entrevista
Publicitários, jornalistas e especialistas em marketing político falam ao #ProgramaDiferente sobre o momento do país e a reforma eleitoral
Durante o lançamento do livro "Neuropropaganda de A a Z" (Editora Record), parceria do sociólogo Antonio Lavareda com o jornalista João Paulo Castro, o #ProgramaDiferente ouviu publicitários, jornalistas e especialistas em marketing político sobre o momento do Brasil, o impeachment da presidente Dilma Rousseff e as recentes mudanças na legislação eleitoral, que já estão influenciando profundamente as campanhas que se iniciaram oficialmente nesta semana para as eleições municipais de 2 de outubro.
Além dos autores, que falam sobre o livro e explicam a relação da neurociência com a propaganda, foram entrevistados o historiador, escritor e comentarista político Marco Antonio Villa, o ex-senador Jorge Bornhausen, o jornalista Carlos Maranhão e os publicitários Nelson Biondi, Chico Santa Rita e Washington Olivetto. Também presente, Nizan Guanaes preferiu não comentar a situação do país. Assista.
#ProgramaDiferente discute o legado da #Rio2016: além do velho jogo político e de medalhas conquistadas pelo talento individual de alguns atletas brasileiros, o que o país ganhou de fato?
Com o fim dos Jogos Olímpicos do Rio, o #ProgramaDiferente desta semana retoma a questão que já tinha surgido depois da Copa do Mundo: Qual é, afinal, o legado da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 para o Brasil? Passados alguns grandes momentos de emoção, valeu a pena tanto investimento político e financeiro? Quem ganhou com isso, afinal? Sobrou alguma coisa proveitosa para o povo? Assista.
Tirando as honrosas exceções de talentos individuais do Esporte, o legado mais notável das Olimpíadas, assim como já havia ocorrido com a Copa do Mundo e os Jogos Panamericanos, foram obras superfaturadas, muita desorganização, falta de planejamento, gafes e declarações desastradas. Muita gente se beneficiou desse estelionato eleitoral. Resta saber o que vai ficar para a História do Brasil em termos de aprendizado e infra-estrutura. Será que o resultado para o Esporte compensou? E qual imagem do país ficou para o mundo?
Um caso emblemático das consequências da #Rio2016 é o que aconteceu com a pequena comunidade carioca da Vila Autódromo. Simbolicamente, espírito esportivo à parte, é este o maior legado das Olimpíadas para a maioria do povo brasileiro: problemas sociais deixados em segundo plano para garantir a beleza do megaevento. Neste exemplo específico, moradores pobres vistos como um incômodo para a realização dos jogos por políticos e organizadores.
Terminada a Olimpíada no Brasil, as atenções se voltam novamente para a política. Além da reta final do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, nesta semana começa de fato a campanha para as eleições de 2 de outubro, com o início da propaganda eleitoral no rádio e na TV e a realização do primeiro debate entre os candidatos a prefeito. Na segunda parte do programa, você relembra momentos memoráveis dos debates que ajudaram a escrever, para o bem e para o mal, a história da democracia brasileira.
Comemorando o Dia dos Pais e o Dia do Economista, o #ProgramaDiferente fala de economia, futebol e política com Luiz Gonzaga Belluzzo
Comemorando o Dia dos Pais neste 14 de agosto e fazendo um registro sobre o Dia do Economista, na véspera, sábado, dia 13, o #ProgramaDiferente desta semana entrevista o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, que foi um dos pais do Plano Cruzado e acabou se transformando em conselheiro de Lula e Dilma. Assista.
Lembrando que Lula, aliás, é chamado em algumas regiões mais pobres do Brasil de Pai Lula. Falamos de economia, da crise no Brasil e no mundo, mas também de outra paixão de 10 entre 10 pais de família no país: o futebol.
