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‘Trump aposta em pauta sensível ao eleitor de direita’, afirma Marcos Sorrilha
Em artigo publicado na revista Política Democrática Online, professor da Unesp diz que os dois candidatos ‘coincidem em que a China é um problema para a América’
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem acrescentado pauta própria e muito sensível ao eleitor de direita do país, de acordo com o historiador e professor professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Marcos Sorrilha Pinheiro. “A ênfase na lei e na ordem, sua plataforma preferida na tentativa de alertar a população do país contra os efeitos da campanha de Biden, de maior aproximação com as minorias étnicas”, explica ele, em artigo que publicou na 23ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília.
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Todos os conteúdos da publicação podem ser acessados, gratuitamente, no site da entidade. De acordo com Pinheiro, dos temas centrais que norteiam a escolha do próximo presidente, cinco despontam com particular importância: pauta étnica, economia, relações com a China, coronavírus e questão climática.
Biden, na avaliação do historiador, parece ter dois pontos seguros a seu favor, ao passo que Trump luta para consolidar seu posicionamento em ao menos dois deles também. Apenas a China está em aberto. “Ambos os candidatos coincidem em que a China é um problema para a América”, analisa o professor da Unesp.
Neste exato momento, segundo Pinheiro, a corrida eleitoral ganha contornos de indecisão. “Após três meses de muitos tumultos em torno da figura de Donald Trump – causados pela derrubada do PIB, pelas mortes causadas pela Covid-19 e pelas manifestações antirracistas –, em que uma vitória esmagadora de Biden parecia se desenhar, o atual presidente se recuperou nas pesquisas, aumentando sua vantagem em Estados ameaçados, como o Texas, e aproximando-se de seu opositor em dois campos de batalha: Flórida e Pensilvânia”, escreve o autor do artigo.
De certa maneira, avalia o professor da Unesp, a economia começa a dar sinais de recuperação e isso pode ser bom para Trump. “Além disso, o aumento das tensões em torno das manifestações étnicas é uma carta que ele mobiliza com frequência, tentando plantar o medo, vendendo a imagem de Biden como se fora a marionete da ala radical do partido, atrelada àqueles movimentos”, diz, para continuar: “Por outro lado, o candidato democrata sai-se bem em temas que são tidos como muito importantes entre os eleitores independentes – a questão climática e a crise do coronavírus – com as quais, estimam, Biden saberá lidar com mais competência”.
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Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Em 1970, a coalizão da Unidade Popular elegeu Salvador Allende como presidente do Chile, conforme analisa o doutor em história Marcus Vinicius Oliveira, em artigo que produziu para a 23ª edição da revista Política Democrática Online. “Tal eleição representava, para não só o Chile, mas também as esquerdas, o desafio de elaborar as transformações históricas necessárias para a construção do socialismo dentro da ordem e das instituições democráticas, o que implicava a produção de uma novidade no patrimônio das culturas políticas das esquerdas socialistas e comunistas, habituadas a uma visão instrumental da democracia e aferradas aos paradigmas revolucionários”, afirma.
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A publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília e que disponibiliza todos os conteúdos com acesso gratuito em seu site. Em seu artigo, Oliveira analisa, cinco décadas após o início da “experiência chilena”, o livro “Democracia e socialismo: a experiência chilena”, de Alberto Aggio (1993), marcando suas potencialidades para a compreensão dos dilemas políticos contemporâneos.
“Na medida em que não abandonava os posicionamentos revolucionários, as ações da Unidade Popular terminaram por pressionar a própria ordem democrática que havia permitido sua ascensão ao poder, “ escreve o doutor em história, para continuar: “Incapaz de compreender os rumos da revolução passiva chilena, a coalizão política vitoriosa, em determinados momentos, procurou, sem consensos políticos estáveis, acelerar e aprofundar o ritmo das transformações históricas, contribuindo para o rompimento daquele consenso democrático”.
De acordo com o autor do artigo, é preciso refletir em torno dos significados da experiência para a política contemporânea. “Não revisitamos a ‘experiência chilena’ para perscrutar seus fracassos ou mesmo reconstruir a oportunidade perdida para a construção do socialismo no século XXI”, afirma.
Distante de qualquer perspectiva socialista, segundo Oliveira, a via chilena dialoga com o nosso tempo na medida em que marca um ponto de inflexão que aponta a necessidade de abandono das expectativas revolucionárias e um redirecionamento das políticas de esquerda para o enfrentamento da democracia, enquanto perspectiva civilizacional capaz de garantir transformações históricas, sem a perda das liberdades e das individualidades.
“Cinco décadas após, o desafio apontado por Aggio na via chilena, marco da história da política democrática das esquerdas de hoje, ainda nos pertence”, afirma o doutor em história. Para o presente, conforme acrescenta, marcado pela ascensão de discursos autoritários e de perspectivas antipolíticas, considerar o tempo da política significa abandonar o sentido de ruptura como um momento condensado no tempo, tanto quanto compreender que o enfrentamento desse desafio civilizacional ocorre em uma temporalidade alongada e multidirecional, na qual devemos produzir os caminhos a partir dos dilemas do presente.
