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Alberto Aggio: Os movimentos da política e a candidatura Alckmin
A política tem dimensões longas e curtas. De um ponto de vista longo, a política que defende transformações para o país pensa na chave analítica e propositiva de um Polo Democrático e Reformista que recentemente foi apresentado e estabelece suas balizas de maneira clara no rumo da defesa da democracia e da realização de uma ampla reforma do Estado. De um ponto de vista mais curto, estamos adentrando aos momentos decisivos da campanha eleitoral que em outubro decidirá quem vai ser o novo presidente e qual será a configuração do novo Congresso e das Assembleias estaduais.
Esse pequeno texto visa incidir, de forma breve, ao acontecimento que, encerrando a semana, orienta os movimentos da disputa presidencial dos principais candidatos que até agora se apresentam à disputa. Trata-se de considerar alguns pontos sobre o apoio do chamado Centrão ao candidato Geraldo Alckmin (PSDB).
1. Em primeiro lugar, me parece importante anotar que se trata de uma decisão defensiva desse grupo. Ele esperava ter candidato próprio, o que não vingou. Não aceitou ou não cedeu, nem mesmo ao candidato do governo por vê-lo sem nenhuma chance. Aos trancos e barrancos, como não poderia deixar de ser, tentou negociar com Ciro. Abriu-se uma série de dúvidas e predominou a confusão e a divisão. Por fim, decidiu por apoiar Alckmin porque vê nele a possibilidade de vencer as eleições e poder influenciar num futuro governo, mesmo sabendo de que isso não será fácil. No frigir dos ovos, o chamado Centrão fez uma opção defensiva, quase entrando na prorrogação do tempo normal da partida.
2. Esse Centrão não é igual àquele da Constituinte. Esse Centrão poderia aderir à extrema-direita e apoiar Bolsonaro, mas conhece as tradições da politica brasileira e vislumbrou o desastre que poderia ser uma posição como essa. Mas é preciso anotar também: esse Centrão é outra coisa: sabe fazer o jogo do poder, sabe se manter vivo e não perder espaço. É uma direita que emergiu com a democracia e na democracia. Sim, na democracia existem direitas políticas nos países mais avançados; faz parte da sua legitimidade. Portanto, esse Centrão não é a direita bolsonarista e vir para junto de Alckmin significa aprofundar o isolamento da extrema direita, o que é altamente positivo para a democracia. Uma operação como essa mostra que essa é uma direita que veio para ficar, mesmo que hoje se apresente de forma difusa, inclinada à corrupção (que o PT albergou de forma integral) e em busca de um discurso próprio que hoje se coloca mais entre os outsiders liberais.
3. Para as forças democráticas, que se encontram divididas e buscavam uma alternativa competitiva em termos quantitativos e estruturais, neutralizar parte da direita e trazê-la para o campo da democracia e das reformas, isolando-a especialmente da extrema direita, é um ganho eleitoral e político notável. Esse movimento não está completo e espero que isso se efetive nos próximos dias. Atuar estabelecendo seus princípios e horizontes, se fixar neles, sem ver o cenário, os outros atores e não influenciar nos seus movimentos é um erro crasso em política.
4. Geraldo Alckmin é pré-candidato do PSDB e já contava com o apoio de alguns partidos. Poderá ampliar esse apoio ainda mais com o Centrão. Alckmin sempre foi acusado de “jogar parado”, mas isso não é inteiramente certo. Seus movimentos nem sempre são detectados pelos radares mais atentos. O fato é que, ao que tudo indica, o Centrão é que foi a Alckmin e não o inverso, como dissemos acima. Por outro lado, Alckmin é um político tradicional no contexto da democratização brasileira. É um político de centro, um democrata-cristão ao velho estilo, como foi Franco Montoro (não estou dizendo que ambos têm políticas públicas idênticas, pois os tempos são outros). Alckmin tem experiência política e administrativa suficiente para montar um governo de grande coalizão, refazendo a frente que se formou e se conectou com as ruas no processo do impeachment de Dilma Rousseff. Tem tudo para retomar a ligação entre governo, democracia, esperança e mudança. Não tem nada a ceder ao Centrão que o próprio Centrão já não saiba e não tem nada a mudar no programa já alinhavado pela sua campanha. Em termos políticos, o Centrão optou por Alckmin, não o contrário.
