderland, Paulo de Frontin (RJ)
Confira, abaixo, a programação desta sexta-feira (14/7), quarto dia do II Encontro de Jovens Lideranças
HORÁRIO | AÇÃO |
06h30 | Alvorada |
7h-8h | Café da manhã |
8h30-10h15 | Aula 5 - salão 1 - grupo A. Tema: Da revolução à democracia: uma esquerda a inventar (Alberto Aggio). (AO VIVO) Aula 6 - salão 2 - grupo B. Tema: Desafios da democracia no Brasil (Caetano Araújo). (AO VIVO) |
10H30-12H30 | Aula 6 - salão 1 - grupo A. (AO VIVO) Aula 5 - salão 2 - grupo B. (AO VIVO) |
13H | Almoço |
15:00/16:45h | PALESTRA: Cidades Inteligentes – André Gomyde – salão 1; debatedores: Rafael Diniz, prefeito de Campos; e Luciano Rezende, prefeito de Vitória Mediador: Caetano Araujo. (AO VIVO) |
17h-18h | Dinâmica – Pátio Interno |
19H | Jantar |
20H | Festa Julina (José Augusto puxa a quadrilha) |
II Encontro: segundo dia é marcado pelo debate sobre política e diversidade
Com aulas e palestras durante todo o dia, participantes do II Encontro de Jovens Lideranças debateram temas cruciais para o dia a dia da população brasileira
Germano Martiniano
Um dia voltado para estudos consistentes sobre diversos temas cruciais que afetam o dia a dia da população brasileira, com a abordagem de temas como a política, a diversidade religiosa e sexual, e o combate da violência contra a mulher. Essa foi a tônica das atividades realizadas pelos mais de 100 participantes nesta quarta-feira (12/07), o segundo dia do II Encontro de Jovens Lideranças, promovido pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) com apoio do PPS, na Colônia Kinderland, em Paulo Frontin (RJ).
As atividades desta quarta foram divididas em aulas pela manhã e palestra à tarde. Nas aulas, os professores Cláudio Vitorino e Marcus Vinicius Oliveira abordaram temas como a "Ação coletiva, associativa e partidária" e "Política e democracia no mundo contemporâneo", respectivamente, em dois horários, para atender todos os participantes do evento. À tarde, Eliseu Neto, psicanalista e coordenador do PPS Diversidade; e o Monge Dada Jinanananda palestraram sobre o tema "Democracia da inclusão – reconhecer diferenças para garantir direitos".
Após as aulas dos professores Cláudio Vitorino e Marcus Vinicius Oliveira, os participantes do II Encontro foramm dividos em grupos para debaterem, formularem perguntas e tirarem suas dúvidas sobre os temas tratados. Muito se discutiu sobre corrupção, cidadania e associação partidária. O ponto alto da dinâmica em grupo foi a abordagem das relações entre tópicos como administração, gestão e política.
À tarde, durante a palestra proferida por Eliseu Neto e o Monge Dada Jinanananda, foram tratadas questões como sexualidade e religiosidade. O coordenador do PPS Diversidade ressaltou a importância dos respeitos às diferenças. “Primeiro, não é opção sexual, mas orientação sexual. Ninguém escolhe ser gay, ser trans, ninguém escolhe sofrer em um país ainda tão avesso às diferenças, por isso temos de estar atentos até a linguagem no combate a homofobia”, alertou Eliseu Neto.
O Monge Dada Jinanananda, ao tratar do tema religião, destacou que “ninguém deve julgar o Deus de ninguém. Deus, seja lá como você O chame, é a base de cada pessoa, é o que sustenta cada um de nós, por isso devemos sempre respeitar às diferenças religiosas.” Após a palestra, Jinanananda ensinou aos jovens noções de técnicas de meditação.
Finalizando as atividades do segundo dia do II Encontro, os jovens assistiram o filme "Vidas Partidas". Em seguida, participaram de um debate sobre a violência contra a mulher com a atriz e cineasta Naura Schneider.
Nesta quinta (13/07), terceiro dia do evento, estão programadas aulas durante o período da manhã, com os seguintes temas: "A trajetória da modernização brasileira", com Hamilton Garcia e "Os desafios da mudança econômica na atualidade", com Everardo Maciel, consultor jurídico e ex-secretário da Receita Federal durante os governos FHC. À tarde, serão realizadas duas as palestras. A primeira terá o tema "O meio ambiente e a sociedade do futuro", com Sérgio Besserman. A mediação será de Hamilton Garcia. Em seguida, está prevista a palestra "Os jovens e o novo mundo do trabalho", com Cezar Vasquez, mediada por Everardo Maciel. As atividades do dia serão encerradas com uma apresentação musical de Anna Aggio.
