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Octavio Malta, um dos 10 mais influentes jornalistas do Brasil

Nos anos 60, Nestor de Holanda publicou uma relação dos 10 maiores jornalistas do País, a seu juízo naturalmente. Entre eles estava Octavio Malta que escrevia, em Ultima Hora, a coluna ‘Jornais e Problemas’. Cada um dos 10 mais tinha a sua justificativa. A de Malta era a seguinte: todo jornalista quando se senta diante da máquina de escrever, pede aos céus para ser o mais claro e simples possível. E dizia Maria: “E Malta é o único a quem Deus atende”.

Assim era Octavio Malta: claro e simples, objetivo, ousado, corajoso, determinado, amigo, generoso, teimoso, batalhador, irônico, otimista, engraçado, descobridor, respeitado.

No final dos anos 30, quando Samuel Wainer o conheceu, ele já era “um pouco o guru da imprensa brasileira”. Dorival Caymmi diz que “Malta, pessoa do meu coração, sempre se dizia a boca pequena que ele era o melhor secretário de jornal que existia. Um riso adorável, uma calma e, para o trabalho que fazia, um milagreiro”.

Augusto Nunes foi quem escreveu, a pedido de Pink Wainer, as memórias de Samuel: ’Minha Razão de Viver’. Quando ele chegou ao final das 57 fitas que Samuel deixou gravadas, Nunes confidenciou-me: “O depoimento é impressionante. Samuel detona todo mundo. Inclusive ele próprio. O único que fica bem na história, e durante toda a vida, é Octavio Malta”.

Malta sempre ficou bem. Pode-se pegar qualquer livro de memórias de intelectuais de sua época. Não importa de quem sejam as lembranças. De Darci Ribeiro a Nélson Rodrigues, ou mesmo historiadores estrangeiros como John W.F. Dulles. E isso desde o tempo de Graciliano Ramos, que o incluiu em suas ‘Memórias do Cárcere’.

Malta fez sempre um jornalismo militante que o tornou personagem de Graciliano Ramos em ‘Memórias do Cárcere’. No alto da página tem a foto da prisão. Malta é o primeiro da esquerda para a direita. E é o único que exibe o punho esquerdo fechado.

Pernambucano de Nossa Senhora do Ó, distrito de Nazaré, Malta nasceu em 1902 e, aos 17 anos, foi trabalhar como revisor, depois como redator, no Diário de Pernambuco. Mas aos 23 anos foi obrigado a sair do Recife, juntamente com Osório Borba. Os dois criticavam o Governador Sérgio Loreto, que pedia insistentemente suas cabeças, o que acabou impedindo-os de continuar trabalhando em jornal.

No Rio, Malta teve alguns meses de “boca incerta” – época em que trabalhava em 'A Folha', vespertino decadente de Medeiros e Albuquerque, que funcionava num prédio em frente à antiga sede do 'Jornal do Brasil'. Em 1926, foi redator da 'Tribuna', o “vermelhinho que servia de acústica para a oposição revoltada”.

Após um período na Bahia, Malta voltou ao Rio, sempre trabalhando em folhas oposicionistas de grande influência na época, a começar por 'A Esquerda', de Pedro Mota Lima, além de 'A Batalha' e do 'Diário da Noite'.

Secretário-geral do Socorro Vermelho, organização de solidariedade do Partido Comunista, em 1935 foi preso na Casa de Detenção, no Rio. Lá, recebia os jornais diários e escrevia um resumo do noticiário que, nas galerias da Frei Caneca, era ouvido pelos demais presidiários através do médico Campos da Paz, que lia, em voz alta, o que havia sido redigido pelo amigo de cela. Marta, como o chamavam os mais íntimos – ele tinha dificuldade em pronunciar os eles –, era o Matoso na época, “mas meu nome legá é Octavio Malta”, brincavam os amigos.

Paulo Francis escreveu em 1984 que Malta foi “um polemista de esquerda e uma doce criatura”: “Pouca gente sabe que ele salvou a vida de Samuel, quando teve tuberculose e desistiu da vida. Malta o internou e cuidou dele”.

“Samuel achava que o Partido tirava a independência do articulista”, lembra Francis. “Não concordo. Malta foi exemplo disso. Para grande irritação minha, ele começou a elogiar Jânio Quadros em 1960. Nós todos éramos pró-Lott. Toda a esquerda. Mas Malta se encantou com alguns discursos de Jânio no Nordeste. Era um homem aberto as ideias.”

