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Conselho Curador da FAP aprova contas de 2017 por unanimidade
Dirigentes da Fundação também aprovaram, em reunião realizada nesta quinta (22), em São Paulo, o plano de cargos e salários dos funcionários da FAP para os próximos anos
Por Germano Martiniano
Dirigentes do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), por unanimidade, aprovaram, nesta quinta-feira (22), em São Paulo, a prestação de contas referente ao exercício de 2017. A reunião, que ocorreu no Hotel Meliá, contou com a maioria dos diretores da Fundação, com exceção do presidente do Conselho Curador, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que, por motivos de saúde, não pôde comparecer. Também foi aprovado na reunião o plano de cargos e salários dos funcionários para os próximos anos.
Com a ausência do senador Cristovam Buarque, o vice-presidente do Conselho Curador, Juarez Amorim, fez a abertura e conduziu a reunião. Coube ao diretor financeiro, Renato Atílio Jorge, apresentar todos os gastos e investimentos feitos pela Fundação em 2017. “Conseguimos mostrar as contas, com clareza, para os membros do Conselho Curador. Provamos, ainda, que fizemos uma série de atividades importantes para o público em geral dentro do orçamento previsto em lei”, informou Renato.
Entre as principais atividades desenvolvidas em 2017 pela FAP estão eventos importantes como o Encontro de Jovens Lideranças I e II, que levou mais de cem jovens em uma imersão politica no Rio de Janeiro e a revitalização da Biblioteca Salomão Malina e do Espaço Arildo Doria, em Brasília. Além destes investimentos, que abrangeram custos maiores, a FAP também realizou diversas atividades politico-culturais em todo o Brasil, que beneficiaram centenas de pessoas, tanto presencialmente quanto a distância, pelas transmissões ao vivo por meio do canal da FAP no Facebook (http://www.facebook.com/facefap).
Para o diretor geral da Fundação, Luiz Carlos Azedo, a reunião teve um saldo positivo. “Foi bom porque deu uma visão para todos os conselheiros da real situação da Fundação. Foram debatidas assuntos administrativos, mas que são importantes, pois garantem o funcionamento da FAP”, apontou. Azedo também fez projeções para o ano de 2018: “Para este ano eleitoral já estamos discutindo algumas ações, mas a mais importante delas, por enquanto, será amanhã, sexta-feira (23), com a realização do seminário 'A Nova Agenda do Brasil', em São Paulo, que discutirá propostas para o país enfrentar seus problemas”, concluiu o diretor da FAP.
FAP Entrevista: Soninha Francine
Vereadora pelo PPS-SP, Soninha Francine acredita que o fim do monopólio das organizações criminosas em relação à comercialização da maconha, poderia fazer com que a droga deixasse de ser a porta de entrada para o crime
Por Germano Martiniano
A FAP Entrevista desta semana é com a vereadora Soninha Francine (PPS-SP). Soninha, como é conhecida, é formada em cinema pela ECA-USP, mas foi no jornalismo que ganhou notoriedade, primeiramente, como VJ da MTV Brasil, depois pela TV Cultura e, por fim, como apresentadora da ESPN Brasil. Na vida política, seu primeiro mandato como vereadora foi pelo PT, em 2004, defendendo temas ligados a população LGBT, esporte, cultura, acessibilidade e meio-ambiente, entre outros. A entrevista faz parte de uma série que a FAP está publicando, aos domingos, com intelectuais e personalidades políticas de todo o Brasil, com o objetivo de ampliar o debate em torno do principal tema deste ano: as eleições.
Em 2006, Soninha também tentou ser deputada, também pelo PT, mas não conseguiu ser eleita. Chegou a se candidatar para prefeitura de São Paulo em 2007, quando já estava no PPS. Apesar de não ter ganho as eleições, conseguiu bom número de votos e foi nomeada, pelo prefeito de São Paulo na época, Gilberto Kassab, subprefeita da Lapa. Em 2015, assumiu a Coordenadoria de Políticas para a Diversidade Sexual de São Paulo, no governo de Geraldo Alckmin.
Atualmente, Soninha é vereadora da cidade de São Paulo, eleita com 40.113 votos em 2016. Antes de assumir a vaga na Câmara Municipal, chegou a atuar na Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social do governo Doria, da qual saiu com a polêmica justificativa do prefeito de não possuir o perfil necessário para administrar a pasta municipal.
“Poderia fazer mais na Secretaria se realmente tivesse poder para escolher equipe, traçar planos e metas, executar programas, gerenciar os recursos. Tive pouquíssima liberdade e cada vez menos poder”, disse Soninha, sobre a demissão para a FAP. A vereadora também conversou sobre outros temas na entrevista, inclusive, sobre a legalização da maconha: “Se o comércio de maconha deixasse de ser monopólio de organizações criminosas, ela deixaria de ser a porta entrada para o crime”, destacou.
Confira, a seguir, alguns trechos da entrevista:
FAP - Como você avalia este primeiro ano como vereadora da cidade de São Paulo? Quais têm sido os principais desafios e conquistas?
Soninha Francine - Estamos em um momento exemplar de uma das maiores dificuldades aqui: DEBATER. A Câmara tem estado cercada de milhares de manifestantes protestando contra um projeto de lei que não diz o que eles rejeitam! Mas tem sido impossível expor o conteúdo, explicar o que significa, analisar a justificativa, ouvir objeções e sugestões. Diante de qualquer tentativa de diálogo, a reação é "RETIRA"! Mas sim, temos conquistas também, e a melhor delas, paradoxalmente, foi ter contribuído para que HAJA debate na Casa entre os vereadores. No meu primeiro mandato, isso não acontecia. Havia uma divisão na casa que separava governo e oposição, e os debates - na verdade brigas -, não se davam em torno das propostas legislativas, mas alternavam ataques e contra-ataques, muitos deles pessoais. E vereadores muito raramente argumentavam em relação às matérias de colegas. Neste mandato, vejo isso acontecendo com naturalidade e respeito, e me orgulho de ter influenciado nessa direção.
Você chegou a trabalhar na Secretaria de Assistência Social do governo Doria. Está satisfeita como vereadora ou acredita que, na secretaria, poderia estar fazendo mais pela cidade?