5. A esquerda democrática ganhou algum protagonismo recentemente com o lançamento do Manifesto Por um Bloco Democrático e Reformista. Seus apoiadores, que vão além da esquerda democrática, devem, a meu juízo, dar sustentação a essa ampliação do apoio eleitoral à candidatura Alckmin e trabalhar como uma verdadeira vertente de centro-esquerda nessa grande coalizão. Devem estar atentos para o fato de que sem essa grande coalizão as possibilidades de vitória são remotas. Alckmin pode ser efetivamente um candidato desse Bloco, mas não será certamente o candidato apenas desse Bloco. Como todos sabemos, o campo democrático no Brasil, é bom que se diga, vai além da candidatura Alckmin, mas será um equívoco enorme imaginar que, inclusive com essa ampliação vinda do Centrão, a candidatura Alckmin perde a legitimidade de fazer parte do campo democrático. Penso justamente o contrário.
6. Por fim, caso essa grande coalizão vença, ela deverá fazer um governo democrático, dentro do que foi e do que será possível construir na atual conjuntura brasileira e mundial. Governos democráticos existem com diversos perfis de alianças políticas ao redor do mundo e nas grandes democracias. Alckmin tem de deixar claro isso no seu programa mínimo e ele sabe precisamente quem o está apoiando. Não há nenhuma razão para Alckmin entrar na velha política do toma-lá-dá-cá. A boa noticia é que o Centrão sabe quem é Alckmin e tanto ele quanto nós também sabemos porque o Centrão vacilou até agora em definir seu apoio. Mas essa história apenas começou.
PPS lança o Manual do Candidato e da Candidata com orientações para a disputa eleitoral de 2018
O PPS acaba de lançar o Manual do Candidato e da Candidata. A publicação tem como objetivo preparar os candidatos e candidatas do partido para as eleições deste ano.
O livreto aborda questões gerais da política com foco na realidade social e política brasileira e traz os valores e princípios que norteiam as ações formadoras de quem disputará o próximo pleito. Ele também contém as propostas formuladas na Conferência Nacional “A Nova Agenda do Brasil”, promovida pela FAP, além de trechos da proposta do PPS para um Programa de Governo.
Faça o download do Manual do Candidato e da Candidata do PPS
O Manual apresenta ao candidato as informações necessárias para compreender e utilizar os mais diversos e modernos recursos que o auxiliarão na busca de votos. Além disso, traz ainda leis e resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assim como a Resolução Eleitoral e as normas do PPS para as convenções que serão realizadas entre os dias 20 de julho e 05 de agosto.
Trata-se de um material mais que necessário para que dirigentes partidários e quem vai assumir candidatura nas unidades da Federação tenham ao seu dispor todos os passos a serem dados em busca do sucesso pessoal ou partidário.
Octavio Malta, um dos 10 mais influentes jornalistas do Brasil
Nos anos 60, Nestor de Holanda publicou uma relação dos 10 maiores jornalistas do País, a seu juízo naturalmente. Entre eles estava Octavio Malta que escrevia, em Ultima Hora, a coluna ‘Jornais e Problemas’. Cada um dos 10 mais tinha a sua justificativa. A de Malta era a seguinte: todo jornalista quando se senta diante da máquina de escrever, pede aos céus para ser o mais claro e simples possível. E dizia Maria: “E Malta é o único a quem Deus atende”.
Assim era Octavio Malta: claro e simples, objetivo, ousado, corajoso, determinado, amigo, generoso, teimoso, batalhador, irônico, otimista, engraçado, descobridor, respeitado.
No final dos anos 30, quando Samuel Wainer o conheceu, ele já era “um pouco o guru da imprensa brasileira”. Dorival Caymmi diz que “Malta, pessoa do meu coração, sempre se dizia a boca pequena que ele era o melhor secretário de jornal que existia. Um riso adorável, uma calma e, para o trabalho que fazia, um milagreiro”.
Augusto Nunes foi quem escreveu, a pedido de Pink Wainer, as memórias de Samuel: ’Minha Razão de Viver’. Quando ele chegou ao final das 57 fitas que Samuel deixou gravadas, Nunes confidenciou-me: “O depoimento é impressionante. Samuel detona todo mundo. Inclusive ele próprio. O único que fica bem na história, e durante toda a vida, é Octavio Malta”.
Malta sempre ficou bem. Pode-se pegar qualquer livro de memórias de intelectuais de sua época. Não importa de quem sejam as lembranças. De Darci Ribeiro a Nélson Rodrigues, ou mesmo historiadores estrangeiros como John W.F. Dulles. E isso desde o tempo de Graciliano Ramos, que o incluiu em suas ‘Memórias do Cárcere’.