O primeiro sucesso de Samuel foi 'Diretrizes', que teve Malta como braço direito. Era ele quem escrevia os editoriais. Vinte anos depois Samuel soube que o amigo havia sido mandado pelo PCB para controlar o jornal-revista, mas a “miopia política” de Samuel tinha “causas facilmente identificáveis”: “Eu estava deslumbrado com a constatação de que tivera acesso ao clube dos intelectuais de esquerda. Subitamente, surpreendera-me amigo de intelectuais como Jorge Amado, Zé Lins, Graciliano, Rachel de Queiroz, José Américo de Almeida, Érico Veríssimo. Sentia-me honradíssimo por tantos privilégios. Ter a companhia de Octavio Malta assim era um motivo de orgulho suficientemente poderoso para fechar-me a vista a certas evidências. Malta era uma figura extraordinária, sempre seríamos amigos”.

Depois veio 'Ultima Hora', e de novo Malta estava à frente: “Ele era meu braço direito, meu velho companheiro, a quem vinha fazendo sucessivas consultas desde a conversa com Getulio em Petrópolis”.

Samuel, ainda nas memórias, comemora o sucesso de UH: “Os editoriais redigidos por Octavio Malta – eu ainda não me sentia suficientemente seguro para escrevê-los – tinham peso crescente”.

Além de ser o redator-chefe do jornal, Malta durante duas décadas assinou a coluna ‘Jornais e Problemas’, a primeira do País a comentar a imprensa diária. Em Machado de Assis ele encontrou a inspiração para a coluna e diariamente repetia o mote que conheceu em Quincas Borba – “Não há vinho que embriague como a verdade”.

Ali políticos e barões da imprensa sofreram com sua pena. Mas os que não eram criticados deliciavam-se com seu sarcasmo.

Quando Kennedy foi assassinado e, em seguida, mataram o assassino, Magalhães Júnior assinou um artigo falando da “dupla tragédia americana”.

E Malta perguntava: “Por que dupla tragédia, ó Magalhães? Tragédia em teatro é uma peça de enredo violento e funesto em que figuram personalidades ilustres. Shakespeare escreveu várias tragédias (…) Em Hamlet, ou na História Trágica de Hamlet, Príncipe da Dinamarca, há vários assassinatos, mas tudo é uma só tragédia. Macbeth é, igualmente, uma tragédia; e não duas, ou mais.

A execução de Carlos I  chama-se “a tragédia da Inglaterra”, como o assassinato de Kennedy pode se chamar de “a tragédia americana”. Mas dupla tragédia é que não é, meu velho Magalhães Júnior. Você é Júnior, mas é velho pra chuchu e devia, sobretudo depois que vestiu o fardão verde da Casa de Machado de Assis, não escrever bobagem”.

Ou então o simplório Ibrahim Sued, que escreveu: “O Senador Afonso Arinos de Melo Franco perdeu mais uma oportunidade de ficar calado”, quando este saudou San Tiago Dantas em um episódio referente a Cuba. E dizia Malta: “Ora, Afonso Arinos é uma dessas criaturas feitas para falar, porque fala sempre bonito. Pois o Ibrahim, logo o Ibrahim, que foi feito para não falar, diz que Arinos perdeu mais uma oportunidade de ficar calado… Não faz pena!” Isso para ficar em dois exemplos menores.

Durante anos seus principais alvos foram Carlos Lacerda e Roberto Marinho. Esses nunca o perdoaram. Em abril de 1964, perseguido pela polícia de Lacerda e pelas tintas de Marinho, Malta foi obrigado a passar alguns meses na clandestinidade, mas sem abandonar a luta. Em UH assinava três dias na semana um artigo com o pseudônimo de Manoel Bispo, e na 'Folha da Semana', outro como Luiz da Silva, personagem de Graciliano Ramos em 'Angústia', nome sugerido pelo jovem amigo Maurício Azêdo.

Quando Ultima Hora foi vendida, em 1972, Malta não teve mais onde escrever na grande imprensa.

Paulo Francis lembra que “todos respeitavam Malta e o amavam como símbolo de um radicalismo que hoje me parece atenuado ou reduzido a demagogia no Brasil”: “ Ele não queria nada para ele. Cuidava da família e vivia do salário de redator. A última vez que o vi, acho que em um café da Rio Branco, em 1969, perguntei a ele o que me dizia da nossa situação. ‘Não me vendi’. É a resposta”.

