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Retrospectiva: Ações da FAP fortalecem valores democráticos
https://youtu.be/FqqpFnV29Z8
Ao longo deste ano, a FAP (Fundação Astrojildo Pereira) fortaleceu ainda mais a sua visão de ser referência para a cultura e a política democrática no Brasil. Promoveu o estudo e a reflexão crítica da sociedade, de maneira a construir referências teóricas e culturais relevantes para a defesa e a consolidação do Estado Democrático de Direito.
Todas as ações da FAP foram sustentadas por valores inegociáveis: democracia, transparência, sustentabilidade, solidariedade, reformismo, ética, equidade e cosmopolitismo. Além disso, a diretoria da fundação teve o comprometimento de planejar todas as ações do próximo ano, baseando-se no planejamento estratégico. A seguir, confira os principais fatos que enriqueceram a história da fundação, em 2019.
» Janeiro
A FAP manteve o seu objetivo de difundir os ideais democráticos e os princípios republicanos, a liberdade, a igualdade de oportunidades, a cidadania plena e a justiça social, assim como o seu compromisso de contribuir para o conhecimento coletivo. Por isso, em janeiro, lançou o livro Presença Negra no Brasil: do século XVI ao início do século XXI, do historiador Ivan Alves Filho. O evento foi realizado em Copacabana (RJ).
A FAP também revelou, na revista Política Democrática online, o impacto da suposta corrupção na usina hidrelétrica de Belo Monte nas comunidades da região de Altamira, no Sudoeste do Pará.
» Fevereiro
O fortalecimento de ações envolvendo a juventude brasileira seguiu como o grande compromisso da FAP em 2019. Em fevereiro, a Fundação reuniu mais de 100 pessoas no 3º Encontro de Jovens Lideranças, do dia 24 ao dia 28, no Hotel Fazenda Mestre D’armas, em Padre Bernardes, a 110 quilômetros de Brasília. O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, realizou o encerramento do evento com uma grande palestra aos participantes.
Já a revista Política Democrática online, produzida e editada pela FAP, destacou que a morte da vereadora Marielle Franco é resultado do poder das milícias no Rio de Janeiro. Na época, o assassinato dela e do motorista Anderson Gomes estava prestes a completar um ano, sem elucidação.
A FAP também promoveu a palestra gratuita e educativa Internet Segura: proteja-se dos perigos na rede, na Biblioteca Salomão Malina, no Conic, em Brasília. O evento, em alusão ao Dia Mundial da Internet Segura, foi realizado com a presença do publicitário Nuan Rodrigues, especialista em Inbound Marketing e Diretor Estratégico da agência L2ZD.
» Março
A FAP manteve o seu compromisso com a transparência em 2019. Uma das grandes ações do mês de março foi a realização da reunião do Conselho Curador, com a presença do presidente do colegiado, Cristovam Buarque, no auditório Arildo Dória, que é conjugado com a Biblioteca Salomão Malina, em Brasília. Ele ressaltou a relevância dos conteúdos produzidos pela fundação.
Na ocasião, o diretor-financeiro da FAP, Ciro Leichsenring, apresentou a prestação de contas da fundação, destacando o aumento dos investimentos da fundação em ações voltadas para a coletividade e a melhoria de gestão. Além disso, o diretor-executivo Caetano Araújo detalhou os critérios sobre a política de publicações da entidade. Araújo explicou que as publicações da FAP são baseadas em algumas linhas gerais, como a história da luta do antigo PCB (Partido Comunista Brasileiro), que deu origem ao PPS e ao Cidadania, respectivamente; a participação do PCB no mundo cultural; a democracia no Brasil e no mundo e reformas de Estado e políticas de equidade, entre outras.
» Abril
Para contribuir com o debate de assuntos relevantes, atuais e de interesse público, a FAP investiu em uma publicação especial sobre os impactos da reforma da Previdência, no momento em que o Congresso Nacional discutia o assunto a todo vapor. Em abril, a revista Política Democrática online, produzida e editada pela fundação, publicou reportagem especial em que especialistas defenderam atenção aos mais pobres e mais vulneráveis para evitar aumento da pobreza extrema no país.
» Maio
O historiador Alberto Aggio, diretor da FAP e professor titular da Unesp (Universidade Estadual Paulista), explicou em detalhes qual é a identidade e a política do Cidadania, o partido político que reforça a esquerda democrática e que é oriundo do PPS (Partido Popular Socialista). A análise séria e objetiva de Aggio foi destaque da revista Política Democrática do mês de maio. A mudança de identidade do partido foi realizada, em congresso da sigla, em março.
» Junho
Com a presença da militância do partido Cidadania, autoridades políticas de Estado e a sociedade, a FAP apoiou o projeto “Contexto Político e as Reformas de que o Brasil Precisa”. O evento foi realizado com palestra do deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR) e participação de demais autoridades políticas e acadêmicas, no dia 19 de junho de 2019, em Cuiabá (MT).
Em junho, em meio ao crescimento de feminicídios no país, a FAP realizou o Workshop de Krav Magá: defesa pessoal para mulheres, na Biblioteca Salomão Malina e no Espaço Arildo Dória, no Conic, em Brasília. O evento serviu como mais um meio de discussão sobre violência e criminalidade contra as mulheres e ensinou técnicas para que elas usem artes marciais para autodefesa. O workshop teve parceria com a Hebrom Escola de Artes marciais.
Com a participação de autores literários, a FAP também lançou, em junho, o Clube de Leitura Eneida de Moraes, na Biblioteca Salomão Malina, na área central de Brasília. Na ocasião, também foi lançada a Roda de Leitura: as mil faces da literatura. O objetivo dos dois eventos é incentivar ainda mais a prática de leitura e discussões dos temas abordados nas obras.