A trajetória de Belluzzo como economista influente na política, desde os anos 80 até o fim conturbado do governo Dilma, e também como ex-presidente do Palmeiras, é um respeitável cartão de visitas. Em longa entrevista, ele fala de economia global, da saída do Reino Unido da União Europeia e, entre outros assuntos, critica tanto a presidente afastada Dilma Rousseff quanto o "golpismo" do presidente interino Michel Temer.
Num dos trechos mais polêmicos, destacado na coluna de Monica Bergamo, na Folha de S. Paulo, ele defende abertamente a convocação de novas eleições presidenciais e aponta o ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, como o melhor e mais preparado candidato à Presidência da República.
Declarado amigo do ministro e eterno presidenciável José Serra, além de ser considerado um dos mais próximos conselheiros de Lula e Dilma, tanto que é apontado como uma espécie de guru de ambos, a defesa apaixonada do nome de Ciro Gomes surpreende - até porque descarta o possível retorno de Lula.
No final, Belluzzo ainda faz graça e, apesar de garantir que conversa regularmente com Serra, diz que o amigo descobrirá a sua preferência por Ciro Gomes somente após assistir esta entrevista. Assista aqui ao trecho que mencionado na Folha e veja também a íntegra da entrevista, sem edição.
Exclusivo no #ProgramaDiferente: Veja o que pensa, afinal, o jornalista Reinaldo Azevedo, considerado inimigo nº 1 dos "petralhas"
Odiado por dez entre dez petistas, Reinaldo Azevedo é uma espécie de ícone contra os "petralhas" - termo que ele se gaba de ter criado da junção de petistas com metralhas, numa alusão aos irmãos bandidos das histórias em quadrinhos do Tio Patinhas. Mas, afinal, o que pensa e opina sobre a política, o PT e o Brasil este jornalista que lista com orgulho os seus "cinco empregos"?
O #ProgramaDiferente foi ouvir o blogueiro, colunista da Folha de S. Paulo, comentarista político do jornal RedeTV! News, comentarista do Jornal da Manhã e apresentador do programa Os Pingos nos Is, ambos na rádio Jovem Pan. Natural de Dois Córregos, no interior paulista, ex-militante da Libelu (Liberdade e Luta), tendência trotskista do movimento estudantil contra a ditadura militar na década de 70, Reinaldo Azevedo foi de um extremo a outro no espectro ideológico: hoje ele se coloca abertamente no campo mais conservador e adepto do liberalismo político e econômico. Adora polemizar com ideias tachadas de direita e anti-esquerdistas. Assista.
Em ato pró-reeleição, Haddad afirma que fez São Paulo avançar na crise e compara suas medidas anti-corrupção com Operação Lava Jato
Com mais de uma hora e meia de atraso, após a última agenda pública do dia como prefeito (uma rápida vistoria, já no breu da noite de inverno, às obras do CEU Vila Alpina, que não será entregue antes da eleição de 2 de outubro), o candidato Fernando Haddad (PT) participou de um ato de campanha no Círculo de Trabalhadores Cristãos da Vila Prudente. Veja a reportagem exclusiva.
Acompanhado dos vereadores Juliana Cardoso e Senival Moura, dos subprefeitos de Vila Prudente, Miguel Ângelo Gianetti, e de Aricanduva / Vila Formosa, Paulo Sérgio Maciel, e dos ex-deputados Adriano Diogo e Devanir Ribeiro, o prefeito concedeu uma entrevista ao jornal Folha de Vila Prudente e ao #ProgramaDiferente antes de encerrar a plenária que reuniu centenas de militantes petistas (muitos transportados em ônibus reservados pelo partido, como registrado pela reportagem).
Em meia hora de discurso (assista aqui), Haddad resumiu o conteúdo do que será a sua campanha eleitoral: vai tentar convencer o paulistano que, apesar da crise e da elevada rejeição à sua gestão, promoveu avanços inestimáveis para a cidade, principalmente nas áreas de transporte, educação e saúde.