Octavio Malta, autor do livro “Os Tenentes na Revolução Brasileira”, foi na segunda metade do século XX um dos mais importantes e influentes jornalistas do País. Quando faleceu foi saudado como um dos responsáveis pela remodelação da imprensa do Rio de Janeiro nos anos 50.

E morreu num dia de muita notícia: 25 de abril de 1984, data em que o Congresso enterrou as diretas. Na noite anterior, ele foi para a janela de seu apartamento, no Flamengo, bater panela como a maioria dos brasileiros que queriam votar pra Presidente. Pela manhã, esteve na ABI, onde foi pagar a mensalidade e ficar apto a votar na renovação de um terço do Conselho.

Rubem Braga foi com Oto Lara Resende ao enterro de Malta. Depois lamentou, em artigo, que ambos ficaram à sombra de uma árvore do Cemitério São João Batista, ao invés de fazer como os mais velhos que, enfrentando o calor forte e uma enorme escadaria, foram até à beira da sepultura, como foi o caso de Barbosa Lima Sobrinho e Luís Carlos Prestes. E ainda saíram dali, por volta das 5 da tarde, para subir em um palanque armado na Cinelândia, onde se realizava o último comício pró-diretas.

No caixão, Malta certamente se deliciou com o gesto. Ele sabia muito bem que a luta devia continuar.

 


Persona em Foco, da TV Cultura, entrevista nesta quarta o ex-ministro João Batista

Dirigente da FAP relembra sua vida e trajetória nesta quarta (18), na TV Cultura

Por Germano Martiniano

O ex-ministro da Cultura e produtor de cinema, Joao Batista de Andrade, relembra sua vida e trajetória no programa Persona em Foco, da TV Cultura, que vai ao ar na noite desta quarta-feira (18), às 23h15. O programa tem como objetivo registrar aspectos da vida pessoal e da carreira de personalidades do teatro, bem como as suas impressões sobre o ofício. A entrevista com o também dirigente da Fundação Astrojildo Pereira será reprisada no domingo, às 23h.

João Batista construiu uma longa história no cinema brasileiro. Iniciou o curso na USP, em 1963. Mas, no ano seguinte, abandonou os estudos por causa do golpe militar. E mesmo com a ditadura, ele não deixou a produção de lado. Em 1967, lançou o documentário Liberdade de imprensa, que foi apreendido pelo exército durante Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes).

Os filmes de Batista sempre tiveram um cunho político e social, influenciados, inclusive, por sua formação universitária durante o regime militar. “Sou de uma geração que viveu um Golpe de Estado, portanto, acredito ser natural que tivéssemos uma visão crítica da sociedade e isso marcou para sempre meu cinema”, destacou João Batista em entrevista à FAP.

O ex-ministro da Cultura também ressaltou ainda as mudanças que o cinema brasileiro tem sofrido ao longo das décadas. “O cinema vem se expandido em vários sentidos, inclusive no número de pessoas na atuação e produção. Atualmente, inclusive, vemos também muito mais mulheres no cinema em várias frentes. Contudo, ainda temos um problema de mercado, no qual o cinema norte-americano ainda se sobrepõe ao nosso”.

A partir de sua vivência no período do regime militar, quando questionado sobre a narrativa petista do Golpe, no que se refere ao impeachment de Dilma Rousseff, João Batista afirmou que, de certa forma, foi contra a saída da ex-presidente do governo. “Por ter vivido a ditadura, eu temi que o impeachment pudesse deixar uma cicatriz muito grande na democracia brasileira, embora há que se admitir que as coisas já estavam muito mal, estávamos em uma crise profunda”, salientou.

João Batista – que foi ministro da Cultura no governo Temer – falou ainda sobre sua experiência no ministério. “Eu comecei a trabalhar com o Roberto Freire (atual presidente do PPS) no Ministério da Cultura. Quando ele renunciou, fui chamado para assumir como ministro. Achei que era uma possibilidade fazer um bom trabalho voltado para a cultura e, principalmente, trabalhar pelo cinema”.

No entanto, ele relembra que não se sentia muito confortável no cargo. “Desde quando assumi o ministério, eu sentia um mal-estar, pois eu era contra o governo Temer. Mas, pensando na possibilidade de fazer um bom trabalho, eu permaneci. Entretanto, a pressão da função e a “sede” dos parlamentares por cargos me incomodavam bastante e, assim, achei mais prudente sair”, concluiu o produtor de cinema.