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‘PEC da reforma administrativa faz o exato oposto’, escreve Arlindo Fernandes
Em artigo que publicou na revista Política Democrática Online, consultor do Senado aponta falta de estratégia nos médio e longo prazos
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
A proposta de emenda à Constituição sobre a reforma administrativa, na verdade, faz o exato oposto, na avaliação do consultor do Senado e especialista em Direito Constitucional Arlindo Fernandes. “Beneficia-se, é verdade, do interesse de um mal assessorado ‘mercado’ pela reforma e da receptividade circunstancial pelo dito centrão”, critica ele, em artigo que produziu para a 23ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília.
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Todos os conteúdos da publicação têm acesso gratuito no site da FAP. De acordo com Fernandes, a administração pública e o regime jurídico de servidores e de empregados públicos carecem de reforma, para que o Estado possa prover, com o máximo de eficiência e o mínimo de custos, os serviços públicos essenciais, como educação, saúde e segurança pública, e realizar suas atividades fins, como recolher impostos e fazer os gastos pertinentes, administrar a justiça, fazer leis e assegurar as liberdades individuais e públicas.
No entanto, segundo o artigo publicado na revista Política Democrática Online, nada disso comparece à proposta de emenda à Constituição sobre reforma do Estado alegadamente elaborada pelo ministro Paulo Guedes. “Não se cogita melhorar o serviço público de educação, seja prestado pelos governos, seja pelas empresas do setor”, diz o consultor.
“A saúde seguirá cativa dos interesses de grandes grupos financeiros, contando com o SUS [Sistema Único de Saúde] como boia de salva-vidas; e o Executivo seguirá tentando obstar a independência do Poder Judiciário, e as competências e prerrogativas do Poder Legislativo. Reforma alguma aqui é promovida”, observa o especialista.
De acordo com Fernandes, o que importa é mandar a mensagem da sucumbência do Governo Federal aos interesses pontuais do que imagina ser o mercado. “Sabe-se muito bem que o mercado, a economia, o desenvolvimento, os interesses nacionais e os da sociedade brasileira ganhariam com uma administração pública eficiente e viável, especialmente se pensada com visão estratégica, isto é, no médio e longo prazos. Mas não se pensa nisso, apenas em negócios de circunstância”, lamenta.
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Cientista político observa estratégia do governo federal, em artigo publicado na revista Política Democrática Online
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
“O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende manter-se distante das disputas [das eleições 2020], em função das alianças feitas com o Blocão no Congresso desde o inquérito das Fake News, quando houve ‘contenção’ provisória de seus arroubos autoritários”. A avaliação é do sociólogo e cientista político Paulo Baía, em artigo que produziu para a 23ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em Brasília, e que tem todos os conteúdos liberados para acesso gratuito no site da entidade.
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Na avaliação de Baía, Bolsonaro precisa garantir suas alianças e a ideia é distanciar-se o máximo possível do pleito no primeiro turno, para evitar conflitos com partidos como o DEM e o MDB, por exemplo. “Os candidatos às prefeituras não desejam nacionalizar o debate; ao contrário, preferem manter-se presos às questões de interesse do eleitor em suas cidades, debatendo as mazelas locais’, afirma.
Em seu artigo na revista Política Democrática Online, o cientista político observa, ainda, que o equilíbrio de Bolsonaro no Congresso também depende de atender às demandas dos deputados em seus colégios eleitorais. “Para tanto, a máquina bolsonarista já atua para satisfazer os desejos dos aliados, além da importância dos fundos partidários nesta disputa eleitoral; dessa forma, não há como negar apoios”, afirma. “A oposição busca nacionalizar o debate, mas não é desejo da maioria dos candidatos a prefeito pelo não interesse do eleitor – veja Márcio França em São Paulo”.
As eleições municipais tiveram que ser adiadas para o dia 15 de novembro. De acordo com o sociólogo, os eleitores se aproximam do pleito sob o signo da tristeza, sem esperança de mudanças. “A sociedade, impactada pela crise sanitária da Covid-19, divide-se em responsabilizar a própria população e o presidente pela ampla tragédia social e econômica”, observa. “E sabemos que há uma subnotificação dos casos pela ausência de testes e com um ministro da Saúde improvisado”, destaca.
Além disso, conforme aborda em outro trecho do artigo, Baía diz que o governo federal vive gangorra interna, com Paulo Guedes apoiado por Rodrigo Maia, de um lado, e Henrique Marinho, por militares e prefeitos, de outro. “Isto é, são dois projetos político-econômicos, para tentar retomar as medidas reformistas e o crescimento econômico atraindo investimentos”, afirma. “As oposições partidárias a Jair Bolsonaro acabam por se aproximar, pragmaticamente, das propostas de Henrique Marinho através do aumento de investimentos”, diz.
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Em artigo publicado na revista Política Democrática Online, economista cita que país prioriza defesa do orçamento durante pandemia
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O economista Benito Salomão diz que, “no Brasil, há claros estímulos ao desmatamento com vistas a beneficiar setores de baixa produtividade e irrelevantes do ponto de vista dos retornos de escala”. A análise dele está publicada em artigo que produziu para a 23ª edição da revista Política Democrática Online, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), e que tem todos os conteúdos disponíveis, gratuitamente, no site da entidade.
