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FAP realiza lançamento do livro Caminhos Invertidos, de Victor Missiato, em Brasília
Resultado de tese de doutorado, obra aborda trajetórias de partidos comunistas do Brasil e do Chile
Cleomar Almeida, da Ascom/FAP
A FAP (Fundação Astrojildo Pereira) realizará, nesta quinta-feira (21), a partir das 19 horas, o lançamento do livro “Caminhos Invertidos” (Editora Prismas), do historiador Victor Augusto Ramos Missiato, em Brasília. Aberto ao público, o evento será realizado no auditório do Espaço Arildo Dória, na parte superior da Biblioteca Salomão Malina, no Conic, um importante centro comercial e de atividades culturais da capital federal.
O livro é resultado da tese de doutorado de Missiato, defendida, em 2016, na Unesp (Universidade Estadual Paulista), sob a orientação do historiador e professor Alberto Aggio, que também é membro da diretoria executiva da FAP. Durante o lançamento, o autor e o orientador participarão de um debate sobre a obra, no próprio local, ao lado do consultor político e diretor da fundação Caetano Araújo.
Missiato desenvolveu, entre 2013 e 2016, a pesquisa comparando as trajetórias do PCB (Partido Comunista Brasileiro) – que antes era chamado de PPS (Partido Popular Socialista) e hoje tem nova identidade de esquerda democrática com o Cidadania – e do PCCh (Partido Comunista Chileno).
De acordo com o autor, houve uma inversão nos caminhos dos dois partidos comunistas, ao longo dos anos. Ele explica que o comunismo chileno adotou uma perspectiva reformista, entre os anos 1920 e 1973, quando houve o golpe que derrubou o seu então presidente, Salvador Allende. O PCCh era um partido que, mesmo em situação de maior radicalismo e ilegalidade em alguns anos, manteve a defesa de uma estratégia político-institucional.
“Quando houve o golpe de Augusto Pinochet, o PCCh adotou, até 1985, a perspectiva da via armada para o combate à ditadura no Chile. Isso por causa da desilusão e do impacto da derrubada do governo de Allende”, afirma. “O partido comunista chileno, ao dar esse giro, abandona as estratégias de aliança política, se desfaz da relação com a então União Soviética, que iria acabar, e adota uma nova perspectiva nacionalista. Não mais colocando o seu ano de nascimento como 1922, mas voltando para o ano de 1912, quando foi fundado o Partido Obrero Socialista - que mudou de nome em 1922”, diz.
Já o PCB, entre os anos 1920 e 1950, assumia um posicionamento mais radical e uma estratégia insurrecional, com a perspectiva da via armada. Segundo Missiato, o partido, principalmente a partir de 1958, em meio à ditadura no Brasil, passou a transformar a sua estratégia política, saindo da via armada como principal foco para adotar o que historiador Raimundo Santos, da UFR-RJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), chama de pecebismo contemporâneo. “É uma estratégia de luta revolucionária em favor do sistema democrático. Em outras palavras, uma defesa do reformismo”, acentua.
“Quando tivemos o Golpe de 64, o PCB manteve a estratégia principal de defender a democracia. Mesmo com a perspectiva da revolução, todos os comunistas do século 20 criticavam a democracia burguesa, defendiam outra democracia, sob a perspectiva socialista”, afirma o autor. “Durante o regime militar, para os comunistas do PCB, a democracia passa a ter um valor universal no final da década de 1970, conforme cita o intelectual Carlos Nelson Coutinho, como elemento central da estratégia comunista”, ressalta ele.
PESQUISA INOVADORA
Na avaliação do orientador Alberto Aggio, o livro mostra o resultado de uma pesquisa inovadora com comparação das trajetórias de dois partidos comunistas. “Isso tem um valor em si do ponto de vista do conhecimento porque, naquela época, os partidos comunistas nem sempre seguiam a ferro e fogo a orientação da União Soviética”, avalia. “Pensar que a história do comunismo na América Latina é só uma repetição daquilo que vinha da Internacional Comunista ou, depois, da União Soviética é uma visão ultrapassada, como mostra o livro”, salienta.
No Brasil, conforme observa o professor da Unesp, a construção da democracia é um paradoxo. “No país, a corrente política que acabou defendendo radicalmente a democracia se extingue no momento em que o Brasil conquista uma democracia mais plena”, pontua Aggio. “No caso do PCB, a partir do momento em que assimila a perspectiva da democracia como valor universal, essa força política acaba trilhando novos caminhos”, analisa o orientador.
“Extinguiu-se o comunismo pecebista porque, de certa forma, triunfou-se o estabelecimento de uma democracia mais plena, baseada na Constituição de 1988. É uma história complexa porque o PCB vai se definhando apesar de sua política ir triunfando. É difícil de ser compreendida por causa desse paradoxo”, ressalta ele.
