fap
FAP lançará Clube de Leitura Eneida de Moraes na Biblioteca Salomão Malina nesta terça (18)
Evento será realizado nesta terça-feira, 18 de junho, com participação de cinco autores de obras literárias
Cleomar Almeida
A FAP (Fundação Astrojildo Pereira) vai lançar, nesta terça-feira, 18 de junho, a partir das 19 horas, o Clube de Leitura Eneida de Moraes, na Biblioteca Salomão Malina, localizada no Espaço Arildo Dória, no Conic, na área central de Brasília. Na ocasião, também será lançada a Roda de Leitura: as mil faces da literatura. O objetivo dos dois eventos é incentivar ainda mais a prática de leitura e discussões dos temas abordados nas obras. A entrada é gratuita.
Além disso, de acordo com o projeto da biblioteca pública, o clube de leitura também tem como finalidade captar membros e interessados para integrar o grupo e reunir um público mais qualificado e apreciadores da literatura para aproveitarem mais a unidade mantida pela fundação. A FAP é vinculada ao Cidadania, que, segundo a direção do partido, deu nova identidade política ao PPS (Partido Popular Socialista).
Com transmissão ao vivo pela página da fundação no Facebook, o evento de lançamento também pretende promover trabalhos de autores e valorizar e tornar ainda mais conhecido o acervo da biblioteca, que conta com 6,5 mil livros para empréstimo ao público em geral. Segundo a coordenadora da biblioteca, Thalyta Jubé, Brasília tem sido palco e um movimento muito grande de clubes de leitura.
“A ideia do clube de leitura é fazer um momento em que as pessoas possam discutir os livros. No fundo, quem lê quer compartilhar a leitura com outra pessoa que tenha o mesmo hábito e seja leitor do mesmo autor. Com o encontro mensal, também podemos motivar o pessoal a ir mais a biblioteca”, diz Thalyta.
A roda de conversa, segundo a proposta da biblioteca pública, é uma metodologia que reproduz um ambiente mais informal, estimulando o diálogo entre os participantes. Ela tem como objetivo promover a discussão sobre as diferentes formas que a literatura pode se apresentar. Para demonstrar isso, os autores convidados para o lançamento irão compartilhar as suas diferentes abordagens ao escreverem literatura.
Entre eles está a escritora de romances históricos Eneida Queiroz, autora cujo nome batiza o clube de leitura. Ela escreveu, por exemplo, dos livros Úmida Trama e A Mulher e a Casa. Também estão nesse time os autores Rubens Valente, que escreveu o livro-reportagem Os Fuzis e as Flechas, e Daniel Barros, referência em romance policial e escritor dos livros Canto Escuro, Enterro sem Defunto e Enquanto a Noite Durar, entre outros. Também está confirmada a presença da libanesa Dad Squarasi, colunista do Correio Braziliense e autora de livros, como Dicas da Dad e a Arte de Escrever Bem.
“As pessoas de sorte vivem com o dinheiro contado, mas a maioria vive devendo. Como fazê-las comprar livros e arranjar um tempo livre não apenas para ler, mas também para se encontrar com um outro grupo de pessoas que queiram debater esse livro? A ideia de um clube de leitura numa biblioteca pública, em área central de Brasília, facilitará esse processo”, afirma Eneida.
Segundo a autora, os interessados não precisarão comprar os livros, como fazem os demais frequentadores de outros clubes de leitura, já que, conforme acrescenta, a biblioteca da FAP providenciará o maior número possível de exemplares a serem emprestados. “Os encontros tentarão leves e interessantes, para cativar o público e incutir o gosto pela leitura”, destaca.
O evento será direcionado pelo mediador Paulo Souza, que integrará a mesa ao lado dos autores convidados. Ele é produtor cultural, editor e escritor. Na lista das obras de sua autoria, está o livro Ponto para Ler, mesmo nome de um perfil no Instagram e canal voltados para divulgação da literatura. Seu último trabalho é a novela Clarice, a Última Araújo.
“A abertura de um clube de leitura bem no coração da capital é, além de uma grande ação, uma enorme conquista, pois ajuda a desenvolver as melhores aptidões que um cidadão pode ter, que são a compreensão, saber escutar, empatia e, principalmente, o exercício do diálogo”, diz Paulo.
