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Política Democrática: “Entramos na era da mentira”, afirma Sérgio Denicoli
Pós-doutor em comunicação analisa avanço da internet, em artigo publicado na edição de novembro da revista Política Democrática online
Por Cleomar Almeida
O pós-doutor em Comunicação e diretor da AP Exata – Inteligência Artificial, Sérgio Denicoli, diz que a expansão da internet, possibilitada pelo surgimento da web, em 1989, sustentou a crença de que “o novo meio online seria um grande campo de liberdade”. No entanto, hoje, segundo ele, “entramos na era da mentira, das teorias da conspiração, que influenciam nossos amigos e familiares”, como escreve em artigo publicado na edição de novembro da revista Política Democrática online, produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao Partido Popular Socialista (PPS).
Com o título “As doces, atraentes e estimulantes fake news”, o artigo ressalta que, no início, a ideia que havia era de que finalmente o mundo se livraria das amarras da mediação da imprensa, que, segundo ele, é “contaminada pelos seus mais diversos interesses e pela sua proximidade com o poder político”.
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No final dos anos 1980, como observa o pós-doutor em Comunicação, acadêmicos e críticos entendiam que a imprensa desenhava toda a narrativa da vida pública e que a internet trazia ao mundo a possibilidade de democratização da informação. “As pessoas comemoraram, então, o surgimento do chamado ‘jornalista cidadão’, aquele que não precisava de intermediários para difundir uma notícia. Foi uma onda avassaladora a transformação dos internautas em produtores e não apenas consumidores de conteúdo”, escreve ele, em um trecho.
No entanto, de acordo com Sérgio Denicoli, houve mudança não apenas no ato de se reportar algo. “A internet viria a colocar em causa muitas profissões que tinham a mediação como norte. Foi assim que aconteceu a revolução do Uber, do Airbnb – que permite às pessoas comuns alugarem suas próprias casas como se fossem hotéis –, dos classificados, do comércio de imóveis, entre tantos outros exemplos. Enquanto essas mudanças eram comemoradas, o mundo não percebeu que, aos poucos, a internet foi sendo capturada”, acrescenta ele.
Segundo o diretor da AP Exata – Inteligência Artificial, empresas ultraglobais, como Google, Facebook, Twitter etc, construíram resorts de comunicação e cooptaram bilhões de usuários, os quais, conforme ressalta ele, foram transformados “em produtos narcisistas municiados de espelhos hipnotizadores”. “Ocorreu, portanto, a digitalização da vida, com ideias, opiniões e momentos privados devidamente classificados e armazenados em data centers espalhados pelo planeta. As pessoas foram agrupadas em bolhas e viraram presas”, afirma Sérgio Denicoli.
Assim, conforme aponta o artigo, “um ambiente que chegou anunciando liberdade se tornou uma prisão sem muros, com requintes apurados de cooptação ideológica”. “Tudo devidamente disseminado por robôs e alimentado pelo que denominamos de ‘perfis de interferência’, criados especificamente para interferir nos mais diversos processos que envolvem a opinião pública”.
Na avaliação do pós-doutor em Comunicação, a sociedade entrou não somente “na era da mentira”, mas também na das “teorias da conspiração, que influenciam nossos amigos e familiares”. “Estabeleceu-se um surto coletivo, onde, se achando mais que especial, o internauta acredita que sua vida é o centro das atenções e que sua opinião deve prevalecer, sendo ela apoiada em pós-verdades, se assim for necessário. Uma doce ilusão. Tão doce e atraente, como uma bem construída fake news”, escreve ele, no artigo.
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Política Democrática: “Bolsonaro significa o novo”, diz Paulo Baía
Em artigo da edição de novembro da revista Política Democrática online, sociólogo afirma que presidente eleito estabeleceu “relação de intimidade” com o público
Por Cleomar Almeida
O sociólogo e cientista político Paulo Baía diz que “Bolsonaro significa efetivamente o novo mesmo que seja rejeitado pela vanguarda do pensamento encontrada nas universidades, partidos políticos e centros culturais”. De acordo com ele, durante a campanha, o então “candidato esteve presente junto às multidões a partir do check-in dentro de casa. Em contato permanente com sua imensa rede de seguidores, formadores de opinião”.
O assunto é abordado no artigo “Bolsonaro – uma epifania em rede”, publicado na edição de novembro da revista Política Democrática online, produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao Partido Popular Socialista (PPS). Na avaliação do sociólogo, a estratégia do então candidato, durante a campanha eleitoral, sustentou-se em uma “fortaleza de marketing, pois estabeleceu uma relação de intimidade”. “Transformou-se no centro das atenções, mesmo na mais significativa manifestação pró-oposições como #elenão. Foi um movimento capturado pela campanha bolsonarista e ressignificado, devolvendo-o como mais um marketing a seu favor mesmo que por vias indiretas”, diz o autor, em um trecho.