Inscrições: Seminário Bauman e o mal-estar da nossa sociedade

Evento contará com a participação do tradutor das obras de Zygmunt Bauman no Brasil, Carlos Alberto de Medeiros

O pensamento do sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman ante ao “mal estar” no contexto brasileiro atual será o foco de seminário no próximo dia 23 de julho (segunda-feira), às 19h no auditório da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), no Espaço Arildo Dória, no Conic, em Brasília (Edifício Venâncio III, Loja 52). O evento tem o apoio do Coletivo Igualdade 23, do PPS, e da Associação Cultural Israelita de Brasília (ACIB).

O mediador do seminário será o jornalista Sionei Ricardo Leão. A coordenadora de ensino judaico da Associação Cultural Israelita de Brasília (ACIB), Ruth Grinberg, será uma das mediadoras. Com formação em psicologia clínica, Grinberg  também trabalha com autoconhecimento e é uma ativista da cultura judaica em Brasília. Paola Amendoeira, psicanalista e membro do Comitê do Instituto de Psicologia Aplicada (IPA) junto à ONU, será a outra mediadora. O evento também contará com a participação do tradutor das obras de Zygmunt Bauman no Brasil, Carlos Alberto de Medeiros.

A missão de fazer esse paralelo conceitual será do jornalista, ativista e estudioso da questão racial, Carlos Alberto Medeiros – que traduziu 22 obras de Bauman para a língua portuguesa.
Bauman, que faleceu em janeiro do ano passado, aos 91 anos, foi autor de mais de 50 obras e diversos artigos dedicados a temas como o consumismo, a globalização e as transformações nas relações humanas.

Modernidade Líquida
Um de seus textos mais conhecidos é Modernidade Líquida. Nessa obra, ele discute as condições da pós-modernidade, as transformações do mundo moderno nos últimos tempos. Para o sociólogo a tão debatida “pós-modernidade” é um conceito meramente ideológico.

Bauman também propõe que nos tempos atuais, as relações entre os indivíduos nas sociedades tendem a ser menos frequentes e menos duradouras. Uma de suas frases mais emblemáticas é “as relações escorrem pelo vão dos dedos”.

O sociólogo nasceu em Poznan, no seio de uma família judia. Em 1939, junto com os pais escapou da invasão das tropas nazista na Polônia e se refugiou na União Soviética. Alistou no exército polonês no front soviético. Em 1940 ingressou o Partido Operário Unificado – o partido comunista da Polônia. Em 1945 entrou para o Serviço de Inteligência Militar, onde permaneceu durante três anos.

Em março de 1968, Bauman foi vítima do expurgo antissemita que obrigou muitos poloneses de origem judia a deixarem o país. Exilado em Israel, lecionou na Universidade de Tel-aviv. Em 1971, foi convidado para lecionar Sociologia na Universidade de Leeds, Inglaterra, onde também dirigiu o departamento de sociologia da Universidade até sua aposentadoria, em 1990.
Carlos Alberto Medeiros é autor de Racismo, preconceito e intolerância (com os antropólogos Jacques D’Adesky e Edson Borges) e Na lei e na raça. Legislação e relações raciais Brasil – Estados Unidos, resultado de sua dissertação de mestrado, com o qual iniciou um mergulho nos estudos comparativos abordando as duas sociedades.

SERVIÇO
Seminário Bauman e o mal-estar da nossa sociedade
Data: 23/07, às 19h
Local: Auditório do Espaço Arildo Dória, da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), no Conic – Edifício Venâncio III, Loja 52.


Seminário da FAP aborda o pensamento de Zigmunt Bauman e o “mal-estar” brasileiro

Evento contará com a participação do tradutor das obras de Zigmunt Bauman no Brasil, Carlos Alberto de Medeiros

O pensamento do sociólogo e filósofo polonês Zigmunt Bauman ante ao “mal estar” no contexto brasileiro atual será o foco de seminário no próximo dia 23 de julho (segunda-feira), às 20h no auditório da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), no Espaço Arildo Dória, no Conic, em Brasília (Edifício Venâncio III, Loja 52). O evento tem o apoio do Coletivo Igualdade 23, do PPS, e da Associação Cultural Israelita de Brasília (ACIB).

O mediador do seminário será o jornalista Sionei Ricardo Leão. A presidente da ACIB, Tamara Socolik, será uma das mediadoras, ao lado de Paola Amendoeira, psicanalista e membro do Comitê do Instituto de Psicologia Aplicada (IPA) junto à ONU. O evento também contará com a participação do tradutor das obras de Zigmunt Bauman no Brasil, Carlos Alberto de Medeiros.