A FAP transmitirá as palestras ao vivo em sua página no Facebook: https://www.facebook.com/facefap
Serviço
II Encontro de Jovens Lideranças
Data: 11 a 15 de julho
Local: Colônia de Férias Kinderland, Paulo de Frontin (RJ)
Confira, abaixo, a programação desta quinta-feira (13/07), terceiro dia do II Encontro de Jovens Lideranças
HORÁRIO | AÇÃO |
06h30 | Alvorada |
7h-8h | Café da manhã |
8h30-10h15 | Aula 3 - salão 1 - grupo B. Tema: A trajetória da modernização brasileira (Hamilton Garcia) (Ao Vivo) Aula 4 - salão 2 - grupo A. Tema: Os desafios da mudança econômica na atualidade (Everardo Maciel) (Ao Vivo) |
10H30-12H30 | Aula 4 - salão 1 - grupo B (Ao Vivo) Aula 3 - salão 2 - grupo A (Ao Vivo) |
13H | Almoço |
15:00/16:45h | PALESTRA: O meio ambiente e a sociedade do futuro – Sérgio Besserman Mediador: Hamilton Garcia (Ao Vivo) |
17h-18h40 | PALESTRA: Os jovens e o novo mundo do trabalho (Cezar Vasquez) Mediador: Everardo Maciel (Ao Vivo) |
19H | Jantar |
20H | Performance musical de Anna Aggio |
Busca da convergência nas divergências é destaque na abertura do II Encontro
Com mais 100 participantes de todo o Brasil, evento destaca ações de imersão política, dinâmicas de grupo para trabalho em equipe e exercícios de liderança
Germano Martiniano
O II Encontro de Jovens Lideranças, promovido pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) com apoio do PPS, foi aberto oficialmente nesta terça-feira (11/07), às 11h, na Colônia Kinderland, em Paulo Frontin (RJ). Raquel Dias, coordenadora do PPS Igualdade e Diversidade; Terezinha Lelis, coordenadora do evento e Luiz Carlos Azedo, diretor-geral da Fundação, compuseram a mesa oficial de abertura do evento.
Todos destacaram, nos discursos de abertura do II Encontro, a diversidade cultural existente no evento, uma vez que mais de 100 jovens de todo o Brasil estão presentes. “É preciso encontrar convergência dentro das divergências, por isso a importância do encontro”, ressaltou Azedo.
À tarde, foi realizada uma atividade grupal para que todos participantes pudessem se apresentar e se conhecerem melhor. Nela, feita ao ar livre, os participantes formaram grupos e, em seguida, apresentaram-se a todos os participantes. A apresentação poderia ser feita de forma teatral, musical ou comum, de acordo com o estilo de cada grupo. “Foi uma ação que fez com que os jovens se conhecessem de forma descontraída”, disse Terezinha, que coordenou a atividade.
O fechamento das atividades programadas para esta terça-feira foi realizado por Cláudio Manuel, do Casseta & Planeta, durante sua palestra. Com irreverência, o humorista se aprofundou em temas bastantes complexos da vida política brasileira. Questionado durante a palestra se era a favor das reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo Temer, e atualmente em curso no Congresso Nacional, ele avalia que “são temas que merecem ser tratados pelo Congresso. Não podemos negar que existem milhões de desempregados e, muitos deles, por conta das mudanças das relações de trabalho." Sobre a previdência, Cláudio Manuel considera que "é evidente que a população brasileira está envelhecendo e isso afeta a todos."
A programação do II Encontro de Jovens Lideranças prossegue nesta quarta-feira (12), na Colônia Kinderland, com aulas pela manhã: o professor Cláudio Vitorino tratará a temática "Ação Coletiva, associativa e partidária" e o professor Marcus Vinicius Oliveira, por sua vez, debaterá o tema "Política e democracia no mundo contemporâneo". À tarde, o ativista LGBT Eliseu Neto e o monge Dada Jinanananda, abordam, ainda, o tema "Democracia da inclusão - reconhecer diferenças para garantir direitos" na palestra programada para as 15h.