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Paulo Baía afirma que houve a supervalorização de Lula e do PT, Geraldo Alckmin e sua imensa estrutura partidária, do tempo de televisão e rádio no período de propaganda eleitoral e, sobretudo, do custo das campanhas num novo modelo de financiamento que privilegiou as oligarquias partidárias e sua imaginada capacidade de perpetuação. “Todos os indícios pró-Bolsonaro foram descartados, sua visão de mundo extremamente conservadora e religiosa em relação aos costumes e a pauta de enfrentamento ao identitarismo”, afirma ele, em outro trecho.
“Aquilo que o sistema político e demais partidos recriminavam ou zombavam em Bolsonaro era exatamente o que o fortalecia junto à maioria da população. Acusar Bolsonaro de ser um risco à democracia foi uma contradição, pois a percepção da maioria da população era o oposto, ou seja, quem representava ameaça era o PT”, destaca o analista político.
De acordo com Paulo Baía, a arrogância acadêmica e a prepotência intelectual desconsideraram, conforme ele diz, “o sentimento da maioria da população classificado como tosco, vulgar, desqualificado e moralmente inferior, não percebendo que a população havia criado suas próprias redes de debate em suas relações intermediadas pelas diversas plataformas digitais”. O autor observa que “estamos imersos em novos tempos em que a epifania individual é coletivizada pelas redes de afetos digitalizadas. O modelo de democracia representativa está em cheque e formas de participação direta estão-se sobrepondo às intermediações políticas e sociais”.
O sociólogo destaca que as pessoas “estão entrando numa nova fase do Humanismo, sendo transformado por uma radicalidade do individualismo expressada em múltiplas plataformas. É um ser humano hiperconectado”. “Fernando Haddad e os demais apostaram nas relações sociais clássicas do mundo capitalista do século XX. Ignoraram na prática a realidade neocientífica já vivida desde os anos 1990 com a expansão da internet e da telefonia móvel, experimentados nas manifestações de 2013 em diante”, acentua ele.
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Política Democrática: Eleição de Bolsonaro põe fim a um ciclo, diz presidente nacional do PPS
Em artigo da edição de novembro da revista Política Democrática online, Roberto Freire diz que já foi definida a mudança de nome do partido político
Por Cleomar Almeida
O presidente nacional do Partido Popular Socialista (PPS), Roberto Freire, avalia que a eleição de Bolsonaro para a Presidência da República de 2019 a 2022 pode ser visto como “o encerramento de um ciclo político iniciado a partir da Nova República (1985)”. Esse período é posterior ao do regime militar no Brasil (1964-1985). A análise dele está publicada no artigo “Contemporâneos do futuro”, que integra a edição de novembro da revista Política Democrática online, produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao PPS.
Roberto Freire analisa que, ao longo dos 30 anos de democracia no Brasil, houve, em sua maioria, “governos com claro viés progressista”, os quais, na avaliação dele, poderiam ser classificados como de centro-esquerda no aspecto político-ideológico. “Como ficou evidenciado depois do impeachment do presidente Collor de Melo, com a assunção de Itamar Franco, seu vice, que implementou uma série de reformas, começando pela mais importante, o Plano Real, que estancou o crônico processo de inflação que então vivíamos, abrindo as portas para um processo sustentado de desenvolvimento econômico”, diz ele, em um trecho.
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Em seu artigo, o presidente do PPS observa que o PT chegou ao poder com Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), depois de dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), do PSDB, no período em que, conforme ressalta, o país viu a estabilidade econômica se solidificar. Roberto Freire lembra que o líder petista ocupou o Palácio do Planalto por oito anos e foi sucedido por Dilma Rousseff (2011-2016), reeleita para um segundo mandato em 2014. Ela foi afastada, na opinião do presidente do PPS, de forma “democrática e constitucionalmente, por meio de um processo de impeachment em 2016”.
Para o presidente do PPS, a “desastrosa experiência lulopetista” provocou o desmantelo da corrupção desenfreada e o enxovalhamento moral das esquerdas, o que, de acordo com ele, acabou atingindo todo o campo progressista, inclusive as correntes não alinhadas ao PT. Por isso, conforme avalia, “uma parcela amplamente majoritária da sociedade brasileira desta vez optou por escolher Bolsonaro, um candidato nitidamente de direita, para governar o país pelos próximos quatro anos”.
O presidente eleito não é apenas “um conservador ou até mesmo um nacionalista reacionário, mas um líder político que até se tornou conhecido mundialmente por algumas declarações frontalmente contrárias aos direitos das minorias, às liberdades individuais, às instituições republicanas e à própria democracia”, como lembra Roberto Freire em um trecho de seu artigo.
Mais adiante, o autor lembra que o PPS realizou, em março deste ano, em São Paulo, seu XIX Congresso Nacional, com a participação de militantes de todo o Brasil. No encontro, conforme registra ele, “foram debatidos temas como as alterações no mercado de trabalho, as reformas, a luta pelos direitos das minorias, as novas formas de relações pessoais e profissionais, o papel da esquerda democrática em um cenário de profundas mudanças econômicas, políticas, sociais e nos costumes, entre outros assuntos”.