A sociedade brasileira, de acordo com o mediador, está caminhando para o amadurecimento e, acrescenta, “dentro desta evolução o papel da biblioteca vem ganhando novas definições”. “A biblioteca pública deixou de ser um espaço averso e de, unicamente, empréstimos de livros. Está começando a ser um ponto de convívio saudável que prega, acima de tudo, a evolução intelectual e interpessoal de seus frequentadores”, assevera o produtor cultural
De acordo com Thalyta, o evento se propõe, ainda, a viabilizar a execução de algumas das missões da biblioteca, como promover o conhecimento sobre a herança cultural, fomentar o diálogo intercultural e a diversidade cultural, além de apoiar a tradição oral.
Política Democrática online faz raio-x da pobreza na maior favela do Brasil
Sol Nascente tem área equivalente a 1.320 campos de futebol do tamanho do que existe no estádio Mané Garrincha
Cleomar Almeida
A reportagem especial da sétima edição da revista Política Democrática online faz um raio-x da maior favela do Brasil. Sol Nascente está localizada na cidade-satélite de Ceilândia, a 35 quilômetros do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. Vive uma explosão populacional sem precedentes na história, de acordo com estimativas da administração local.
» Acesse aqui a sétima edição da revista Politica Democrática online
A revista é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania. Sem infraestrutura básica para a população, Sol Nascente abriga 250.000 pessoas, segundo dados da administração de Ceilândia, a maior cidade-satélite de Brasília. Os moradores são castigados pela falta de serviços de segurança, educação e saúde públicas, por exemplo, conforme relata a reportagem.
Apesar de já ser a mais populosa do DF, a comunidade é a que mais recebe novos moradores de outras regiões do país. Em 2010, abrigava 56.483 pessoas e, naquele ano, só tinha menos habitantes que a Rocinha, no Rio de Janeiro, onde moravam 69.161 pessoas, de acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que deve realizar novo levantamento no próximo ano.
Devido à sua localização em um morro, segundo a reportagem, a favela carioca passou a ter dificuldade para novas explosões populacionais, após registrar surtos de crescimento nas décadas de 1970 e 1980 e no início dos anos 2000. Sol Nascente, que completou 19 anos no dia 11 de maio, tem uma área plana de 943 mil hectares, o equivalente a 1.320 campos de futebol do tamanho do que existe no Estádio Mané Garrincha. Ceilândia, onde fica a favela, terá 448.000 habitantes em 2020, aponta projeção da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) com base em dados do IBGE.
Leia mais:
» Roberto Abdenur critica política externa de Bolsonaro
» Política Democrática analisa identidade política do Cidadania
Roberto Abdenur crítica política externa de Bolsonaro
Para embaixador, Brasil assume postura “subalterna” aos Estados Unidos
Cleomar Almeida
Em entrevista exclusiva à sétima edição da revista Política Democrática online, o embaixador Roberto Abdenur critica a atual política externa do governo Bolsonaro, que, conforme analisa, cria um precedente histórico ao levar o país a assumir uma postura subalterna aos interesses dos Estados Unidos. A revista é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania.
» Acesse aqui a sétima edição da revista Política Democrática online
Na entrevista, o embaixador faz críticas severas à atual política externa brasileira, como a situação de subalternidade aceita pelo governo Bolsonaro e seu chanceler Ernesto Araújo em relação aos Estados Unidos de Donald Trump. “A visita a Washington foi negativa e marca o que creio vir a ser, a partir de agora,nos próximos meses e anos, uma situação de subalternidade da política externa brasileira em relação aos Estados Unidos”, afirma.
Embaixador do Brasil em Washington (EUA) no primeiro mandato de Lula (2004-2007), Roberto Abdenur também exerceu o cargo no Equador (1985-1988), na China (1989-1993), na Alemanha (1995-2001) e na Áustria (2002-2003). Foi secretário-geral do Itamaraty (1993-1994).
Abdenur avalia como positiva a visita de Bolsonaro aos Estados Unidos ocorrida no mês passado, como o apoio à entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
De acordo com o embaixador, a relação comercial com a Europa ou com a China tem sua dinâmica própria e tende a continuar mesmo que o ambiente político e a atmosfera política no relacionamento do Brasil com Europa, de um lado, e com a China, de outro, possa ser, em alguma medida, prejudicada.
“Diferencio, porém, essa análise referente ao Oriente Médio. No caso dos árabes a ‘politização’ do relacionamento é grande, o comércio é, em alguma medida, afetado pela atmosfera prevalecente no âmbito político”, diz ele.