Poderia fazer mais na Secretaria se realmente tivesse poder para escolher equipe, traçar planos e metas, executar programas, gerenciar os recursos. Tive pouquíssima liberdade e cada vez menor poder. Sempre se pode fazer muito mais no Executivo, desde que se tenha respaldo. Diante disso, na Câmara, tenho sido mais útil para a cidade, mesmo que nosso trabalho aqui não seja tão visível (mas é muito visado). Mas se eu não tivesse sido secretária e trabalhado com o prefeito nos dois meses anteriores à posse e nos três seguintes, não saberia metade do que sei hoje sobre o atual estado das coisas na administração pública e na assistência social. Como diz um amigo meu (Sérgio Gomes, da Oboré), "não existe trabalho perdido".
Quais tem sido suas principais pautas de trabalho como vereadora?
Costumam me dizer que eu tenho pautas demais. São muitos os temas que me interessam e com os quais me envolvo: populações vulneráveis (população de rua, mulheres, crianças e adolescente, idosos, LGBT, pessoas com deficiência, animais); energia, alimentação e resíduos; cultura, esporte e lazer; saúde mental e política de drogas; moradia, mobilidade e uso do solo; finanças públicas. Como eles são absolutamente interdependentes, não é tão difícil assim. Temos princípios que permeiam todos eles, como transparência, clareza e envolvimento; e as linhas de ação: #fiscalização, #investigação, #articulação, #comunicação, #produçãolegislativa. Juro que a gente mexe com isso tudo e ainda por cima analisa projetos na Comissão de Finanças. Participei de duas CPIs, em uma delas como relatora, e estou indo para a terceira. Passei pela CCJ, sou da Comissão Extraordinária de Direitos Humanos, da Comissão da Criança e Adolescente, da Subcomissão de estudos sobre a Cohab, da Frente Parlamentar de Assistência Social e da Frente Parlamentar São Paulo 2030. Deve ter mais alguma coisa que estou esquecendo agora...(risos)
Você sempre foi conhecida publicamente por defender pautas progressistas como o aborto, LGBTS, legalização da maconha, etc. Acredita que o país está avançando na discussão destes temas?
Sim, e muito. Embora haja uma onda reacionária, com muitos parlamentares e outras lideranças querendo revogar direitos consagrados e reconhecidos, nunca tratamos com tanta amplitude e visibilidade assuntos delicados como orientação sexual, identidade de gênero, papeis de gênero e até a “bendita” legalização da maconha. Neste caso, pela exaustão cada vez mais evidente do modelo da guerra às drogas. Já vi um apresentador de telejornais policialescos, em emissora ligada à Igreja Universal (ok, a Record..) (risos), dizer: “Não sou a favor dessa história de legalizar a maconha. Mas será que não resolveria? Porque precisamos pensar em fazer de outro jeito, que esse não está funcionando”. Sinal que o tema está cada vez mais próximo de um debate normal e não de um tema tabu.
A violência no Rio de Janeiro trouxe à tona, novamente, a questão da legalização da maconha. Acredita que a legalização poderia amenizar a violência no Brasil?
Tenho absoluta certeza. A narcoeconomia é uma das mais poderosas do mudo, no volume de recursos movimentados e no poder de influência. Compram-se armas e autoridades. Negócios inicialmente legais, como postos de gasolina, são usados para lavagem de dinheiro. Vender drogas é o de menos; vender proteção, privilégios e sedução é o que realmente faz mal à sociedade. Se o comércio de maconha deixasse de ser monopólio de organizações criminosas, ela deixaria de ser a porta entrada para o crime.
A violência na cidade de São Paulo, é muito diferente da que se vê no Rio de Janeiro?
Diferente porque em São Paulo ainda há certos pudores, o que significa que o tecido social está esgarçado, mas não rompido. O Rio se desagregou, de tal forma, que até as regras tácitas do crime em suas relações com a sociedade em geral foram rasgadas. A violência não tem hora nem lugar, não tem idade nem classe social. Jovens fortes agridem mulheres idosas à luz do dia; arrastões acontecem nas praias e nos ônibus; pequenos comércios de bairro são assaltados com fuzis. Rajadas de metralhadora são ouvidas todos os dias em diversos lugares; milícias disputam o poder com o narcotráfico. As contas do estado não fecham e servidores deixam de receber salários e aposentadorias. A violência não perdoa ninguém – os ricos, a classe media e os pobres. O crime organizado é mais escancarado e os governantes, mais envolvidos. É uma comparação macabra, mas reveladora: na disputa pelo comando do tráfico na Rocinha, uma facção invadiu a favela com grande estardalhaço, deixando um rastro de violência e mortes à sua passagem. Na guerra entre lideranças do tráfico em São Paulo, três foram eliminados cirurgicamente (dois no Ceará, entre eles Gegê do Mangue, e um em São Paulo), sem atingir ninguém à sua volta. No Rio, com armas à vista o tempo todo como sinal de status, mais jovens são seduzidos pela vida de violência, agressividade e risco.
Como avalia o governo Doria? Há quem diga que ele abandonou um pouco a cidade durante um tempo, quando se empolgou com a corrida presidencial, você concorda?
Acho que foi menos a empolgação e mais o desapontamento com a própria prefeitura. O prefeito confiou demais no poder da motivação, empolgação e parcerias com o setor privado; não conhecia a profundidade abissal da burocracia e dos problemas da cidade, nem a complexidade das relações políticas. E ainda teve de lidar com uma lei orçamentária muito mal feita (receitas superestimadas e despesas subestimadas) e um aperto financeiro significativo. O melhor do governo João Dória é o Secretariado, que já sofreu algumas baixas, mas ainda tem nomes espetaculares, de muita seriedade e competência.
Qual sua expectativa para as eleições presidenciais deste ano? Acredita em renovação política?
Sempre torço e, prudentemente, nunca aposto em renovação política. Cansei de ouvir dizer duas profecias furadas: "Fulano está morto para a política" e "Desta vez, as pessoas vão votar diferente". Os defuntos vivem emergindo vitoriosos das urnas. Mas se não acreditar em renovação, ou ao menos em mudanças para melhor, não tenho por que continuar nessa vida. Certamente vou me engajar na campanha de algum candidato a presidente, aquele que combinar postura, ideias e competência necessárias para ter meu voto, e que tiver mais chances de derrotar os mais horrorosos.