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Em seu artigo, Salomão lembra que, mesmo na Ásia, emergentes como a China e o Vietnã estimulam reformas para reeditar o modelo sul-coreano, educando a população e investindo em ciência de auto impacto. “No Brasil, crianças ainda estão sem aulas, e se dá prioridade à defesa no orçamento em detrimento da educação”, lamenta.
Os países desenvolvidos e alguns emergentes, como China e Vietnã, estabeleceram seu próprio padrão de recuperação da crise econômica decorrente do coronavírus. “Na Europa e outros países desenvolvidos de alinhamento ocidental, como Canadá e Austrália, decidiu-se que o novo padrão de desenvolvimento se dará com base na sustentabilidade, na recuperação de biomas e ecossistemas com vistas a frear o aquecimento global”, observa o economista.
Salomão estima que o mundo deverá crescer a uma determinada taxa média superior à do Brasil, o que, segundo ele, equivale dizer que o país estará mais pobre não só do ponto de vista absoluto, mas também em termos relativos. “A população brasileira, salvo um percentual cativo da elite, não terá acesso, no médio prazo, ao padrão de renda e consumo dos países desenvolvidos. É preciso reverter esta trajetória de estagnação”, alerta.
O governo brasileiro, segundo o artigo publicado na revista Política Democrática Online, optou pela adesão à narrativa cretina de que as recomendações de isolamento social derrubariam a atividade e os empregos. “Ignoraram o fato de que o colapso do comércio internacional derrubaria as economias mundo a fora, e que nossa atividade econômica seria prejudicada, mesmo que não ocorresse isolamento social. Optou-se por um modelo capenga, em que nem o isolamento social se deu em plenitude, nem as atividades produtivas funcionaram a todo vapor”, critica.
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Ciclo de debates online discutirá impactos da pandemia na vida urbana
Tom Rebello, Emilia Stenel e Philip Yang também analisam linhas de ocupação nas cidades, com mediação de Caetano Araújo
Cleomar Almeida, comunicação FAP
Impactos da pandemia na vida urbana serão discutidos, na próxima quarta-feira (7), a partir das 19 horas, no segundo encontro online do ciclo de debates A reinvenção das cidades, com transmissão ao vivo no site e na página da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) no Facebook. Internautas poderão participar diretamente da discussão, por meio da sala virtual do zoom.
Realizado de forma online por causa da pandemia do coronavírus, o ciclo de debates ocorre como parte da programação de lançamento da 55ª edição da revista Política Democrática impressa, produzida em parceria com a Tema Editorial e que também tem como título A reinvenção das cidades. A publicação já está à venda na internet.
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Mediado pelo sociólogo e diretor da FAP Caetano Araújo e com participação permanente da idealizadora da edição, jornalista Beth Cataldo, o segundo debate online tem presença confirmada do arquiteto e urbanista Tom Rebello. Formado pela UnB (Universidade de Brasília) ele tem especializações na França em Planejamento de Transportes e Desenvolvimento Urbano e Regional.
Assista ao vivo!
Outros dois participantes do debate são a arquiteta e professora Emilia Stenel, que especializou-se em arquitetura habitacional pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e tem mestrado em Teoria e Crítica da Arquitetura pela UnB, e o fundador do Urbem (Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole), Philip Yang.
Na nova edição da revista Política Democrática, os três especialistas analisam linhas de ocupação. Em seu artigo, Rebello observa que, com o passar dos anos, “a expansão urbana desenfreada comprimiu áreas centrais e gerou, nas periferias, as chamadas cidades-dormitório”.
“Entre as duas, sistemas de transporte de massa que, em movimentos pendulares, levam trabalhadores da periferia para o centro e do centro para a periferia, a um custo social e econômico desumano”, pontua o especialista em Planejamento de Transportes e Desenvolvimento Urbano e Regional. “Para mudar essa situação, é preciso descomprimir os centros urbanos”, sugere.
Lições importantes
De acordo com Emilia, a pandemia do coronavírus deixará importantes lições, e segundo ela, as sociedades saberão se defender das próximas crises sanitárias. “Núcleos urbanos descentralizados são bem-vindos independente de pandemias, desde que criados com empregos, lazer, equipamentos sociais e tudo mais, principalmente como alternativas às metrópoles saturadas”, afirma ela, em um trecho. “Cidades-dormitório nunca mais”, acrescenta.
Yang entende que, depois da pandemia, no plano urbano, as sociedades deverão catalisar o adensamento, a mistura de usos, o que, segundo ele, representa a mistura de usos e pessoas que caracterizam as cidades compactas. “No plano econômico, o pós-pandemia deverá ser marcado pelo aprofundamento da globalização e da cooperação internacional, dadas as tantas limitações que os Estados nacionais apresentam para a gestão de fenômenos globais”, afirma.
Todos os demais três debates online subsequentes, que serão realizados e transmitidos às quartas-feiras, também terão participação de especialistas e pesquisadores de cada um dos grandes temas tratados na revista. Os vídeos dos encontros virtuais ficarão disponíveis no site da FAP e nas páginas da fundação e da Tema Editorial no Facebook. O arquivo também será disponibilizado no canal da fundação no Youtube. O primeiro encontro foi realizado no dia 30 de setembro, no lançamento da revista Política Democrática.
