Desigualdade
O Estado de S. Paulo: Desigualdade faz País perder 23 posições no ranking do IDH
Universo dos 1% mais ricos representa 28,3% da renda, a segunda maior concentração do mundo nesta parcela populacional
Rafael Moraes Moura, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O Brasil é o país que mais perde posições no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) quando o valor é ajustado à desigualdade, ou seja, quando se leva em consideração as distorções em saúde, educação e renda. O IDH brasileiro cai de 0,761 para 0,574, uma perda de 24,57% no valor, o que faz o Brasil cair 23 posições quando comparado ao restante do mundo. Se a desigualdade de um País é grande, a perda no índice também é.
De acordo com o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (PNUD), a fatia dos 10% mais ricos do Brasil concentra 41,9% da renda nacional. O universo dos 1% mais ricos representa 28,3% da renda, a segunda maior concentração do mundo nesta parcela populacional – atrás apenas do Qatar (29%).
“A desigualdade é um problema conhecido da sociedade brasileira e dos políticos. Certamente uma das mensagens do nosso relatório é de que as desigualdades são importantes para as populações porque elas não têm a ver com um ou dois governos, mas com questões históricas”, disse ao Estado o diretor do relatório de desenvolvimento humano da ONU, Pedro Conceição.
Gênero
O relatório também analisa as desigualdades entre homens e mulheres no Brasil. Se o IDH do universo masculino é de 0,761, o das mulheres é de 0,757 – quatro milésimos a menos. Por aqui, 61% das mulheres adultas chegam ao menos ao ensino médio, em comparação com 57,7% dos homens. Mesmo apresentando melhor desempenho nos quesitos educação e longevidade, as mulheres ficam atrás dos homens no que diz respeito à renda (41,5% menor que a dos homens). No mercado de trabalho, a participação feminina é de 54%, ante 74,4% dos homens.
Último colocado no ranking mundial do IDH, o Nìger possui mais mulheres no Parlamento do que o Brasil – a representação feminina é de 17% no país africano, ante 15% aqui. Na vizinha Argentina, a porcentagem é mais do que o dobro – 39,5%.
No Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), que faz parte do relatório, o Brasil ocupa a 89.ª posição entre 162 países que tiveram esse dado analisado. Foram consideradas as desigualdades em saúde reprodutiva (mortalidade materna e taxas de natalidade na adolescência); empoderamento (participação no Parlamento e escolaridade); e participação no mercado de trabalho.
Para a economista Betina Ferraz Barbosa, chefe da unidade de desenvolvimento humano do Pnud, o relatório aponta para uma situação de “emergência global”. “Se a gente se debruçar sobre esse relatório, é muito preocupante os achados em nível global. Não é a percepção se o IDH subiu ou desceu, e sim uma análise sobre toda a transformação que a sociedade passa globalmente, com mudanças de paradigmas que vão enfraquecer a força de trabalho. É uma questão de agir agora.”
Fernando Canzian: Dependendo do critério, desigualdade é ainda pior
Relatório da Desigualdade Global, da Escola de Economia de Paris sustenta que o 1% super-rico no Brasil captura 28,3% dos rendimentos brutos totais
A Pesquisa de Orçamento Familiar 2017-2018 joga luz somente sobre um lado da questão da concentração de renda brasileira.
Realizada por mil agentes de que visitaram 75 mil lares em 1.900 municípios, ela difere de outros levantamentos que levam em conta também declarações de imposto de renda e outros rendimentos financeiros, e que trazem à luz ganhos muitas vezes não declarados em entrevistas domiciliares.
Na POF, 2,7% das famílias concentram 19,9% da renda. Já o Relatório da Desigualdade Global, da Escola de Economia de Paris (que combina pesquisas domiciliares, contas nacionais e declarações de IR), sustenta que o 1% “super-rico” no Brasil captura 28,3% dos rendimentos brutos totais.
Assim, o Brasil seria o país com maior concentração de renda no 1%, atrás somente do Qatar, minúsculo emirado absolutista governado pela mesma família desde o século 19.