IMPORTÂNCIA
Caetano Araújo ressalta a importância da obra para compreender a conjuntura política de parte da América Latina. “É um trabalho de comparação. Tem, em comum, a vinculação ao comunismo internacional, representado pela União Soviética”, analisa o diretor da FAP.
A fundação, que apoia o lançamento do livro da Editora Prismas em Brasília, tem entre as suas linhas de atuação a publicação de obras sobre fatos relevantes, da luta pela democracia e mobilizações sociais no Brasil. “Uma obra como essa tem u lado histórico, mas vai além disso. A obra fala sobre democracia. Na conjuntura política de hoje, é uma obra atual. Não aborda só o passado. Fala do presente político”, assevera.
Símbolo de resistência à ditadura militar, Antônio Ribeiro Granja morre aos 106 anos
Presidente de honra do Cidadania estava internado em hospital na cidade de Vila Velha
O presidente de honra do Cidadania, Antônio Ribeiro Granja, morreu, na noite deste domingo (10), no Hospital Santa Mônica, onde estava internado, na cidade de Vila Velha, a 6 quilômetros de Vitória (ES). Destemido, o comunista segue vivo como um dos maiores símbolos de resistência à ditadura militar no Brasil. De acordo com o presidente do partido, Roberto Freire, o nome de Granja ficará marcado na história do país pelo seu protagonismo no fortalecimento do partido e em defesa de uma sociedade menos injusta, desigual e excludente.
https://youtu.be/OvGAu0ZI1v4
O Cidadania é a nova identidade do PCB (Partido Comunista Brasileiro) e do PPS (Partido Popular Socialista), que, ao longo dos anos, evoluíram com a participação de Granja para ficar cada vez mais perto dos interesses da sociedade. Na adolescência, ele saiu de Exu, onde nasceu, em Pernambuco, e seguiu para São Paulo em busca de emprego. Em 1930, aos 17 anos, teve início a sua história de militância, entrando para a Aliança Liberal.
Quatro anos depois, ele ingressou no Partido Comunista, que voltou à legalidade só após o fim da Era Vargas (1930-1945). Resistente, durante todo o regime militar, Granja permaneceu no Brasil. Não seguiu para o exílio. Ele trabalhou como pedreiro, operário e em oficina de vagões da Vale do Rio Doce, até ser eleito, em 1947, vereador de Cariacica pelo PCB. Ficou na Câmara Municipal até 1952.
O fim do mandato levou ao início de uma perseguição de 27 anos. “Só voltaram a me chamar de Antônio Ribeiro Granja com a Lei da Anistia (1979). Depois do início da ditadura, ficamos em 18 dirigentes em todo o Brasil. Onze deles foram presos e assassinados. Eu consegui ser um dos sobreviventes”, disse ele, em entrevista ao jornal Gazeta Online, em julho de 2018.
A resistência de Granja também foi destacada em no artigo Medo do Imprevisto, do jornalista e diretor-geral da FAP (Fundaçao Astrojildo Pereira), Luiz Carlos Azedo. “Foi um dos poucos dirigentes a permanecer no país durante todo o regime militar. De sandália havaiana e chapéu de palha, com as mãos calejadas pelo cabo da enxada, [Granja] circulava pelo interior do antigo Estado do Rio como um peixe na água”, escreveu o autor.
“Foi assim que reorganizou o antigo Partidão no interior fluminense e garantiu a eleição dos deputados comunistas Marcelo Cerqueira (federal) e Alves de Brito (estadual), pelo antigo MDB, nas eleições de 1978”, destacou Azedo no artigo sobre Granja. “Seu grande mérito foi se distanciar do interesse imediato, no caso, a própria sobrevivência, para compreender o processo político”, acrescentou.
Repercussão
“Eu posso dizer que é uma perda de um grande companheiro e amigo. O partido está de luto. Todos conhecemos a sua longa vida e história de dignidade e de grande luta. Ele dedicou a vida dele toda a essa luta por uma sociedade menos injusta, menos desigual e em defesa dos trabalhadores. Viveu muito e viveu consciente. Isso é importante”
Roberto Freire, presidente do Cidadania
“O Granja foi um cara muito importante na época em que o partido estava clandestino, um dos poucos dirigentes do partido que permaneceram no país e não foram presos. Ele foi um dos responsáveis pela reorganização do partido. Um homem muito importante, com longa história de militância. Organizou a primeira base do partido em Brasília antes mesmo da construção da capital federal. Teve uma vida romanesca”.
Luiz Carlos Azedo, diretor-geral da Fundação Astrojildo Pereira
“O Granja foi um homem muito importante, presidente de honra do partido e um dos caras que enfrentaram a ditadura. Quando muita gente foi exilada, ele ficou no Brasil para enfrentar a ditadura. Ficou para fazer resistência no Brasil”.