A missão de fazer esse paralelo conceitual será do jornalista, ativista e estudioso da questão racial, Carlos Alberto Medeiros – que traduziu 22 obras de Bauman para a língua portuguesa.
Bauman, que faleceu em janeiro do ano passado, aos 91 anos, foi autor de mais de 50 obras e diversos artigos dedicados a temas como o consumismo, a globalização e as transformações nas relações humanas.

Modernidade Líquida
Um de seus textos mais conhecidos é Modernidade Líquida. Nessa obra, ele discute as condições da pós-modernidade, as transformações do mundo moderno nos últimos tempos. Para o sociólogo a tão debatida “pós-modernidade” é um conceito meramente ideológico.

Bauman também propõe que nos tempos atuais, as relações entre os indivíduos nas sociedades tendem a ser menos frequentes e menos duradouras. Uma de suas frases mais emblemáticas é “as relações escorrem pelo vão dos dedos".

O sociólogo nasceu em Poznan, no seio de uma família judia. Em 1939, junto com os pais escapou da invasão das tropas nazista na Polônia e se refugiou na União Soviética. Alistou no exército polonês no front soviético. Em 1940 ingressou o Partido Operário Unificado – o partido comunista da Polônia. Em 1945 entrou para o Serviço de Inteligência Militar, onde permaneceu durante três anos.

Em março de 1968, Bauman foi vítima do expurgo antissemita que obrigou muitos poloneses de origem judia a deixarem o país. Exilado em Israel, lecionou na Universidade de Tel-aviv. Em 1971, foi convidado para lecionar Sociologia na Universidade de Leeds, Inglaterra, onde também dirigiu o departamento de sociologia da Universidade até sua aposentadoria, em 1990.
Carlos Alberto Medeiros é autor de Racismo, preconceito e intolerância (com os antropólogos Jacques D’Adesky e Edson Borges) e Na lei e na raça. Legislação e relações raciais Brasil – Estados Unidos, resultado de sua dissertação de mestrado, com o qual iniciou um mergulho nos estudos comparativos abordando as duas sociedades.

SERVIÇO
Seminário Bauman e o mal-estar de nossa sociedade
Data: 23/07, às 20h
Local: Auditório do Espaço Arildo Dória, da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), no Conic - Edifício Venâncio III, Loja 52.


Livro de Alberto Aggio discute caminhos para a esquerda brasileira 

A Fundação Astrojildo Pereira e a Editora Verbena lançaram, na quinta-feira (07/06), o livro Itinerários para uma esquerda democrática, de Alberto Aggio, historiador e professor titular da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).

O lançamento, que ocorreu no auditório do Cedem em São Paulo, foi precedido de um debate sobre os temas que impactaram a vida política brasileira mais recente, abordados na coletânea de ensaios, com a participação de Rogério Baptistini, da Universidade Mackenzie; Vinícus Müller, doutor em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP) e professor do Insper e do autor, Alberto Aggio.

Confira abaixo um resumo do evento:
https://www.youtube.com/watch?v=qmyoaPF91cc


FAP e Verbena Editora lançam Itinerários para uma esquerda democrática, de Alberto Aggio

Lançamento será precedido de debate sobre os temas tratados no livro e será realizado  no auditório do Centro de Documentação e Memória da Unesp (Cedem), em São Paulo, às 18h30. Evento terá transmissão ao vivo pelo perfil da FAP no Facebook: https://www.facebook.com/facefap/

A Fundação Astrojildo Pereira e a Editora Verbena lançam, nesta quinta-feira (07/06), o livro Itinerários para uma esquerda democrática, de Alberto Aggio, historiador e professor titular da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).

O lançamento será às 18h30 no auditório do Centro de Documentação e Memória da Unesp (Cedem), localizado na Praça da Sé, 108, 1º andar, em São Paulo e será precedido de um debate sobre os temas que influenciaram o destino de nosso país no último século, abordados na coletânea de ensaios, e que terá a participação de Rogério Baptistini, da Universidade Mackenzie; Vinícus Müller, doutor em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP) e professor do Insper e do autor, Alberto Aggio. O evento terá transmissão ao vivo pelo perfil da FAP no Facebook: https://www.facebook.com/facefap/

A obra
Em Itinerários para uma esquerda democrática, Aggio percorre os principais temas que perpassam a realidade brasileira nos últimos anos. Variados, os ensaios são animados por um mesmo espírito que se ancora em uma chave de leitura acerca do processo de modernização vivido pelo país no último século. Tal leitura, influenciada pelo pensamento de Antonio Gramsci, registra que em nossos ciclos de crescimento econômico acelerado jamais fomos capazes de  construir uma sociedade moderna.