Roberto Freire ressalta, entre outros pontos, que o PPS também vai realizar, na segunda quinzena de janeiro de 2019, “um Congresso Extraordinário buscando a recomposição do campo democrático e a construção de novo instrumento de organização das demandas da cidadania”. O intuito, segundo ele, é incorporar, de forma mais ampla, tais movimentos, forças políticas e personalidades da sociedade civil comprometidas com a democracia, a liberdade e as instituições, para a gestação de um novo partido. “Já foi definida, inclusive, a mudança de nome do atual Partido Popular Socialista (PPS), um novo Manifesto e Programa, bem como em sua estrutura organizacional, exatamente para que estejamos verdadeiramente conectados com os reais anseios dos brasileiros e com essa nova sociedade que emerge”.
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Política Democrática: “Faz sentido um superministério da Economia?”, questiona Luiz Paulo Velozzo
Ex-diretor do DIC do governo Fernando Collor, Luiz Paulo Vellozo Lucas diz que o mais importante “é a qualidade da equipe encarregada de implementar” uma nova política
Por Cleomar Almeida
“Afinal faz sentido um só superministério da Economia?”. A pergunta é do ex-deputado federal pelo PSDB-ES Luiz Paulo Vellozo Lucas, que também é ex-engenheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ex-diretor do Departamento de Indústria e Comércio do governo Fernando Collor de Mello. Em artigo publicado na edição de novembro da revista Política Democrática online, ele ressalta que mais importante que a política que será executada é a qualidade da equipe encarregada de implementá-la.
No artigo Lições do DIC na era Collor, Luiz Paulo lembra que foi convidado pelo presidente Fernando Collor de Mello para dirigir o Departamento da Indústria e do Comércio (DIC) do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento. “Fiquei exatos dois anos como diretor, sendo ministros, primeiro Zélia Cardoso de Mello e, depois, Marcílio Marques Moreira. Pedi demissão um mês antes da instalação da CPI que levou ao impeachment de Collor, para integrar a equipe do governador capixaba Albuíno Azeredo. Itamar Franco recriou o Ministério da Indústria e do Comércio, transformado-o em Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC)”.
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A extinção do MDIC anunciada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, como observa Luiz Paulo, traz ao debate a avaliação da experiência do DIC no governo Collor, iniciado em 15 de março de 1990, como observa o analista político. Ele ressalta que o bloqueio da liquidez das pessoas físicas e das empresas, a troca da moeda e o congelamento de preços compõem o pacote de medidas de impacto voltadas para a saída da hiperinflação. “Outro conjunto de iniciativas legais extingue a quase totalidade dos instrumentos de intervenção governamental, incentivos fiscais e controles administrativos, criados pela politica desenvolvimentista de substituição de importações que prevaleceu em todo o pós-guerra. Cria, também, o CADE e o sistema de defesa da concorrência”, afirma ele.
De acordo com Luiz Paulo, alguns programas de incentivos fiscais extintos, como o Befiex (mais de 2 mil contratos), possuíam contratos ativos e, segundo ele, o DIC tinha a missão de administrá-los. “O DIC não se limitou a cuidar do espólio da substituição de importações”, acentua, para acrescentar: “A equipe, formada principalmente por técnicos de carreira do BNDES e Petrobras, liderou dentro do governo a formulação da Politica Industrial e de Comércio Exterior (PICE), lançada em junho de 1990, além de secretariar as Câmaras Setoriais, que foram instrumento fundamental na interlocução politica e harmonização dos vários órgãos de governo entre si e de negociação com o setor produtivo naquele ambiente de grande turbulência e de profundas mudanças”.
Na opinião do ex-deputado do PSDB, os governos do PT representaram enorme retrocesso na superação dos paradigmas da substituição de importações e do intervencionismo estatal do velho nacional desenvolvimentismo e, por isso, conforme ressalta, existe semelhança entre o momento atual e aquele vivido no início do governo Collor. “São ambos momentos de reorientação e reestruturação. Mais importante do que manter ou extinguir o MDIC é a política que será executada e a qualidade da equipe encarregada de implementá-la. Quase sempre o organograma é inocente nos fracassos e, tampouco, é heróis nos sucessos, mas a unificação do comando da economia num único ministério me parece ser um bom sinal no atual momento”, ressalta ele.
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Política Democrática: Em 2018, GDF tem segundo pior investimento aplicado na assistência social em 10 anos
Dados revelam desmonte das ações de atendimento à população em situação de rua e são detalhados em reportagem da revista Política Democrática de novembro
Por Cleomar Almeida
Histórias de pessoas em situação de rua, a forma como elas movimentam a economia marginalizada e o desmonte de políticas públicas voltadas a esse segmento da população, com redução de investimentos do Governo do Distrito Federal (GDF) na área de assistência social, são abordados em reportagem especial da edição de novembro da revista Política Democrática online. Dados obtidos pela publicação por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram que o GDF voltou a diminuir as verbas efetivamente aplicadas no setor, chegando ao segundo pior índice em dez anos, atrás apenas do total aplicado em 2016.