Ciro Gondim Leichsenring, diretor-financeiro da Fundação Astrojildo Pereira
Antônio Ribeiro Granja é um ícone da luta política brasileira. Granja não vacilava. Tinha clareza política de como agir. Já com mais de 100 anos de vida continuava com a sua militância política e com rara lucidez. Por ocasião das reuniões da Direção Nacional do ex-PPS em Brasília, costumávamos almoçar juntos. Num desses almoços, pedi uma dose de cachaça e o Granja me olhou fixamente e disse: “Que discriminação é essa, companheiro? Por que só uma dose, eu também aprecio uma boa cachaça”.
Roberto Percinoto, economista e presidente do Cidadania no Rio de Janeiro
“Nosso querido presidente de honra nacional do Cidadania, Antonio Ribeiro Granja, faleceu aos 106 anos. Foi um grande líder. Um dos homens mais íntegros que conheci, exemplo de retidão, honestidade e luta pelos mais necessitados. Foi um dos responsáveis pela minha filiaçao ao Cidadania. Vá em paz. Um querido líder com a certeza do dever cumprido!”.
Luciano Rezende, prefeito de Vitória (Cidadania-ES)
“Granja fez parte do núcleo de dirigentes do PCB que formulou, no sexto Congresso do partido, realizado em 1967, a estratégia vitoriosa no combate à ditadura. O ponto era derrotar o regime militar, por meio de uma ampla frente democrática, construída em torno das bandeiras da anistia, eleições diretas e eleição de uma Assembléia Nacional Constituinte.
Quando, alguns anos depois, a direção do partido resolveu deslocar uma parte dos seus membros para o exterior, Granja foi um dos que permaneceu no país. Por muito pouco não foi preso e assassinado, como muitos outros, nas quedas de 74/75. Manteve-se firme na defesa da democracia e apoiou o processo de renovação do partido que resultou na formação do Partido Popular Socialista”.
Caetano Araújo, diretor da Fundação Astrojildo Pereira
Leia mais:
» Medo do Imprevisto
» Antônio Granja, um militante centenário ativo na política
Confira os vídeos do Seminário Cidades Inteligentes
Confira os vídeos do seminário Cidades Inteligentes, realizado pela Fundação astrojildo Pereira (FAP) e pelo Cidadania, em Brasília, no dia 25 de outubro. O evento foi destinado a possíveis pré-candidatos a prefeitos pelo partido.
Seminário Cidades Inteligentes | Mesa 1: Cidade inteligente (íntegra)
https://youtu.be/U88WtKKfcXU
Seminário Cidades Inteligentes | Abertura: Roberto Freire
https://youtu.be/VDBOisnW6I8
Seminário Cidades Inteligentes | Luciano Rezende | Mesa 1: Cidade inteligente
https://youtu.be/MZd7nbwL-Is
Seminário Cidades Inteligentes | Toshio Toyota | Mesa 1: Cidade Inteligente
https://youtu.be/HdWYzHDMG_s
Seminário Cidades Inteligentes | Juarez Amorin | Mesa 1: Cidade Inteligente
https://youtu.be/2iwTaZ38g3U
Seminário Cidades Inteligentes | Mesa 2: Economia Criativa (íntegra)
https://youtu.be/UcIHq3UHOCw
Seminário Cidades Inteligentes | Mauro Oddo Nogueira | Mesa 2: Economia Criativa
https://youtu.be/M_UPfywVviU
Seminário Cidades Inteligentes | Cláudia Leitão | Mesa 2: Economia Criativa
https://youtu.be/RSKerbPGVjU
Seminário Cidades Inteligentes | Marcelo Calero | Mesa 2: Economia Criativa
https://youtu.be/eSe10IsT5b4
Seminário Cidades Inteligentes | Mesa 3: Turismo de experiência (íntegra)
https://youtu.be/otnQIRV0PJw
Seminário Cidades Inteligentes | Bárbara Blaudt Rangel | Mesa 3: Turismo de experiência
https://youtu.be/WArMjsxF6iE
Seminário Cidades Inteligentes | Alexandre Pereira | Mesa 3: Turismo de Experiência
https://youtu.be/-W9c7SYe7Xo
Seminário Cidades Inteligentes - FAP | Pollyana Gama | Mesa 3: Turismo de Experiência
https://youtu.be/kPkpuMS_hK8
Seminário Cidades Inteligentes | Entrevista - Alberto Aggio
https://youtu.be/K4-mk6TdO1Q
Seminário Cidades Inteligentes | Entrevista - Arnaldo Jordy
https://youtu.be/altjIp8moYQ
Seminário Cidades Inteligentes | Entrevista - Ciro Leichsenring
https://youtu.be/cRRlVWrFoAc
‘O Cidadania quer se transformar em importante referência de centro-esquerda’, diz Roberto Freire
Presidente do partido ressalta que sigla quer contribuir de forma positiva para a democracia e o desenvolvimento
O Cidadania quer ser protagonista de uma nova jornada, com um horizonte para se transformar em importante referência de centro-esquerda e contribuir de forma positiva para a democracia brasileira e o desenvolvimento do país. A afirmação é do presidente do partido, Roberto Freire, em artigo de sua autoria publicado na 12ª edição da revista Política Democrática online. A publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), que disponibiliza, gratuitamente, todo o conteúdo em seu site.