A FAP transmitirá as palestras ao vivo em sua página Facebook: https://www.facebook.com/facefap
Serviço
II Encontro de Jovens Lideranças
Data: 11 a 15 de julho
Local: Colônia de Férias Kinderland, Paulo de Frontin (RJ)
Confira, abaixo, a programação desta quarta-feira (12/07), segundo dia do II Encontro de Jovens Lideranças
HORÁRIO | AÇÃO |
06h30 | Alvorada |
7h-8h | Café da manhã |
8h30-10h15 | Aula 1 - salão 1 - grupo A. Tema Ação coletiva, associativa e partidária (Cláudio Vitorino) Aula 2 - salão 2 - grupo B. Tema: Política e democracia no mundo contemporâneo (Marcus Vinicius Oliveira)) |
10H30-12H30 | Aula 2 - salão 1 - grupo A. Aula 1 - salão 2 - grupo B. |
13H | Almoço |
15:00/16:45h | PALESTRA : Democracia da inclusão - reconhecer diferenças para garantir direitos (Eliseu Neto e Monge Dada Jinanananda) – Mediador: Claudio Vitorino salão 1 (AO VIVO) |
17h-18h | Dinâmica de grupo - Pátio Interno – Meditação |
19H | Jantar |
20H | Sessão Pipoca : Vidas Partidas e debate com a atriz e cineasta Naura Schneider. |
II Encontro de Jovens Lideranças começa nesta terça-feira (11/07)
São esperados 120 participantes de todo o país, além de dirigentes do PPS, conselheiros e diretores da Fundação Astrojildo Pereira e palestrantes convidados
Começa nesta terça-feira (11/07) o II Encontro de Jovens Lideranças promovido pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), que contará com a participação de 120 jovens de todo o país. Dirigentes do PPS, conselheiros e diretores da FAP e palestrantes garantirão o sucesso da programação, entre os quais o ex-ministro da Cultura e deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS; o senador Cristovam Buarque (DF); o deputado estadual Conte Bittencourt; o deputado federal Arnaldo Jordy; e os prefeitos de Vitória, Luciano Rezende (ES), e Rafael Diniz, de Campos (RJ). O II Encontro será realizado de 11 a 15 de julho, na Colônia de Férias Kinderland, em Paulo de Frontin (RJ).
Com características de treinamento em regime de imersão política, dinâmicas de grupo para trabalho em equipe e exercícios de liderança, a novidade do II Encontro será a realização de um curso de formação política com carga horária de 12 horas, que abordará os seguintes temas: Ação coletiva, associativa e partidária; Política e democracia no mundo contemporâneo; A trajetória da modernização brasileira; Os desafios da mudança econômica na atualidade; Da revolução à democracia: uma esquerda a inventar; e Desafios da democracia no Brasil.
As aulas serão ministradas por Cláudio Vitorino, Marcus Vinicius Oliveira, Hamilton Garcia, Everardo Maciel, Caetano Araujo e Alberto Aggio. O humorista e diretor Cláudio Manoel, o diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Sérgio Besserman; a atriz Naura Schneider; o presidente do Sebrae-RJ, Cezar Vasquez: o presidente da Frente Nacional das Cidades Inteligentes e diretor da Terracap, André Gomyde; o psicoterapeuta e líder da Diversidade do PPS, Eliseu Neto e o monge yogue Dada Jinanananda farão palestras sobre os mais diversos temas, da violência contra a mulher ao respeito à diversidade, da questão ambiental ao empreendedorismo e do futuro da cidades ao mercado de trabalho para os jovens. Entre as atividades lúdicas e recreativas, uma aula de meditação, um show performático, muito rap e uma festa caipira que vai terminar em funk.
Serviço
II Encontro de Jovens Lideranças
Data: 11 a 15 de julho
Local: Colônia de Férias Kinderland, Paulo de Frontin (RJ)
Confira, abaixo, a programação desta terça (11/07), primeiro dia do II Encontro de Jovens Lideranças
HORÁRIO | AÇÃO |
07H | Saída do RJ (Kariok) |
10H30 | Café da manhã |
11H-12H30 | ABERTURA: Raquel Dias, secretariado nacional Luiz Carlos Azedo, diretor-geral da FAP |
12H30-13H30 | Instalação (ida pra os alojamentos) |
13H30 | Almoço |
15H – 17H | Dinâmica para a formação dos grupos e apresentação (José Augusto e Terezinha Lelis) |
17H | Palestra: Cláudio Manoel (Casseta) |
19H | Intervalo |
20H | Orientações das atividades,regras, compromissos, responsabilidades: aprendizado coletivo (Terezinha Lelis). |
20H30 | Sessão de cinema: Jogo de Imitação |