Em formato multimídia, a reportagem relata o drama em vídeo, fotos e textos e apresenta uma arte detalhada sobre a diminuição dos investimentos e aponta que o governo não divulga dados detalhados sobre verbas aplicadas especificamente no atendimento à população em situação de rua. Histórias de vida, como as de Márcio Vinícius Peixoto (37 anos) e de Paulo Henrique dos Santos (25), que foram morar na rua depois de perderem o emprego, também levam ao internauta detalhes do drama de quem tem de se virar nas ruas na luta pela sobrevivência.
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A reportagem lembra que a crise na área de assistência social levou os profissionais do setor deflagrarem greve de 83 dias. Eles reivindicam o pagamento do retroativo do aumento salarial previsto em lei desde 2015 e a realização de concurso público para suprir o desfalque de trabalhadores, que, segundo o Sindicato dos Servidores de Assistência Social e Cultural (Sindsasc), chega a 2.600 pessoas. O governo só prometeu lançar o edital do certame. O pessoal voltou ao trabalho por decisão judicial contrária ao movimento.
Com o título “População em Situação de Rua na Economia Marginal”, a reportagem mostra, ainda, que é crescente o número desse segmento da população no Distrito Federal. O governo informa que, no final de ano, chega a 3.500 o número de pessoas nesse quadro. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que, em 2015, em todo o país, havia 101.854 indivíduos nessa condição de desamparo e invisibilidade social, além de sugerir que esse tipo de levantamento seja incluído no Censo População de 2020.
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Política Democrática: Congresso eleito é “mais pulverizado, liberal, atrasado e temerário”, afirma Antônio Augusto de Queiroz
Analista político e diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), analisa que o próximo Legislativo será o mais conservador desde a redemocratização
Por Cleomar Almeida
O novo Congresso Nacional é “mais pulverizado partidariamente, mais liberal economicamente e mais conservador socialmente, mais fiscalista quanto à gestão, mais atrasado do ponto de vista dos direitos humanos e mais temerário em questões ambientais do que o atual”. É o que avalia o analista político e diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, em artigo publicado na edição de novembro da revista Política Democrática online.
O artigo, que recebe o título “O Congresso mais conservador desde a redemocratização”, aponta que o Legislativo eleito em 2018 sofreu “grande renovação quantitativa, embora não se possa dizer o mesmo sobre sua qualidade”. “Mesmo depois de os parlamentares terem elaborado regras para assegurar suas reeleições – como a janela partidária, o fundo eleitoral e a redução do tempo de campanha e de propaganda eleitoral –, a Câmara foi renovada em 52%, e o Senado, em 85% (em relação às 54 vagas em disputa)”, aponta o autor no artigo da revista, publicada e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao Partido Popular Socialista (PPS).
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Na avaliação dele, que também é jornalista e sócio-diretor da Queiroz Assessoria, o desafio das forças progressistas será enorme no combate às tentativas de retrocesso. “As pautas das bancadas conservadoras já estão postas, entre elas: demarcação de terras indígenas, liberação de agrotóxicos, escola sem partido, redução da maioridade penal, revogação do estatuto do desarmamento, eliminação de penas alternativas, extinção da progressão de pena, revogação da legislação que autoriza saídas temporárias de preso, tipificação como terrorismo de ações de movimentos sociais, proibição da ideologia de gênero, combate à liberdade sexual e reprodutiva da mulher, ampliação do 'excedente de ilicitude' aos policiais que matam no exercício da função”.
No Senado, de acordo com o analista político, o fenômeno foi ainda mais acentuado. “Dos 54 senadores em final de mandato, 32 tentaram a reeleição, e destes apenas oito conseguiram renovar seus mandatos; 46 serão novos ou não estavam no exercício de mandato. Destes, pelo menos nove nunca ocuparam cargo no Executivo nem no Legislativo”, observa Antônio Augusto.
No artigo, o diretor de documentação do Diap ressalta que “a renovação, como regra, é sempre saudável, porque, segundo ele, a alternância no poder é um dos principais pilares da democracia”. “Porém, a motivação da renovação foi mais de rejeição aos detentores de mandatos (bons e ruins) e menos uma escolha qualitativa, que fosse baseada em critérios, como o exame da trajetória política e profissional dos candidatos, das propostas e programas apresentados. Ao contrário, as motivações foram mais de ordem religiosa, de parentesco, de tietagem e policialesca, tanto que as escolhas incidiram sobre lideranças evangélicas, sobre parentes de políticos tradicionais, sobre celebridades e policiais 'linha dura'”.