» Acesse aqui a 12 edição da revista Política Democrática online
De acordo com o presidente do Cidadania, o mundo vem experimentando fortes transformações em seu modo de produzir e nas suas relações sociais, o que, conforme acrescenta, é fruto de uma revolução científica e das inovações, que impactam muito fortemente também nos campos da política e das ideias.
“Os padrões aceitos como universais e pouco mutáveis, todos eles herdados do iluminismo, da revolução industrial e da criação dos estados nacionais ainda no século XIX, começaram a se dissolver e passaram a não mais corresponder às realidades dos povos e aos formatos políticos de intervenção social”, afirma ele. “Ficaram velhos e foram perdendo apelo junto à opinião pública”, acrescenta.
Na avaliação de Freire, o neoliberalismo, uma tentativa de contornar o keynesiasnismo que salvara o capitalismo, conseguiu alguns resultados econômicos positivos na Inglaterra e Estados Unidos, porém faliu em sua pauta conservadora e não conseguiu fazer frente aos movimentos de conteúdo mais extremado de direita. “Trump, dentro do Partido Republicano nos Estados Unidos e Johnson, no Partido Conservador inglês, são exemplos dessa falência”, escreve ele.
Outros ideólogos, segundo o presidente do Cidadania, surgiram para dar sentido político ao mundo em desalinho e esbarraram contra uma muralha invisível que ia se formando, pelo advento das novas tecnologias, o intercâmbio das informações e as novas relações sociais e de consciência, estas nascidas nos desvãos ideológicos e à sombra do poder velho.
No Cidadania, com certeza não estarão todos os liberais nem todos os socialistas e socialdemocratas. “As clivagens e as diferenças internas nesses dois campos são inúmeras”, afirma. “Acreditamos, porém, que o Cidadania tem horizonte para se transformar em importante referência de centro-esquerda e contribuir de forma positiva para a nossa democracia e o nosso desenvolvimento”, destaca.
Além das dimensões políticas e programáticas, segundo Freire, o Cidadania tem por vocação a criação de uma nova formação política, longe dos modelos centralizados e verticalizados, totalizantes. “Um dos seus dilemas é permitir ao máximo possível o plasmar das diferenças de ideias e concepções, ser mais movimento e transparência, sem, no entanto, perder a credibilidade e capacidade diretiva. Se não resolver esse dilema, qualquer partido que se pretenda novo já nasce em conflito e em processo de decadência”, destaca.
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Eros Grau escreve sobre Armênio Guedes à Política Democrática online
Em artigo exclusivo e de sua autoria, ministro aposentado do STF conta um pouco do homem que teria mais de 100 anos
Ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal), o advogado Eros Grau publicou artigo exclusivo de sua autoria na 12 edição da revista Política Democrática online. Com linguagem em primeira pessoa e narrativa que denota leveza, ele conta um pouco sobre Armênio. Saiba quem é essa pessoa que, em 30 de maio do ano passado, teria completado 100 anos. O artigo está publicado na revista produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) e que disponibiliza todo o conteúdo, de forma gratuita, em seu site.
» Acesse aqui a 12ª edição da revista Política Democrática online
A seguir, leia trechos do artigo de Eros Grau:
Há uns dois anos – após uma conversa fraterna com a Cecília Comegno, Marcello Cerqueira, Élio Gaspari e outros camaradas –, a mim foi atribuída a organização de um livro lembrando nosso Armênio. Uma tarefa que encantou minha vida. Lá pela segunda quinzena de novembro será lançado, em São Paulo, pela Globolivros.
Armênio Guedes se foi para o Céu no dia 12 de março de 2015. No ano passado, 30 de maio, teria completado cem anos. Lá em cima será, no entanto, eterno.
Nascido em Mucugê, a capital baiana dos diamantes, Armênio era um deles. Sereno, aristotelicamente prudente. A serenidade ao alinhar-se à esquerda democrática europeia, ao opor-se à luta armada durante o regime militar cá entre nós e ao defender a aliança com o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) - o único partido de oposição autorizado pela ditadura --- evidenciam ter sido ele, para sempre, um diamante de humanismo. A noite de 30 de março de 2012, quando recebeu o título de Cidadão Paulistano oferecido pela Câmara Municipal de São Paulo, é inesquecível.