Para fortalecer o seu principal veículo de comunicação, a FAP também lançou, em junho, o novo projeto gráfico da revista Política Democrática online: mais moderno, interativo e com design mais arrojado.
» Julho
Em julho, as ações da FAP seguiram em plena atividade e a Batalha de Poesias Slam DéF, realizada pela juventude da periferia de Brasília na Biblioteca Salomão Malina, ganhou ainda mais repercussão. As histórias de luta e superação dos jovens participantes foram destaque da revista Política Democrática online, mostrando o protagonismo deles na busca pela garantia de direitos e para o fortalecimento da democracia.
» Agosto
Com transmissão ao vivo pelo site e redes sociais da FAP, o seminário Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI reuniu nomes importantes da política para discutir o assunto. Na ocasião, o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, disse que o país precisa de uma “frente” que reúna protagonistas em uma “nova formação política” para ser apresentada como alternativa à sociedade. O evento foi realizado pela FAP, no dia 24 de agosto, na Casa do Saber, em São Paulo (SP).
A seguir, confira os vídeos dos palestrantes no Seminário Desafios da Democracia:
» ‘Nova formação política não é novo partido’, afirma presidente Roberto Freire
» ‘País está ameaçado por este maluco’, diz Marta Suplicy sobre Bolsonaro
» ‘Os desafios são uma nova forma de pensar as relações’, afirma deputado Arnaldo Jardim
» ‘O mundo evangélico vai tomar conta da política brasileira’, afirma deputado Rubens Bueno
» ‘A democracia tem a qualidade linda de respeitar o outro’, diz vereadora Soninha Francine
» ‘A democracia passa por uma crise epocal’, diz Alberto Aggio
» ‘Vou fazer a reflexão com os instrumentos da história’, diz Gianluca Fiocco
» ‘A democracia é um sistema novo’, analisa Carlos Melo
» ‘Qualquer coisa que a gente tente generalizar é extremamente perigoso’, diz Paulo Fábio Dantas
» ‘Subestimar Bolsonaro é atirar no próprio pé’, diz Rubens Bueno
» ‘Não se pode falar em desenvolvimento sem tratar de inclusão social’, diz Sérgio C. Buarque
» ‘Talvez a gente tenha de repensar os planos para o futuro’, diz Paulo Ferracioli
» Daniel Ribeiro Leichsenring aborda função do Estado e do mercado
» Arnaldo Jardim cita destruição do ‘centro democrático’
» Eduarda La Rocque defende órgãos de qualificação de informação democráticos e independentes
» ‘O movimento negro é um movimento de conquistas’, destaca Ivair Alves
» ‘A grande questão é qual desenvolvimento a gente quer construir’, alerta Mauro Oddo Nogueira
» ‘Estamos vivendo uma guerra de narrativas’, afirma Daniel Coelho
» ‘Há desconexão muito grande entre pessoas e meio ambiente’, observa Alexandre Strapasson
» Senadora Eliziane Gama alerta para o crescente desmatamento na Amazônia
» Guilherme Accioly diz que ‘aquecimento global é de longe a coisa mais ameaçadora do planeta’
» ‘Negar a nossa natureza vai contra tudo que podemos fazer pelo bem estar’, diz Virgínia Parente
» ‘Temos que começar imediatamente a construir projetos eleitorais’, Luiz Paulo Vellozo Lucas
» José Eduardo Faria sugere discussão com inclusão de mais política externa
No dia 25 de agosto, a FAP reuniu o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, dirigentes da executiva nacional e representantes de diretórios estaduais do partido para discutirem a proposta de curso de formação política Jornada da Cidadania, a ser disponibilizado à sociedade em uma plataforma de ensino a distância da fundação a partir de janeiro de 2020.
Em agosto, a FAP também apoiou o evento “A Fé, o Movimento Evangélico e a Política”, que foi realizado, em Brasília, para discutir as relações entre o movimento evangélico e a política, tema de grande atualidade e que exige dos partidos, militantes e parlamentares um refinamento de conceitos e de posturas. O humanismo e a paz foram destacados como referências basilares.
» Setembro
Aberto pelo presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, o seminário Cidades Inteligentes foi realizado pela FAP, em Brasília, com a participação de possíveis pré-candidatos a prefeitos pelo partido. “O Brasil é um país profundamente injusto, desigual e com problemas graves do século XIX”, disse o líder político, na ocasião.
Veja, abaixo, os vídeos dos palestrantes do seminário Cidades Inteligentes:
» ‘O Brasil é um país profundamente injusto e desigual’, afirma presidente Roberto Freire
» ‘A gente faz um governo reto, rápido, eficiente, transparente e online’, diz Luciano Rezende
» ‘Se não investirmos nos nossos jovens, não vamos mudar o Brasil’, alerta Toshio Toyota
» ‘Que a gente nunca pense que fazer gestão pública é algo extraordinário’, sugere Juarez Amorim
» Mauro Oddo diz que Brasil ainda não conseguiu transformar criatividade em produto
» ‘A gente precisa ensinar para o novo’, destaca Cláudia Leitão
» Marcelo Calero diz que população está ansiosa por ações de economia criativa
» ‘Turistas evoluíram e querem estar o tempo todo conectados’, alerta Bárbara Blaudt Rangel
» ‘O maior divulgador do destino é o próprio morador da cidade’, afirma Alexandre Pereira
» Pollyana Gama afirma que turismo deve considerar sustentabilidade do meio ambiente
» Alberto Aggio faz avaliação do seminário e destaca atuação da FAP
» Arnaldo Jordy diz que seminário levou ao público temas de bastante relevância
» Ciro Leichsenring fala do compromisso da FAP com formação de possíveis candidatos
» Outubro
Em outubro, a FAP realizou uma série de reuniões para a realização do curso de formação política Jornada da Cidadania, totalmente gratuito e online. Os pilares programáticos do curso são: ética e integridade na ação política, estratégia e liderança, fundamentos da teoria política e democracia, comunicação eficaz e casos de sucesso. Mais informações podem ser encontradas no site do curso (www.jornadadacidadania.com.br). Início das aulas está previsto para o dia 23 de janeiro.