Leia mais:
» Política Democrática analisa identidade política do Cidadania
Política Democrática analisa identidade política do Cidadania
Tema principal desta edição da Revista Política Democrática Online, o artigo de destaque desta edição, de autoria do professor e diretor da FAP Alberto Aggio, mostra que o iliberalismo expresso pelo presidente Jair Bolsonaro tem laços internacionais e, como expressão da direita, institui lógica extremista buscando deslegitimar a lógica de coesão e consenso que o país veio trilhando desde a redemocratização
Cleomar Almeida
A FAP (Fundação Astrojildo Pereira) lança, nesta terça-feira (21), a sétima edição da revista Política Democrática online, destacando que o Cidadania, antigo PPS (Partido Popular Socialista), tem nova identidade política e busca renovar a esquerda brasileira. A publicação contempla, ainda, uma reportagem especial sobre a maior favela do Brasil, uma entrevista exclusiva com o embaixador Roberto Abdenur e sete artigos sobre os contextos políticos brasileiro e internacional.
De autoria do professor e diretor da FAP Alberto Aggio, o artigo de destaque desta edição mostra que o iliberalismo expresso pelo presidente Jair Bolsonaro tem laços internacionais e, como expressão da direita, institui lógica extremista buscando deslegitimar a lógica de coesão e consenso que o país veio trilhando desde a redemocratização. “Diante dessa forte irrupção da política de direita, pode uma mudança como essa, que o PPS assumiu, passar a ser o Cidadania, garantir-lhe uma nova função histórica, uma nova identidade, reconhecível pelas outras forças políticas e pela sociedade?”, questiona o autor.
» Acesse aqui a sétima edição da revista Política Democrática online
Na avaliação de Aggio, deve-se saudar o espírito de abertura a novas sensibilidades políticas que emergiu nesse processo, o que, conforme escreveu, gerou novos ares e novas expectativas diante da mudança de nossos costumes políticos. “O problema do contato e da interação de culturas políticas diferenciadas passou a ser colocado no âmbito do partido. Abriu-se um espaço de intercâmbio entre os pós-comunistas, os social-democratas, os nacionalistas, os liberal-democráticos, os liberais e assim por diante”, afirma ele, no texto.
A sétima edição da revista também revela o crescimento desenfreado da maior favela do Brasil, na cidade-satélite de Ceilândia, a 35 quilômetros do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. Sol Nascente, de acordo com dados da administração local, já avançou para uma área equivalente a 1.320 campos de futebol do tamanho do que existe no Estádio Mané Garrincha. No total, 250.000 pessoas moram na favela, segundo estimativas oficiais, em meio à falta de serviços básicos, como segurança, saúde e educação públicas de qualidade.
Na entrevista especial, o embaixador Roberto Abdenur critica a atual política externa do governo Bolsonaro, que ele vê criar um precedente histórico ao levar o país a assumir uma postura subalterna aos interesses dos Estados Unidos. “Sempre que um país menor, no caso, o Brasil, se alinha a um país mais poderoso, como os Estados Unidos, o país menor terá de abrir mão da defesa de seus próprios interesses para pautar-se pelos interesses do país que lidera esse relacionamento”, afirma Abdenur.
A revista Política Democrática online é produzida e editada pela FAP, vinculada ao Cidadania. Seu conselho editorial é composto por Alberto Aggio, Caetano Araújo, Francisco Almeida, Luiz Sérgio Henriques e Maria Alice de Carvalho. O diretor da revista é André Amado.
Leia mais:
» Política Democrática mostra reforma da Previdência como desafio para destravar o governo
» Política Democrática online destaca império das milícias sobre morte de Marielle Franco
» Revista Política Democrática de janeiro destaca reflexos de suposta corrupção na Belo Monte
» Revista Política Democrática online de dezembro destaca viagem à Volta Grande do Xingu
» Política Democrática online de novembro repercute eleição de Bolsonaro
» FAP lança revista Política Democrática digital
Fundação Astrojildo Pereira realiza curso gratuito de defesa pessoal para mulheres
Aula será ministrada por Alessandro Márcio dos Santos Coelho, mestre em artes marciais
Cleomar Almeida
Em meio ao crescimento de feminicídios no país, a FAP (Fundação Astrojildo Pereira) realizará, no dia 5 de junho, o Workshop de Krav Magá: defesa pessoal para mulheres, na Biblioteca Salomão Malina e no Espaço Arildo Dória, no Conic, em Brasília. O objetivo é que o evento sirva como mais um meio de discussão sobre violência e criminalidade contra as mulheres e ensine técnicas para que elas usem artes marciais para autodefesa. O workshop tem parceria com a Hebrom Escola de Artes marciais. A entrada é gratuita, mas é limitada a 50 pessoas.