Durante seu exílio no Chile e na França cultivou a fraternidade, ensinando-a a todos nós. Tento colher trechos que tudo dizem nos mais de trinta textos que compõem este livro, mas me perco, incapaz de escolher este ou aqueles no multiverso da amizade. Só me resta, portanto, a opção de transcrever, nas linhas que seguem, o que brotou do meu coração.
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‘O calendário eleitoral de 2020 já começou’, alerta Luiz Paulo Vellozo Lucas
Ex-prefeito de Vitória analisa repercussão da chamada nova política, em artigo publicado na 12ª edição da revista Política Democrática online
A nova política no país navega entre parlamentares de perfil liberal na economia e progressista nas políticas públicas a integrantes de blocos conservadores como o PSL e seguidores do presidente Jair Bolsonaro, conforme avalia o engenheiro ex-prefeito de Vitória (ES) Luiz Paulo Vellozo Lucas. A análise dele está publicada na 12ª edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira) e que disponibiliza todo o conteúdo, de forma gratuita, em seu site.
» Acesse aqui a 12ª edição da revista Política Democrática online
De acordo com o autor, os mandatos de Tábata Amaral, Felipe Rigoni e os outros deputados oriundos dos movimentos de renovação que votaram favoravelmente à reforma da Previdência contrariando seus partidos, respectivamente o PDT e o PSB, refletem um dos caminhos da nova política, de perfil liberal na economia e progressista nas políticas públicas. “Marina Silva foi uma espécie de precursora desta tendência que já estava parcialmente presente no eleitorado nas eleições de 2010”, avalia.
O bloco conservador liderado pelo presidente e seus filhos, por enquanto abrigados no PSL, representa claramente outra vertente política, mas, de acordo com o ex-prefeito, não se pode negar que eles chegaram ao poder enfrentando e derrotando o sistema de partidos e a política tradicional no Brasil. “Seus seguidores também acreditam estar lutando contra a podridão do sistema e apoiando a nova política”, ressalta.
A luta interna no PSL, de acordo com o engenheiro, se dá principalmente em função da disputa pelo controle e distribuição do fundo partidário e da definição de candidaturas e alianças nas eleições. “Temas particularmente caros à política tradicional e às velhas raposas que se articulam a todo vapor, visando às eleições municipais do próximo ano. O calendário eleitoral de 2020 já começou”, diz ele. “A primeira disputa será pela bandeira da nova política e, por isso, todos querem distância regulamentar das brigas que podem ser vistas como “sujas” pelo eleitorado, isto é, cargos e dinheiro público para a eleição. É claro que, em off, a batalha é violenta!”.
Na avaliação do autor, a força das igrejas evangélicas estará presente, assim como muitas candidaturas de militares e policiais, para disputar eleições em nome da renovação. “O interesse do empresariado e da opinião pública mais informada, movida principalmente pelo cansaço com a prolongada crise econômica e pelo pânico com a possibilidade de volta do PT, acaba sendo seduzida por qualquer caricatura de liberalismo econômico que se apropria da indignação nacional com o estatismo e os privilégios cevados ao longo dos séculos no Brasil, sem demostrar, contudo, compromisso e capacidade política para liderar uma agenda liberal reformista”, afirma.
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Saiba qual a ousadia do escritor italiano Italo Calvino, conta André Amado
Em artigo publicado na nova edição da Política Democrática online, diretor da revista aborda perfil
Diretor da revista Política Democrática online, André Amado afirma que o escritor italiano Italo Calvino é um dos poucos autores que teve a ousadia de declarar que “a literatura (e talvez só a literatura) pode criar anticorpos que neutralizam a expansão da peste da linguagem”. A análise está em artigo publicado na nova edição da revista produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, em Brasília.
» Acesse aqui a 12ª edição da revista Política Democrática online
Integram o conselho editorial da revista Alberto Aggio, Caetano Araújo, Francisco Almeida, Luiz Sérgio Henriques e Maria Alice Resende de Carvalho. A direção da revista é de André Amado e a edição, de Paulo Jacinto.
A seguir, leia trechos do artigo:
Já deverão ter notado que não sou crítico literário. A razão principal, por mais que me doa reconhecer, é que me faltam credenciais, o que, em bom português, quer dizer competência. Por isso, conformo-me em abrir aspas e convidar a escrever nestas páginas autores do quilate de um Flaubert, Umberto Eco, Vargas Llosa e, desta vez, Italo Calvino, um dos mais célebres escritores italianos, que teve a ousadia de declarar que “a literatura (e talvez só a literatura) pode criar anticorpos que neutralizam a expansão da peste da linguagem”.