Ficha técnica
Título: A reinvenção das cidades – Revista Política Democrática edição 55
Número de páginas: 282
Projeto gráfico e diagramação: Rosivan Pereira
Revisão textual: Mariana Ribeiro
Preço versão impressa: R$ 45,00
Publicação: Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Tema Editorial
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Em artigo publicado na revista Política Democrática Online, pesquisador da Unesp diz que ‘bolsonarismo é a versão contemporânea do oikos’
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
A polarização civilização e barbárie demarca grupos e sociedades humanas, analisa o sociólogo e pesquisador da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) Rogério Baptistini Mendes, em artigo que publicou na 23ª edição da revista Política Democrática Online , produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojilo Pereira), em Brasília. “No campo da cidadania, a democracia se fortalece e os mitos se espedaçam”, diz ele, em outro trecho.
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Para além do caráter evolucionista da classificação, herdado do século 19 europeu, o sentido da polarização está atrelado aos movimentos históricos e sociais emancipadores do homem, sendo o Iluminismo sua síntese. “A construção de uma noção inclusiva e abrangente de humanidade, que daí deriva, não está dissociada das ideias dos antigos, mas as alarga”, diz ele.
O cultivo do espírito pela filosofia encontra o método, as técnicas e a disseminação dos saberes contra a ignorância, segundo o autor do artigo da revista Política Democrática Online. “A razão esclarecida abre seu caminho em meio às trevas e aponta para o reconhecimento mútuo dos seres humanos como portadores do mesmo destino e condição. É o que torna possível a convivência e, repugnante, o assassinato”, analisa o pesquisador da Unesp.
Em outro trecho, Mendes destaca que a subversão da pólis pela lógica binária que apostou na pedagogia do conflito, do “nós contra eles”, se fez acompanhar por patologias de um mercado que nunca integrou e se apresenta como lugar de resistência desregrada, incivilizada. “Neste contexto, a cidade, lugar da política, é hostil, e os espaços são privatizados. Sob o manto de defesa da ordem, da propriedade e dos direitos do ‘cidadão de bem’, o bolsonarismo é a versão contemporânea do oikos”, critica ele.
Mais adiante, o sociólogo diz que a história não é uma marcha ascensional e unilinear, estando repleta de dificuldades e incoerências. “Mas com ela se aprende. A partir dos ensinamentos do passado, da experiência e da apreciação racional, o homem civilizado e verdadeiramente livre se manifesta, constrói o presente e projeta o futuro”, afirma. “Na civis, no espaço público e em relação aos demais, é que a liberdade esclarecida e verdadeiramente emancipadora é exercida”, continua.
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Cristovam Buarque, Arnaldo Jardim, Jackson De Toni e Felipe Sampaio participaram da abertura do ciclo de debates A reinvenção das cidades, no lançamento da Política Democrática
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Falta de proporcionalidade na distribuição de recursos por parte da União, baixa qualificação de servidores, deficiência no saneamento urbano e insegurança da população estão entre os principais desafios a serem enfrentados na gestão de municípios brasileiros. A análise é de especialistas que participaram, na noite desta quarta-feira (30), da abertura do ciclo de debates online A reinvenção das cidades, mesmo título da 55ª edição da revista Política Democrática impressa, publicada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), em parceria com a Tema Editorial, e lançada na ocasião.
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Mediado pelo sociólogo e diretor da FAP Caetano Araújo, que também é professor da UnB (Universidade de Brasília), o primeiro dos cinco debates online também apontou caminhos para os gestores municipais planejarem seus governos. O evento foi transmitido no site e na página da FAP no Facebook, nos quais o vídeo ficará disponível para internautas, que também podem conferir a discussão dos especialistas no canal da entidade no Youtube.
O economista Jackson De Toni, doutor em Ciência Política e mestre em Planejamento Urbano e Regional, disse que a situação dos municípios do país é dramática não só por causa da pandemia do coronavírus, que agravou ainda mais a crise econômica, mas pela trajetória que o país construiu nas últimas décadas. “As cidades refletem e são muito sensíveis aos índices econômicos, especialmente aos que se referem ao nível de renda e desemprego”, afirmou, para acrescentar: “Ser gestor municipal hoje no Brasil é, mais do que nunca, um ato de coragem”.
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De Toni, que é autor do texto “Gestões municipais: dilemas e desafios pós-crise”, publicado na revista, ressaltou que “existe um apagão muito sério” na capacidade de gestão e qualidade dos servidores públicos dos municípios. Ele citou pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada em 2012, segundo a qual 38% desses profissionais tinham somente o nível médio de escolaridade no ano anterior. Na época, outros 32% haviam concluído o nível superior ou pós-graduação.
Outra preocupação apontada por De Toni é que apenas a metade dos municípios brasileiros tem planos diretores, necessários para direcionar a gestão dos municípios no médio e longo prazos. Além disso, segundo ele, o modelo federativo no país “ainda não deu conta do problema de transferir recursos de modo que guarde certa proporcionalidade lógica”. “O que acontece, via de regra é estrangulamento dos municípios”, analisou, ressaltando que 20% do PÌB (Produto Interno Bruto) do país está concentrado em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
‘Monstrópoles’
O ex-senador Cristovam Buarque e ex-governador do DF (Distrito Federal), autor do texto “Pequeno dicionário para uma cidade ideal”, publicado na terceira parte da revista, listou as características que devem existir no que ele chamou de “cidades do futuro”. De acordo com ele, serve como um pequeno manual de “como transformar monstrópoles em cidades”.