Exaltou ainda um projeto de sua autoria recém-encaminhado à Câmara Municipal, uma operação urbana que atinge essa região visitada por ele (Vila Prudente, Mooca e Ipiranga), e que enfrenta forte resistência porque, entre outras consequências, prevê triplicar a população desses bairros que já sofrem com gargalos de trânsito, falta de equipamentos públicos, excesso de poluição e o menor índice de parques e áreas verdes de toda a região metropolitana.
O prefeito Fernando Haddad também falou das medidas da sua administração que supostamente reduziram a corrupção na Prefeitura de São Paulo (comparáveis, segundo ele, à Operação Lava Jato) e mostrou como pretende enfrentar os principais concorrentes à sua sucessão (além dos opositores tradicionais, como o tucano João Doria, também as ex-prefeitas e ex-petistas Luiza Erundina e Marta Suplicy). Assista.
Manifestação #ForaDilma na reta final do processo de impeachment mostra que população segue mobilizada contra a corrupção e no apoio a Sergio Moro
Na reta final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), novas manifestações populares tomaram as ruas em pelo menos 20 estados brasileiros e no Distrito Federal, neste domingo, 31 de julho. Como já virou tradição desde a primeira manifestação pró-impeachment no início de 2015, o #ProgramaDiferente acompanhou o ato da Avenida Paulista. Assista.
Os protestos ocorrem para demonstrar que a população segue mobilizada pelo afastamento definitivo da presidenteDilma e pela condenação dos corruptos de todos os partidos, além de defender a continuidade da Operação Lava Jato, a aprovação das 10 medidas contra a corrupção e a atuação do juiz Sergio Moro, do Ministério Público e da Polícia Federal.
A reportagem ouviu Rogério Chequer, porta-voz do Movimento Vem Pra Rua; o historiador e radialista Marco Antonio Villa; o jurista Modesto Carvalhosa; e a atriz Regina Duarte. Relembre aqui toda a cobertura daTVFAP.net nos atos pelo impeachment da presidente Dilma e contra a corrupção na política, além do programa especial nesta data (1º de agosto) que é também o aniversário do juiz Sergio Moro.
#ProgramaDiferente viaja pelo mundo incrível da internet com youtubers, blogueiros e celebridades, enquanto combate os haters em geral
O #ProgramaDiferente desta semana mostra que na internet tudo é possível, até o que parece impossível. Vivemos uma revolução tecnológica e uma transformação completa da comunicação entre as pessoas. Tudo pode, mas não é uma terra de ninguém. Assista.
A internet mudou a relação entre as pessoas. Todos nós deixamos de ser meros receptores para nos tornarmos também produtores e emissores da informação. Não é à toa que as profissões da moda estão todas ligadas às redes sociais. O sonho de muito jovem é ser youtuber ou blogueiro. Como toda mudança, essa também nos leva a buscar ajustes, regulação e equilíbrio. A internet é o assunto de hoje.
Ao acompanhar o lançamento do livro “O que aprendi sendo xingado na internet”, do jornalista, blogueiro e cientista político Leonardo Sakamoto, aproveitamos para debater a polarização, o ódio e a intolerância nas redes sociais.
Além do próprio Sakamoto, são ouvidos os jornalistas Juca Kfouri e Eliane Brum; a fundadora da ONG feministaThink Olga, Juliana de Faria; a universitária Nátaly Neri, criadora do canal Afros e Afins; e PC Siqueira, youtuber (dos canais maspoxavida e Rolê Gourmet) e apresentador de TV.
Quais os limites entre a liberdade de expressão e a prática de um crime? Como combater o preconceito e enfrentar com civilidade as divergências, os ânimos exaltados, a intransigência e as polêmicas intermináveis na internet? Que momento é este que vivemos no Brasil?
Em seguida, o debate é sobre a proliferação de blogs e canais de vídeos que são capazes de mobilizar uma multidão pelas redes sociais. Quem são estes blogueiros, blogueiras e youtubers que dominam a internet, afinal?