A mais recente crise econômica do país só piorou o quadro, provocando um aumento da desigualdade de renda por mais de quatro anos consecutivos. No período, os mais pobres não só foram os mais afetados pelo desemprego como perderam mais rendimentos.
Segundo dados do FGV Social, entre o fim de 2014 e junho deste ano, a renda per capita do trabalho dos 50% mais pobres no país despencou 17,1% enquanto a dos 10% mais ricos subiu 2,5% em termos reais (acima da inflação). Já o 1% mais rico foi quem mais ganhou: 10,1%.
Mas a nova POF traz outro dado interessante a respeito da dinâmica do desenvolvimento e da concentração de renda no Brasil.
Segundo o levantamento, o maior valor médio recebido pelas famílias pesquisadas foi encontrado no Centro-Oeste (R$ 6.772,86), correspondente a 125% da média nacional e maior até do que os rendimentos no Sudeste (R$ 6.391,29).
O Centro-Oeste não só é a região menos populosa do país, com cerca de 7,6% dos brasileiros, como é mais dinâmica do agronegócio, atividade que tende a concentrar cada vez mais a renda ao se aperfeiçoar com a mecanização.
Outro dado da pesquisa revela como a questão da tributação regressiva contribui para a desigualdade ao impor uma carga tributária proporcionalmente mais pesada sobre os mais pobres via consumo, sobretudo na alimentação.
Enquanto as famílias que ganham até dois salários mínimos (R$ 1.908) comprometem quase um quarto de seus rendimentos com produtos alimentícios, aquelas que ganham acima de 25 salários mínimos (R$ 23.850) gastam nisso apenas 7,6% do que ganham.
Arnaldo Jordy: Brasil, legião de excluídos
A concentração de renda no Brasil parece ser um problema que se arrasta em passos lentos ao longo dos anos. A Pnad Contínua do IBGE, divulgada nesta quarta-feira, 29, revelou que, em 2016, 50% dos trabalhadores brasileiros, ou 44,4 milhões de pessoas, tinham renda média menor que o salário mínimo em 2016, que era de R$ 880,00 naquele ano. No topo da pirâmide, 1% da população, ou cerca de 1 milhão de pessoas, tinha renda média de cerca de R$ 27 mil. A pesquisa revela que 5% dos trabalhadores brasileiros, ou 4,4 milhões de pessoas, sobrevivem com uma renda média de apenas R$ 73 por mês. Essas pessoas têm renda média mensal 360 vezes menor que o 1% mais bem aquinhoado. É a miséria absoluta. É inaceitável que o Brasil, que tem o 9º maior Produto Interno Bruno (PIB) do mundo, tenha uma distribuição de renda tão desequilibrada, aliás, a pior entre os dez países maiores PIBs do mundo, disparadamente.
O rendimento abaixo do salário mínimo previsto em lei é possível devido ao grande número de trabalhadores informais, sem carteira assinada, vendedores ambulantes ou donos de pequenos negócios, que vivem à margem do sistema de benefícios sociais, da Previdência, sem assistência à saúde, abandonados pelo poder público. Esse abismo que separa uma pequena elite econômica da grande massa de trabalhadores mal remunerados torna difícil qualquer tentativa de pacificação e de equilíbrio na sociedade brasileira. Haverá sempre uma tensão social que influenciará dos índices de violência aos resultados eleitorais.
O avanço contra a desigualdade é lento e incompatível com a riqueza do país, que é autossuficiente na produção de bens de consumo, que tem o maior banco genético do mundo, que tem a maior fronteira agrícola produtiva do mundo, que tem um parque industrial da dimensão que nós temos, não deveria ter esse grau de desigualdade. A situação ainda é pior quando se compara a distribuição de renda entre as regiões brasileiras. O Sudeste concentra R$ 132,7 bilhões da massa de rendimentos dos brasileiros, valor que é superior à soma dos rendimentos em todas as demais regiões brasileiras. A região Norte aparece em último lugar, com massa de rendimentos de R$ 13,4 bilhões, atrás do Centro-Oeste, com R$ 21,8 bilhões; do Sul, com R$ 43,5 bilhões; e do Nordeste, com R$ 43,8 bilhões. Mesmo descontada a diferença entre as populações desses regiões, ainda somos muito pobres na região Norte e precisamos de políticas públicas que aliem o desenvolvimento à sustentabilidade. O estado brasileiro deixa de prover os menos favorecidos de serviços essenciais, de maneira perversa para um país rico como o nosso.