Malta fez sempre um jornalismo militante que o tornou personagem de Graciliano Ramos em ‘Memórias do Cárcere’. No alto da página tem a foto da prisão. Malta é o primeiro da esquerda para a direita. E é o único que exibe o punho esquerdo fechado.
Pernambucano de Nossa Senhora do Ó, distrito de Nazaré, Malta nasceu em 1902 e, aos 17 anos, foi trabalhar como revisor, depois como redator, no Diário de Pernambuco. Mas aos 23 anos foi obrigado a sair do Recife, juntamente com Osório Borba. Os dois criticavam o Governador Sérgio Loreto, que pedia insistentemente suas cabeças, o que acabou impedindo-os de continuar trabalhando em jornal.
No Rio, Malta teve alguns meses de “boca incerta” – época em que trabalhava em 'A Folha', vespertino decadente de Medeiros e Albuquerque, que funcionava num prédio em frente à antiga sede do 'Jornal do Brasil'. Em 1926, foi redator da 'Tribuna', o “vermelhinho que servia de acústica para a oposição revoltada”.
Após um período na Bahia, Malta voltou ao Rio, sempre trabalhando em folhas oposicionistas de grande influência na época, a começar por 'A Esquerda', de Pedro Mota Lima, além de 'A Batalha' e do 'Diário da Noite'.
Secretário-geral do Socorro Vermelho, organização de solidariedade do Partido Comunista, em 1935 foi preso na Casa de Detenção, no Rio. Lá, recebia os jornais diários e escrevia um resumo do noticiário que, nas galerias da Frei Caneca, era ouvido pelos demais presidiários através do médico Campos da Paz, que lia, em voz alta, o que havia sido redigido pelo amigo de cela. Marta, como o chamavam os mais íntimos – ele tinha dificuldade em pronunciar os eles –, era o Matoso na época, “mas meu nome legá é Octavio Malta”, brincavam os amigos.
Paulo Francis escreveu em 1984 que Malta foi “um polemista de esquerda e uma doce criatura”: “Pouca gente sabe que ele salvou a vida de Samuel, quando teve tuberculose e desistiu da vida. Malta o internou e cuidou dele”.
“Samuel achava que o Partido tirava a independência do articulista”, lembra Francis. “Não concordo. Malta foi exemplo disso. Para grande irritação minha, ele começou a elogiar Jânio Quadros em 1960. Nós todos éramos pró-Lott. Toda a esquerda. Mas Malta se encantou com alguns discursos de Jânio no Nordeste. Era um homem aberto as ideias.”
O primeiro sucesso de Samuel foi 'Diretrizes', que teve Malta como braço direito. Era ele quem escrevia os editoriais. Vinte anos depois Samuel soube que o amigo havia sido mandado pelo PCB para controlar o jornal-revista, mas a “miopia política” de Samuel tinha “causas facilmente identificáveis”: “Eu estava deslumbrado com a constatação de que tivera acesso ao clube dos intelectuais de esquerda. Subitamente, surpreendera-me amigo de intelectuais como Jorge Amado, Zé Lins, Graciliano, Rachel de Queiroz, José Américo de Almeida, Érico Veríssimo. Sentia-me honradíssimo por tantos privilégios. Ter a companhia de Octavio Malta assim era um motivo de orgulho suficientemente poderoso para fechar-me a vista a certas evidências. Malta era uma figura extraordinária, sempre seríamos amigos”.
Depois veio 'Ultima Hora', e de novo Malta estava à frente: “Ele era meu braço direito, meu velho companheiro, a quem vinha fazendo sucessivas consultas desde a conversa com Getulio em Petrópolis”.
Samuel, ainda nas memórias, comemora o sucesso de UH: “Os editoriais redigidos por Octavio Malta – eu ainda não me sentia suficientemente seguro para escrevê-los – tinham peso crescente”.
Além de ser o redator-chefe do jornal, Malta durante duas décadas assinou a coluna ‘Jornais e Problemas’, a primeira do País a comentar a imprensa diária. Em Machado de Assis ele encontrou a inspiração para a coluna e diariamente repetia o mote que conheceu em Quincas Borba – “Não há vinho que embriague como a verdade”.
Ali políticos e barões da imprensa sofreram com sua pena. Mas os que não eram criticados deliciavam-se com seu sarcasmo.
Quando Kennedy foi assassinado e, em seguida, mataram o assassino, Magalhães Júnior assinou um artigo falando da “dupla tragédia americana”.
