dramaturgo
Henrique Brandão homenageia memória de Nelson Rodrigues, morto há 40 anos
Artigo da revista da FAP de dezembro lembra características do dramaturgo e jornalista
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
Há quarenta anos, em dezembro de 1980, morria Nelson Rodrigues. “Além de dramaturgo, jornalista, contista, romancista e cronista, era um frasista de mão cheia. Talvez o maior da língua portuguesa. Suas tiradas caíram no gosto do povo. Continuam atualíssimas, sínteses do que há de melhor e pior na alma humana”, afirma o jornalista Henrique Brandão, em artigo que publicou na revista Política Democrática Online de dezembro.
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Todos os conteúdos da publicação mensal, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), são disponibilizados, gratuitamente, no site da entidade. Para Brandão, as peças de Nelson Rodrigues são um primor de denúncia da hipocrisia reinante. “Imoral, sem vergonha, tarado, lascivo, pornográfico, são epítetos com os quais, a cada estreia de uma peça, foi brindado pelos setores defensores da ‘moral e dos bons costumes’ da sociedade carioca –provavelmente proferidos por uma ‘grã-fina de narinas de cadáver’, uma das criações geniais do cronista implacável”, escreve, no artigo.
O artigo na revista Política Democrática Online deste mês conta que Nelson Rodrigues atuou em várias frentes. “Sua obra teatral é monumental: deixou 17 peças, algumas delas marco do teatro brasileiro, como Vestido de Noiva, de 1943. É considerado por muitos críticos o maior dramaturgo brasileiro do século XX”, diz Brandão, no texto.
Em outro trecho, ele ressalta que até quem não gosta de futebol se delicia com as crônicas esportivas de Nelson Rodrigues. “Antológicas, não perderam a atualidade. E por que não, passado tanto tempo? Porque não se referia a minúcias dos jogos. Ele captava a essência da partida em momentos mágicos, o embate futebolístico como espetáculo único, com seus personagens próprios”, assevera.
Antes do golpe de 1964, escreve Brandão, Nelson não metia a colher na política. “A partir de 1968, contudo, começou a implicar com quem fazia oposição aos militares. Revelou-se anticomunista ferrenho, apesar de ter convivido com jornalistas de credo diferente, como Antônio Callado, a quem chamava de ‘doce radical’, conta o autor do artigo.
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