A Biblioteca Salomão Malina, mantida pela FAP, também passou a oferecer cursos de idiomas gratuitos à população. As aulas de inglês, espanhol e japonês são ministradas por professores voluntários.
» Novembro
O Conselho Curador da FAP realizou, no dia 22 de novembro, a segunda e última reunião ordinária e extraordinária deste ano, em Brasília. O colegiado aprovou a realização, a partir de janeiro de 2020, do curso Jornada da Cidadania, por meio da plataforma de educação a distância. O objetivo é contribuir para o aprimoramento da democracia brasileira e ser uma alternativa de boa política diante da polarização e radicalização partidárias que tomam conta do país.
Na ocasião, o diretor-financeiro Ciro Leichsenring fez a apresentação da prestação de contas e explicou o planejamento financeiro da fundação para o ano de 2020, considerando os pilares estratégicos da fundação. O diretor da FAP Caetano Araújo expôs ao conselho a política editorial da entidade e o coordenador da Jornada da Cidadania, Marco Marrafon, também explicou em detalhes o planejamento da Jornada da Cidadania
Editado e lançado pela FAP no Rio de Janeiro, o livro Jalapão, Ontem & Hoje, dos geógrafos Pedro Pinchas Geiger e Willian Guedes Martins Defensor Menezes, foi destaque de reportagem do Jornal da Globo. A obra comprova a alta qualidade das publicações editadas pela fundação.
No dia 21 de novembro, estudantes universitários, professores e pesquisadores lotaram o auditório do Espaço Arildo Dória, em cima da Biblioteca Salomão Malina, no lançamento do livro “Caminhos Invertidos” (Editora Prismas), do historiador Victor Augusto Ramos Missiato. O público participou do debate que abordou as trajetórias de partidos comunistas no Brasil e no Chile, como tratado na obra, que é resultado da tese de doutorado do autor, sob a orientação do historiador e professor Alberto Aggio, que também é diretor da FAP. O consultor político e diretor da FAP Caetano Araújo e o professor de história Marcus Vinícius de Oliveira também participaram do debate.
» Dezembro
FAP conclui planejamento de ações para 2020, focado em cursos, eventos e debates. No primeiro semestre, será realizado o 4º Encontro de Jovens, com participantes de todo o Brasil, em Corumbá de Goiás, de 15 a 18 de janeiro. Ao mesmo tempo, a equipe da FAP intensifica os últimos detalhes do curso de formação política Jornada da Cidadania, que está previsto para começar no dia 23 de janeiro.
Balanço Geral das Atividades da Biblioteca Salomão Malina
Mantida pela FAP na área central de Brasília, a Biblioteca Salomão Malina se mantém como um importante meio de conhecimento e atividades culturais para a população da capital federal. No total, de janeiro a dezembro de 2019, a unidade registrou 6.139 frequências de pessoas no local, de segunda a sexta-feira, garantindo acesso a diversas obras literárias e possível empréstimo delas. Na foto acima, João Natchtigall, médico que realizou 74 empréstimos em 2019 na Biblioteca.
Ofereceu, ainda, oportunidade de leitura no local de jornais diários e revistas de circulação nacional, assim como acesso gratuito a internet.
Ao longo do ano, 3.306 obras literárias foram doadas pela FAP por meio do quiosque cultural localizado na biblioteca. Nas mãos das pessoas, as publicações podem trilhar caminhos ainda maiores nas mãos da população e contribuir para a sabedoria coletiva.
‘Bach fez nosso planeta soar de outra maneira’, escreve Ivan Alves Filho na Política Democrática de dezembro
Historiador diz, em artigo publicado na revista da FAP, que músico alemão era ‘homem de luta’
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
“Johann Sebastian Bach é, para muitos, o maior nome da música em todos os tempos. Mestre do contraponto, o músico alemão fez nosso planeta soar de outra maneira”. A análise é do historiador Ivan Alves Filho, em artigo de sua autoria publicado na revista Política Democrática online de dezembro. Todos os conteúdos da revista podem ser acessados, gratuitamente, pelo site da FAP (Fundação Astrojildo Pereira).
» Acesse aqui a 14ª edição da revista Política Democrática online
De acordo com o historiador, Bach era um fervoroso protestante, originário de uma família de músicos. “Religião e arte faziam parte do seu corpo, como sangue e ossos”, afirma. “A darmos crédito a um depoimento, a tocar órgão, Bach corria sobre os pedais como se seus pés tivessem asas, fazendo o instrumento ressoar de tal maneira que quase se diria ouvir uma tempestade”, acrescenta.
Bach, segundo Ivan, era “um homem de luta”. “O Duque de Weimar chegou a mandar prendê-lo, porque o músico insistia em deixar a cidade em busca de melhores condições de trabalho. Obstinado, Bach não cedeu às pressões do Duque e ainda concebeu, na prisão, o Peque no Livro do Órgão”, lembra.
Ivan diz que, toda vez que ouve algo de Johann Sebastian Bach, firma a convicção de que sua música - de tão tensa, retorcida, obcecada até - não cabe completamente nos limites das notas musicais. “Na verdade, Bach nos remete a um som que extrapola ou atropela tudo”, afirma.