No momento em que se fala da necessidade de reformas no país, entre elas a trabalhista e a previdenciária, ambas importantes, mas com pontos que rejeito porque são contraditórios, propostos por um governo sem legitimidade e que pesarão ainda mais na situação dos extratos mais desfavorecidos da população, acho que seria o momento de se pensar a sério em uma reforma tributária que diminua a concentração de renda, tributando mais fortemente a renda, os ganhos de capital, os investimentos no mercado financeiro, o chamado dinheiro especulativo, que nem sequer vai para a produção e a geração de empregos, mas apenas multiplicam as riquezas de quem já está no topo da pirâmide.
Não se trata de aumentar os impostos sobre o consumo, nem tributar ainda mais o cidadão comum, o trabalhador brasileiro, que já carrega uma das cargas tributárias mais altas e injustas do mundo, mas sim de taxar as grandes fortunas, as grandes riquezas, de combater a sonegação, a evasão de riquezas para o exterior, essas mesmas cujos donos agora se aproveitaram da possibilidade de repatriação de recursos aberta pelo governo para legalizar fortunas de origem duvidosa. Como já foi dito, não se trata de taxar o setor produtivo, mas o capital especulativo e os altos salários, de modo a dar à grande maioria da população brasileira melhores condições de saúde, alimentação, moradia, transportes, educação de qualidade, lazer, enfim, tudo o que poderá fazer com que as pessoas se sintam incluídas e parte de uma nação, com direito a sonhar com o futuro.
* Arnaldo Jordy é deputado federal pelo PPS-PA e líder do partido na Câmara
Mauricio Huertas: Não-petistas, graças a Deus! (Dias melhores virão…)
Bastaram as primeiras horas do afastamento da presidente Dilma Rousseff para a República (ou a “coisa do povo”, literalmente) começar a retomar os rumos habituais: o elenco da política mais tradicional retorna ao palco central do poder e o PT também volta a fazer aquilo que mais sabe (além de montar esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público, claro), que é exercer um papel combativo na oposição.
O peso de 14 anos de governo certamente deixa marcas, tira muito da credibilidade, da coerência e da sinceridade de propósitos, mas petistas e seus partidos e movimentos satélites trazem no DNA a expertise original. Apesar de tudo, ainda são os mais competentes e eficazes oposicionistas do Brasil.
Em abril já antecipávamos aqui no Blog do PPS (em Desfazendo as mentiras: Toma que o Temer é teu, PT!) este que hoje é o principal argumento das viúvas de Lula e Dilma: chamam o presidente em exercício de canalha, senil, misógino, ficha suja e listam um sem-número de defeitos que, curiosamente, não viam até dias atrás, tanto que o escolheram duas vezes vice na chapa petista.
Ora, se Michel Temer virou presidente, dentro da lei, foi por ter sido eleito junto com Dilma, exatamente na função de substituto da titular, com os mesmíssimos 54 milhões de votos.
Pode até se discutir a tese de que os dois deveriam ser cassados solidariamente, por cumplicidade no crime continuado cometido pelo consórcio governista. Mas pintar o vice como vilão e cafajeste a essa altura não cola, né?
Reclamam que políticos investigados foram nomeados para o novo ministério, mas coincidentemente são os mesmos que compunham a base de sustentação deste presidencialismo de coalizão idealizado por Lula & cia. Ora, então que raio de incômodo extemporâneo é este? Indignação seletiva contra os mesmos personagens que tiveram papel de destaque até dias atrás? Que feio!