Facebook, Youtube, Instagram, Snapchat, blogs, vlogs. Não importa a plataforma, essas celebridades instantâneas do mundo virtual atraem seguidores do Brasil inteiro com vídeos e textos criativos e engraçados sobre os mais variados assuntos. Kéfera, Rezende Evil, Christian Figueiredo, Whindersson Nunes são alguns dos novos ídolos dos jovens e seguem os passos de humoristas como Marco Luque, ex-CQC e hoje sucesso absoluto no "Altas Horas", da Rede Globo, e no seu próprio canal.
Participam do debate a jornalista e blogueira Renata Motta, do blog Mãe de Maria: Adriana Alfaro, formada em relações públicas e pós-graduada em estética e gestão de moda, do blog Fashion Frisson; Amanda Soares, estudante de cinema e audiovisual, do blog Let’s Go Mandy; e Marcelo Santana, youtuber e professor de educação física conhecido como "personal das celebridades", que dá dicas de exercícios e de saúde.
#ProgramaDiferente destaca a plataforma das Cidades Sustentáveis para orientar prefeitos e vereadores nas eleições de 2 de outubro
A poucos dias das convenções partidárias que vão escolher os candidatos para as eleições municipais de 2 de outubro, vale destacar a importância da plataforma das Cidades Sustentáveis para orientar futuros prefeitos e vereadores. É disso que trata o #ProgramaDiferente desta semana. Assista.
De 20 de julho a 5 de agosto acontecem as convenções eleitorais. Dentro da cobertura que a TVFAP.net fará da disputa nas principais capitais do país, iniciamos com um encontro da Rede, de Marina Silva, apresentando a sua proposta de sustentabilidade para as grandes cidades e convidando os eleitores a participarem da formulação de um programa colaborativo.
Em seguida, mostramos um evento da Rede Nossa São Paulo aonde todos os pré-candidatos foram convidados a assinar um compromisso com dois programas suprapartidários: Cidades Sustentáveis e Cidades do Esporte. São iniciativas importantes.
Assumiram o compromisso, que trata do desenvolvimento sustentável e do esporte como políticas públicas transformadoras da nossa realidade, o vereador paulistano Ricardo Young, eleito pelo PPS e atualmente na Rede Sustentabilidade, e a deputada federal e ex-prefeita Luiza Erundina, eleita pelo PSB e atualmente no PSOL, além de um representante do candidato João Doria (PSDB). Vamos seguir na cobertura da campanha eleitoral, acompanhando todos os candidatos de todos os partidos.
Folha destaca o #ProgramaDiferente: Amigo de Serra e guru de Lula e Dilma, economista Luiz Gonzaga Belluzzo quer Ciro Gomes presidente
Em longa entrevista ao #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo fala abertamente da crise brasileira, da saída do Reino Unido da União Europeia e, entre outros assuntos, critica tanto a presidente afastada Dilma Rousseff quanto o "golpismo" do presidente interino Michel Temer.
Num dos trechos mais polêmicos, destacado hoje na coluna de Monica Bergamo, na Folha de S. Paulo, ele defende abertamente a convocação de novas eleições presidenciais e aponta o ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, como o melhor e mais preparado candidato à Presidência da República.
Declarado amigo do ministro e eterno presidenciável José Serra, além de ser considerado um dos mais próximos conselheiros de Lula e Dilma, tanto que é apontado como uma espécie de guru de ambos, a defesa apaixonada do nome de Ciro Gomes surpreende - até porque descarta o possível retorno de Lula.
No final, Belluzzo ainda faz graça e, apesar de garantir que conversa regularmente com Serra, diz que o amigo descobrirá a sua preferência por Ciro Gomes somente após assistir esta entrevista. Assista aqui, em primeira mão, ao trecho mencionado na Folha de hoje.
Veja também a íntegra da entrevista, sem edição.