E Malta perguntava: “Por que dupla tragédia, ó Magalhães? Tragédia em teatro é uma peça de enredo violento e funesto em que figuram personalidades ilustres. Shakespeare escreveu várias tragédias (…) Em Hamlet, ou na História Trágica de Hamlet, Príncipe da Dinamarca, há vários assassinatos, mas tudo é uma só tragédia. Macbeth é, igualmente, uma tragédia; e não duas, ou mais.
A execução de Carlos I chama-se “a tragédia da Inglaterra”, como o assassinato de Kennedy pode se chamar de “a tragédia americana”. Mas dupla tragédia é que não é, meu velho Magalhães Júnior. Você é Júnior, mas é velho pra chuchu e devia, sobretudo depois que vestiu o fardão verde da Casa de Machado de Assis, não escrever bobagem”.
Ou então o simplório Ibrahim Sued, que escreveu: “O Senador Afonso Arinos de Melo Franco perdeu mais uma oportunidade de ficar calado”, quando este saudou San Tiago Dantas em um episódio referente a Cuba. E dizia Malta: “Ora, Afonso Arinos é uma dessas criaturas feitas para falar, porque fala sempre bonito. Pois o Ibrahim, logo o Ibrahim, que foi feito para não falar, diz que Arinos perdeu mais uma oportunidade de ficar calado… Não faz pena!” Isso para ficar em dois exemplos menores.
Durante anos seus principais alvos foram Carlos Lacerda e Roberto Marinho. Esses nunca o perdoaram. Em abril de 1964, perseguido pela polícia de Lacerda e pelas tintas de Marinho, Malta foi obrigado a passar alguns meses na clandestinidade, mas sem abandonar a luta. Em UH assinava três dias na semana um artigo com o pseudônimo de Manoel Bispo, e na 'Folha da Semana', outro como Luiz da Silva, personagem de Graciliano Ramos em 'Angústia', nome sugerido pelo jovem amigo Maurício Azêdo.
Quando Ultima Hora foi vendida, em 1972, Malta não teve mais onde escrever na grande imprensa.
Paulo Francis lembra que “todos respeitavam Malta e o amavam como símbolo de um radicalismo que hoje me parece atenuado ou reduzido a demagogia no Brasil”: “ Ele não queria nada para ele. Cuidava da família e vivia do salário de redator. A última vez que o vi, acho que em um café da Rio Branco, em 1969, perguntei a ele o que me dizia da nossa situação. ‘Não me vendi’. É a resposta”.
Octavio Malta, autor do livro “Os Tenentes na Revolução Brasileira”, foi na segunda metade do século XX um dos mais importantes e influentes jornalistas do País. Quando faleceu foi saudado como um dos responsáveis pela remodelação da imprensa do Rio de Janeiro nos anos 50.
E morreu num dia de muita notícia: 25 de abril de 1984, data em que o Congresso enterrou as diretas. Na noite anterior, ele foi para a janela de seu apartamento, no Flamengo, bater panela como a maioria dos brasileiros que queriam votar pra Presidente. Pela manhã, esteve na ABI, onde foi pagar a mensalidade e ficar apto a votar na renovação de um terço do Conselho.
Rubem Braga foi com Oto Lara Resende ao enterro de Malta. Depois lamentou, em artigo, que ambos ficaram à sombra de uma árvore do Cemitério São João Batista, ao invés de fazer como os mais velhos que, enfrentando o calor forte e uma enorme escadaria, foram até à beira da sepultura, como foi o caso de Barbosa Lima Sobrinho e Luís Carlos Prestes. E ainda saíram dali, por volta das 5 da tarde, para subir em um palanque armado na Cinelândia, onde se realizava o último comício pró-diretas.
No caixão, Malta certamente se deliciou com o gesto. Ele sabia muito bem que a luta devia continuar.
Persona em Foco, da TV Cultura, entrevista nesta quarta o ex-ministro João Batista
Dirigente da FAP relembra sua vida e trajetória nesta quarta (18), na TV Cultura
Por Germano Martiniano
O ex-ministro da Cultura e produtor de cinema, Joao Batista de Andrade, relembra sua vida e trajetória no programa Persona em Foco, da TV Cultura, que vai ao ar na noite desta quarta-feira (18), às 23h15. O programa tem como objetivo registrar aspectos da vida pessoal e da carreira de personalidades do teatro, bem como as suas impressões sobre o ofício. A entrevista com o também dirigente da Fundação Astrojildo Pereira será reprisada no domingo, às 23h.