Clique aqui para fazer a inscrição ( https://forms.gle/SEsyu7zZBv5un1uH9 )
Neste ano, no Distrito Federal, a Secretaria de Segurança Pública já registrou 12 casos de feminicídios até o dia 14 de maio. No Brasil, foram mais de 200 até o mês de março, de acordo com levantamento organizado pelo doutor em Direito Internacional pela USP (Universidade de São Paulo) Jefferson Nascimento e divulgado pelo jornal O Globo.
O workshop terá duração máxima de 2h30 e será transmitido ao vivo pelo página da FAP no facebook. O curso abordará o tema de violência contra a mulher e apontará o Krav Magá como solução de autodefesa. A apresentação contará também com 5 alunos provenientes de artes marciais, para ensinarem as técnicas por meio de demonstrações e interação com o público .
De acordo com a coordenadora da biblioteca, Thalyta Jubé, o workshop atende às finalidades da FAP de promover o estudo e a reflexão de temas relevantes para a sociedade. “E também cumpre o objetivo da biblioteca, como centro de informação, de disseminar a informação de forma acessível”, afirma.
Perfil do instrutor
O professor e instrutor Alessandro Márcio dos Santos Coelho é mestre em artes marciais, contra-mestre de capoeira, faixa preta - 2°Grau de Krav Maga pela WKMF, professor de boxe credenciado pela Federação Brasília Open Boxe e faixa preta - 1° grau de jiu-jitsu.
Alessandro também realiza trabalhossociais. Ele está atuando no Projeto Cure, em Samambaia, na igreja Vivo Por Ti, que tem como objetivo desenvolver o empoderamento feminino unindo as artes marciais e o acompanhamento psicológico para transformar a realidade de mulheres que já sofreram violência física, sexual e ou psicológica.
Ele também é instrutor na Hebrom Escola de Artes marciais (Ceilândia–DF) e desenvolveu projetos no Instituto Nair Valadares, no Riacho Fundo II, por 3 anos, alcançando crianças e adolescentes carentes e mães que sofriam violência doméstica.
Trotsky da Netflix, uma análise de José Carlos Monteiro na revista Política Democrática online
Na sexta edição da revista Política Democrática online, José Carlos Monteiro publica um ensaio exclusivo sobre Trotsky da Netflix. Confira trechos, a seguir:
Cleomar Almeida
A quem interessava a grotesca “desconstrução” de Leon Trotsky (1879-1940) e da revolução soviética promovida na minissérie Trotsky (em russo: Троцкий) pelo Pevry Kanal russo e encampada pela plataforma norte-americana de streaming Netflix? A julgar pela repercussão dos oito episódios da minissérie, tanto no âmbito interno como no exterior, a produção parece ter atingido seus objetivos: admiradores do líder revolucionário a detestaram, ao passo que anticomunistas brasileiros e americanos (e moderadamente europeus) vibraram.
Ainda (ou cada vez mais), percebe-se a existência de um sentimento antissocialista. Basta ler as manifestações nas redes sociais e em certa mídia ocidental. O seriado surge, assim, num contexto de populismos direitistas e ferozmente antagônicos à Rússia ou ao que ela representa em termos de continuidade ou evocação do passado. Mas a Rússia se esquiva de qualquer associação com a ideologia do passado.
» Acesse aqui a sexta edição da revista Política Democrática online
A operação Trotsky teve como pretexto o centenário da Revolução de 1917, cuja comemoração o governo de Vladimir Putin ignorou. Afinal, astuciosamente, o putinismo quer distância de comunismo e de imagens e valores de seus “pais fundadores”, empenhado como está em forjar sua “ideologia do futuro”. Onde se inscreve precisamente esta megaprodução televisiva, elaborada nos moldes das mais facciosas biopics hollywoodianas?
Uma oportuna reflexão de Vladimir Surkov, conselheiro de Putin, nos sugere que a perspectiva dos realizadores consistia em que a linguagem da minissérie deveria ser “aceitável para público suficientemente amplo, porque o sistema político que opera na Rússia é feito não só para atender futuras necessidades domésticas, mas também para garantir significativo potencial como artigo de exportação”.