No início de 2003, a posse de Lula parecia anunciar uma luz sobre nossas angústias. Todavia, uma década mais tarde, as ruas foram tomadas por multidões difusas e insatisfeitas com os rumos da política brasileira. A partir de 2015, essa multiplicidade adquire certa unidade em torno da falência do projeto petista, evidenciada nos últimos meses de 2014.

O início do segundo mandato de Dilma Rousseff se apresenta como o anticlímax do petismo, no qual emergem os rombos nos cofres públicos e a reversão programática. Tal cenário se agrava em razão do colapso do modelo de desenvolvimento econômico, uma opção desastrada pelo nacional-desenvolvimentismo, que reverteu investimentos estatais na criação artificial dos “campeões nacionais”.

Baseado em fatos, Aggio é capaz de se contrapor decisivamente às narrativas fáceis que compreendem o impeachment enquanto um golpe, apontando que a década petista abandou a possibilidade de transformar o país, aliando-se ao atraso e nos colocando novamente em nossa encruzilhada diante da modernidade. O desafio parece ser o de inventarmos novos caminhos que nos possibilitem escapar deste labirinto.

A resposta sugerida neste livro reside na construção de uma esquerda democrática, capaz de valorizar a política e promover um reformismo forte, marcado por um desenvolvimento econômico sustentável aliado à igualdade, liberdade e respeito pelo indivíduo. Uma esquerda que quer ser reconhecida, enquanto força política relevante no cenário nacional, precisa considerar esses itinerários.

Saiba mais:

 

 


FAP realiza workshop Legislação e Marketing Eleitoral em Belém (PA) neste sábado (09/06)

No dia 7 de outubro milhões de brasileiros irão às urnas para escolherem o novo presidente da República, governadores, senadores e deputados federais, estaduais e distritais.

Todo candidato a estes cargos, bem como suas equipes de apoio na disputa eleitoral, deve ter o conhecimento necessário para saber organizar uma campanha eleitoral e política. Saber organizar não apenas do ponto de vista político, mas também pelo bom funcionamento administrativo, pois o sucesso eleitoral também depende da boa gestão da campanha.

A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) está promovendo neste sábado (09/06), em Belém (PA), o Workshop Legislação e Marketing Eleitoral, que terá vários painéis e sobre temas como a Legislação e Prestação de Contas Eleitorais; Marketing Eleitoral; Legislação Eleitoral e Ética e Fidelidade Partidária.

Durante o evento também será realizado o lançamento do livro "Campanha Política -  Como ganhar uma eleição - Regras e Dicas", da autoria de Jorge Oliveira.

O Workshop será ralizado na sede da APAE, na Avenida Generalíssimo Deodoro, nº 413, Bairro Umarizal, das 9h até as 17h15.

Confira a programação:

09:00 - CREDENCIAMENTO

09:30 - ABERTUTA OFICIAL

10:00 - PAINEL I - LEGISLAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS ELEITORAIS

11:00 - DEBATE-ESCLARECIMENTO, COM YAN BLOES (CONSULTOR CONTABIL), CARLOS ALBERTO (LEGISLAÇÃO ELEITORAL) E YURI JORDY (ADVOGADO)

12:30 - INTERVALO

14:30 - PAINEL II - MARKENTING ELEITORAL, COM JORGE ARAPIRACA

15:30 - DEBATE-ESCLARECIMENTO

16:15 - PAINEL III, COM ÉTICA E FIDELIDADE PARTIDARIA, COM ARNALDO JORDY, ELEANOR PALHANO E EVERALDO NUNES

16:45 - DEBATE - ESCLARECIMENTO

17:15 - ENCERRAMENTO


Especial 100 anos de Armênio Guedes

Neste 30 de maio de 2018, comemora-se o centenário de nascimento
do jornalista Armênio Guedes.

Um alto dirigente do antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), destacou-se por ser a principal referência dos renovadores do pensamento comunista no Brasil.

Armênio Guedes propôs soluções positivas em momentos cruciais da história do país no século XX.

Confira o especial!

http://www.fundacaoastrojildo.com.br/armenioguedes/extra/textos.html

 

 

 

 


34ª Feira do Livro de Brasília é adiada devido à crise dos combustíveis

Evento foi transferido para o período de 8 a 17 de junho. Nova programação ainda será anunciada

A crise dos combustíveis resultou no adiamento da 34ª Feira do Livro de Brasília, que ocorreria entre 1º e 10 de junho. Agora, o evento será realizado de 8 a 17 de junho, das 10h às 22h, no Patio Brasil Shopping. Como de costume, o evento será gratuito e a classificação indicativa, livre.