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Política Democrática: "Privatizações não resolvem o problema fiscal”, diz José Luís Oreiro
Na edição de novembro da revista Política Democrática online, professor da UnB e pesquisador do CNPq aponta que elas “são uma receita não recorrente”
Cleomar Almeida
O professor-associado do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) José Luís Oreiro diz que o superministro da economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, deixa claro que não pretende usar as reservas internacionais para reduzir a dívida pública. “Até porque o indicador relevante para medir a solvência fiscal é a dívida líquida, não a dívida bruta”, explica José Luís, em artigo publicado na edição de novembro da revista Política Democrática online. Em sua análise, ele destaca, ainda, que “privatizações não resolvem o problema fiscal”.
Com o título “As reservas internacionais e o ajuste fiscal (Paulo Guedes)”, o artigo explica que a dívida líquida é igual à dívida bruta subtraída dos ativos financeiros de propriedade do setor público, entre os quais se encontram as reservas internacionais. Por isso, segundo ele, “segue-se que a venda das reservas internacionais não mudaria um centavo sequer da dívida líquida, mas reduziria a liquidez internacional à disposição do setor público”, como diz em um trecho do artigo publicado na revista, produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao Partido Popular Socialista (PPS).
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Além disso, de acordo com o professor da UnB, o custo de carregamento das reservas internacionais é igual ao diferencial entre a taxa de juros doméstica e a taxa de juros internacional subtraído (somado) do ganho (perda) esperada de capital sobre as reservas internacionais. “Dessa forma, se a expectativa é de depreciação futura da taxa de câmbio como parece indicar a fala do ultraministro da economia ao apontar um dólar cotado a R$ 5,00 em algum momento no futuro, o custo de carregamento pode-se tornar negativo, indicando assim um benefício esperado positivo para o setor público, caso ocorra ataque especulativo”, diz ele, em um trecho da análise.
Segundo o pesquisador do CNPq, caso seja efetivado, o benefício esperado será creditado na conta única da União no final do semestre referente ao ganho de capital sobre as reservas, contribuindo, assim, para o ajuste fiscal, ao viabilizar o atendimento da “regra de ouro”. “Diga-se de passagem que foi esse expediente que permitiu ao governo do presidente Michel Temer cumprir a regra de ouro em 2018, sem ter de fazer novo contingenciamento de gastos ou pedir um waiver ao Congresso Nacional, sob pena de incorrer em crime de responsabilidade”, afirma ele.
O grande problema brasileiro de curto prazo, conforme aponta o artigo, é o desequilíbrio fiscal. “O futuro czar da economia acredita que a Reforma da Previdência é condição necessária e suficiente para resolver esse problema. Não é”, diz o autor em outro trecho, para continuar: “A Reforma da Previdência é importante para a sustentabilidade fiscal de médio e longo prazo, mas o efeito de curto prazo dela sobre as contas do governo é negligenciável. Privatizações não resolvem o problema fiscal, pois são uma receita não recorrente”.
Além disso, de acordo com o professor da UnB, o núcleo militar do governo do presidente eleito não parece muito afeito a privatizações. “A única solução crível a curto prazo é aumentar a receita tributária do governo por meio do aumento de impostos. Da minha parte, acredito que uma combinação de recriação da CPMF com a reintrodução do imposto de renda sobre lucros e dividendos distribuídos é a única forma de zerar o déficit primário em 2019. Esse `ajuste fiscal de emergência´ compraria o tempo necessário para o futuro governo fazer as reformas que o Brasil precisa para retomar o desenvolvimento econômico”.
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Sérgio Abranches: Uma coalizão para chamar de sua
Para conseguir governar, Bolsonaro terá que negociar com partidos, não apenas com bancadas temáticas
Para ter apoio duradouro e governar, Bolsonaro precisará formar maioria multipartidária. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, prometeu não compor o Ministério por acerto com lideranças dos partidos. Terá um Ministério híbrido, com técnicos, militares e indicados por bancadas temáticas. É o primeiro governo assumidamente de direita. Tem uma ideologia bem definida, com uma proposta econômica liberal ortodoxa e uma pauta de valores conservadora e religiosa. A indicação de ministros setoriais pelas bancadas temáticas, como Agricultura e Saúde, ou o poder de veto da evangélica na Educação revelam a disposição de governar com as agendas dessas frentes parlamentares.
Significa que Bolsonaro não terá uma coalizão? Não. Apenas que a coalizão não será formada com base na troca de apoio por ministérios. É uma novidade a ser testada. Só a prática dirá se terá sucesso. A literatura acadêmica diz que, sem a representação da coalizão no gabinete, há risco para a governabilidade. O partido de Bolsonaro tem 10% dos votos na Câmara e 5% no Senado. Para governar, precisará formar maioria multipartidária. Quer usar meios novos para organizá-la. Mas, terá que negociar com partidos no Congresso. As bancadas temáticas não dão liga para coalizões duráveis. Apenas alianças tópicas. Unem-se no específico e se dividem no todo. Pode-se chamar como quiser, base de apoio, maioria, aliança. Será uma coalizão. Um termo neutro a significar apenas um acordo multipartidário para apoiar o governo. A diferença é que há meios espúrios e meios limpos para negociar coalizões. A maioria das democracias multipartidárias do mundo tem governos de coalizão negociados por meios lícitos.