PD #49 - Luiz Werneck Vianna: A sucessão e o novo espírito do tempo
A política brasileira encontra-se criptografada, indecifrável para os mortais comuns, que a cada dia são aturdidos pelos meios de comunicação com notícias de que o fim do nosso mundo está próximo e não há o que fazer para salvá-lo do pântano da corrupção em que estaria atolado.
Nossos profetas do apocalipse são prisioneiros de suas fabulações sobre a História do país, que identificam como um experimento malsucedido a ser “passado a limpo” por sua intervenção redentora. Querem nos fazer crer que atuam em nome de ideais e sem interesse próprio, mas o gato está escondido com o rabo de fora, pois em meio à alaúza que provocam se pode entrever a manipulação da sucessão presidencial de 2018.
Esta sucessão abre uma janela de oportunidades para uma agenda inovadora que procure, em meio a um amplo processo de deliberação pública, identificar novos rumos legitimados pelo voto para o país. No entanto, caso se frustre esse caminho por desas- tradas ações dos agentes políticos, pode apontar para o derrui- mento do regime da Carta de 88, concedendo passagem às potências malignas que ora nos espreitam. O cenário que se tem pela frente, é forçoso reconhecer, não favorece previsões de desenlaces felizes para os dilemas com que ora nos confrontamos.
Aqui, ao que parece, Maquiavel foi banido do nosso repertório político desde o advento da Operação Lava-Jato, há três anos presença dominante na conjuntura sem que, salvo exceções, a copiosa literatura que lhe é dedicada leve em conta as circunstâncias que envolvem as ações dos atores e dos fins que erraticamente perseguem.
Desarmados de suas lições, anacronicamente recuamos ao medievo, atribuindo-se – “maquiavelicamente”? – precedência dos valores da moralidade sobre a razão política. Ignora-se que o realismo político que Maquiavel preconizava estava a serviço de um ideal cívico, qual seja o de criar na Itália um Estado capaz de livrá-la da dominação estrangeira.
No campo do Direito, é Weber o ignorado em sua veemente recusa às pretensões “patéticas”, em suas palavras, dos juízes que se comportam nos seus julgamentos em “nome de postulados de justiça social”. Exemplares, no caso, os juízes que desafiam a ordem racional-legal ao recusarem, em nome do que sua corporação entende como o justo, a aplicação a lei da reforma da Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT.
Quem busca o futuro opera no plano do aqui e agora a partir de experiências acumuladas – a História não conhece o tempo vazio. Há sempre um começo, uns mais felizes que outros por propiciarem um terreno seguro para o bom andamento de suas sociedades, tal como Tocqueville caracterizava a singularidade do caso americano; outros, ao contrário, vão exigir esforços sempre renovados a fim de que a sociedade venha a encontrar, por ensaio e erro, um sistema de ordem que favoreça a sua reprodução ao longo do tempo.
Em nosso caso, dadas as condições de origem – uma colônia de exploração que logo recorreu ao trabalho escravo –, os “caminhos para a civilização”, que não nos seriam naturais, deveriam proceder de cima pela ação de uma elite a exercer um papel pedagógico que nos trouxesse da barbárie às luzes do ideário do liberalismo político, na luminosa análise de Euclides da Cunha em ensaio famoso. Desde aí o acesso ao moderno nos viria da ação de elites ilustradas, fórmula conservada pela República ao longo do processo de modernização que vai de Vargas a Lula.
Somos filhos dessa longa construção, de cujos lógica, arquitetura e estilo começamos a nos desprender quando o governo de Dilma Rousseff, distante um oceano do pragmatismo do seu mentor, hipotecou, em nome de suas convicções pessoais, a sorte da sua administração na tentativa arriscada de conceder sobre- vida ao que, à vista de todos, Lula incluído, mais se assemelhava a um caso terminal. A própria presidente Dilma, logo após sua reeleição, vai reconhecer a exaustão do modelo vigente de capitalismo de Estado ao nomear o liberal Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda.
Nesse sentido, o impeachment importou bem mais do que uma trivial crise política, na medida em que trouxe consigo a crítica da modelagem do nosso capitalismo centrado no papel do Estado, levado a uma situação falimentar no governo Dilma, crítica que se radicalizou quando foram sentidos os efeitos nefastos da severa depressão econômica que se abateu sobre o país. O passado deixou de iluminar o futuro, como amargamente agora constatamos, em que pesem os sucessos acumulados no curso do nosso longo processo de modernização.
Processos de modernização pelo alto, em suas variantes brandas, como os que ocorreram nos governos de JK, FHC e Lula, ou duras, incidentes no Estado Novo de 1937 e no recente regime militar, têm a característica comum de serem, mais ou menos, segundo os casos, refratários à auto-organização da vida social. Nosso sindicalismo, mais forte presença entre nós de vida associativa dos setores subalternos, que nasceu nos primeiros anos da República animado pelos princípios da autonomia, foi, como notório, incorporado à malha estatal pela chamada Revolução de 30, que, de fato, veio a estabelecer na política brasileira a modelagem típica dos processos de modernização autoritária.
A derrota dessa experiência, inesperada da forma como ocorreu – um impeachment encaminhado por um parlamentar a quem faltava densidade política contrariado em seus interesses, fundado em razões técnicas ininteligíveis para o homem comum –, deixou atrás de si um imenso vazio.
Sem as escoras do nosso passado, que cederam pela ação corrosiva de um novo espírito do tempo, marchamos nas trevas. A hora da sucessão é mais que propícia para a descoberta de novas luzes que tenham sua fonte de energia na sociedade civil, aliás, já identificadas nas jornadas de junho de 2013.
Curso de Shakespeare reforça o papel da FAP
Para o escritor Martin Cézar Feijó, autor do curso, a missão das fundações partidárias, até por determinação legal, é promover a cultura e o conhecimento para a sociedade
Por Germano Martiniano
“O público super atento e participante, como esse que tivemos durante as aulas, fez com que eu aprendesse mais do que ensinasse. Shakespeare me dá essa alegria, de me salvar das vicissitudes e polarizações da vida”. Foi assim que Martin Cézar Feijó, escritor e professor universitário, definiu o curso “Shakespeare em Sete Lições”, promovido pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), entre os dias 13 e 16 de março, no revitalizado Espaço Arildo Dória, no Conic, em Brasília.