"Profissão Repórter - 10 anos": o #ProgramaDiferente debate o bom jornalismo e entrevista o repórter Caco Barcellos, da Rede Globo
Considerado por muitos o melhor repórter do Brasil e um dos melhores do mundo, o jornalista Caco Barcellos está à frente do Profissão Repórter, na Rede Globo, há 10 anos. O que é ser repórter, afinal? Como se pratica o bom jornalismo? O #ProgramaDiferente foi direto à fonte para buscar essas informações. Assista.
Com livros que fazem parte do currículo universitário e dezenas de reportagens investigativas premiadas, o gaúcho que já foi taxista diz que nunca perdeu o medo de morrer. "Sou um medroso. Claro que tenho medo. Mas tenho um dever de oficio", disse Caco Barcellos em evento promovido pela Folha de S. Paulo na Livraria Cultura do Shopping Bourbon para marcar o lançamento do livro "Profissão Repórter - 10 anos" (editora Planeta).
Num bate-papo mediado pelo jornalista Mauricio Stycer, com a participação de outros três integrantes e pupilos de Caco no Profissão Repórter (Caio Cavechini, Gabriela Lian e Eliane Scardovelli), que também contaram suas experiências, foram debatidos o atual momento do país, os ingredientes de uma boa reportagem e a qualidade do jornalismo.
"As pessoas começaram a perceber que uma notícia não é necessariamente a verdade. Mas um relato de um jornalista sobre um fato", afirma Caco Barcellos. "O Profissão Repórter vai até onde nem todos vão. Caso contrário, o que vamos apresentar? Nós procuramos deixar claro nas matérias que aquele é o nosso olhar. E queremos que as pessoas em casa fiquem com o questionamento sobre qual seria o olhar delas naquela situação".
Entre vários episódios relembrados, está a cobertura dos protestos de junho de 2013 em São Paulo, quando a equipe do programa e o próprio jornalista foram hostilizados por manifestantes. "Fomos mal recebidos por uns, protegidos por outros. Mas foi um momento incrível para o jornalismo no Brasil. Você tinha dúvidas, não sabia quem era de esquerda e de direita. Foi muito rico, apesar das botinadas na canela."
"Pelo amor dos meus filhinhos", o #ProgramaDiferente desta semana é uma grande homenagem ao locutor esportivo Silvio Luiz
Antecipando os seus 82 anos, que serão comemorados no próximo dia 14 de julho, e o Dia do Futebol, no dia 19, o apresentador e locutor esportivo Silvio Luiz é o grande homenageado do #ProgramaDiferente desta semana. Assista.
Pelas barbas do profeta! Dono de uma voz potente, criador de bordões famosos e reconhecido pela irreverência, Silvio Luiz fez história também como radialista, repórter e árbitro de futebol antes de se tornar o maior narrador do Brasil. Pelo amor dos meus filhinhos!
Ele se mantém sempre atual e atuante, seja polemizando nas redes sociais, seja estrelando propagandas divertidíssimas na TV ou fazendo a locução de jogos de futebol reais e virtuais. Pois é isso mesmo, até narrando videogame Silvio Luiz é imbatível. Um show man!
Este programa especial em homenagem a Silvio Luiz mostra um pouquinho dos seus múltiplos talentos, além de relembrar casos inusitados, trazer imagens históricas e contar com a participação de amigos e admiradores como Mauro Beting, Flavio Prado, Márvio Lúcio (Carioca) e Marcelo Adnet. Está realmente imperdível. Olho no lance!
Brexit: Para Vacca, “crise europeia pode impulsionar novo pacto social na Itália”
Para o presidente do Instituto Gramsci, Giuseppe Vacca, a crise aberta com a vitória do Brexit não fornece motivos para um aumento da depressão, mas sim para um relançamento do projeto constitutivo do Partido Democrático italiano e a ação dos governos democráticos. A situação não é rósea para a esquerda na Itália e na Europa e provavelmente em nenhuma parte do mundo. «Estamos há dez anos diante da necessidade de confrontar a grande depressão, que não é somente uma questão de política econômica, mas também um problema de déficit das instituições política supranacionais”, diz ele. “Foram dez anos de crise que ampliaram o mal-estar, a exclusão e também a desconfiança e a rebelião no que diz respeito à Europa. A Inglaterra é um caso em si, certamente, mas com as devidas distinções o problema está presente em todos os países europeus”.