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Política Democrática: Ruy Fabiano fala de Machado como ‘vítima de plágio’
Em artigo de sua autoria publicado em revista da FAP, jornalista lembra relevância do escritor brasileiro
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Já se disse quase tudo de Machado de Assis, avalia o jornalista Ruy Fabiano na edição de dezembro da revista Política Democrática. Para ele, pouco, no entanto, se mencionou sobre o Machado vítima de plágio. Não um plágio qualquer, mas um cometido por outro gênio da literatura – ninguém menos que o argentino Jorge Luís Borges.
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A obra de Machado, conforme lembra Ruy Fabiano, começou a ser traduzida para o espanhol exatamente em Buenos Aires, a partir de 1940, quando Borges estava em plena atividade, não só como escritor, mas também como crítico literário e ensaísta. “E o primeiro livro de Machado em castelhano foi, muito a propósito, Memórias Póstumas de Brás Cubas”, afirma o jornalista.
“Carlos Fuentes, no ensaio Machado de LaMancha (Editora Fondo de Cultura, México, 2001), captou essas ‘coincidências’ e registra que o próprio Borges, posto diante delas, as reconheceu, declarando: ‘Por incrível que pareça, acredito que exista (ou tenha existido) outro Aleph’ – a que Fuentes acrescenta: ‘De fato: o de Machado de Assis’, continua o jornalista.
Ruy Fabiano escreve que, como todo artista de gênio, Machado é um ser poliédrico, que pode ser lido e compreendido sob ângulos diversos, que aparentemente se contradizem, mas, ao final, formam uma unidade. “Já se falou das influências francesas, inglesas, portuguesas, alemãs, espanholas, greco-romanas e judaicas na obra de Machado de Assis”, diz o jornalista.
De acordo com o autor do artigo publicado na revista Política Democrática online, já se falou do Machado cético, ateu, irônico, humorista. “Machado apolítico e, inversamente, político; Machado alienado, habitante de uma torre de marfim ou, muito pelo contrário, engajado a seu modo nas questões políticas e sociais do Segundo Reinado, como constatou o crítico e ensaísta Astrojildo Pereira”, completa.
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Lilia Lustosa analisa obra de um dos maiores cineastas do país na revista Política Democrática de dezembro
Crítica de cinema aborda longametragem Terra em Trase, do diretor baiano Glauber Rocha
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
“Terra em Transe é o terceiro longa metragem de Glauber Rocha (1939-1981), um dos maiores cineastas que o Brasil já teve, considerado louco por muitos, gênio ou visionário por outros, e até ‘profeta alado’ pelo grande historiador e crítico de cinema Paulo Emilio Sales Gomes”. A análise é da doutora em História e Estética do Cinema pela Universidad de Lausanne (UNIL) Lilia Lustosa, em artigo que ela produziu para a revista Política Democrática online de dezembro.
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Realizado em 1967, o filme gerou enorme polêmica à época de seu lançamento, desagradando em cheio a gregos e troianos, conforme escreve Lilia. “Em um contexto de guerra fria, a direita acusava-o de fazer ‘propaganda subliminar marxista’, incitando a luta de classes; a esquerda o considerava ‘fascista’, já que se via representada na tela como populista e demagoga”, afirma ela.
De acordo com a especialista em crítica de cinema, a única unanimidade em torno do filme era a de que se tratava de uma obra confusa, hermética, praticamente impossível de se entender, um “texto chinês de cabeça para baixo”, como escreveu o direitista Nelson Rodrigues no Correio da Manhã. “Mas o que não se sabia na época é que toda essa confusão havia sido planejada - ou, ao menos almejada - por Glauber, que queria, de fato, que seu filme tivesse o efeito de uma bomba, atirando faíscas para todos os lados”, diz Lilia.
Não por acaso, segundo a análise publicada na revista Política Democrática online, o formato escolhido por ele foi o da alegoria, figura de linguagem/retórica que permite múltiplas interpretações. “Em Terra em Transe, ele já não falava mais de Brasil, não precisando, portanto, temer nem a censura nem os militares. O Golpe acontece em Eldorado, ‘país interno atlântico’, que poderia ser qualquer país da América Latina, até o Brasil!
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Brumadinho: a dor quase um ano depois da tragédia
Reportagem especial da revista Política Democrática online de dezembro detalha sofrimento de famílias atingidas por rompimento de barragem da Vale
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Quase um ano depois do rompimento da barragem em Brumadinho, que deixou 257 mortos e 13 desaparecidos, a maioria dos atingidos ainda não foi indenizada pela Vale, responsável pelo empreendimento. A multinacional ameaça cortar pela metade a ajuda de custo paliativa a até 98 mil moradores da região, a partir do dia 25 de janeiro de 2020, revela reportagem dos enviados especiais da revista Política Democrática online de dezembro. Todos os conteúdos podem ser acessados, gratuitamente, no site da FAP (Fundação Astrojildo Pereira)
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No dia 5 de dezembro, conforme mostra a reportagem, a população se reuniu no MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) para contestar um acordo firmado com a multinacional, na 6ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias, e reivindicar a manutenção do pagamento a todos, sem redução.
O acordo, realizado no dia 28 de novembro com a presença de representantes do Estado e de órgãos do sistema de Justiça, garantiu aos atingidos o direito à prorrogação do pagamento emergencial, que iria terminar em janeiro de 2020, quando a tragédia completará um ano. O pagamento foi estendido por dez meses, mas será reduzido.
Hoje, de acordo com a reportagem especial da revista Política Democrática online, a Vale paga um salário mínimo para adultos, metade do valor para adolescentes e um quarto para crianças, para todos os residentes da cidade de Brumadinho e pessoas que viviam a até 1 km da margem do rio Paraopeba na área atingida.