Martin também destacou o papel da FAP na promoção do curso, pois, segundo o professor “a missão das fundações partidárias, até por determinação legal, é promover a cultura e o conhecimento para a sociedade, no entanto, poucas realizam este trabalho com excelência como a Fundação Astrojildo Pereira” apontou. “Só posso agradecer a FAP por ter propiciado este evento, que ajuda a ampliar a consciência política e o debate democrático fundamentais no estado democrático de direito” concluiu Feijó.
As aulas contaram com um público bem eclético, formado por funcionários públicos, médicos, psicólogos, entre outros, que buscam em Shakespeare fazer paralelos com suas profissões, ou até mesmo, com a vida. Foi o que disse Rose Carmo, psicoterapeuta: “Shakespeare tem um apelo para discussão do existencial que é muito importante e as aulas permitiram o aprofundamento nestas questões”, acredita.
A complexa obra de Shakespeare foi abordada durante os quatro dias de aulas, nesta sequência:
Introdução a Shakespeare -13/03;
A Natureza do Mal e A Mulher em Shakespeare – 14/03;
Mil Vezes Mais Justo e o Amor em Shakespeare – 15/03;
As Idades e a Velhice e a Inteligência – 15/03.
Todo o curso teve transmissão ao vivo pelo facebook da FAP, onde é possível rever as aulas. (links abaixo):
- http://www.fundacaoastrojildo.com.br/2015/2018/03/13/acompanhe-ao-vivo-o-curso-curso-shakespeare-em-7-licoes/
- http://www.fundacaoastrojildo.com.br/2015/2018/03/14/confira-ao-vivo-o-segundo-dia-do-curso-shakespeare-em-7-licoes/
- http://www.fundacaoastrojildo.com.br/2015/2018/03/15/acompanhe-ao-vivo-o-terceiro-dia-do-curso-shakespeare-em-7-licoes/
- http://www.fundacaoastrojildo.com.br/2015/2018/03/16/acompanhe-ao-vivo-quarta-aula-do-curso-shakespeare-em-7-licoes/
FAP e PPS realizam a Conferência Nacional "A Nova Agenda do Brasil"
Objetivo da Conferência é elaborar uma proposta que seja condizente com as mudanças que estão ocorrendo no mundo e nosso país, informa o diretor geral da FAP, Luiz Carlos Azedo
Por Germano Martiniano
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP), em parceria com o Partido Popular Socialista (PPS) realiza, no próximo dia 23, em São Paulo, a Conferência Nacional "A Nova Agenda do Brasil", que tem o objetivo de aprofundar o debate sobre os assuntos tratados no ciclo de seminários realizado pela FAP neste ano: o primeiro, no Rio de Janeiro, teve o tema "Novo pacto entre o estado e a sociedade brasileira"; o segundo, em São Paulo, "O Brasil no mundo em transformações"; e o terceiro, em Brasília, com o tema "Desenvolvimento Sustentável e Inclusão Social". O evento será realizado no Hotel Meliá Ibirapuera (Avenida Ibirapuera, 2534),com abertura às 10h.
“Nosso objetivo nessa Conferência é elaborar uma proposta que seja condizente com as mudanças que estão ocorrendo no mundo e nosso país”, informa Luiz Carlos Azedo, jornalista e diretor geral da FAP. Para Azedo, o evento terá, como perspectiva, o futuro: “o passado é importante para os diagnósticos, para saber de onde viemos, mas precisamos olhar para o futuro”, completa.
O senador (PPS-DF) e presidente do Conselho Curador da Fundação, Cristovam Buarque, também ressaltou a importância do evento. "Claro que a Conferência é importante para o PPS e para FAP. Mas, acima de tudo, para o país, trazendo coesão para o Brasil de hoje que está se fragmentando e se dispersando”, avalia. Além de coesão, o senador apontou a necessidade de um rumo para o país. "No momento em que tudo está se modificando, a economia baseada no conhecimento, a produção limitada pelo meio-ambiente, o Brasil carece, desesperadamente, de uma proposta que traga coesão e rumo e o PPS é o partido mais preparado para trazer isso”, concluiu Cristovam.
O deputado federal Roberto Freire (PPS-SP), presidente nacional do PPS, apontou a necessidade do Partido debater as grandes transformações que estão ocorrendo no Brasil e no mundo. Para Freire, “as mudanças que estão ocorrendo carecem do seu 'aggiornamento' e nada melhor do que a FAP para ser instrumento desse debate teórico com a intelectualidade brasileira, por meio da Conferência Nacional”.
Confira o convite de Luiz Carlos Azedo:
https://www.youtube.com/watch?v=cqY3c2dp3mE&feature=youtu.be
Confira a programação do evento:
Acompanhe ao vivo o Seminário Desenvolvimento Sustentável e Inclusão Social
https://www.facebook.com/facefap/videos/1485206521589804
Transmissão da manhã deste sábado (10/03/2018):
https://www.facebook.com/facefap/videos/1484960741614382
Seminário da FAP debate sustentabilidade e inclusão social neste sábado (10), em Brasília
“Não há como dissociar desenvolvimento sustentável e inclusão social da discussão do modelo econômico do país”, afirma a especialista em sustentabilidade Maria Amélia Rodrigues
Por Germano Martiniano
O desenvolvimento sustentável e a inclusão social são os temas do seminário que a Fundação Astrojildo Pereira realiza neste sábado (10), das 10 às 17h, no auditório da Biblioteca Salomão Malina, no Conic, em Brasília. O evento, o terceiro a integrar um ciclo de discussões que visam produzir material para o Congresso Nacional do Partido Popular Socialista (PPS), previsto para ocorrer no final deste mês em São Paulo, terá transmissão ao vivo pelo perfil da FAP no Facebook, por meio do endereço facebook.com/facefap/.