O ciclo político-partidário que organizou governo e oposição nos últimos 24 anos esgotou-se. A fragmentação das bancadas dificulta a coalizão. Para ter maioria simples, 267 votos, Bolsonaro, no melhor cenário, precisaria dos oito maiores partidos da centro-direita. Para emendas constitucionais, a maioria é de 308. Demandaria incluir os onze maiores partidos. Nos dois casos, ou garante 100% dos votos de todos ou terá que incluir mais legendas. Será um teste de novos formatos para o presidencialismo de coalizão, em um contexto difícil para compor e coordenar coalizões.
*Cientista político, autor do livro “Presidencialismo de coalizão”
Pollyana Gama: Hostilidade nas Redes - Para além da alfabetização funcional
Conversando com algumas pessoas que utilizam redes sociais, parece ser consenso sobre a hostilidade que tomou conta do ambiente virtual. O que se esperava sair de cena após as eleições permanece contaminando e impedindo a possibilidade de diálogos, informações produtivas.
Seja qual for o motivo, o impulso, a razão ou não, sempre me atento ao fato de ser importante refletir sobre os aspectos educacionais e até mesmo emocionais que envolvem os autores dessa hostilidade nas redes.
Um indicador a ser considerado para essa tarefa pode ser o Índice de Alfabetismo Funcional (Inaf), apurado pelo Instituto Paulo Montenegro, com nove edições ao longo dos últimos quinze anos.
De acordo com o Instituto “é considerada analfabeta funcional a pessoa que, mesmo sabendo ler e escrever algo simples, não tem as competências necessárias para satisfazer as demandas do seu dia a dia e viabilizar o seu desenvolvimento pessoal e profissional”. Diferentemente do que ocorre com as pessoas alfabetizadas funcionalmente.
Embora tenhamos reduzido o percentual de analfabetos funcionais em nosso país – de 37% em 2005, para 29% esse ano – o Inaf aponta que de 2015 para 2018 houve acréscimo de 2%, sendo que a grande maioria dessas pessoas, utilizam as redes.
Mesmo que em termos percentuais, a diferença quanto à leitura e nível de alfabetização seja mínima entre as duas categorias, os analfabetos funcionais são os que mais compartilham informações que recebem (84%), porém são os que menos escrevem essas informações (12%). Por outro lado os funcionalmente alfabetizados são os que mais escrevem nas redes (43%).
Voltando a questão inicial – hostilidade nas redes isto é, bombardeio de notícias falsas, fake news e agressões –, vale observar que a origem disso tudo, além do nível de letramento, pode revelar as condições socioemocionais de seus autores. Consequentemente identificamos o quanto é preciso desenvolver a humanidade dessas pessoas, tanto de quem “reproduz”, quanto de quem “escreve”. É preciso não perder de vista que nos tornamos humanos quando desenvolvemos empatia isto é, a capacidade de nos colocamos no lugar do outro. Segundo a pesquisadora Anita Nowak a ação empática tem implicações positivas para o eu e a sociedade.
Afinal, onde está a responsabilidade pelo próximo ao elaborar ou simplesmente compartilhar uma mentira ou agredir, difamar alguém sem apurar os fatos?
Nesse sentido é preciso ir além da alfabetização funcional e complementa-la com a emocional.
A equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro, ao comunicar que enfatizará o uso das redes sociais durante sua gestão, precisa avaliar esse contexto. Se é que já não avaliou… Uma análise séria e comprometida com o desenvolvimento do país indicará a necessidade urgente de investimentos e gestão eficiente para melhorar a qualidade da educação brasileira e constituir – porque não? – um programa de alfabetização emocional para toda comunidade escolar.
Sonho?!
Há ainda quem desconsidere o poder dele ou até mesmo quem prefira não sonhar… Neste caso, prefiro a afirmação contundente de Lobato ao dizer que “tantos sonhos foram realizados que não temos o direito de duvidar de nenhum”. Dúvida? Pode verificar a fonte! Aliás, fontes. Não é fake! Exemplos não faltam. O que falta por vezes para muitos raivosos e agressores virtuais é a capacidade de fazer acontecer uma realidade melhor a começar por si mesmos. Diante dessa falta, fica a dica. Cada um oferece o que tem.
* Pollyana Gama, professora, escritora e Mestre em Desenvolvimento Humano
Eleição de Bolsonaro deve gerar “novo governo de transição”, diz Sérgio Abranches
Sociólogo afirma que eleição de ex-capitão do Exército encerra polarização entre PT e PSDB
Por Cleomar Almeida
Em entrevista à edição de novembro da revista Política Democrática online, o sociólogo mineiro Sérgio Abranches diz que um “novo governo de transição” deve nascer no país com a eleição do ex-capitão do Exército e deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República. Autor dos livros “A Era do Imprevisto” e “Presidencialismo de Coalizão” (ambos da editora Companhia das Letras”, ele traça as características do próximo presidente que decidirá os rumos do país de janeiro próximo até 2022.