João Batista construiu uma longa história no cinema brasileiro. Iniciou o curso na USP, em 1963. Mas, no ano seguinte, abandonou os estudos por causa do golpe militar. E mesmo com a ditadura, ele não deixou a produção de lado. Em 1967, lançou o documentário Liberdade de imprensa, que foi apreendido pelo exército durante Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes).
Os filmes de Batista sempre tiveram um cunho político e social, influenciados, inclusive, por sua formação universitária durante o regime militar. “Sou de uma geração que viveu um Golpe de Estado, portanto, acredito ser natural que tivéssemos uma visão crítica da sociedade e isso marcou para sempre meu cinema”, destacou João Batista em entrevista à FAP.
O ex-ministro da Cultura também ressaltou ainda as mudanças que o cinema brasileiro tem sofrido ao longo das décadas. “O cinema vem se expandido em vários sentidos, inclusive no número de pessoas na atuação e produção. Atualmente, inclusive, vemos também muito mais mulheres no cinema em várias frentes. Contudo, ainda temos um problema de mercado, no qual o cinema norte-americano ainda se sobrepõe ao nosso”.
A partir de sua vivência no período do regime militar, quando questionado sobre a narrativa petista do Golpe, no que se refere ao impeachment de Dilma Rousseff, João Batista afirmou que, de certa forma, foi contra a saída da ex-presidente do governo. “Por ter vivido a ditadura, eu temi que o impeachment pudesse deixar uma cicatriz muito grande na democracia brasileira, embora há que se admitir que as coisas já estavam muito mal, estávamos em uma crise profunda”, salientou.
João Batista – que foi ministro da Cultura no governo Temer – falou ainda sobre sua experiência no ministério. “Eu comecei a trabalhar com o Roberto Freire (atual presidente do PPS) no Ministério da Cultura. Quando ele renunciou, fui chamado para assumir como ministro. Achei que era uma possibilidade fazer um bom trabalho voltado para a cultura e, principalmente, trabalhar pelo cinema”.
No entanto, ele relembra que não se sentia muito confortável no cargo. “Desde quando assumi o ministério, eu sentia um mal-estar, pois eu era contra o governo Temer. Mas, pensando na possibilidade de fazer um bom trabalho, eu permaneci. Entretanto, a pressão da função e a “sede” dos parlamentares por cargos me incomodavam bastante e, assim, achei mais prudente sair”, concluiu o produtor de cinema.
Inscrições: Seminário Bauman e o mal-estar da nossa sociedade
Evento contará com a participação do tradutor das obras de Zygmunt Bauman no Brasil, Carlos Alberto de Medeiros
O pensamento do sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman ante ao “mal estar” no contexto brasileiro atual será o foco de seminário no próximo dia 23 de julho (segunda-feira), às 19h no auditório da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), no Espaço Arildo Dória, no Conic, em Brasília (Edifício Venâncio III, Loja 52). O evento tem o apoio do Coletivo Igualdade 23, do PPS, e da Associação Cultural Israelita de Brasília (ACIB).
O mediador do seminário será o jornalista Sionei Ricardo Leão. A coordenadora de ensino judaico da Associação Cultural Israelita de Brasília (ACIB), Ruth Grinberg, será uma das mediadoras. Com formação em psicologia clínica, Grinberg também trabalha com autoconhecimento e é uma ativista da cultura judaica em Brasília. Paola Amendoeira, psicanalista e membro do Comitê do Instituto de Psicologia Aplicada (IPA) junto à ONU, será a outra mediadora. O evento também contará com a participação do tradutor das obras de Zygmunt Bauman no Brasil, Carlos Alberto de Medeiros.
A missão de fazer esse paralelo conceitual será do jornalista, ativista e estudioso da questão racial, Carlos Alberto Medeiros – que traduziu 22 obras de Bauman para a língua portuguesa.
Bauman, que faleceu em janeiro do ano passado, aos 91 anos, foi autor de mais de 50 obras e diversos artigos dedicados a temas como o consumismo, a globalização e as transformações nas relações humanas.
Modernidade Líquida
Um de seus textos mais conhecidos é Modernidade Líquida. Nessa obra, ele discute as condições da pós-modernidade, as transformações do mundo moderno nos últimos tempos. Para o sociólogo a tão debatida “pós-modernidade” é um conceito meramente ideológico.
Bauman também propõe que nos tempos atuais, as relações entre os indivíduos nas sociedades tendem a ser menos frequentes e menos duradouras. Uma de suas frases mais emblemáticas é “as relações escorrem pelo vão dos dedos”.