Acompanhe ao vivo, a segunda etapa do seminário:
https://www.facebook.com/facefap/videos/1485206521589804
Reveja abaixo a primeira etapa do seminário, realizado na manhã deste sábado, 10/03/2018, em Brasília.
https://www.facebook.com/facefap/videos/1484960741614382
As discussões que visam produzir material para o Congresso Nacional do Partido Popular Socialista foram iniciadas no último dia 24/2, quando foi realizado o seminário "Novo pacto entre estado e a sociedade brasileira"; e continuadas em 3/3, data do segundo evento, que teve o tema "O Brasil em um mundo em transformação". Agora, como a temática do desenvolvimento sustentável ganha, a cada dia, mais notoriedade nas políticas globais, é a vez de se discutir questões como a do aquecimento global e todas suas conseqüências, as quais têm obrigado os países a buscarem alternativas que agridam menos o meio ambiente, de modo a preservá-lo para as gerações futuras. Portanto, qualquer projeto político que se pense hoje para o Brasil, ainda mais em ano de eleições presidenciais, deve trazer ações concretas para os temas da sustentabilidade e da inclusão social.
Seminário
Na mesa estarão o senador (PPS-DF) e presidente do Conselho Consultivo da FAP, Cristovam Buarque; a economista e PhD em Desenvolvimento Sustentável, Maria Amélia Rodrigues da Silva e o secretário executivo do evento, André Amado. Entre os participantes estarão Alba Zaluar, Aldo Pinheiro da Fonseca, Antonio Carlos Máximo, Benjamin Sicsu, Elimar Pinheiro do Nascimento, Felipe Salto, Francisco Inácio de Almeida, George Gurgel de Oliveira, Lucilia Helena de Carmo Garcêz, Marco Lemgruber, Marcos Terena, Paulo Morais Santa Rosa, Sônia Francine Gaspar Marmo, Victor Missiato e Vladimir Carvalho da Silva.
Para antecipar alguns assuntos da pauta que serão discutidos no seminário, a FAP entrevistou Maria Amélia Rodrigues. Para a especialista em Desenvolvimento Sustentável, tão importante quanto a temática da sustentabilidade é a questão da inclusão social. “Não se pode falar em desenvolvimento sustentável em um país em que 0,5% da população detém a mesma riqueza a base dos 50% ou quando crianças comprometem irreversivelmente sua capacidade intelectual por passarem sua infância com infecções intestinais decorrentes da falta de saneamento básico”, critica.
Confira, a seguir, trechos da entrevista:
FAP - Você afirma que não há como dissociar desenvolvimento sustentável e inclusão social da discussão do modelo econômico do país. O Brasil, historicamente, é um país que é negligente com a natureza. Para a senhora, qual a principal causa do nosso atraso em relação às causas ambientais?
Maria Amélia Rodrigues da Silva - Historicamente não tem sido prioridade aliar produção à qualidade ambiental e equidade social. O agronegócio, por exemplo, teve um crescimento excepcional em biomas, como o Cerrado, mas sua expansão pode comprometer as nascentes dos principais rios do país, além da própria biodiversidade, pelo uso excessivo de adubos químicos, herbicidas, pesticidas e agrotóxicos em geral. Na Amazônia, apesar de 40% das áreas estarem legalmente protegidas, grande parte está sob constante ameaça pelas grandes obras hidrelétricas, empreendimentos agropecuários e minerais, expansão dos eixos de escoamento logístico etc. As marcas da poluição hídrica e atmosférica dos grandes centros urbanos da Região Sudeste são reveladoras do histórico descaso com a questão ambiental, bem como com os problemas sociais, pela proliferação de “aglomerados subnormais” e a falta de acesso a serviços básicos por grande parte da população. E por que essas questões não tem sido prioridade? Porque tem custo. Além do que commodities voltadas para o mercado externo têm isenção de impostos, o que significa menos recursos para os cofres públicos cuidarem das questões socioambientais, por exemplo. Isso sem falar da corrupção, que desvirtua tudo!
O Brasil é um país agroexportador. A indústria do agronegócio tem tido avanços em relação a uma produção mais sustentável, ou ainda se encontra longe disso?
Há avanços louváveis. Nos últimos anos houve um significativo aumento da produção, sem que tenha ocorrido expansão proporcional em termos de área utilizada, isto é, houve aumento de produtividade. Mas, este crescimento tem se dado a partir do uso excessivo de pesticidas, herbicidas, adubos químicos que podem atingir os cursos d’água, o lençol freático, bem como afetar a biodiversidade; a prática da monocultura deixa também o sistema mais vulnerável às pragas, assim como o uso intensivo do solo exaure os macro e os micronutrientes. A desertificação por práticas agrícolas inadequadas é uma realidade crescente na região Nordeste. Mais uma vez, é necessário inserir as questões socioambientais no centro do tema agronegócio e não apenas como uma questão periférica.
Fonte: http://blog.perfarm.com/agricultura-no-brasil/
Desenvolvimento sustentável e inclusão social são políticas que andam juntas? Como se dá este processo?
Certamente, a dimensão social é um dos três pilares da sustentabilidade – os outros dois são o econômico e o ecológico. Não se pode falar em desenvolvimento sustentável em um país em que 0,5% da população detém a mesma riqueza a base dos 50%; quando crianças comprometem irreversivelmente sua capacidade intelectual por passarem sua infância com infecções intestinais decorrentes da falta de saneamento básico.
As cidades brasileiras são o reflexo do desequilíbrio social: moradores de ruas, favelas, falta de saneamento básico e violência, entre outros problemas. Como pensar em inclusão social e desenvolvimento sustentável a partir das cidades? O que falta?
Esse quadro é o reflexo de um modelo político-econômico excludente que, historicamente, não universalizou a cidadania. O que precisamos realizar é o resgate da cidadania. E a educação é a base para a formação desta cidadania, mas uma educação de qualidade que valorize o docente, que promova, de fato, uma formação cidadã reflexiva e não apenas tecno-produtivista. A educação, sem dúvidas, deve estar no topo das prioridades do próximo governo.
No último seminário realizado pela FAP - "O Brasil no mundo em transformação" -, muito se discutiu sobre o papel do Estado e que sua readequação, e até redução se faziam necessárias para o país reencontrar um rumo. Na questão ambiental, como avalia o papel do Estado? Precisamos de um Estado forte e presente?