“Continuará sendo presidencialista, multipartidário e de coalizão, mas com diferenças. Bolsonaro, por exemplo, já está mudando, ele está nomeando ministérios, sem distribuir os partidos, sem ter indicações partidárias”, afirma. “Será uma transição, de cujo êxito dependerá o sucesso e o insucesso do governo Bolsonaro”, complementa ele. A entrevista é o destaque da nova edição da revista produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao Partido Popular Socialista (PPS).
Acesse aqui a edição de novembro de Política Democrática online
Na avaliação do sociólogo, a eleição do ex-capitão encerra a disputa entre PT e PSDB. “Nem a esquerda atual nem a direita entenderam o século vinte um, ainda. O Brasil está tendo uma disputa, um enfrentamento na política entre forças que continuam no século 20, não entraram no século 21”, diz ele, na entrevista.
De acordo com o autor, alguns pressupostos norteiam o século 21. “Tem-se de entender o imperativo da sustentabilidade, o imperativo climático que é impositivo e causa prejuízos profundos que começam pelos setores mais pobres, mas os ricos também perdem”, diz, para continuar: “O Texas enfrentou disputa acirrada por causa da política climática de Trump. A grande parte da produção texana foi dramaticamente afetada por intempéries”.
O Texas, conforme observa Sérgio Abranches, é o maior produtor de petróleo e de energia eólica dos Estados Unidos. Segundo ele, a liderança de direita entendeu que a questão climática é impositiva, “tanto quanto a transição energética”, conforme ressalta. “Eles sabem de tudo. Outro ponto é que, em economias globalizadas com a hegemonia do capital financeiro, urge respeitar os limites fiscais”, pondera.
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Publicação traz reportagem especial sobre economia movimentada por pessoas em situação de rua, além de dez artigos e uma entrevista exclusivos
A edição de novembro da revista Política Democrática online chega ao público, nesta quarta-feira (21), com dez artigos e uma entrevista exclusivos sobre os cenários políticos brasileiro e norte-americano após a eleição do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República para o mandato de 2019 a 2022. Em formato multimídia, a publicação traz ainda uma reportagem especial sobre a vida de pessoas em situação de rua, a forma como elas movimentam uma economia marginalizada e o desmonte das ações de atendimento a esse segmento da população em Brasília.
No destaque desta edição, a entrevista com o sociólogo Sérgio Abranches mostra que a direita inicia novo ciclo de poder com a vitória do ex-capitão do Exército para a presidência. “Agora, voltará a haver oposição orgânica, com o PT centrado no PSL e no Bolsonaro. Isso muda a dinâmica do jogo político, das relações entre o legislativo e o executivo”, diz ele, em um dos trechos. “Será um duro teste às instituições, à democracia. Mas acho que a Constituição de 1988 nos legou instituições que se revelaram suficientemente robustas ao longo de vários traumas”, acrescenta.
Produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao Partido Popular Socialista (PPS), a revista critica, em seu editorial, a escolha do embaixador Ernesto Araújo para a chefia do Ministério das Relações Exteriores. “A julgar pelos escritos do futuro ministro, diretrizes da política externa passarão a ser o antiglobalismo e o alinhamento com o governo americano, o nacionalismo econômico, a desconfiança em relação às pautas da sustentabilidade e dos direitos humanos, além da renúncia à defesa da democracia como sistema político”, diz um trecho.
A revista também traz uma reportagem especial que conta o drama de pessoas em situação de rua na capital federal e denuncia o desmonte das políticas públicas na área de assistência social no Distrito Federal (DF). Dados obtidos pela revista Política Democrática online por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram que, em 2018, o governo voltou a reduzir as verbas do setor, alcançando o segundo pior investimento em dez anos, atrás apenas dos que foram efetivamente realizados em 2016. No DF, segundo dados oficiais, chega a 3,5 mil o número de pessoas em situação de rua nesta época do ano.
Entre os artigos publicados, os analistas políticos colaboradores da revista abordam diversos temas relacionados ao atual momento político brasileiro e internacional, a partir da ótica das eleições legislativas norte-americanas. Outros assuntos relevantes e de interesse públicos também estão contemplados nesta edição, como é o caso das fake news, a ampliação da desigualdade e o conservadorismo no Congresso Nacional, assim como as reservas internacionais e o ajuste fiscal.