A partir de janeiro do próximo ano, o valor integral deverá ser mantido somente a moradores de cinco comunidades atingidas (Córrego do Feijão, Parque da Cachoeira, Alberto Flores, Cantagalo e Pires), quem vive às margens do córrego Ferro-Carvão e pessoas atingidas cadastradas em programas de apoio da Vale, como auxílios moradia e assistência social.
Os valores serão reduzidos pela metade para todas as demais pessoas que recebem o pagamento, como os moradores da cidade de Brumadinho. De acordo com a Vale, a redução atingirá de 93 mil a 98 mil beneficiários entre as 106 mil pessoas que recebem a verba emergencial. Em protesto no início deste mês, o comércio de Brumadinho chegou a fechar as portas como represália.
Em nota, a Vale informa que já celebrou mais de 4 mil acordos, indenizando integralmente as pessoas. Nestas ações, segundo a multinacional, já foram provisionados pagamentos de cerca de R$ 2 bilhões. A empresa diz que realiza encontros regulares com representantes legítimos dos atingidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho, com o objetivo de garantir “uma reparação célere e respeitosa”.
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‘País vive em tempos sombrios’, alerta Martin Cezar Feijó à Política Democrática de dezembro
Revista online da FAP publica artigo do historiador afirma que teorias como a da Terra Plana estão na cabeça de alguns brasileiros
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O historiador Martin Cezar Feijó, doutor em comunicação pela USP (Universidade de São Paulo) e professor de comunicação comparada na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), afirma que o Brasil vive em tempos sombrios. Em artigo de sua autoria publicado na revista Política Democrática online de dezembro, ele diz que teorias sobre a Terra plana, bruxas e conspirações são alguns dos temas que permeiam a mente de alguns brasileiros em pleno século XXI.
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“Quem poderia imaginar que, em pleno século XXI, em um país moderno e democrático há mais de trinta anos, como o Brasil, com todos seus problemas de desigualdade ainda existentes, se acreditasse em Terra Plana, em bruxas e conspirações satânicas?”, questiona. “E não por pessoas comuns, que não tivessem nenhuma educação formal e responsabilidade social, mas por pessoas que ocupam cargos públicos importantes na esfera federal.”, afirma ele, na publicação produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira).
No artigo exclusivo produzido para a edição de dezembro da revista Política Democrática online, ele também afirma que a cultura é cheia de contradições. “Principalmente riscos. Mas o maior risco é o de sua instrumentalização. Seja satanizando o rock como causador de aborto e adorador do diabo, ou questionando a escolha de uma poeta para uma homenagem em um encontro literário em Parati, como o caso de Elisabeth Bishop”, observa Feijó.
Na avaliação o historiador, ambos padecem de um mal anunciado, o da confusão entre conhecimento e estética e política no sentido de partidarização e ideologia. “Claro que um caso se insere na questão de liberdade de opinião, mas o primeiro se trata de um claro posicionamento, com implicações práticas, como imposição de uma política que abre caminho para cerceamentos e censuras. O pior dos cenários, portanto”, assevera.
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'Não vejo o governo Bolsonaro capaz de se impor’, avalia Carlos Melo à Política Democrática online
Professor do Insper analisa política nacional e defende reforma da previdência justa, em entrevista da edição de dezembro da revista produzida pela FAP
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O cientista político Carlos Melo, mestre e doutor pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), afirma que a deficiência do Executivo provocou uma transferência de poder para o Legislativo. “Não vejo o governo Bolsonaro capaz de se impor, de tomar a contento e moderadamente as rédeas do processo político”, destaca ele, em entrevista exclusiva concedida à revista Política Democrática online de dezembro. É gratuito o acesso a todos os conteúdos da publicação, no site da FAP (Fundação Astrojildo Pereira), que produz e edita a revista. “A grande incógnita é se o Congresso terá o tipo de liderança necessária, após a presidência de Rodrigo Maia”, acrescenta.
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A FAP é vinculada ao Cidadania. Professor em tempo integral do Insper desde 1999, Carlos Melo é analista político com participação ativa em vários veículos de comunicação, palestrante e consultor de empresas nacionais e estrangeiras. Ele tem buscado contribuir com o debate político, econômico e social do Brasil por meio de uma análise conjuntural isenta e reflexão desapaixonada, conforme apresentado na revista Política Democrática online.
Na entrevista concedida ao consultor político e diretor da FAP Caetano Araújo, algumas reformas devem ser entendidas como clássicas e inevitáveis. “A reforma da previdência, uma reforma tributária, a questão do federalismo. Isso não tem a ver com direita ou esquerda, e o necessário ajuste deveria ser um ponto pacífico. Um imperativo”, afirma, para acrescentar: “Ninguém governa com desajustes fiscais. É necessária uma estrutura tributária que incentive a atividade econômica, senão não haverá emprego”, acentua.
Na avaliação do professor do Insper, a falta de líderes reflete na oposição ao governo Bolsonaro. “É preciso definir o que unifica a oposição. Qual é a pauta mínima para as oposições, no plural?”, questiona. “Eu diria que é a questão da democracia. Poderia haver também algum acordo em relação as reformas como a da Previdência”, avalia.
Colaborador de vários veículos de comunicação, é também colunista do UOL onde alimenta um Blog com análises a respeito da política brasileira (carlosmelo.blogosfera.uol. com.br), Melo é pesquisador de temas como eleições, partidos, conflito político e liderança política. “É imperativo uma reforma da previdência que seja justa e que envolva todos os setores da sociedade, que não proteja corporações; que não se volte apenas para o regime geral da previdência”, afirma.