Até mesmo os defensores dos mecanismos de mercado, enquanto ferramenta indutora de mudança de comportamento, por afetar o bolso, reconhecem a importância dos instrumentos de comando e controle, isto é, da ação enérgica do Estado quando se trata de meio ambiente. Portanto, não se pode prescindir da ação fiscalizadora e coercitiva do Estado, porém se o agente que está cometendo o ilícito ambiental perceber que, em termos econômicos, compensa permanecer nesta circunstância ele, não vai mudar sua atitude. Isso significa que, para ser efetiva, a política ambiental deve ser exercida a partir de uma combinação eficiente de ferramentas, inclusive de instrumentos de comunicação.
FAP promove curso sobre obra de William Shakespeare nos dias 13 a 16 de março
A complexa obra do dramaturgo inglês será abordada durante os dias 13 a 16 de março pelo professor universitário Martin Cézar Feijó
Por Germano Martiniano
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) realiza, de 13 a 16 de março, o curso "Shakespeare em Sete Lições", que vai tratar da obra de William Shakespeare, um dos maiores dramaturgos de todos os tempos. As aulas vão ocorrer no revitalizado Espaço Arildo Dória, no Conic, em Brasília e será ministrado pelo escritor e professor universitário Martin Cézar Feijó, que há dois anos vem realizando eventos com essa temática em São Paulo (SP).
“Em primeiro lugar Shakespeare é um clássico, o maior dramaturgo de todos os tempos, e ser um clássico nos indica tanto a importância que ele teve na época original em que escreveu como também pertencer a qualquer época”, informa Feijó, sobre o conteúdo do curso.
De acordo com Feijó, a complexa obra de Shakespeare será abordada durante os quatro dias de aulas: Introdução a Shakespeare -13/03; A Natureza do Mal e A Mulher em Shakespeare – 14/03; Mil Vezes Mais Justo e o Amor em Shakespeare – 15/03; As Idades e a Velhice e a Inteligência – 15/03. Segundo Feijó, Shakespeare é "atemporal”. Com isso será possível traçar um paralelo de sua obra com os temas que acometem a sociedade atual.
Quem foi Shakespeare?
Shakespeare nasceu em 1564 na Inglaterra e faleceu aos 52 anos na mesma cidade de nascimento, Stratford-upon-Avon. Foi poeta, ator e dramaturgo. Entre seus principais trabalhos estão: Romeu e Julieta, Hamlet, Rei Lear, Macbeth e a Megera Domada. Suas peças foram traduzidas para todas as principais línguas modernas e são mais encenadas que as de qualquer outro dramaturgo. Muitos de seus textos e temas permanecem vivos até os nossos dias, sendo revisitados com frequência, especialmente no teatro, na televisão, no cinema e na literatura.
Confira, a seguir, alguns dos trechos da entrevista com o professor Martin Cézar Feijó:
Qual a motivação de ministrar um curso sobre Shakespeare em parceria com a FAP?
A FAP me fez um convite, pois sabia que eu ministrava esse curso em algumas entidades em São Paulo. Há dois anos tenho lecionado sobre a complexidade da obra de Shakespeare. Em primeiro lugar Shakespeare é um clássico, o maior dramaturgo de todos os tempos, e ser um clássico nos indica tanto a importância que ele teve na época original em que escreveu como também pertencer a qualquer época. Portanto, é neste sentido que a FAP, que é uma fundação que se dedica às atividades culturais, teve interesse em discutir alguns aspectos da obra do poeta inglês.
Um dos temas do curso é a Mulher em Shakespeare. Em tempos que muito se discute o papel da mulher na sociedade, até mediante a recente polêmica entre as feministas norte-americanas, do movimento “Me Too”, com as ativistas francesas, como se pode traçar um paralelo entre a época do dramaturgo inglês e atual?
Primeiramente, Shakespeare trata a mulher de uma maneira muito digna e muito diversificada, desde a mais inteligente que é Julieta, perpassando por Catarina, da peça A Megera Domada, que se caracteriza por ser "domável", até a mais vinculada ao mal que é Lady MacBeth, da tragédia MacBeth. Veremos em aula que as mulheres de Shakespeare têm muito a ver com a mulher na contemporaneidade e com suas lutas pela liberdade e respeito por sua identidade.
Sobre o amor, o filósofo Bauman, já falecido, nos diz que vivemos em épocas de "amores líquidos". Como poderíamos fazer essa leitura a partir de Shakespeare?
Algumas pessoas dizem que Shakespeare inventou o amor romântico. Por exemplo, na peça Romeu e Julieta o amor é retratado de uma maneira sincrônica e diacrônica. Ao mesmo tempo em que reflete uma critica ao contexto patriarcal, na qual ela foi escrita e montada, ela reflete também uma norma do amor romântico em que os amantes são livres para escolherem seus parceiros e, de certa forma, a partir de uma espiritualidade que garanta a eternidade, mesmo sendo uma peça que se passe em cinco dias. É impressionante a concentração de questões que envolvem o amor nesta peça. E o amor não é liquido, ele é sólido, profundo, espiritual, carnal, ele é completo, por isso o fascínio que causa ainda no mundo todo.
"As Idades e a Velhice" é o último tema que será abordado e que faz uma relação com a questão temporal, com o tempo. Vivemos numa sociedade que as pessoas vivem mais, porém em que a velhice não é totalmente aceita. Muitas pessoas buscam a jovialidade eterna. O senhor concorda com isso? E como seria o tempo para Shakespeare?
Em Shakespeare a experiência humana é tratada de uma maneira completa, e como ela é completa, ele retrata tanto de personagens jovens, como Romeu e Julieta, como personagens maduros como A Megera Domada e, finalmente, O Rei Lear que é um personagem já velho para os padrões medievais e que precisa transmitir o trono para as filhas. Todo o drama está na decomposição da idade, da velhice, no fim da vida. É neste sentido que a questão das idades é muito bem tratada na peça Como Gostais (As You Like It), ou seja, quando ele compara os estágios da vida. Isso será tratado em nossas aulas e faremos um paralelo com Leonard Cohen, músico canadense, que escreveu uma música que trata dessa questão do tempo.