Dá até vontade de traduzir “linguagem” por “erudição”, para mantermos a ironia típica de muitas reflexões de Calvino. Mas, se o fizéssemos, incorreríamos em imensa injustiça com outra de suas obras, Por que ler os clássicos, em que se consagra o mais profundo e íntimo conhecimento dos autores selecionados, o que, em uma palavra, se chama erudição, no bom sentido do conceito.
A lista de escritores é longuíssima, embora cada texto se concentre em transmitir o que de fato interessa em literatura. Lá estão Homero, Cyrano, Defoe, Voltaire, Stendhal, Balzac, Dickens, Flaubert, Tolstoi, Mark Twain, Henry James, Stevenson, Conrad, Hemingway e Borges. Para os que se autoproclamam iniciados no tema, encontrarão também Xenofonte, Ovídio, Ariosto, Galileu, Pasternak e Pavese. E, que me perdoem os mais letrados, mas a lista inclui ainda escritores de quem apenas ouvi falar, se tanto, como Plínio, Nezami, Cardono, Ortes, Gadda, Montale e Queneau.
É fascinante como Calvino aborda cada um. Com relação a Homero, claro, o foco está na Odisseia (mas com que ângulos inexplorados!). Defoe desfila com seu célebre Robinson Crusoe, tanto quanto Stendhal, com Cartuxa de Parma. Mas Dickens entra no livro com Our Mutual Friend; Flaubert, com Trois contes; Tolstoi, com Dois Hussardos; Stevenson, com o O pavilhão das dunas, e assim por diante. Por intermédio dessas obras, que sem dúvida não são as mais conhecidas dos escritores, Calvino supera o desafio e as transforma em peças maestras, magia que estende à produção literária dos demais integrantes de sua lista, a ponto de nos produzir certo constrangimento por nunca os termos visitado.
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Historiador faz comentário do filme em artigo de sua autoria publicado na nova edição da revista Política Democrática online
“Bacurau (Brasil, 2019), dos brasileiros Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, é um filme polêmico, gerou debates polarizados, muitos amaram, outros odiaram, nem sempre por razões cinematográficas, em grande parte por razões políticas e ideológicas, mas, antes de tudo, é um filme. E bom. Cumpre o que se propõe: contar uma história atual, mesmo que anuncie se passar em um futuro próximo”. O comentário sobre o filme é do historiador Martin Cezar Feijó, em artigo de sua autoria publicado na nova edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, em Brasília.
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Feijó, que também é doutor em comunicação pela USP e professor de comunicação comparada na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), ressalta que o objetivo do seu texto não é fazer uma crítica cinematográfica, mas um comentário cultural. “O filme estreou mundialmente no Festival de Cannes deste ano e levou o Prêmio do Júri. O que não é pouco”, lembra.
O autor ressalta que o filme também ganhou como melhor filme no Festival de Munique. E deve participar ainda em muitas competições internacionais. “Está, portanto, fazendo uma carreira internacional vitoriosa, com boas avaliações em Paris ou Nova York, por exemplo. E, o mais importante, atraindo um grande público. Um filme que se assiste com grande atenção”, afirma.
Com um grande elenco. E que conta uma história original, da ameaça a uma comunidade por um grupo de atiradores estrangeiros, dotados de aparelhos sofisticados como drones e se comunicando em inglês através de satélites. “A população da cidade também, apesar de pobre, é bem atualizada, reconhecendo tecnologias e até reclamando quando não recebe sinais para seus aparelhos de telefones celulares”, observa.
Os invasores, segundo o autor, apesar de serem em sua maioria constituídos de norte-americanos, têm entre eles dois brasileiros da região Sudeste, revelando no decorrer do filme um divertimento entre pessoas que querem descarregar frustrações alvejando uma população pobre impunemente. Até com a ajuda de líderes políticos regionais.
Integram o conselho editorial da revista Alberto Aggio, Caetano Araújo, Francisco Almeida, Luiz Sérgio Henriques e Maria Alice Resende de Carvalho. A direção da revista é de André Amado.
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Garimpeiros deflagram guerra silenciosa em Serra Pelada, mostra Política Democrática online
Animados por Bolsonaro, exploradores de ouro apostam na legalização da atividade
Em situação ilegal, a maioria dos garimpeiros deflagra entre si uma guerra silenciosa em parte da floresta amazônica, sem qualquer precisão sobre a existência de ouro no local em que operam e sem infraestrutura que diminua o risco de desabamento dos barrancos. Outros já exploram o metal com auxílio de empresas que identificam minas por meio de imagem via satélite. É o que revela reportagem especial da nova edição da revista mensal Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília. A matéria tem textos e fotos exclusivos.
» Acesse aqui a 12ª edição da revista Política Democrática online
A revista tem acesso gratuito pelo site da fundação. Produzida por equipe de reportagem enviada a Serra Pelada, a 50 quilômetros de Curionópolis, no Sudeste do Pará, a reportagem mostra como as recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) animam os garimpeiros. Ele tem repetido promessa na mesma linha da que foi feita, em 1980, pelo então presidente João Batista Figueiredo, de legalizar o garimpo.