Ivan Valério, presidente da Câmara do Livro do Distrito Federal, explica que, com a greve dos caminhoneiros, vários livreiros não conseguiriam receber as mercadorias a tempo. "Fomos obrigados a fazer a mudança para garantir que o evento mantenha o brilho e não corra riscos desnecessários", explica.

Ainda segundo a organização, a programação que estava prevista para os dias 8, 9 e 10 será mantida. "Quanto aos outros dias, eles estão sendo recompostos de acordo com as agendas dos escritores e artistas convidados. O quanto antes será divulgada a nova programação", diz o curador da feira, Maurício Melo Júnior.

Entre os escritores já confirmados estão Maurício Almeida, Paulliny Gualberto Tort, Maria Valéria Rezende , Dad Squarisi, Henrique Rodrigues, Cristóvão Tezza e Pedro de Almeida.

Na parte infantil da feira, Fernanda de Oliveira, da equipe de curadoria, também confirma alguns nomes: Alessandra Roscoe, Ana Beatriz Brandão, Cristino Wapichana, Denise Batulevicius, Dinorá Couto Cançado, Helenice Gonçalves, Jô Oliveira, Jonas Ribeiro, José Santos, Lázaro Ramos, Lourenço Cazarré, Lucrécia Leite, Lucília Garcez, Marcelo Capucci, Márcia Nogueira, Marco Haurélio, Marcos Linhares, Maria Célia Madureira, Mirela Martorelli, Raquel Gonçalves Renato Machado, Sandra Bittencourt, , Shirlene Alvares,  Simão Miranda, Stella Maris Rezende, Tiago de Melo Andrade e Wellington Barros.

 

Fonte: Correio Braziliense

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2018/05/27/interna_cidadesdf,683961/34-feira-do-livro-de-brasilia-e-adiada.shtml


Evento no RJ debate os 130 anos da Abolição

“Vem pra Roda” tem como objetivo evidenciar as lutas e resistências das comunidades negras no Brasil frente a um processo histórico de injustiças sociais

Por Germano Martiniano

O ano de 2018 celebra os 130 anos da Abolição da escravidão no Brasil. Não bastasse a própria data, simbolicamente importante para levantar discussões em torno da inserção social negra, historicamente injusta, há alguns meses, ocorreu o assassinato de Marielle Franco, vereadora pelo PSOL, que intensificou a discussão em torno da população negra. Frente a esse contexto, é que o professor babalawô Ivanir dos Santos, doutorando em História Comparada pela UFRJ, liderou a realização do “Vem pra Roda”: 130 anos da Abolição: Memórias e Legados das resistências das comunidades negras. O evento ocorrerá na cidade do Rio de Janeiro, na terça-feira (22/05), às 18h, no Clube Municipal localizado na Rua Haddock 359, Tijuca.

“Do ponto de vista social, o assassinato da vereadora representa um dos inúmeros casos de tentativas de "extermínio" da população negra, que se dá por meio das tentativas de homicídios ou por ação política da eugenia social”, disse Ivanir Santos. Bacharel em Pedagogia e Supervisão Escolar pela Faculdade Integrada Anglo-Americana, Ivanir também afirma que desde o final da década de 80 o movimento negro brasileiro tem lutado pelo fim da invisibilidade da resistência negra contra o racismo. “Por essa razão, pesamos em construir um evento que pudesse não apenas fomentar debates e diálogos sobre a falsa ideia da abolição, mas também que evidencie as lutas e resistências das comunidades negras no Brasil” completou Ivanir.

O babalowô Ivanir, guia espiritual candomblé, que também será candidato a vereador pelo PPS do Rio de Janeiro este ano, concedeu entrevista a FAP, na qual, além de abordar aspectos do evento, também respondeu sobre temas como a questão das minorias sociais, esquerda, espiritualidade nas universidade e outros. Confira, a seguir, alguns trechos da entrevista.

FAP - Como surgiu a ideia de realizar este evento?
Ivanir dos Santos - Desde o final da década de 1980, o movimento negro brasileiro vem pautando uma discussão muito forte voltada para os processos de invisibilidades das resistências e as lutas das comunidades negras contra o racismo e a falsa ideia de abolição, como algo "dado" em generosidade pela "monarquia brasileira" para os milhares de homens e mulheres negros e negras, que aportaram no Brasil na condição de escravos. Por essa razão, pesamos em construir um evento que pudesse não apenas fomentar debates e diálogos sobre a "falsa abolição", mas que também evidencie as lutas e resistências das comunidades negras no Brasil.