O sociólogo nasceu em Poznan, no seio de uma família judia. Em 1939, junto com os pais escapou da invasão das tropas nazista na Polônia e se refugiou na União Soviética. Alistou no exército polonês no front soviético. Em 1940 ingressou o Partido Operário Unificado – o partido comunista da Polônia. Em 1945 entrou para o Serviço de Inteligência Militar, onde permaneceu durante três anos.
Em março de 1968, Bauman foi vítima do expurgo antissemita que obrigou muitos poloneses de origem judia a deixarem o país. Exilado em Israel, lecionou na Universidade de Tel-aviv. Em 1971, foi convidado para lecionar Sociologia na Universidade de Leeds, Inglaterra, onde também dirigiu o departamento de sociologia da Universidade até sua aposentadoria, em 1990.
Carlos Alberto Medeiros é autor de Racismo, preconceito e intolerância (com os antropólogos Jacques D’Adesky e Edson Borges) e Na lei e na raça. Legislação e relações raciais Brasil – Estados Unidos, resultado de sua dissertação de mestrado, com o qual iniciou um mergulho nos estudos comparativos abordando as duas sociedades.
SERVIÇO
Seminário Bauman e o mal-estar da nossa sociedade
Data: 23/07, às 19h
Local: Auditório do Espaço Arildo Dória, da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), no Conic – Edifício Venâncio III, Loja 52.
Seminário da FAP aborda o pensamento de Zigmunt Bauman e o “mal-estar” brasileiro
Evento contará com a participação do tradutor das obras de Zigmunt Bauman no Brasil, Carlos Alberto de Medeiros
O pensamento do sociólogo e filósofo polonês Zigmunt Bauman ante ao “mal estar” no contexto brasileiro atual será o foco de seminário no próximo dia 23 de julho (segunda-feira), às 20h no auditório da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), no Espaço Arildo Dória, no Conic, em Brasília (Edifício Venâncio III, Loja 52). O evento tem o apoio do Coletivo Igualdade 23, do PPS, e da Associação Cultural Israelita de Brasília (ACIB).
O mediador do seminário será o jornalista Sionei Ricardo Leão. A presidente da ACIB, Tamara Socolik, será uma das mediadoras, ao lado de Paola Amendoeira, psicanalista e membro do Comitê do Instituto de Psicologia Aplicada (IPA) junto à ONU. O evento também contará com a participação do tradutor das obras de Zigmunt Bauman no Brasil, Carlos Alberto de Medeiros.
A missão de fazer esse paralelo conceitual será do jornalista, ativista e estudioso da questão racial, Carlos Alberto Medeiros – que traduziu 22 obras de Bauman para a língua portuguesa.
Bauman, que faleceu em janeiro do ano passado, aos 91 anos, foi autor de mais de 50 obras e diversos artigos dedicados a temas como o consumismo, a globalização e as transformações nas relações humanas.
Modernidade Líquida
Um de seus textos mais conhecidos é Modernidade Líquida. Nessa obra, ele discute as condições da pós-modernidade, as transformações do mundo moderno nos últimos tempos. Para o sociólogo a tão debatida “pós-modernidade” é um conceito meramente ideológico.
Bauman também propõe que nos tempos atuais, as relações entre os indivíduos nas sociedades tendem a ser menos frequentes e menos duradouras. Uma de suas frases mais emblemáticas é “as relações escorrem pelo vão dos dedos".
O sociólogo nasceu em Poznan, no seio de uma família judia. Em 1939, junto com os pais escapou da invasão das tropas nazista na Polônia e se refugiou na União Soviética. Alistou no exército polonês no front soviético. Em 1940 ingressou o Partido Operário Unificado – o partido comunista da Polônia. Em 1945 entrou para o Serviço de Inteligência Militar, onde permaneceu durante três anos.
Em março de 1968, Bauman foi vítima do expurgo antissemita que obrigou muitos poloneses de origem judia a deixarem o país. Exilado em Israel, lecionou na Universidade de Tel-aviv. Em 1971, foi convidado para lecionar Sociologia na Universidade de Leeds, Inglaterra, onde também dirigiu o departamento de sociologia da Universidade até sua aposentadoria, em 1990.
Carlos Alberto Medeiros é autor de Racismo, preconceito e intolerância (com os antropólogos Jacques D’Adesky e Edson Borges) e Na lei e na raça. Legislação e relações raciais Brasil – Estados Unidos, resultado de sua dissertação de mestrado, com o qual iniciou um mergulho nos estudos comparativos abordando as duas sociedades.