O consenso entre diversos grupos de garimpeiros é para que Bolsonaro cumpra a promessa. No início deste mês, o presidente criticou a empresa mineradora Vale pela exploração de minérios no país e reforçou seu discurso em defesa dos garimpeiros, que veem a multinacional como uma grande barreira para exercerem a atividade, manualmente.
A reportagem conta histórias de garimpeiros que esteve em Serra Pelada, no auge da febre do ouro, em 1980, mas de onde foram embora desolados, na época, por causa da multidão de pessoas atraídas para a região. É o caso de Antônio Soares, de 69 anos, que voltou para o garimpo no Sudeste do Pará.
Antônio voltou em janeiro. Deixou a família para trás – 17 filhos em Mato Grosso, Maranhão e São Paulo, além de netos e bisnetos – para se unir aos garimpeiros. Sem equipamentos de segurança, eles passam o dia inteiro revezando picareta, cavadeira, enxada e pá. Na minguada disputa pelo ouro, só há intervalo para fazerem uma rápida refeição em fogão à lenha de tijolo, tomar água e dormir, à noite. Ninguém dá detalhes da quantidade de ouro encontrado.
A reportagem também mostra que garimpeiros de Serra Pelada reclamam que a empresa mineradora Vale atrapalha as atividades de exploração manual de ouro que eles realizam no Sudeste do Pará. Desde os anos 1970, segundo líderes locais, a multinacional avançou sobre a área que antes estava demarcada para a atividade da cooperativa. Em nota, a Vale nega e informa que não tem intenção de prejudicar os garimpeiros.
Integram o conselho editorial da revista Alberto Aggio, Caetano Araújo, Francisco Almeida, Luiz Sérgio Henriques e Maria Alice Resende de Carvalho. A direção da revista é de André Amado.
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‘Diálogos da Lava Jato são divulgados de maneira homeopática’, afirma Henrique Herkenhoff
Na nova edição da revista Política Democrática online, professor observa que opinião pública discute acaloradamente suas implicações políticas e jurídicas da operação
A ausência de uma estrutura de inteligência e, especialmente, de contra inteligência nos órgãos públicos exibe o despreparo das altas autoridades e instituições do governo em relação às questões de segurança. É o que diz o professor doutor do mestrado em segurança pública da UVV/ES (Universidade Vila Velha do Espírito Santo) Henrique Herkenhoff, em artigo de sua autoria publicado na nova edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, em Brasília.
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Herkenhoff, que também é presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB/ES (Ordem dos Advogados do Brasil seção Espírito Santo), observa que enquanto diálogos entre autoridades ligadas à operação Lava Jato são divulgados de maneira homeopática, a opinião pública discute acaloradamente suas implicações políticas e jurídicas, muito embora uma análise racional mostre que elas dependem sobretudo do Judiciário e dificilmente terão lugar antes uma revelação completa e verificada do conteúdo.
“Entretanto, outra questão menos empolgante fica esquecida, ainda que ela já seja uma certeza grave: a falta de uma estrutura de inteligência e, especialmente, de contra inteligência nos órgãos públicos”, afirma. Segundo ele, qualquer instituição, grande ou pequena, pública ou privada, pode experimentar os benefícios da informação oportuna, confiável e estruturada, seja para as decisões operacionais cotidianas, seja para as grandes escolhas estratégicas. “E não se deve desprezar, tampouco, a importância de evitar que seu adversário disponha desse mesmo conhecimento a seu respeito ou, melhor ainda, de o fazer acreditar em notícias falsas”.
O autor sugere somar-se a tudo isso a necessidade de proteger seu pessoal das agressões de qualquer espécie, e suas atividades, de vazamentos, invasões, traições, armadilhas. “Descobre-se que número espantoso de altas autoridades teve seus telefones hackeados, sem que houvesse medidas de prevenção, detecção ou correção à altura dos riscos incorridos. Se os criminosos não houvessem decidido utilizar esses conteúdos em público, as invasões poderiam se prolongar e espalhar indefinidamente”, escreve.
Por outro lado, de acordo com o autor, é de espantar a ingenuidade com que se comunicam agentes públicos que legalmente interceptavam conversas alheias, sem que lhes passasse pela cabeça a possibilidade de também serem alvos. “Nas investigações, ao contrário do futebol, não há uma bola só em campo, de maneira que o ataque não é defesa. Não vai aqui uma acusação, uma culpabilização; se foi obtido acesso indevido, houve uma falha ipso facto, que não pode se repetir, e ponto final”, afirma.
Integram o conselho editorial da revista Alberto Aggio, Caetano Araújo, Francisco Almeida, Luiz Sérgio Henriques e Maria Alice Resende de Carvalho. A direção da revista é de André Amado e a edição, de Paulo Jacinto.