Apontam a falta de mulheres e negros no primeiro escalão (e é verdade!), mas como se isso tivesse algum significado concreto além do mero simbolismo – e que tantas vezes foi tratado como hipócrita e demagógico.
Afinal, será que esses que criticam Temer hoje o apoiariam se fosse outra a predominância da cor da pele ou do gênero dos seus ministros? Balela!
Queremos políticas públicas de combate à desigualdade e a garantia da diversidade no dia-a-dia, não cotas para preenchimento de cargos (isso até a Globo “golpista” faz nas suas novelas, com núcleos de personagens negros e mulheres libertárias). Queremos mais!
Se não bastassem os argumentos racionais, é difícil fazer crer no preconceito e na suposta misoginia (desprezo ou repulsa ao gênero feminino) de Temer, que por duas vezes aceitou ser coadjuvante de uma mulher absolutamente intragável como Dilma – e, diga-se, inclusive, sempre fez questão de reforçar o papel submisso do vice, função que só homens absolutamente civilizados e de “boa estirpe” teriam estômago para encarar.
Enfim, nunca é demais repetir: Temer não chegou à Presidência da República por vontade nem por ação da oposição, mas em razão das circunstâncias criadas justamente por quem votou 13 nas urnas, duas vezes, em 2010 e 2014. Portanto, se não é o melhor dos governos (quem disse que é?), que seja ao menos a transição possível e menos traumática para o “pós-PT”, aí sim um bálsamo para a crise enfrentada pelo país, e que comece a sinalizar a saída desta corrupção endêmica e nos direcione para as reformas necessárias.
Basta ser minimamente correto e razoável para se tornar infinitamente melhor que aquele desgoverno caótico e criminoso comandado pelo partido do crime, que se apoderou do Brasil na última década e destroçou a mais remota esperança de dias melhores e mais justos, como a esquerda democrática pregava, prestando um desserviço histórico ao nosso campo político e fazendo ressuscitar o conservadorismo mais arcaico, rançoso, rancoroso e retrógrado no cenário nacional.
Teremos muito trabalho para resgatar sobreviventes nestes destroços, mas não vamos desistir do Brasil, nem de uma sociedade mais justa, solidária, sustentável, igualitária e fraterna. A política é muito maior que o PT, graças a Deus! Vamos seguir em frente, botando ordem na casa, para votar melhor em 2018.
Mauricio Huertas, jornalista, é secretário de Comunicação do PPS-SP, diretor-executivo da Fundação Astrojildo Pereira e apresentador do #ProgramaDiferente
Desigualdade social faz Brasil perder um quarto do IDH em novo índice do Pnud
O Relatório de Desenvolvimento Humano do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) divulgado nesta segunda-feira (14) mostra o Brasil na 75º colocação no ranking do IDH, entre 188 países, com índice de 0,755, acima da média da América Latina (0,748) e considerado alto. É o 13º melhor índice entre os latino-americanos.
Mas, se a desigualdade social for levada em conta, o país perde cerca de um quarto do seu IDH e acaba tendo desempenho pior que seus vizinhos na América Latina.
Isso porque, segundo o Pnud, o IDH é apenas uma média e não ilustra claramente a desigualdade na distribuição do desenvolvimento humano. O fato motivou a elaboração de outro índice, o IDH-D (IDH Ajustado à Desigualdade). Ele leva em conta a desigualdade humana em três dimensões (renda, educação e expectativa de vida).
No IDH-D, o Brasil fica com 0,557, perdendo 26,3% de seu IDH, com um coeficiente de desigualdade humana de 25,6%. O país se posiciona abaixo da média da América Latina nestes quesitos -- a região tem média de 0,570 no IDH-D, coeficiente de desigualdade de 23,2% e 23,7% de perda total do IDH.