SERVIÇO
Seminário Bauman e o mal-estar de nossa sociedade
Data: 23/07, às 20h
Local: Auditório do Espaço Arildo Dória, da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), no Conic - Edifício Venâncio III, Loja 52.
Livro de Alberto Aggio discute caminhos para a esquerda brasileira
A Fundação Astrojildo Pereira e a Editora Verbena lançaram, na quinta-feira (07/06), o livro Itinerários para uma esquerda democrática, de Alberto Aggio, historiador e professor titular da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).
O lançamento, que ocorreu no auditório do Cedem em São Paulo, foi precedido de um debate sobre os temas que impactaram a vida política brasileira mais recente, abordados na coletânea de ensaios, com a participação de Rogério Baptistini, da Universidade Mackenzie; Vinícus Müller, doutor em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP) e professor do Insper e do autor, Alberto Aggio.
Confira abaixo um resumo do evento:
https://www.youtube.com/watch?v=qmyoaPF91cc
Confira o lançamento do livro Itinerários para uma esquerda democrática, de Alberto Aggio
https://www.facebook.com/facefap/videos/1574662072644248/
FAP e Verbena Editora lançam Itinerários para uma esquerda democrática, de Alberto Aggio
Lançamento será precedido de debate sobre os temas tratados no livro e será realizado no auditório do Centro de Documentação e Memória da Unesp (Cedem), em São Paulo, às 18h30. Evento terá transmissão ao vivo pelo perfil da FAP no Facebook: https://www.facebook.com/facefap/
A Fundação Astrojildo Pereira e a Editora Verbena lançam, nesta quinta-feira (07/06), o livro Itinerários para uma esquerda democrática, de Alberto Aggio, historiador e professor titular da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).
O lançamento será às 18h30 no auditório do Centro de Documentação e Memória da Unesp (Cedem), localizado na Praça da Sé, 108, 1º andar, em São Paulo e será precedido de um debate sobre os temas que influenciaram o destino de nosso país no último século, abordados na coletânea de ensaios, e que terá a participação de Rogério Baptistini, da Universidade Mackenzie; Vinícus Müller, doutor em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP) e professor do Insper e do autor, Alberto Aggio. O evento terá transmissão ao vivo pelo perfil da FAP no Facebook: https://www.facebook.com/facefap/
A obra
Em Itinerários para uma esquerda democrática, Aggio percorre os principais temas que perpassam a realidade brasileira nos últimos anos. Variados, os ensaios são animados por um mesmo espírito que se ancora em uma chave de leitura acerca do processo de modernização vivido pelo país no último século. Tal leitura, influenciada pelo pensamento de Antonio Gramsci, registra que em nossos ciclos de crescimento econômico acelerado jamais fomos capazes de construir uma sociedade moderna.
No início de 2003, a posse de Lula parecia anunciar uma luz sobre nossas angústias. Todavia, uma década mais tarde, as ruas foram tomadas por multidões difusas e insatisfeitas com os rumos da política brasileira. A partir de 2015, essa multiplicidade adquire certa unidade em torno da falência do projeto petista, evidenciada nos últimos meses de 2014.
O início do segundo mandato de Dilma Rousseff se apresenta como o anticlímax do petismo, no qual emergem os rombos nos cofres públicos e a reversão programática. Tal cenário se agrava em razão do colapso do modelo de desenvolvimento econômico, uma opção desastrada pelo nacional-desenvolvimentismo, que reverteu investimentos estatais na criação artificial dos “campeões nacionais”.
Baseado em fatos, Aggio é capaz de se contrapor decisivamente às narrativas fáceis que compreendem o impeachment enquanto um golpe, apontando que a década petista abandou a possibilidade de transformar o país, aliando-se ao atraso e nos colocando novamente em nossa encruzilhada diante da modernidade. O desafio parece ser o de inventarmos novos caminhos que nos possibilitem escapar deste labirinto.
A resposta sugerida neste livro reside na construção de uma esquerda democrática, capaz de valorizar a política e promover um reformismo forte, marcado por um desenvolvimento econômico sustentável aliado à igualdade, liberdade e respeito pelo indivíduo. Uma esquerda que quer ser reconhecida, enquanto força política relevante no cenário nacional, precisa considerar esses itinerários.
Saiba mais:
FAP realiza workshop Legislação e Marketing Eleitoral em Belém (PA) neste sábado (09/06)
No dia 7 de outubro milhões de brasileiros irão às urnas para escolherem o novo presidente da República, governadores, senadores e deputados federais, estaduais e distritais.