*Taxa de inscrição: R$ 25,00
Seminário da FAP destaca investimentos em educação e novo papel do Estado
O economista Sérgio Besserman Vianna destacou que, “antes de tudo”, é necessário valorizar o conhecimento para o país não ficar às margens da revolução tecnológica
Por Germano Martiniano
Valorização do conhecimento, readequação das funções do Estado e busca de uma identidade interna para desenvolvimento de politicas internacionais foram os principais pontos que os participantes do seminário "O Brasil no mundo em transformações", destacaram após um dia de debates, neste sábado (3), no Hotel Pergamon, em São Paulo.
O evento, que teve a presença de Jorge Calderia, autor de "História da Riqueza no Brasil" e Roberto Freire, presidente nacional do PPS; entre reconhecidos políticos e intelectuais, foi promovido pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP). O seminário teve como objetivo discutir e propor caminhos para o Estado e a sociedade brasileira no cenário internacional, que vê seu eixo econômico se deslocar para Ásia, especialmente para China, e que passa também pela Quarta Revolução Industrial, a revolução cibernética ou tecnológica.
O próximo seminário será em Brasília, no próximo sábado (10), no auditório da Biblioteca Salomão Malina, da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), no Conic, das 10h às 18h, com a temática “Desenvolvimento sustentável e inclusão social”. Estes seminários fazem parte de um ciclo de discussões que visam produzir material para o Congresso Nacional do PPS, previsto para ocorrer no final deste mês em São Paulo.
Debate
Com todas cadeiras ocupadas, o seminário deste sábado permitiu diversas abordagens sobre o tema proposto. Contudo, foi unanime estre o público presente que o projeto nacional desenvolvimentista, politica econômica baseada na forte participação do Estado, e que teve sua importância décadas atrás, já não se aplica a este mundo contemporâneo em constante transformação.
“O Brasil tem uma influência muito grande do projeto nacional desenvolvimentista gerado no pós-guerra, que naquela época foi importante. Porém, o país atual não é mais uma economia primária exportadora. Hoje temos moeda estável, investimentos estrangeiros, empresas competitivas globalmente, portanto, os desafios atuais são diferentes daqueles do passado”, disse o engenheiro Luiz Paulo Velozzo. “Nossa estratégia tem de ser outra. Precisamos readequar as funções do Estado ao contexto atual e nos integrar a economia mundial”, completou Velozzo.
Outro ponto bastante abordado foi o conhecimento. Para os participantes do seminário, para o País não ficar às margens da revolução tecnológica, é imprescindível o investimento em educação. “Nós precisamos, antes de tudo, valorizar o conhecimento. O Brasil, como um todo, não valoriza o conhecimento”, comentou o economista Sérgio Besserman Vianna.
Com a presença dos embaixadores André Amado e Ronaldo Costa Filho, além de outros nomes que fazem parte do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, o seminário também debateu a política externa brasileira. Os participantes em geral concluiram que, para o Brasil ter uma agenda internacional melhor definida, primeiramente, é necessário que se busque uma identidade interna, ter um projeto como nação.
Confira abaixo, no vídeo, o que alguns participantes disseram sobre o debate e o seminário!
https://youtu.be/nRULMLEvz48
FAP realiza o seminário “O Brasil em um mundo em transformação”, dia 3, em São Paulo
Falta de recursos, investimentos insuficientes em educação e engessamento das fontes de financiamento das nossas universidades ainda dificultam o desenvolvimento tecnológico brasileiro, segundo o economista Nelson Tavares, um dos palestrantes do segundo seminário de uma série de três eventos realizados pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), que visam a preparação de material para discussão no Congresso Nacional do PPS
Por Germano Martiniano
Com o tema, “O Brasil em um mundo em transformação”, a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) realiza, neste sábado (3/03), em São Paulo, no Hotel Pergamon, o segundo seminário de uma série de três eventos que visam a preparação de material para discussão no Congresso Nacional do PPS, que ocorrerá no final deste mês também na capital paulista. O seminário terá transmissão ao vivo pelo perfil da Fundação no Facebook: https://www.facebook.com/facefap/.
O seminário deste sábado será liderado pelo economista Nelson Tavares Filho, em conjunto com o secretário executivo do evento, André Amado; o embaixador Ronaldo Costa Filho (Subsecretário de Assuntos Econômicos e Comerciais do Itamaraty) e Luiz Paulo Vellozo Lucas, engenheiro e político brasileiro, que vão compor a mesa principal.
Para discussão do tema também estarão presentes os seguintes participantes: Amílcar Baiardi, Ana Stela Alves de Lime, André Gomide Porto; Benoni Belli, Ciro Gondim Leischsering, Creomar de Souza; Dina Lida Kinoshita, Gustavo Maultasch, Hercídia Coelho, Jorge Caldeira, Lourdes Sola, Luciano de Freitas Pinho, Luís Avelino Lima, Marco Aurélio Nogueira, Martin Cézar Feijó, Mauricio Rudner Huertas, Rogério Baptistini Mendes, Sergio Besserman, Sérgio Campos de Morais, Tibério Canuto e Ulrich Hoffmann.
Tema
O mundo do trabalho, as relações interpessoais e entre países, a força de trabalho e o modo de produção material do mundo atual se modificam a cada dia. Há poucos anos os EUA comandavam a economia internacional soberanamente. Hoje, a economia chinesa decuplicou, e apostas mais recentes são as de que, na próxima década, deverá se tornar a maior economia do mundo.
Além do crescimento econômico chinês, outros países da Ásia também apresentaram taxas de crescimento bem maiores do que a economia americana neste século XXI, com exceção do Japão, o que implica no deslocamento da importância econômica no mundo para o Oriente.
Dentro deste quadro que o seminário em São Paulo debaterá o papel brasileiro neste mundo em transformação. A pauta será a seguinte pauta: deslocamento da importância econômica no mundo para o Oriente; Desenvolvimento Tecnológico; Mudança Tecnológica para Economia Poupadora de Carbono; Impactos do desenvolvimento futuro na Infraestrutura e Impacto sobre a economia brasileira.