A seguir, confira a relação de todos os conteúdos da edição de novembro da revista Política Democrática online e seus respectivos autores:
Editorial | Política em tempos sombrios
Artigo | As reservas internacionais e o ajuste fiscal (Paulo Guedes): José Luis Oreiro
Artigo | O Congresso mais conservador desde a redemocratização: Antônio Augusto de Queiroz
Charge | E agora as notícias de Brasília: Jcaesar
Artigo | Lições do DIC na era Collor: Luiz PauloVellozo Lucas
Entrevista Sérgio Abranches | Vitória do ex-capitão do Exército encerra disputa PT X PSDB (André Amado, Caetano Araújo, José Carlos Lima, Davi Emerich, Lucas Brandão e Priscila Mendes)
Artigo | Bolsonaro – Uma epifania digital em rede: Paulo Baía
Artigo | As doces, atraentes e estimulantes fake news (Sérgio Denicoli)
Artigo | Ampliação da desigualdade não é um problema econômico (Vinícius Müller)
Artigo | Depois das urnas, oposição democrática (Alberto Aggio)
Reportagem | Pessoas em situação de rua na economia marginal (Cleomar Almeida)
Artigo | Reação anti-trump marca eleições legislativas dos EUA (José Vicente de Sá Pimentel)
Artigo | Para uma crítica do tempo presente (Luiz Sérgio Henriques)
Artigo | Contemporâneos do futuro (Roberto Freire)
FAP investe R$ 1,8 milhão em eventos político-culturais
Relatório de Gestão de 2016 a 2018 mostra avanços da fundação no diálogo com a sociedade, alcançando mais de 400 mil pessoas, em dois anos, na internet
Por Cleomar Almeida
A Fundação Astrojildo Pereira (FAP), vinculada ao Partido Popular Socialista (PPS), investiu R$ 1.898.438,67 em 41 eventos culturais e políticos para 160.516 pessoas no total, sendo 16.224 delas presencialmente e 144.292 via online, segundo o relatório de atividades da gestão de 2016 a 2018 divulgado nesta sexta-feira (09/11). Reformas Trabalhista e da Previdência, desenvolvimento sustentável, mulheres e negros na política, inclusão social e combate à homofobia estiveram entre os temas levados à discussão na sociedade brasileira, em um dos períodos de maior turbulência política, econômica e social da história do país. Na internet, conforme o documento, os conteúdos da FAP alcançaram mais de 400 mil pessoas no total.
Com foco também na questão cultural, segundo a diretoria, a FAP investiu R$ 542 mil na reforma da Biblioteca Salomão Malina e do Espaço Arildo Dória, mantidos pela fundação no Conic, um importante centro de comércio e de entretenimento próximo à Rodoviária do Plano Piloto de Brasília (DF). Com ambiente confortável e climatizado, a biblioteca ampliou o seu acervo, passando para 6,5 mil livros disponíveis para consulta e empréstimo ao público, e atraiu 4.716 usuários de janeiro a setembro de 2018, de acordo com o relatório. Outros R$ 30,2 mil foram investidos na reforma da sede da fundação, na quadra 509 da Asa Norte, na capital federal.
» Acesse aqui o Relatório de Atividades da Fundação Astrojildo Pereira (2016-2018)
A FAP também tornou-se a primeira fundação privada a firmar acordo de parceria com a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais do Distrito Federal (Apae-DF), por ser, de acordo com a diretoria, movida pelo ideal de inclusão social. Dois alunos e uma supervisora da entidade foram contratados, temporariamente, para realizar a higienização do acervo mais antigo da biblioteca, localizado em uma sala da FAP. As obras, em seguida, foram colocadas à disposição do público na Biblioteca Salomão Malina.
Além disso, conforme aponta o balanço de gestão, a FAP distribuiu 57.763 livros para a comunidade, a maioria deles por meio de doações nos eventos, que se realizaram por meio de congressos, seminários, feiras, encontros e lançamentos de obras. Sempre procurando contemplar a maior diversidade possível da população, segundo a diretoria. Jovens envolvidos com a política, pesquisadores, colaboradores, parlamentares, historiadores, escritores, sociólogos e procuradores com atuação no país ou no exterior estiveram entre aqueles que compareceram aos eventos realizados pela fundação, no período.
Avanço na internet
Essa preocupação em atender aos diferentes públicos, de acordo com o documento, levou a FAP a investir em profissionais jornalistas responsáveis pela produção de conteúdo informativo e na divulgação dele na internet, um ambiente que pode ser usado, cada vez mais, de forma democrática e plural. Para ter uma ideia, segundo levantamento do Departamento de Suporte e Tecnologia da fundação, o novo site da FAP e os perfis da fundação nas redes sociais alcançaram, no total, mais de 400 mil pessoas, em dois anos.
Para impulsionar ainda mais o contato com a sociedade em geral, a FAP lançou, em outubro, a versão online da revista Política Democrática, que oferece ao leitor reportagem especial sobre tema atual, relevante e de interesse público, além de análises de renomados especialistas brasileiros. “Com o propósito de dar continuidade a um projeto de publicação impressa, que, desde o começo do século, procura debater política, democracia, esquerda e cultura na conjuntura brasileira”, conforme diz o editoral da primeira edição.
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