A análise de Cristovam, detalhada de forma minuciosa em seu texto e com licença poética, mostra que as cidades precisam ser aconchegantes, bonitas, pacíficas – e, mais do que isso, seguras –, saudáveis, sustentáveis, educadas, eficientes e inteligentes. “São palavras que não aparecem muito em textos técnicos de urbanismo”, disse ele, que também é presidente do Conselho Curador da FAP.
Relator da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que completou 10 anos em agosto, o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) publicou, na nova edição da revista Política Democrática, análise sobre saneamento, saúde e qualidade de vida. No debate online, ele destacou o desafio de fazer das cidades um espaço de acolhimento em seus diferentes aspectos. “É repensar o jeito que está hoje”, disse.
Jardim ressaltou que as gestões dos municípios e toda a sociedade devem estar atentas ao papel da água, que é “um desafio permanente”, à drenagem urbana e aos resíduos sólidos. Ele lembrou que mais de 390 mil pessoas sobrevivem da atividade de catador no país. “Temos condições de avanços tecnológicos formidáveis e alcançar lixo zero”, afirmou, em outro momento, acrescentando que é preciso divulgar os conteúdos do debate como instrumento para qualificar e subsidiar os candidatos nas eleições municipais.
Valores democráticos
Secretário-executivo de Segurança Urbana do Recife e ex-assessor especial dos ministros da Segurança Pública e da Defesa, Felipe Sampaio afirmou que a confiança da população no Estado sustenta a democracia. “Valores democráticos se materializam nas ruas das cidades para que as pessoas percebam que é preciso vivenciar, efetivamente, os valores que defendem, como liberdade, liberdade de imprensa e direitos humanos”, exemplificou.
Sampaio, que é autor do texto sobre urbanismo, segurança e democracia, publicado na primeira parte da revista Política Democrática, explicou que as pessoas perdem confiança no Estado se não confiarem nas políticas públicas, o que, segundo ele, “fragiliza a sustentabilidade democrática”. “Se trabalhar segurança urbana de maneira sistêmica, integrada, do ponto de vista de políticas públicas urbanísticas, e a prefeitura como articuladora junto aos outros níveis de Estado, melhora muito”, afirmou. “Com cidade segura e pessoas felizes, que confiam no Estado efetivamente, está garantida, ou prorrogada, a sustentabilidade democrática”.
Idealizadora da publicação, a jornalista Beth Cataldo, mestre em Comunicação pela UnB e editora responsável da Tema Editorial, destacou a relevância da publicação, especialmente, por ser lançada às vésperas das eleições municipais. “É um livro denso e pleno de esperança”, disse. Ela, assim como Caetano Araújo, terá participação permanente em todos os quatro próximos encontros online do ciclo de debates A reinvenção das cidades, que serão realizados todas as quartas-feiras.
Ficha técnica
Título: A reinvenção das cidades – Revista Política Democrática edição 55
Número de páginas: 282
Projeto gráfico e diagramação: Rosivan Pereira
Revisão textual: Mariana Ribeiro
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Publicação: Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Tema Editorial
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Em artigo publicado na revista Política Democrática Online, jornalista lamenta descaso do governo com uma das maiores instituições do audiovisual do mundo
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não repassou verba alguma este ano para a Cinemateca Brasileira. “A dívida chega a R$ 14 milhões”, alerta o jornalista Henrique Brandão, com base em dados da a Associação Roquette Pinto, mantenedora do espaço desde 2018. Em artigo publicado na revista Política Democrática Online de setembro, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), sediada em Brasília, ele lembra que a unidade é responsável pela preservação do audiovisual brasileiro.
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Todos os conteúdos da publicação podem ser acessados, gratuitamente, no site da FAP. Segundo Brandão, os sinais do estrangulamento financeiro já vinham do ano passado. “Dos R$ 13 milhões previstos no orçamento, o governo só repassou R$ 7 milhões. Este mês, a Associação Roquete Pinto jogou a toalha: entregou as chaves ao governo federal e demitiu os 41 funcionários do corpo técnico. A bola agora está com a Secretária Especial de Cultura. Sinal de que o que está ruim pode piorar”, observa.
Fundada em 1946 e instalada em São Paulo, a Cinemateca Brasileira tem o maior acervo de imagem em movimento da América Latina, além de ser considerada uma das maiores instituições do gênero do mundo. Abriga cerca de 250 mil rolos de filmes e mais de um milhão de documentos, entre roteiros, fotografias, cartazes, recortes de imprensa, e arquivos pessoais, como o de Glauber Rocha (1939-1971).
Além do valioso acervo, conforme observa Brandão no artigo da revista Política Democrática Online, sua sede, situada no Antigo Matadouro Municipal de São Paulo, na Vila Clementino, tem duas modernas salas de exibição e uma área externa para projeção de filmes.
“Neste governo, o nome da Cinemateca tem sido citado em vão”, lamenta o jornalista. “O presidente ofereceu um cargo inexistente de chefia como consolo para a saída de Regina Duarte que, por sua vez, achou legal assumir ‘um museu do cinema’”, ironiza ele, para destacar que a cinemateca tem muitas funções importantes, menos a de museu.