Daí a empolgação da Netflix ao ver Trotsky em lançamento mundial no Mipcom, mercado internacional de conteúdos audiovisuais, que acontece em Cannes. “É a primeira série dedicada a Trotsky na história da Rússia”, alardeou Konstantin Ernst, diretor do Pevry Kanal, do qual a rede americana comprou a minissérie na suposição de que ela tinha os ingredientes postulados por Ernst: “Trotsky se parecia com um herói do rock and roll: fuga da prisão, revolução, amor, exílio e morte.” Uma equação, sem dúvida, de inspiração hollywoodiana.
Leia mais:
» Revista Política Democrática online: Base curricular em xeque, aponta Joaquim José Soares Neto
» André Amado publica artigo Porta dos Fundos na revista Política Democrática online
» Revista Política Democrática: “Não há o que celebrar pelo 31 de março”, diz Alberto Aggio
» Política Democrática online: Como os mais pobres poderão ser atingidos pela reforma da Previdência
» Demonização da esquerda já se aproxima de uma escalada muito perigosa, avalia Davi Emerich
» Raul Jungmann é o entrevistado especial da sexta edição da Revista Política Democrática Online
» Sérgio C. Buarque analisa a crise da Previdência em artigo na Revista Política Democrática
» Política Democrática mostra reforma da Previdência como desafio para destravar governo
Revista Política Democrática online: Base curricular em xeque, aponta Joaquim José Soares Neto
Analista lembra que o Censo da Educação Básica vem também coletando informações acuradas referentes aos alunos, turmas, professores e escolas
Cleomar Almeida
O Brasil tem um quadro bastante preciso de como se desenvolveu a educação básica brasileira nas últimas duas décadas, de acordo com artigo de Joaquim José Soares Neto, publicado na sexta edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, novo nome do PPS (Partido Popular Socialista). “O panorama é preocupante. O fato que mais impacta é o aprendizado dos alunos, que revela profundas assimetrias”, diz ele
» Acesse aqui a sexta edição da revista Política Democrática online
A partir da década de 1990, de acordo com o autor, com a implantação do Sistema de Avaliação da Educação Básica, tornou-se possível acompanhar o desenvolvimento do aprendizado dos estudantes em língua portuguesa e em matemática ao final da primeira etapa do ensino fundamental (atualmente o 5º ano), ao final do 9º ano e ao final do terceiro ano do ensino médio. “Por outro lado, o Censo da Educação Básica vem também coletando informações acuradas referentes aos alunos, turmas, professores e escolas. Assim, atualmente, temos quadro bastante preciso de como se desenvolveu a educação básica brasileira nas últimas duas décadas”, afirma ele.
No entanto, segundo Soares Neto, alunos de níveis socioeconômicos maiores tendem a demonstrar graus de aprendizagens superiores, alunos de áreas urbanas tendem a ter melhor desempenho do que os das áreas rurais e alunos das regiões norte e nordeste tendem a ter desempenhos menores do que os das outras regiões do país. “A grande questão nacional em relação à educação é: como adotar políticas públicas que impulsionem a superação de tal realidade?”, questiona.
Qualquer resposta, conforme ressalta o autor, deve levar em consideração que sua implementação depende de um arranjo institucional que envolve a união, estados e municípios, e deve mobilizar contingente de aproximadamente 50 milhões de alunos, 200 mil escolas e 2 milhões e duzentos mil professores. “A discussão a esse respeito intensificou-se durante o período da elaboração da última Constituição e tem avançado na medida em que o sistema de avaliação produz resultados com base nas evidências”, afirma.
Já na década de 1980, segundo ele, estava claro que o currículo de cada escola ou de rede de escolas jogaria papel importante. No entanto, também estava na mesa o fato de que, em uma República Federativa de dimensões continentais e com grande complexidade cultural, não cabia a elaboração de um currículo único para todo o país. “A questão foi resolvida por meio do Artigo 210 da Constituição Federal e, na sequência, pelo Artigo 9º da Lei de Diretrizes e Bases, de 1996. Estes dois artigos explicitam a necessidade de uma base comum de aprendizados essenciais, que se deveriam constituir como direito educacional de cada aluno brasileiro”.