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'A fiscalização do uso dos agrotóxicos no Brasil é inexpressiva', critica Randolfe Rodrigues à revista Política Democrática
Senador alerta para a crescente contaminação da água no país; publicação pode ser acessada de graça no site da FAP
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
“A fiscalização do uso dos agrotóxicos no Brasil é inexpressiva”, afirma o senador Randolfe Rodrigues (Rede), em artigo de sua autoria publicado na revista Política Democrática online de dezembro. A publicação tem acesso gratuito no site da FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília. “Governo Bolsonaro envenena o Brasil”, diz o parlamentar.
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De acordo com Randolfe, os critérios usados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para liberação de agrotóxicos, produzidos em uma escala nunca antes vista, são, no mínimo, questionáveis. “Essa situação pode ser bem ilustrada com o caso da reavaliação, em fevereiro deste ano, do agrotóxico glifosato, na qual o órgão concluiu que a substância não apresenta perigo para a saúde”, afirma ele. “No entanto, essa conclusão colide com estudos desenvolvidos em diversas instituições brasileiras e internacionais, como o Instituto Nacional do Câncer e a Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, ligada à OMS (Organização Mundial da Saúde)”, critica.
O senador da Rede cita, no artigo publicado pela revista Política Democrática online, que a contaminação da água está crescendo rapidamente. Em 2014, segundo ele, 75% dos testes realizados pelas empresas de abastecimento de 1.396 municípios detectaram todos os 27 agrotóxicos que são obrigados, por lei, a testar. Destes 27 produtos, conforme acrescenta, 21 estão proibidos na Europa. Esse percentual subiu para 84% em 2015, para 88% em 2016, chegando a 92%, em 2017.
“Toda essa grave situação piorou muito com o novo governo”, afirma Randolfe. Em outro trecho, o senador diz que “controle de agrotóxicos é assunto de grande complexidade e envolve poderosos interesses”. “Uma coisa é certa: não se pode mais admitir que, sob o pretexto de produzir alimentos baratos, a população brasileira seja obrigada a comer alimentos contaminados com substâncias cancerígenas e ter os recursos hídricos, o solo e o ar poluídos por tantas substâncias perigosas”, assevera o parlamentar.
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Brasil e Argentina têm nova tensão, explica Rubens Barbosa na Política Democrática de dezembro
Embaixador analisa relação entre os dois países da América do Sul em artigo publicado na revista produzida e editada pela FAP
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O embaixador e presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), Rubens Barbosa, a relação entre os centros do poder do Brasil e da Argentina é marcada por nova tensão. Em artigo exclusivo de sua autoria publicado na edição de dezembro da revista Política Democrática online, ele afirma que “declarações de lado a lado acirraram os ânimos entre os presidentes, ministros e altos funcionários”.
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De acordo com o embaixador, a nova tensão entre Brasília e Buenos Aires ocorre por causa de uma escalada retórica em função de divergências ideológicas. No Brasil, há um governo de direita, liberal na economia e conservador nos costumes, e, na Argentina, um governo de centro-esquerda, que acabou de assumir o poder, avalia o autor, no artigo. Todos os conteúdos da revista podem ser acessados, gratuitamente, no site da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) e são compartilhados nas redes sociais.
A política econômica e comercial do novo governo argentino, conforme o artigo publicado na revista Política Democrática online, passou a ser preocupação do governo brasileiro. Isto, segundo Barbosa, por causa da possibilidade de a abertura da economia e a ampliação da negociação externa do Mercosul serem contestadas por políticas protecionistas.
“Sinalizações, nesse sentido, poderiam questionar o comércio bilateral e a aprovação do acordo com a União Europeia. A retórica confrontacionista põe em risco, de um lado, o relacionamento político e diplomático e a cooperação econômica e comercial entre os dois parceiros. E, de outro lado, o futuro do Mercosul”, analisa o presidente do Irice para a Política Democrática online.
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‘Corrupção sistêmica mina instituições democráticas’, diz editorial da Política Democrática de dezembro
Na luta concreta contra a corrupção hoje no Brasil, há vertentes que levam água ao moinho do autoritarismo, afirma um trecho
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O editorial da revista Política Democrática online de dezembro, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília, faz uma defesa intransigente dos ideais da democracia e da República. “Cenários de corrupção sistêmica minam a legitimidade das instituições democráticas, ao ponto de propiciar o alastramento de correntes de opinião autoritárias no conjunto dos cidadãos”, alerta. Todos os conteúdos podem ser acessados de graça no site da fundação.
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De acordo com o editorial, a luta contra a corrupção, em favor da prevalência de regras e práticas republicanas, constitui, portanto, parte importante do repertório da vigilância e mobilização permanentes em favor da democracia. “Na luta concreta contra a corrupção hoje no Brasil, contudo, há vertentes que levam água ao moinho do autoritarismo”, afirma.
O editorial afirma que manifestações em favor do fechamento ou expurgo do STF (Supremo Tribunal Federal) são o caso óbvio, mas não único. “Um dos pilares do estado democrático de direito é o respeito aos direitos e garantias individuais, cuja premissa é a independência do Poder Judiciário, ou seja, sua capacidade de fazer valer posições contramajoritárias, em particular quando de ameaças aos direitos de grupos minoritários”, destaca.
Em outro trecho, o editorial diz que cabe aos cidadãos, e por extensão aos representantes no Congresso Nacional, manter sob escrutínio e reforma permanente as regras de funcionamento da máquina de produzir justiça. “Há tensão entre o papel que a tradição brasileira e o Código de Processo Penal atribuem ao juiz e os direitos e garantias consagrados na Carta de 1988? Caso afirmativo, como resolver essa tensão, sempre em benefício do fortalecimento da democracia?”, questiona.