Quem assim a enxerga confunde preservar com embalsamar, de acordo com Brandão. “Pensamento conservador. Há muito que os principais museus do mundo – como o Louvre – têm feito, com sucesso, esforço considerável para sacudir a poeira de seus salões”, diz ele, para continuar: “Uma das funções mais importantes de uma Cinemateca, em todo mundo, é formar plateias. Em suas salas de cinema acontecem workshops, lançamentos de filmes, exibição de clássicos fora de catálogos. Muitas vezes é a oportunidade para crianças de escolas de comunidades terem seu primeiro contato com um filme em tela grande”.
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Dados e histórias de vítima são contados em reportagem especial da revista Política Democrática Online de setembro
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
“Ele me colocou no colo, passou a mão em mim e, depois, tirou a roupa e começou a me acariciar na minha cama”. A declaração é de uma menina de 11 anos de idade que foi estuprada, aos 9 anos, em casa, pelo padrasto, enquanto a mãe estava no supermercado, na região do Gama, a 35 quilômetros de Brasília. “Ele me machucou muito, mas depois pediu para ficar calada porque senão minha mãe iria me bater”, conta, em reportagem especial da revista Política Democrática Online de setembro.
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A reportagem mostra que, a cada hora, quatro crianças e adolescentes de até 13 anos são estupradas no país, segundo o Anuário de Segurança Pública 2019, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com informações de todas as unidades da Federação. Outro levantamento, baseado no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS), revela que, por dia, o Brasil registra seis abortos em meninas de 10 a 14 anos estupradas.
O assunto mobilizou ainda mais população do país contra esse tipo de crime em agosto deste ano, conforme lembra a reportagem. “Religiosos conservadores e grupos de extrema direita no país perseguiram uma menina de 10 anos que teve autorização da Justiça para realizar aborto no Espírito Santo. Ela ficou grávida após ser estuprada pelo tio, por quem era violentada desde os 6 anos. O criminoso está preso’, diz o texto.
Em 2018, de acordo com o Anuário de Segurança Pública, o Brasil registrou mais de 66 mil casos de violência sexual, o que corresponde a mais de 180 estupros por dia. Entre as vítimas, 54% tinham até 13 anos. Foi a estatística mais alta desde 2009, quando houve a mudança na tipificação do crime de estupro no Código Penal brasileiro. O atentado violento ao pudor passou a ser classificado como estupro.
A reportagem especial da revista Política Democrática Online também mostra que, em sessão remota, o Senado Federal aprovou, no dia 9 de setembro, a criação do Cadastro Nacional de Pessoas Condenadas por Crime de Estupro, que deve conter, obrigatoriamente, características físicas, impressões digitais, perfil genético (DNA), fotos e endereço residencial da pessoa que recebeu condenação judicial. O texto seguiu para sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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Ciclo de debates A reinvenção das cidades tem início nesta quarta-feira (30)
Primeiro encontro virtual será realizado no lançamento da nova edição da revista Política Democrática com transmissão ao vivo pela internet
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O lançamento da nova edição da revista Política Democrática, nesta quarta-feira (30), a partir das 19 horas, marcará também a abertura do ciclo de debates online A reinvenção das cidades, mesmo título da publicação da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) em parceria com a Tema Editorial. A transmissão dos eventos virtuais será realizada pelo site e pela página da entidade no Facebook, com retransmissão na rede social da editora.
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O ciclo de debates e o lançamento da revista serão apenas online em razão da pandemia do coronavírus. Os cinco encontros virtuais serão realizados todas as quartas-feiras e terão a mediação do doutor em sociologia Caetano Araújo, representante da FAP, e participação permanente da jornalista Beth Cataldo, mestre em Comunicação pela UnB (Universidade de Brasília) e editora responsável da Tema Editorial.
Assista ao vídeo!
Participam como debatedores do primeiro encontro o professor emérito da UnB Cristovam Buarque, ex-governador e ex-senador pelo Distrito Federal; o secretário-executivo de Segurança Urbana do Recife, Felipe Sampaio, ex-assessor especial dos ministros da Segurança Pública e da Defesa. Além deles, o primeiro debate também tem participação confirmada do economista Jackson De Toni, doutor em Ciência Política e mestre em Planejamento Urbano e Regional.
Na revista, De Toni e Sampaio fazem análises aprofundadas sobre agenda de desafios das cidades, que contempla a primeira das seis partes da obra. A publicação também aborda linhas de ocupação, espaços de transformação – com contribuição de Cristovam –, Brasília aos 60 anos, ambientes urbanos e caminhos da inovação.
Segundo De Toni, o gestor deve se habilitar para internalizar e utilizar toda e qualquer ajuda dos programas emergenciais estaduais e federais, o município deve pôr em prática uma estratégia de reação rápida diante da crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19. “Cabe ao gestor igualmente pensar o futuro pós-crise, desenhar cenários, preparar a cidade para retomar a normalidade e o caminho do desenvolvimento”, afirma. Ele também é professor de Formulação e Avaliação de Políticas Públicas no Ibmec-DF (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais no Distrito Federal) e na Enap (Escola Nacional de Administração Pública).