Leia mais:
» André Amado publica artigo Porta dos Fundos na revista Política Democrática online
» Revista Política Democrática: “Não há o que celebrar pelo 31 de março”, diz Alberto Aggio
» Política Democrática online: Como os mais pobres poderão ser atingidos pela reforma da Previdência
» Demonização da esquerda já se aproxima de uma escalada muito perigosa, avalia Davi Emerich
» Raul Jungmann é o entrevistado especial da sexta edição da Revista Política Democrática Online
» Sérgio C. Buarque analisa a crise da Previdência em artigo na Revista Política Democrática
» Política Democrática mostra reforma da Previdência como desafio para destravar governo
André Amado publica artigo Porta dos Fundos na revista Política Democrática online
Confira, abaixo, trecho do artigo do embaixador aposentado e diretor da revista Política Democrática online
Cleomar Almeida
Gostava do restaurante. Não cheirava a comida e, em geral, atraía pessoas com certo charme. No almoço de hoje, sentadas a meu lado, duas moças davam o tom do ambiente. Examinavam o cardápio como se fosse a orelha de um livro ou a sinopse de um filme. Tinham interesse real no que liam e pressa nenhuma em fazer os pedidos. Só definiram as bebidas – água sem gás para uma e taça de vinho tinto para a outra – e logo retomaram a conversa que deviam ter interrompido a caminho da mesa.
» Acesse aqui a sexta edição da revista Política Democrática online
Já te disse, Odete, é perda de tempo começar a ler as obras dos grandes escritores, assim, diretamente, pela porta da frente. Você acha que pode encarar um Cervantes, um Flaubert, um Proust ou um Joyce sem ajuda? Acha que é capaz de captar a complexidade dos personagens, a teia entrelaçada do enredo, a qualidade e a novidade da narrativa apenas por sua força de vontade?
Eu também queria participar da conversa, mas se me inclinasse um centímetro a mais na direção da mesa seria decerto acusado de assédio. Contive-me e ainda ouvi. A gente sempre precisa de alguém com intimidade familiar com as obras para trazer a nossos olhos, à nossa sensibilidade, as pistas iluminadas da arte desenvolvida por aqueles gênios. Em uma palavra, não dá para enfrentar os grandes escritores pela porta de frente. Temos que descobrir primeiro quem nos conduza pela porta dos fundos desse mundo fabuloso da criação e produção literárias.
Deixa eu lhe dar um exemplo, seguia a tal de Clarinha. Há anos, queria ler a Odisseia, mas tinha medo. Foi quando um amigo me recomendou uma edição especial da Companhia das Letras. Uma introdução de um scholar americano e o prefácio do tradutor, que ganhou uma coleção de prêmios pelo trabalho, me chamavam a atenção para o que tinha de saber sobre a origem da obra, a polêmica da autoria da Odisseia, os termos da relação entre os mortais, como Homero, e os deuses e as deusas protetores ou rivais, os percursos pelos mares da Grécia, as aventuras e desventuras do herói grego em sua viagem épica de volta à casa, a efervescência em Ithaca, onde “os arrogantes pretendentes” disputam a mão de Penélope e o reencontro, enfim, com a mulher amada e a refrega com os competidores pelo amor da amada.
Só posso lhe dizer, Odete, que duvido que pudesse ter desfrutado tanto da leitura e viagens mentais que empreendi não fosse a mão amiga do scholare do tradutor na maçaneta da porta dos fundos da Odisseia.
Leia mais:
» Revista Política Democrática: “Não há o que celebrar pelo 31 de março”, diz Alberto Aggio
» Política Democrática online: Como os mais pobres poderão ser atingidos pela reforma da Previdência
» Demonização da esquerda já se aproxima de uma escalada muito perigosa, avalia Davi Emerich
» Raul Jungmann é o entrevistado especial da sexta edição da Revista Política Democrática Online
» Sérgio C. Buarque analisa a crise da Previdência em artigo na Revista Política Democrática
» Política Democrática mostra reforma da Previdência como desafio para destravar governo
Guilherme Mendes avalia necessidade de reforma tributária em artigo na revista Política Democrática online
Para o autor, endereçar a questão tributária é tão importante para o aumento da renda por trabalhador quanto a questão da educação e da infraestrutura no Brasil
Cleomar Almeida
O Brasil está entre os 10 piores países nos tributos (Banco Mundial), conforme lembra Guilherme Mendes, em artigo publicado na sexa edição da revista Política Democrática online. Segundo ele, a simplificação tributária, com a criação de um imposto único sobre o valor agregado, pode endereçar esses problemas de forma simples e eficiente. A publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, novo nome do PPS (Partido Popular Socialista).