Todo candidato a estes cargos, bem como suas equipes de apoio na disputa eleitoral, deve ter o conhecimento necessário para saber organizar uma campanha eleitoral e política. Saber organizar não apenas do ponto de vista político, mas também pelo bom funcionamento administrativo, pois o sucesso eleitoral também depende da boa gestão da campanha.
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) está promovendo neste sábado (09/06), em Belém (PA), o Workshop Legislação e Marketing Eleitoral, que terá vários painéis e sobre temas como a Legislação e Prestação de Contas Eleitorais; Marketing Eleitoral; Legislação Eleitoral e Ética e Fidelidade Partidária.
Durante o evento também será realizado o lançamento do livro "Campanha Política - Como ganhar uma eleição - Regras e Dicas", da autoria de Jorge Oliveira.
O Workshop será ralizado na sede da APAE, na Avenida Generalíssimo Deodoro, nº 413, Bairro Umarizal, das 9h até as 17h15.
Confira a programação:
09:00 - CREDENCIAMENTO
09:30 - ABERTUTA OFICIAL
10:00 - PAINEL I - LEGISLAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS ELEITORAIS
11:00 - DEBATE-ESCLARECIMENTO, COM YAN BLOES (CONSULTOR CONTABIL), CARLOS ALBERTO (LEGISLAÇÃO ELEITORAL) E YURI JORDY (ADVOGADO)
12:30 - INTERVALO
14:30 - PAINEL II - MARKENTING ELEITORAL, COM JORGE ARAPIRACA
15:30 - DEBATE-ESCLARECIMENTO
16:15 - PAINEL III, COM ÉTICA E FIDELIDADE PARTIDARIA, COM ARNALDO JORDY, ELEANOR PALHANO E EVERALDO NUNES
16:45 - DEBATE - ESCLARECIMENTO
17:15 - ENCERRAMENTO
Especial 100 anos de Armênio Guedes
Neste 30 de maio de 2018, comemora-se o centenário de nascimento
do jornalista Armênio Guedes.
Um alto dirigente do antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), destacou-se por ser a principal referência dos renovadores do pensamento comunista no Brasil.
Armênio Guedes propôs soluções positivas em momentos cruciais da história do país no século XX.
Confira o especial!
http://www.fundacaoastrojildo.com.br/armenioguedes/extra/textos.html
34ª Feira do Livro de Brasília é adiada devido à crise dos combustíveis
Evento foi transferido para o período de 8 a 17 de junho. Nova programação ainda será anunciada
A crise dos combustíveis resultou no adiamento da 34ª Feira do Livro de Brasília, que ocorreria entre 1º e 10 de junho. Agora, o evento será realizado de 8 a 17 de junho, das 10h às 22h, no Patio Brasil Shopping. Como de costume, o evento será gratuito e a classificação indicativa, livre.
Ivan Valério, presidente da Câmara do Livro do Distrito Federal, explica que, com a greve dos caminhoneiros, vários livreiros não conseguiriam receber as mercadorias a tempo. "Fomos obrigados a fazer a mudança para garantir que o evento mantenha o brilho e não corra riscos desnecessários", explica.
Ainda segundo a organização, a programação que estava prevista para os dias 8, 9 e 10 será mantida. "Quanto aos outros dias, eles estão sendo recompostos de acordo com as agendas dos escritores e artistas convidados. O quanto antes será divulgada a nova programação", diz o curador da feira, Maurício Melo Júnior.
Entre os escritores já confirmados estão Maurício Almeida, Paulliny Gualberto Tort, Maria Valéria Rezende , Dad Squarisi, Henrique Rodrigues, Cristóvão Tezza e Pedro de Almeida.
Na parte infantil da feira, Fernanda de Oliveira, da equipe de curadoria, também confirma alguns nomes: Alessandra Roscoe, Ana Beatriz Brandão, Cristino Wapichana, Denise Batulevicius, Dinorá Couto Cançado, Helenice Gonçalves, Jô Oliveira, Jonas Ribeiro, José Santos, Lázaro Ramos, Lourenço Cazarré, Lucrécia Leite, Lucília Garcez, Marcelo Capucci, Márcia Nogueira, Marco Haurélio, Marcos Linhares, Maria Célia Madureira, Mirela Martorelli, Raquel Gonçalves Renato Machado, Sandra Bittencourt, , Shirlene Alvares, Simão Miranda, Stella Maris Rezende, Tiago de Melo Andrade e Wellington Barros.
Fonte: Correio Braziliense
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2018/05/27/interna_cidadesdf,683961/34-feira-do-livro-de-brasilia-e-adiada.shtml