Para Nelson Tavares, “a China está se tornando o parceiro mais importante do Brasil”, por isso a necessidade do debate. “Do ponto de vista dos investimentos, a China tem se tornado um “player” importante na América do Sul. Parece disposta a desenvolver parte da infraestrutura do Continente, especialmente, no Brasil”, completou Tavares, que concedeu uma entrevista à FAP. Confira, a seguir, alguns trechos da entrevista:
FAP: O primeiro tema do debate será o “deslocamento da importância econômica para o Oriente”. Como está a relação econômica brasileira com o Oriente e o que podemos aprender com eles para fortalecer nossa economia?
Nelson Tavares: Dois ângulos a serem examinados: primeiro, do ponto de vista comercial, a China está se tornando o parceiro mais importante do Brasil. Grande consumidora de alimentos. E importa muito minério de ferro. A pauta é, principalmente, de produtos primários. Tentamos vender aviões, mas não fomos bem sucedidos. Essa pauta precisa ser estudada para escolhermos a melhor estratégia para enriquecê-la. Do ponto de vista dos investimentos, A China tem se tornado um “player” importante na América do Sul. Parece disposta a desenvolver parte da infraestrutura do Continente. Em especial, no Brasil, tem aplicado recursos em transmissão de energia, geração e aproveitado o fato de que a recessão nos dois últimos anos “barateou” o preço das empresas aqui instaladas.
Por que no Brasil se investe tão pouco no desenvolvimento tecnológico?
Falta de recursos, investimentos insuficientes em educação e engessamento das fontes de financiamento das nossas universidades.
Atualmente, existe a necessidade de se desenvolver, porém agredindo o menos possível o meio ambiente. Em relação a emissão do carbono, os países subdesenvolvidos reclamam que os países desenvolvidos já emitiram suas cotas para crescerem economicamente enquanto que eles não. Ainda há a necessidade de se agredir a natureza para obter crescimento econômico?
Ao contrário. Alguns anos mais, a medição da riqueza terá um novo componente: o quanto você tem acesso a águas limpas, florestas, esgoto tratado, etc... Rico será o país que tiver acesso a todos esses itens, inclusive.
E o Mercosul frente a este novo panorama econômico, seria mais interessante para economia brasileira agir individualmente ou em bloco?
O Mercosul não tem conseguido ter avanços significativos. De qualquer maneira, considero que está havendo uma evolução no que diz respeito à conscientização que precisa haver mais integração. Por outro, o Brasil, nos últimos anos tem mostrado uma incapacidade de liderar os países do continente sul americano.
O que esperar do novo presidente em relação à economia para os próximos anos em nível nacional e internacional?
Voltarmos ao crescimento. De maneira competitiva. Não podemos querer fazer tudo internamente. Precisamos de maior comércio para podermos produzir de maneira competitiva e, consequentemente, poder exportar. Dedicar e reavaliar a questão do investimento em educação. A divisão da responsabilidade dos governos perante a educação terá que ser redefinida. Os municípios e os estados estão se mostrando incapazes de “dar conta” de sua parte. Necessitamos ter como meta que cada brasileiro tenha, no mínimo, dez anos de uma boa escola. A Universidade tem que desenvolver meios de financiar, ao menos parte, de suas atividades sem a colaboração do governo central. É inadmissível que, quem pagou por escolas todo tempo no nível básico e médio, não queira pagar na universidade. Por fim, a questão ambiental. Seguir, de maneira rígida, o protocolo ambiental de Paris deve ser o mínimo a ser feito. Desenvolver ações de conservação das fontes de água limpa, das florestas tropicais e amazônica. Ações que visem ao tratamento de esgoto, evitando a poluição de rios e oceano. Uma agenda pesada de mudanças.
Confira o próximo seminário:
Seminário realizado pela FAP discute o papel do Estado na sociedade atual
O ponto de encontro entre a “mesa” e a maioria dos participantes do evento foi que o Estado brasileiro deve se modernizar, rompendo com ideias estatizantes
Por Germano Martiniano
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) realizou no Rio de Janeiro, neste sábado (24), no hotel Windsor Flórida, o seminário “Novo pacto entre estado e a sociedade brasileira”. O evento na capital fluminense foi o primeiro de uma série de três que objetivam formular propostas políticas para o Congresso Nacional do PPS no final do próximo mês de março.
Os próximos seminários serão realizados em São Paulo, no dia 3 de março e, em Brasilia, em 10 de março, com os seguintes temas, respectivamente: “O Brasil em um mundo em transformação” e “Desenvolvimento sustentável e inclusão social”. Ambos terão transmissão ao vivo pelo perfil da FAP no Facebook: http://www.facebook.com/facefap.
Debate
O evento deste sábado teve na mesa principal a socióloga Maria Alice Rezende, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, o economista, Sérgio Buarque, e o coordenador temático do seminário, Caetano Araújo. A discussão girou em torno do papel do estado brasileiro mediante a todos os problemas e mudanças que enfrentamos atualmente.
O ponto de encontro entre a “mesa” e a maioria dos participantes do evento foi, de acordo com Luiz Carlos Azedo, diretor geral da FAP, de que o “Estado brasileiro deve se modernizar, rompendo com ideias estatizantes, com o nacional-desenvolvimentismo, apostando no cosmopolitismo, na globalização e, na compreensão, de que o público não é sinônimo de estatal”.
Além disso, muito se discutiu que o Estado deve se voltar mais para os problemas emergenciais como saúde, educação e segurança e para isso as privatizações a reformas, como a da previdência, são essenciais para reduzir os custos da maquina estatal e assim poder investir nas áreas mais essenciais à população brasileira.
https://youtu.be/qcKo4kua47U
FAP prorroga, até 23/2, coedição de livros de autores brasileiros e estrangeiros
Devido ao período do Carnaval 2018, o prazo para manifestação de interesse de parceria para coedição de livros de autores nacionais e estrangeiros com a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) foi prorrogado até o próximo dia 23/02/2018.
A(s) editora(s) selecionadas poderá(ão) optar pela publicação de uma obra apresentada pela FAP, nos moldes desta chamada.
As manifestações de interesse na celebração de parcerias deverão ser feitas de forma escrita e enviadas por e-mail ao endereço renatojor@gmail.com.
As regras para parcerias estão descritas abaixo:
http://www.fundacaoastrojildo.com.br/2015/wp-content/uploads/2018/02/Chamada-para-coedição-de-livros-FAP.pdf