Esta Roda acontece em um momento delicado para comunidade negra. Qual a opinião do senhor sobre a morte da vereadora Marielle, que lutava pelos direitos da população negra, do ponto de vista social e político?
O assassinato da Marielle Franco não pode ser visto como apenas como um ponto factual específico e isolado de um contexto histórico, construído desde a gênese social brasileira, sobre o racismo, machismos e tentativas de cerceamentos das liberdades das pessoas negras. Do ponto de vista social, o assassinato da vereadora representa um dos inúmeros casos de tentativas de "extermínio" da população negra, que se dá por meio das tentativas de homicídios ou por ação política da eugenia social.

O discurso petista instalou na política brasileira o discurso do “nós contra eles”. Muitas vezes, esse discurso acaba se aplicando para as minorias, como se o PT fosse o único partido preocupado com as questões dos negros, LGBTs, etc. O senhor concorda com essa visão?
As "questões" das chamadas minorias representativas, nos cenários políticos, são suprapartidárias, essas "causas" devem contar com o apoio de toda a sociedade brasileira e, principalmente, de todos os partidos políticos.

O senhor concorda com a visão de que a esquerda, com todas as mudanças que houve no mundo do trabalho, substituiu a questão do ser oprimido, antes o proletariado, para agora defender as minorias sociais?
Compreendo que o determinismo econômico não deu resoluções às questões sociais, culturais, raciais, espirituais e de gênero da população em geral, que estão no bojo da desigualdade estrutural da sociedade brasileira. Precisamos levar em consideração que grande parte da população brasileira não está "enquadrada" sobre os aspectos da "classe proletária", ou seja, não estão vinculados diretamente ao mercado de trabalho formal, com a carteira de trabalho assinada.

A esquerda tem se preocupado demasiadamente com essas questões da minoria, deixando de lado questões macrossociais?
Estou convicto ao analisarmos as questões macrossociais precisamos levar em consideração os aspectos e as questões sociais e políticas que envolvem as minorias "representativas" ou "gente comum" como pontuam os historiadores Thompson e Hobsbawm. Por isso, eu compreendo e tendo analisar que a esquerda precisa se reinventar com o povo e, aos poucos possibilitar uma abertura que possa possibilitar discussões correlacionadas com as “as questões" que compõem a sociedade brasileira. E essa "reinvenção" precisa estar embasada sobre as ideia das "experiências" políticas, sociais, culturais, espirituais e de orientação sexual dos sujeitos.

A universidade ainda é um espaço, excessivamente, material, deixando de lado questões religiosas e espirituais?
As universidades, públicas, são espaços materiais, pois ela foi pensada a partir de uma ideia "racionalista" e cartesiana que coloca como secundárias, ou objetificadas, as questões religiosas e/ou espirituais. Mas podemos dizer, que mesmo a academia sendo construída sob sobre uma ideia cartesianista, estamos, mesmo que timidamente, conseguindo promover debates e analises sobre questões religiosas, intolerância religiosa, pluralidade, liberdade.

Saiba mais:


#ProgramaDiferente: Confira os vídeos da série “Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação”

 

A série “Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação”, do #ProgramaDiferente, tratou de vários temas trabalhados no Seminário Internacional Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação, realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) em parceria com o Instituto Teotônio Vilela (ITV).

 

Nos vídeos, foram tratados o  tema “Reinventando o Estado Democrático”:  Como políticos, partidos e até mesmo os intelectuais podem se adaptar a uma prática que contemple os anseios de uma nova sociedade? Como não ficar falando apenas para si mesmos, desconectados do mundo real, que se reinventa minuto a minuto.

O #ProgramaDiferente também tratou das semelhanças e das diferenças entre o trabalho executado pela Operação Lava Jato, no Brasil, e a sua principal fonte de inspiração, a Operação Mãos Limpas, na Itália. Quais são os efeitos práticos e as limitações do combate eficaz à corrupção na política?

“A Revolução Tecnológica e o Mercado de Trabalho”: Qual o futuro das profissões? Esse também foi um dos temas exibidos na série “Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação”, do #ProgramaDiferente. Assista aos vídeos!

 

 

https://youtu.be/zoOkC6E5ExM

 

 

https://youtu.be/XYTrMM4oKoo

 

 

https://youtu.be/0EXrOw47_ss