Muitos dizem que a única estrada para salvar a UE consistiria em relançar o “sonho europeu”, o ideal federalista, a Europa dos pais fundadores. Concorda com esse ponto de vista?
Nunca me ocupei muito com sonhos, a não ser nos quatro anos em que fiz uma ótima terapia psicanalítica. O federalismo é uma retórica como outra qualquer. A narrativa correspondente a uma construção ainda mais aprofundada e mais eficaz de uma soberania supranacional é um problema aberto. Se for útil empregar a retórica federalista, que se faça isso. O ponto decisivo é fazer com que ela corresponda a alguma coisa.
O que se deve, na Itália, buscar em termos de correspondência?
Na Itália, país em que não obstante tudo o impulso anti-europeísta é menos forte, abre-se a possibilidade de que se desenvolva o que houve de melhor nas ações governamentais dos últimos dois anos, precisamente porque a precipitação da crise da EU fornece mais oxigênio à inspiração europeísta do PD, algo que está em seu DNA graças às culturas políticas que o constituíram. Estamos tentando fazer isso há dois anos: é preciso fazê-lo com mais decisão, até porque a Itália não se confronta somente com as tendências desagregadoras que sacodem todos os países da Europa, mas também com problemas que são exclusivamente seus. Problemas de nation building e State building típicos da “história longa” dos italianos.
Como enfrentar isso, concretamente?
Devemos impulsionar a reconstrução dos laços sociais. Devemos ser mais corajosos e determinados em aplicar a Constituição à vida interna dos partidos. Legislar para que os sindicatos tenham uma vida democrática que lhes relegitime a representação e a ajude, que favoreça a emergência de um sindicato unitário que seja interlocutor de todas as grandes políticas econômicas e sociais do país. Quando, com razão, se lamenta a crise dos corpos intermediários, esquece-se que a crise diz respeito a todo o arco da representação de interesses. Nem sequer a Confindustria, o sindical patronal, é mais aquela que já foi um dia. Nem sequer o movimento das cooperativas, que é uma grande força, está beneficiado em sua missão tradicional, que é a de ser uma pilastra da economia social de mercado. Deste ponto de vista, a Itália é um caso particular dentro da Europa, porque enfrenta uma exigência de renovação dos fundamentos do sistema político e da sua constituição material, além da sua constituição formal, o que compõe um belo pacote de reformas que podem ser levadas a referendo.
Isso não traz consigo o risco de impulsionar um “Italexit”, uma saída da Itália da UE?
Paradoxalmente, esse risco pode ser atenuado com a abertura de uma crise aguda na Europa, diante da qual o atual partido central de governo pode se movimentar por todo o campo rumo a um novo pacto com os italianos e entre os italianos, um pacto sobre o sistema político, o sistema das organizações de interesse, a governabilidade, indo além da reforma das relações entre Estado central e Regiões. Em suma, vejo a abertura de um campo bastante amplo para uma iniciativa nacional de reconstrução, como a que está inscrita no DNA do PD.
Alguém poderia dizer que seu discurso é politicista, que o problema da esquerda está nas periferias…
Não sei se o problema está nas periferias. Mas penso que não é um acaso que aqueles que se ocupam com as periferias o façam só demagogicamente. Em condições de escassez de recursos e depois que implodiram todas as redes de proteção social – ao ponto em que hoje as únicas que funcionam são as da criminalidade organizada –, o problema é descobrir como manter unido aquilo que antes se conseguia manter unido com os instrumentos do Estado-nação democrático europeu”.
Por: Giuseppe Vacca
Entrevista realizada pelo jornalista Francesco Cundari e publicada em L’Unità.Tv, Roma, 25 de junho de 2016.
Fonte: NEAI - Núcleo de Estudos e Análises Internacionais