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Democracia está sob risco, destaca revista Política Democrática de dezembro
Motivos são explicados em entrevista do cientista político Carlos Melo, publicada na revista online produzida e editada pela FAP
Cleomar Almeida, Assessor de Comunicação da FAP
A FAP (Fundação Astrojildo Pereira) lançou, nesta terça-feira (17), a edição de dezembro da revista Política Democrática online, com destaque para entrevista exclusiva do cientista política e professor do Insper Carlos Melo. Segundo ele, a democracia no Brasil está sob risco. A publicação também tem reportagem especial sobre Brumadinho quase um ano depois da tragédia, além de análises sobre política nacional e internacional, cultura e uso de agrotóxicos no Brasil. Todos os conteúdos podem ser acessados, gratuitamente, pelo site da fundação.
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O editorial da revista chama a atenção para a defesa da democracia e da República. “Cenários de corrupção sistêmica minam a legitimidade das instituições democráticas, ao ponto de propiciar o alastramento de correntes de opinião autoritárias no conjunto dos cidadãos”, afirma um trecho. “A luta contra a corrupção, em favor da prevalência de regras e práticas republicanas, constitui, portanto, parte importante do repertório da vigilância e mobilização permanentes em favor da democracia”, continua.
Na entrevista, Carlos Melo A falta afirma que a falta de líderes reflete na oposição ao governo Bolsonaro. “É preciso definir o que unifica a oposição. Qual é a pauta mínima para as oposições, no plural?”, questiona. “Eu diria que é a questão da democracia. Poderia haver também algum acordo em relação as reformas como a da Previdência”, avalia.
Os enviados especiais a Brumadinho revelam, na reportagem especial desta edição, que, quase um ano depois da tragédia, a maioria dos atingidos ainda não foi indenizada pela Vale. A multinacional ameaça cortar pela metade a ajuda de custo paliativa a até 98 mil moradores da região, a partir do dia 25 de janeiro de 2020. No entanto, a população local intensifica uma grande mobilização para não ser prejudicada ainda mais com a redução do pagamento emergencial, chamado de “bolsa tragédia” por alguns moradores.
A política internacional é analisada em artigo do embaixador e presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), Rubens Barbosa. Ele destaca que Nova tensão entre Brasília e Buenos Aires ocorre por conta de uma escalada retórica em função de divergências ideológicas entre um governo de direita, liberal na economia e conservador nos costumes, no Brasil, e um governo de centro-esquerda, que assumiu o poder na Argentina.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede) analisa, em artigo de sua autoria, o grande uso de agrotóxicos no Brasil. Segundo ele, a fiscalização do uso dos agrotóxicos no Brasil é inexpressiva. Diferentemente dos Estados Unidos e União Europeia, que contam com forte estrutura fiscalizatória, aqui no Brasil o trabalho de inspeção do Ministério da Agricultura, Ibama e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), além de ser insuficiente, está praticamente paralisado no atual governo.
O historiador Martin Feijó, doutor em comunicação pela USP e professor de comunicação comparada na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), avalia em seu artigo que “a destruição da cultura é o principal aspecto que marca uma emergência do que podemos chamar de neofacista”. “E isto vem ocorrendo em grande parte do mundo”, assevera.
A 14ª edição da revista Política Democrática online também publica artigos sobre cultura do jornalista Rui Fabiano, da doutora em História e Estética do Cinema pela Universidad de Lausanne (UNIL), Lilia Lustosa, e do historiador Ivan Alves Filho.
Integram o conselho editorial da revista Alberto Aggio, Caetano Araújo, Francisco Almeida, Luiz Sérgio Henriques e Maria Alice Resende de Carvalho.
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Revista Política Democrática || Ruy Fabiano: O plágio, de Borges a Machado
Já se disse quase tudo de Machado de Assis, avalia Ruy Fabiano. Para ele, pouco, no entanto, se mencionou sobre o Machado vítima de plágio. Não um plágio qualquer, mas um cometido por outro gênio da literatura – ninguém menos que o argentino Jorge Luís Borges
A respeito de Machado de Assis já se disse quase tudo. Quase. Sua gigantesca fortuna crítica, que não para de crescer, é marcada por antagonismos. A controvérsia, que em vida lhe causava tédio, o enriquece e o torna ainda mais esfíngico perante a posteridade.
Como todo artista de gênio, Machado é um ser poliédrico, que pode ser lido e compreendido sob ângulos diversos, que aparentemente se contradizem, mas, ao final, formam uma unidade. Já se falou das influências francesas, inglesas, portuguesas, alemãs, espanholas, greco-romanas e judaicas na obra de Machado de Assis.
Já se falou do Machado cético, ateu, irônico, humorista; Machado apolítico e, inversamente, político; Machado alienado, habitante de uma torre de marfim ou, muito pelo contrário, engajado a seu modo nas questões políticas e sociais do Segundo Reinado, como constatou o crítico e ensaísta Astrojildo Pereira.
Poucos, no entanto, mencionaram (ou mesmo perceberam) o Machado vítima de plágio. Não um plágio qualquer, mas um cometido por outro gênio da literatura – ninguém menos que o argentino Jorge Luís Borges. Tudo começa no capítulo VI, de Memórias Póstumas de Brás Cubas, o Delírio, que Eça de Queiroz recitava de cor e proclamava antológico. Nele, Brás descreve sua própria alucinação.
Não bastasse a circunstância singular dessa descrição – já que o delírio interrompe a razão, ao passo que o relato literário é um exercício que exige razão –, seu conteúdo é ainda mais espantoso. E esotérico. Brás, depois de se constatar transformado na Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino, vê-se arrebatado por um hipopótamo, que o informa que irão “à origem dos séculos”. E o conduz ao alto de uma montanha, de onde, de certo ponto específico, vê passar por seus olhos, como “coisa única” uma redução dos séculos, “um desfilar de todos eles, as raças todas, todas as paixões, o tumulto dos impérios, a guerra dos apetites e dos ódios, a destruição recíproca dos seres e das coisas”.