Sampaio, por sua vez, ressalta a importância da segurança das pessoas nas cidades, abordando também urbanismo e democracia. “Os espaços públicos devem ser projetados e utilizados segundo um plano de desenvolvimento integrado da cidade, baseado em evidências relevantes, no conhecimento técnico e no diálogo com os usuários e os afetados pelo desenho urbano resultante”, avalia
Os próximos debates online também terão participação de especialistas e pesquisadores de cada um dos grandes temas tratados na revista. Os vídeos dos encontros virtuais ficarão disponíveis no site da FAP e nas páginas da fundação e da Tema Editorial no Facebook.
Ficha técnica
Título: A reinvenção das cidades – Revista Política Democrática edição 55
Número de páginas: 282
Projeto gráfico e diagramação: Rosivan Pereira
Revisão textual: Mariana Ribeiro
Preço versão impressa: R$ 45,00
Publicação: Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e Tema Editorial
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Novos conselheiros e diretores da FAP são eleitos em reunião online
Luciano Rezende e Caetano Araújo serão os próximos presidente do Conselho Curador e diretor-geral da fundação, respectivamente
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O prefeito de Vitória (ES), médico Luciano Rezende (Cidadania), foi eleito o novo presidente do Conselho Curador da FAP (Fundação Astrojildo Pereira), para o biênio 2020-2022. Em eleição conjunta, também foram eleitos os integrantes da próxima diretoria da entidade, que terá como diretor-geral o sociólogo Caetano Araújo, consultor do Senado e professor da UnB (Universidade de Brasília). A eleição foi realizada, neste sábado (26), de forma virtual, durante reunião ordinária, com transmissão ao vivo pela página da FAP no Facebook. Todos assumirão seus mandatos no dia 7 de novembro (veja lista de nomes ao final do texto).
Confira o vídeo da reunião sobre eleição da FAP
Sediada em Brasília e fundada em 2000, a FAP é vinculada ao Cidadania e atua para promover o estudo e a reflexão crítica da sociedade, de maneira a construir referências técnicas e culturais relevantes para a defesa, consolidação e reforma do Estado Democrático de Direito. O objetivo da fundação é ser referência para a cultura e a política democrática no Brasil, com base nos valores da transparência, sustentabilidade, solidariedade, reformismo, ética, equidade, democracia e cosmopolitismo.
Confira aqui o Relatório do Seminário de Planejamento Estratégico da FAP da FAP
A reunião online foi coordenada pelo atual diretor-geral da FAP, jornalista Luiz Carlos Azedo, que recebeu elogios dos conselheiros pelos resultados de sua gestão. O próximo presidente do Conselho Curador da fundação, que termina seu segundo mandato de prefeito de Vitória em 31 de dezembro e vai ocupar o lugar do ex-senador Cristovam Buarque, parabenizou a atual diretoria pelo planejamento estratégico, que foi discutido em três seminários online.
“O planejamento estratégico está muito bem feito. É um plano de voo”, disse Rezende, destacando orientação de Azedo sobre a possibilidade de a FAP interagir com organizações e movimentos internacionais nos próximos anos, além de continuar com suas frequentes publicações, eventos e cursos de formação política. “A Fundação Astrojildo Pereira presta um serviço de formação absolutamente necessário em um ambiente de política tão rasa e desqualificada. É uma luz na escuridão”, ressaltou.
Interlocução
Desde sua fundação, a FAP teve como diretriz o diálogo com o mundo da cultura e da ciência, de acordo com o diretor-geral eleito. “Ao longo dos anos, essa diretriz se consolidou, no cultivo de parcerias diversas, no meio acadêmico e artístico. Hoje, demos um passo à frente e integramos grupos de interlocução permanentes com outras fundações partidárias e movimentos sociais”, disse Araújo, que atualmente integra a diretoria-executiva da FAP.
Em um país marcado por intensa instabilidade política e guerras ideológicas, agravadas ainda mais por causa da crise sanitária da pandemia do coronavírus, a fundação terá, cada vez mais, de fortalecer sua luta pela defesa da democracia e dos valores republicanos. “Vivemos uma conjuntura marcada pelo risco do retrocesso da ordem democrática. Nesse quadro, a FAP terá que assumir com firmeza a defesa permanente do Estado de Direito, além de manter sempre a abertura para o diálogo com todos os democratas”, analisa o sociólogo.
Araújo também lembra que, em 2022, o país vai celebrar três datas relevantes: os centenários da Semana de Arte Moderna e do Partido Comunista e o bicentenário da independência. “As três datas serão motivo para um calendário de debates e comemorações nos quais estarão em discussão a identidade e o projeto de pais, o balanço do que foi alcançado até agora e as principais vulnerabilidades que precisamos superar no futuro próximo”, antecipou ele.
O diretor financeiro eleito para o próximo biênio, engenheiro civil Raimundo Benoni Franco, afirmou que a FAP tem “papel extremamente relevante e indispensável”. “Tem como função principal motivar o debate, construir argumentos técnicos e culturais, para ter visão democrática e progressista e ajudar a sociedade brasileira”, pontuou. Ele, que é ex-presidente do Fórum Nacional de Ouvidores do Setor Elétrico, também tem ampla experiência em gestão de políticas públicas e executiva.