» Acesse aqui a sexta edição da revista Política Democrática online
No artigo, Mendes lembra uma declaração do economista Marcos Lisboa, na FGV-SP, segundo o qual “o Brasil está ficando mais pobre. Entre 1995 e 2016, países emergentes cresceram 127% em renda por trabalhador; os EUA, 48%. O Brasil cresceu apenas 19%”. De acordo com o autor do artigo, uma parte relevante de fracasso de produtividade econômica no Brasil deve-se, de um lado, à complexidade da legislação tributária e, de outro, a oportunismos fiscais que geram distorções econômicas e iniquidades tributárias entre as classes mais baixas e mais altas.
Segundo Mendes, o processo de simplificação tributária, já ocorrida nos países desenvolvidos, com a criação de um imposto único sobre o valor agregado, pode endereçar esses problemas de forma simples e eficiente. Ele lembra que, desde a promulgação da Constituição, foram editadas, em média, por dia, 3 normas tributárias federais, 11 estaduais e 17 municipais, colocando o Brasil entre os 10 piores países nos tributos (Banco Mundial).
Mesmo assim, de acordo com Mendes, a insegurança jurídica permanece. “Estima-se R$ 4 trilhões (66% Reforma tributária como condição para o aumento da renda no País do PIB) de contencioso tributário e mais bilhões em créditos tributários a empresas sem previsão de recebimento”, afirma, para acrescentar: “Isso cresce à medida que as normas não mudam, o que, aliado ao oportunismo fiscal desincentivam o investimento estrangeiro e o crescimento de empreendedores produtivos, o que prejudica o ambiente de negócios e a renda por trabalhador.”
Para o autor, endereçar a questão tributária é tão importante para o aumento da renda por trabalhador quanto a questão da educação e da infraestrutura no Brasil.
Leia mais:
» Revista Política Democrática: “Não há o que celebrar pelo 31 de março”, diz Alberto Aggio
» Política Democrática online: Como os mais pobres poderão ser atingidos pela reforma da Previdência
» Demonização da esquerda já se aproxima de uma escalada muito perigosa, avalia Davi Emerich
» Raul Jungmann é o entrevistado especial da sexta edição da Revista Política Democrática Online
» Sérgio C. Buarque analisa a crise da Previdência em artigo na Revista Política Democrática
» Política Democrática mostra reforma da Previdência como desafio para destravar governo
Revista Política Democrática: “Não há o que celebrar pelo 31 de março”, diz Alberto Aggio
Em artigo na sexta edição da revista Política Democrática online, analista político critica postura do presidente Jair Bolsonaro de querer celebrar o golpe militar no Brasil
Cleomar Almeida
“Cinquenta e cinco anos após o Golpe Militar de 1964 essa postura sinistra é retomada, evidenciando um anacronismo insuportável. Não há o que celebrar pelo 31 de março”. A avaliação é de Alberto Aggio, em artigo publicado na sexta edição da revista Política Democrática online. Segundo ele, o golpe militar de 1964 realizado há 55 anos alterou a história do país, e os brasileiros viveram 20 anos sob um regime autoritário. A publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, novo nome do PPS (Partido Popular Socialista).
» Acesse aqui a sexta edição da revista Política Democrática online
“Depois de 1968, com o AI5, ele quase se tornou fascista. Tanto quanto possível houve oposição a esse regime, antes e depois de 1968”, afirma Aggio. “Hoje, o presidente Bolsonaro quer celebrar esse regime, e seus apoiadores falam em uma 'verdadeira narrativa' sobre o que aconteceu a partir de 1964. O que vem a seguir é apenas uma 'memória' que registra apenas um capítulo, em micro, do que foi aquele regime. Cheguei a São Paulo no final de 1970 e ingressei no ano seguinte numa das escolas estaduais mais importantes na Zona Leste: O IEE Nossa Senhora da Penha”, acrescenta.
De acordo com o autor do artigo, em 1970, mesmo sob intervenção, os alunos conseguiram reabrir o Grêmio Estudantil VI de Setembro. Uma das iniciativas dos estudantes foi organizar um grupo de teatro. Na periferia da cidade, segundo ele, a escola era excepcional por vários aspectos, dentre os quais se destacava um teatro para 400 espectadores e uma piscina de tamanho médio, infelizmente já desativada.
“O grupo de teatro que se formou escolheu uma peça para ensaiar e se apresentar ao restante da escola. Tratava-se de 'Somos todos do Jardim da Infância' de Domingos de Oliveira, falecido recentemente. Posteriormente, a Rede Globo faria um especial com a peça, ainda em preto e branco. O texto tratava de um grupo de jovens e suas experiências pessoais e intelectuais no momento em que eles terminavam o colégio e estudavam para passar no vestibular”, lembra Aggio.