Faz aí menção a um lugar do Universo em que a história humana – toda ela – estaria armazenada: passado e futuro, unificados num presente contínuo. Para descrever esse desfile dos séculos em turbilhão – diz Machado – seria preciso uma impossibilidade física: “fixar o relâmpago”.
Vejamos agora Borges.
O conto chama-se “O Aleph”, talvez o mais festejado de seu magnífico acervo. Na história de Brás Cubas, a perda de uma mulher, Virgília, que o troca por outro, o leva àquele estado delirante.
Em Borges, também uma perda feminina, a morte de Beatriz Viterbo, o leva a encontrar o Aleph, que, na definição do homem que dele lhe dá notícia, um poeta medíocre, que julga louco, chamado Carlos Argentino, é “um dos pontos do espaço que contém todos os pontos”. A mesma ideia de Machado, o mesmo fundamento esotérico.
Para contemplar o Aleph, o observador, em vez de subir ao topo de uma montanha (como Brás), deita-se ao rés do chão, no porão de uma casa em ruínas, prestes a ser demolida, e fixa o olhar numa escada velha. Muda o cenário em que cada personagem se instala, mas não o essencial, o que vê.
O personagem de Borges fixa o olhar na parte inferior do degrau, à direita, e percebe uma pequena esfera furta-cor, o Aleph. A partir daí, o que descreve é uma variante do delírio machadiano.
Diz ele:
“Naquele instante gigantesco, vi milhões de atos deleitáveis ou atrozes; nenhum me assombrou tanto como o fato de todos ocuparem o mesmo ponto, sem superposição e sem transparência. O que meus olhos viram foi simultâneo (...). ”
E descreve cenas análogas às de Brás Cubas: o desfile dos séculos, dos impérios, cenas locais de sua cidade, de seu bairro, de seu quarto, mescladas a cenas de outras civilizações e de outras eras, coisas que não entendia, coisas que reconhecia. O Todo em simultaneidade; o relâmpago fixo. A Memória Universal em desfile.
Em um e noutro – em Machado e em Borges –, o tom quase bíblico do relato, à maneira do Apocalipse de São João, igualmente arrebatado, na Ilha de Patmos, por visões místicas, que um psiquiatra não hesitaria em diagnosticar como “alucinações”.
Mas o que é uma alucinação: algo que se vê e não existe ou algo que existe, mas só se vê em estados especiais de consciência, como aqueles que Dostoiévski atribuía às pessoas acometidas de patologias mais graves? Em síntese, é uma ilusão ou uma instância da realidade, acessível e acessável apenas em momentos especiais?
Tais questionamentos permeiam tanto o relato de Machado como o de Borges. Mas há ainda outras coincidências: os personagens Brás e Carlos Argentino evocam seus respectivos países: Brás, de Brasil, e Argentino, de Argentina; e há ainda a semelhança dos nomes Virgília e Viterbo. Atos falhos?
Provavelmente, sim, o que não macula ou diminui a obra de Borges, que é indiscutivelmente original e grandiosa.
Mas, por óbvias razões cronológicas, Borges leu Machado, e Machado não leu Borges. Machado morreu em 1908, quando Borges tinha nove anos. Susan Sontag, no ensaio Vidas Póstumas – O Caso de Machado de Assis, se engana, ao afirmar que Memórias Póstumas só foi traduzido para o espanhol em 1960.
A obra de Machado começou a ser traduzida para o espanhol exatamente em Buenos Aires, a partir de 1940, quando Borges estava em plena atividade, não só como escritor, mas também como crítico literário e ensaísta. E o primeiro livro de Machado em castelhano foi, muito a propósito, Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Carlos Fuentes, no ensaio Machado de La Mancha (Editora Fondo de Cultura, México, 2001), captou essas “coincidências” e registra que o próprio Borges, posto diante delas, as reconheceu, declarando: “Por incrível que pareça, acredito que exista (ou tenha existido) outro Aleph” – a que Fuentes acrescenta: “De fato: o de Machado de Assis”.
Maria Esther Vasquez, colaboradora e amiga de Borges por décadas, informou, em entrevista à Folha de S. Paulo, em 1999, por ocasião do lançamento da biografia Borges, Esplendor e Derrota, de sua autoria, que “havia dois escritores de língua portuguesa que ele (Borges) amava: Camões e Machado de Assis”. Borges, porém, nas numerosas entrevistas que concedeu ao longo de sua vida, jamais fez referências a Machado de Assis.
O escritor brasileiro que ele mencionava com frequência era Euclides da Cunha, mais especificamente, seu épico Os Sertões, que considerava obra-prima universal. Citava também dois outros autores de língua portuguesa, Eça de Queiroz e Camões. Ninguém mais.
É possível que tenha omitido Machado de Assis exatamente para não trair a influência. Euclides da Cunha, estilisticamente falando, nada tem a ver com Borges. Nem muito menos Eça ou Camões. Já Machado tem – e muito. Possuem afinidades de concisão, elegância, ironia e erudição, destilada com critério e precisão, em frequentes citações. Os dois tinham ainda em comum o amor à literatura inglesa. Shakespeare os unia.
E mais: foram ambos leitores de Schopenhauer e mesclaram a visão pessimista daquele filósofo à busca aflitiva de transcendência em seus escritos. Ambos se proclamavam sem religião, mas não sem espiritualidade. A busca do conhecimento, em qualquer nível que se dê, vinculada ou não a uma doutrina específica ou a uma crença religiosa, conduz à religação buscada pelos místicos.
Constitui, pois, ato religioso por excelência – que tanto Machado como Borges souberam cultivar, com genialidade.