“Minha experiência na ouvidoria me traz muita lucidez sobre índices de controle e atuação de qualquer instituição”, afirmou Benoni. Além da sua capacidade técnica, ele pretende levar para a fundação muita sensibilidade política para criar ambiente de maior harmonia possível e fazer a instituição exercer sua missão de contribuir com a formação de quadros e discussões técnicas de ideias para fortalecer a democracia brasileira.
Integração
Cofundador do Movimento Acredito, José Frederico Lyra Neto é um dos integrantes da diretoria eleita e confirma a integração da FAP com grupos de inovação política. “Faço parte de uma nova geração que olha para a política como forma de mudar o Brasil e a sociedade e entende a importância do passado e da formação. Quero ajudar muito com políticas públicas e conexão com movimentos políticos”, afirmou.
Fundador e coordenador nacional do núcleo Diversidade23 do Cidadania, o psicólogo Eliseu de Oliveira Neto destacou que, cada vez mais, a FAP busca maior pluralidade de representações em sua composição, integrando “novas vozes” para enriquecer os debates. “A fundação tem obrigação com educação política dos jovens do Brasil e espero que a gente possa cumpri-la”, acentuou.
O atual presidente do Conselho Curador da FAP, Cristovam Buarque, disse que continuará participando das ações da fundação e colaborando com os novos conselheiros. “Desejo que o Conselho aproveite o momento que virá, naquilo que é mais ou menos devaneio de muitos de nós, de buscar rumos para o país. Agora vai ser uma exigência concreta. Terminando as eleições municipais, a gente vai começar a debater o futuro do Brasil”, salientou.
Professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista), o historiador Alberto Aggio, que também deixará a diretoria da FAP e passará a integrar o Conselho Curador, disse que há muitos desafios a serem enfrentados. “O principal deles é que essa fundação vinculada ao Cidadania seja, como diz o Cidadania, seja um novo partido. Tem que colaborar para que esse partido não seja, ou não se mantenha inercialmente, o mesmo PCB desde 1922 porque a sociedade é fundamentalmente distinta e nós ainda mantemos essa cultura política de maneira inercial. Esse é um desafio extraordinário”, afirmou. “Espero que a nova diretoria e o novo conselho curador possam seguir essa trilha de maneira exitosa”, asseverou.
Veja, abaixo, composição da Fundação Astrojildo Pereira para o biênio 2020-2022
» DIRETORIA EXECUTIVA
- Caetano Ernesto Pereira De Araújo (Diretor Geral)
- Raimundo Benoni Franco (Diretor Financeiro)
- Ana Stela Alves De Lima
- Ciro Gondim Leichsenring
- Jane Monteiro Neves
- José Frederico Lyra Netto
- Marco Aurelio Marrafon
» CONSELHO CURADOR
- Luciano Santos Rezende (Presidente do Conselho Curador)
- Bazileu Alves Margarido Neto (Vice-Presidente do Conselho Curador)
- Juarez Amorim (Secretário Executivo)
- Alberto Aggio
- Alexandre Youssef
- Arlindo Fernandes De Oliveira
- Dora Kaufmann
- Dulce Galindo
- Eliana Calmon
- Eliseu de Oliveira Neto
- George Gurgel de Oliveira
- Ivair Augusto Alves dos Santos
- Jane Maria Vilas Bôas
- Leandro Machado da Rosa
- Lenise Menezes Loureiro
- Ligia Bahia
- Luiz Carlos Azedo
- Marcus Vinícius Furtado da Silva Oliveira
- Maria Terezinha Carrara Lelis
- Sérgio Besserman
- Sionei Ricardo Leão de Araújo
- Tibério Canuto de Queiroz Portela
- Vinícius De Bragança Müller e Oliveira
Suplentes
- Luzia Maria Ferreira
- Cezar Vasquez
- Miguel Arcangelo Ribeiro
- Indaiá Griebeler Pacheco
- José Maria Alencar
» CONSELHO FISCAL
- Benjamin Sicsu (Presidente do Conselho Fiscal)
- Marluce de Paula
- Carlos Alberto Muller Lima Torres
Suplentes
- Paulo Morais Santa Rosa
- José Arnor Brito Silva
» CONSELHO CONSULTIVO
- Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque (Presidente do Conselho Consultivo)
- Nestor Borba (Secretário Executivo)
- Alexandre Pessoa
- Amílcar Baiardi
- Anderson Martins
- André Gomyde Porto
- Any Machado Ortiz
- Elimar Pinheiro do Nascimento
- Gisele Santoro
- Hamilton Garcia de Lima
- Henrique Mendes Dau
- Ivanir dos Santos
- Joaquim Falcão Filho
- José Antônio Segatto
- José Arlindo Soares
- José Jorge Tobias de Santana
- Jose Luiz Oreiro
- Juliet Neves Matos
- Luciano Pinho
- Luiz Sérgio Henriques
- Manuel Thedim
- Maria Amélia Rodrigues da Silva Enríquez
- Mauricio Rudner Huertas
- Paulo Baía
- Paulo Fábio Dantas Neto
- Pollyana Fatima Gama Santos
- Raquel Dias
- Renata Eitelwein Bueno
- Rogério Baptistini Mendes
- Sérgio Camps de Morais
- Sérgio José Cavalcanti Buarque