Leia mais:
» Política Democrática online: Como os mais pobres poderão ser atingidos pela reforma da Previdência
» Demonização da esquerda já se aproxima de uma escalada muito perigosa, avalia Davi Emerich
» Raul Jungmann é o entrevistado especial da sexta edição da Revista Política Democrática Online
» Sérgio C. Buarque analisa a crise da Previdência em artigo na Revista Política Democrática
» Política Democrática mostra reforma da Previdência como desafio para destravar governo
Política Democrática online: Como os mais pobres poderão ser atingidos pela reforma da Previdência
Na sexta edição da revista, reportagem especial destaca situação de pessoas incluídas no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e de trabalhadores rurais
Cleomar Almeida
A proposta de reforma da Previdência é o destaque da edição especial da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira). A reportagem destaca os impactos da proposta sobre pessoas que não conseguem atingir o tempo mínimo de contribuição para aposentadoria e, por isso, são incluídas no Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) e, também, como os trabalhadores rurais poderão ser atingidos.
» Acesse aqui a sexta edição da revista Política Democrática online
A partir da história de um casal que tem nove filhos, a reportagem aprofunda-se na análise do tema, revelando como os mais pobres e mais vulneráveis poderão ser impactados. De acordo com o Ministério da Economia, 53% das pessoas se aposentam por idade: mulheres aos 60 anos, e homens, aos 65, com contribuição mínima de 15 anos. Além disso, segundo dados oficiais, 95% ganham menos de dois salários-mínimos. Pela nova proposta do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), as mulheres passarão a se aposentar aos 62, e os homens, aos 65, com contribuição mínima de 20 anos. A proposta também quer acabar com a modalidade de aposentadoria apenas por tempo de contribuição.
Agravada pela crise econômica que assola o país, a falta de oportunidade de emprego com carteira assinada faz com que a contribuição mínima seja uma regra cada vez mais difícil de ser alcançada pelos mais pobres para a aposentadoria. Nesse caso, restam a eles receber apenas o Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas). É a garantia de assistência de um salário-mínimo mensal ao idoso com 65 anos ou mais que comprove não ter meios de prover sua manutenção nem de tê-la provida por seus familiares. Além disso, a renda por pessoa da família deve ser de até um quarto do salário-mínimo. O benefício também pode ser concedido a pessoas com deficiência de qualquer idade.
De acordo com a reportagem especial, o governo assiste 4.650 milhões de pessoas com BPC (2.050 milhões para idosos a partir dos 65 anos e 2,6 milhões a pessoas com deficiência). Pela proposta, se alterasse as regras de idade, o governo informa que teria economia de R$ 182,2 milhões em 10 anos com os benefícios, o que equivale a menos de 10% do R$ 1,1 trilhão que pretende economizar no mesmo período, caso a reforma seja aprovada e implementada da maneira como foi entregue à Câmara.
A revista Política Democrática online também mostra que o governo quer aumentar para 20 anos o tempo de contribuição para aposentadoria rural. Neste caso, pela proposta de reforma da Previdência, a idade mínima para aposentadoria de mulheres do campo passaria de 50 para 60 anos, igualando-se à dos homens e que permaneceria inalterada. Assim, apesar de ter completado a idade mínima, Valdeci teria de contribuir por mais um ano e quatro meses – considerando o período de transição para pessoas que estão perto da aposentadoria –, em vez de apenas um ano, caso a reforma passe a vigorar da forma como está.
No entanto, para conceder os benefícios previdenciários a trabalhadores rurais, o governo também quer alterar a forma de cadastramento e recadastramento deles. Desta vez, a proposta é retirar os sindicatos desses procedimentos, alegando necessidade de regras mais rígidas para evitar fraudes. Para isso, foi enviada ao Congresso Nacional a Medida Provisória (MP) 871, segundo a qual o cadastro de todos os trabalhadores rurais deve ser realizado até janeiro de 2020 por municípios, Estados e União. A medida gera divergência.
Leia mais:
» Demonização da esquerda já se aproxima de uma escalada muito perigosa, avalia Davi Emerich
» Raul Jungmann é o entrevistado especial da sexta edição da Revista Política Democrática Online
» Sérgio C. Buarque analisa a crise da Previdência em artigo na Revista Política Democrática
» Política Democrática mostra reforma da Previdência como desafio para destravar governo