Peru (84º no ranking mundial do IDH), Equador (88º) e Jamaica (99º), por exemplo, aparecem abaixo do Brasil na lista base, mas sofrem perdas menores e superariam o país no IDH-D com índices de 0,563%, 0,570% e 0,593%, respectivamente. Não existe um ranking mundial levando em conta o IDH-D porque, de acordo com o Pnud, parte dos países não têm dados suficientes para elaborar esse índice.
Entre os países considerados com alto nível de IDH (grupo no qual está o Brasil), a média do IDH-D fica em 0,600, relativamente acima do índice brasileiro, com perda média de 19,4%.
A Noruega, líder do ranking do IDH com índice de 0,944, também possui o melhor IDH-D do mundo (0,893), perdendo apenas 5,4% de seu índice original.
Renda desigual derruba IDH-D do Brasil
Nos três quesitos levados em conta no IDH-D, a renda desigual entre a população, com 38% de perda, é o item que mais derruba o índice brasileiro - a desigualdade na educação e expectativa de vida têm perdas de 23,2% e 14,5%, respectivamente.
Os 10 melhores IDHs do mundo
1. Noruega (0,944)
2. Austrália (0,935)
3. Suíça (0,930)
4. Dinamarca (0,923)
5. Holanda (0,922)
6. Alemanha (0,916)
7. Irlanda (0,916)
8. EUA (0,915)
9. Canadá (0,913)
10. Nova Zelândia (0,913)
Os 15 melhores IDHs da América Latina
1. Argentina (40º no ranking mundial, 0,836)
2. Chile (42º, 0,832)
3. Uruguai (52º, 0,793)
4. Bahamas (55º, 0,790)
5. Barbados (57º, 0,785)
6. Antígua e Barbuda (58º, 783)
7. Panamá (60º, 0,780)
8. Trinidad e Tobago (64º, 0,772)
9. Cuba (67º, 0,769)
10. Costa Rica (69º, 0,766)
11. Venezuela (71º, 0,762)
12. México (74º, 0,756)
13. Brasil (75º, 0,755)
14. Peru (84º, 0,734)
15. Equador (88º, 0,732)
Ranking superior em relação ao ano passado não significa melhora
No relatório divulgado em 2014, o Brasil apareceu em 79º no ranking do IDH. As quatro posições a mais em 2015, no entanto, não significam que o país ultrapassou países na lista de um ano para outro. A mudança ocorreu porque o Pnud realizou revisões de dados e metodologia.
No ranking "corrigido" do ano passado, o Brasil fica em 74º, com IDH de 0,752. Em relação ao último relatório, o país caiu uma posição porque perdeu o empate técnico com Sri Lanka, que chegou ao 73º lugar e deixou para trás também o México. Tendo como base os dados revisados, o Brasil evoluiu de 0,752 para 0,755 em um ano, uma oscilação considerada insignificante pelo Pnud.
Desigualdade de gênero no Brasil
Outro índice elaborado pelo Pnud que deixa o Brasil em desvantagem na comparação com outros países da América Latina é o de desigualdade de gênero - o brasileiro é 0,457, contra 0,415 das nações da região e 0,310 entre os países de IDH alto. O melhor índice é o da Eslovênia, com 0,016.
Esse índice, ao contrário do IDH-D, possui um ranking próprio, onde o Brasil fica apenas na 97ª posição entre os 155 listados. Peru (índice de 0,406), Equador (0,407), Belize (0,426), El Salvador (0,427), Colômbia (0,429), Jamaica (0,430), Bolívia (0,444) e Nicarágua (0,449) são países que aparecem atrás do Brasil no ranking mundial do IDH e possuem menor desigualdade de gênero, por exemplo.
O principal problema do Brasil nesse quesito é o baixo número de assentos ocupados por mulheres no Congresso Nacional - 9,6%, levando em conta os dados de 2014, sendo que a América Latina possui, em média, 27,0%.
Nos outros itens avaliados (índice de mortalidade materna, taxa de fecundidade entre as adolescentes, população com ao menos um ano de ensino secundário e taxa de participação da força de trabalho), o país tem desempenho equivalente ou até melhor em relação aos outros países da América Latina.
Fonte: UOL