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Bolsonaro está perturbado por seus próprios demônios, afirma Marco Aurélio Nogueira
Em artigo de sua autoria publicado na nova edição da revista Política Democrática online, professor analisa perfil do presidente
Falta de iniciativa e unidade na oposição faz com que Jair Bolsonaro seja perturbado somente por seus próprios demônios e pelo fogo que arde a seu redor. A declaração é do professor titular de Teoria Política da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Marco Aurélio Nogueira, em artigo de sua autoria publicado na nova edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculada ao Cidadania, em Brasília.
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Para Nogueira, o governo não sabe que país é esse que o elegeu para governar “A Presidência da República tornou-se um deserto de ideias. A paralisia e a mediocridade devoram suas entranhas”, diz, em um trecho.
Em outro trecho, o professor diz que o primeiro mandatário não está à altura do cargo que ocupa, nem sequer se mostra à vontade nele, assusta-se com a própria sombra e acumula inimigos por onde passa. “Não planta nem colhe nada de positivo, só atua para defender os próprios interesses restritos, seus e dos filhos”, afirma.
Na economia, conforme avalia Nogueira, a gestão de Paulo Guedes avança porque foi assimilada por Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, que não só garantiu a progressão da Reforma Previdenciária, mas mantém ambiente favorável ao reformismo econômico que se deseja institucionalizar. “Mesmo assim, a economia patina e a sensação é de que não se sabe bem o que fazer para dar respostas efetivas aos problemas que afligem a sociedade. Algum desdobramento desse quadro deverá surgir nas eleições do ano que vem, com um possível aumento da frustração do eleitor”, analisa.
Integram o conselho editorial da revista Alberto Aggio, Caetano Araújo, Francisco Almeida, Luiz Sérgio Henriques e Maria Alice Resende de Carvalho. A direção da revista é de André Amado e a edição, de Paulo Jacinto.
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'Cultura deveria funcionar dentro do Ministério da Educação’, diz Caio de Carvalho
Diretor executivo do Canal Arte 1 do Grupo Bandeirantes de Comunicação concedeu entrevista exclusiva à nova edição da revista Política Democrática online
“Penso que a cultura não deveria estar em um ministério à parte. Deveria funcionar dentro do Ministério da Educação, para que se pudesse fazer um trabalho de base, junto às escolas, à garotada, isto é, de forma que a gente pudesse ter um processo realmente na base da pirâmide”. A afirmação é do diretor executivo do Canal Arte 1 do Grupo Bandeirantes de Comunicação, Caio de Carvalho, em entrevista à 12ª edição da revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília.
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Com acesso gratuito pelo site da FAP, a revista traz em sua nova edição a entrevista exclusiva com doutor em comunicação social e advogado formado pela USP (Universidade de São Paulo). Ele acredita que, se fosse feito um trabalho de base, seria possível influenciar, em um país com imensos problemas educacionais e culturais, a TV aberta a usar sua força para ajudar a educar e levar cultura a todos os brasileiros, e não medir com réguas de pesquisas programação centrada em alegria, entretenimento, como se o povo preferisse o banal.
“Um escritor conservador, como Mario Vargas Llosa, já questionou tudo isso que está acontecendo na televisão de nossos dias”, comentou ele, durante a entrevista concedida ao diretor da FAP Caetano Araújo, com colaboração de Vladimir Carvalho e Martin Cézar Feijó. Segundo ele, o Arte1 surgiu, justamente, por causa de legislação, que dispõe a obrigatoriedade de reservar três horas por dia para produção nacional.
“É uma missão do canal. Nessas três horas, temos de apresentar, no mínimo, de 22 a 23 horas por semana de produção nacional, que é fruto de produção independente e de produção própria nossa”, afirma. “Quanto à produção estrangeira, minha equipe, integrada por jovens muito competentes, circula por feiras e amostras no exterior, em busca de materiais novos que valham a pena. A tarefa se facilita porque nossos parceiros internacionais sabem já o que nós queremos”, conta.
Carvalho, que também é professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), considera-se um cinéfilo. “Daí ter trazido para o Arte1 os filmes chamados clássicos, para não mencionar produções próprias, como a entrevista que fizemos com Ettore Scola, uma obra prima, um mês de sua morte. Outro dia eu peguei o Giancarlo Gianinni – que nem sabia que ele quase veio trabalhar no Brasil aqui, antes de ser cineasta – para falar de toda a história de seus filmes”.
Ele também foi ministro de Estado de Esportes e Turismo. Foi presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), do Conselho Executivo da Organização Mundial de Turismo (OMT) e da São Paulo Turismo S/A. É membro dos Conselhos da Japan House, do Museu de Arte Moderna e do Museu da Língua Portuguesa.
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