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Davi Zaia: É hora de pensar o futuro

O Dia do Trabalhador, comemorado no dia 1º de maio, suscita uma série de reflexões. Contudo, na maioria das vezes, a ideia central se restringe às frases feitas acerca da defesa do trabalhador e de seus direitos.

Mas na minha concepção, precisamos refletir e projetar o futuro de uma forma mais aprofundada.

O mundo vem passando por inúmeras transformações e já não podemos desconsiderar que, com elas, mudaram também os paradigmas do mercado de trabalho. Deste modo, é fundamental prepararmos a nossa sociedade para essa nova realidade.

Ao falarmos de Brasil, além dos vários elementos responsáveis por essas mudanças, temos que considerar ainda os recentes acontecimentos que abalaram sua economia e o setor político.

Deste modo, é imprescindível que foquemos na retomada do crescimento econômico e da credibilidade política do país. Isso porque somente com estabilidade poderemos pensar em ações de responsabilidade fiscal e na reconstrução de um Estado com capacidade de investimento e de estimular o setor privado a também investir. A partir daí, teremos uma nação forte e, então, capaz de gerar emprego e renda.

E para alcançar tal objetivo, temos que falar das próximas eleições, pois é crucial que elejamos um gestor com responsabilidade e experiência para colocar o país novamente nos trilhos. Na atual conjuntura não cabem mais discursos rasos e aventureiros que sugerem a defesa dos direitos do trabalhador sem que haja o aprimoramento da legislação vigente.

A ausência de propostas que acompanhem a nossa realidade no campo do trabalho refletirá, em um futuro próximo, na perda de direitos.

Não podemos ignorar o fato de que hoje, no Brasil, a maior parte da nossa força econômica não tem Carteira de Trabalho assinada. Enquanto temos cerca de 100 milhões de pessoas em idade economicamente ativa, apenas 32,9 milhões possuem registro em carteira, segundo dados recentes divulgados pelo IBGE. Ou seja, precisamos de leis que contemplem também esses trabalhadores.

Outros pontos merecem atenção. A relação dos avanços tecnológicos com o desemprego é um deles. A perspectiva mundial é de que os computadores ocupem espaços de seres humanos. Com isso, há de se pensar em uma nova sociedade, na qual as pessoas tenham meios para gerarem suas rendas, seja por meio do empreendedorismo ou das relações de trabalho não contínuas, de acordo com a demanda.

Diante das inúmeras opiniões apresentadas em virtude do Dia do Trabalhador, não vislumbro outro caminho que não seja o de acompanhar o movimento de transformações pelo qual passa a nossa sociedade e apontar soluções por meio de planejamento e adequações capazes de atualizar nossos mecanismos às atuais necessidades. Esse é um trabalho de todos nós. E a labuta não é fácil, mas necessária.
* Davi Zaia é deputado estadual pelo PPS-SP e secretário-geral nacional do partido


Davi Zaia: O Brasil precisa contar com todos nós

Vimos recentemente grande movimentação no cenário político por causa da possível candidatura de Luciano Huck à presidência da república nas próximas eleições. Toda essa especulação sobre o comunicador se findou no dia 27, quando ele se manifestou, por meio de um artigo, que não seria candidato.

Embora a discussão sobre sua candidatura tenha se acabado, a situação toda suscita uma reflexão sobre o papel de cada cidadão.

Em seu artigo sobre a “desistência” de se tornar candidato, Luciano afirma que o Brasil pode contar com ele, mas não como presidente. Aí está a chave de tudo.

Diante de um cenário de desânimo popular, sabemos que é difícil acreditar em avanços. Mas devemos acreditar em nós mesmos como agentes de transformação. Se queremos mudança, devemos fazê-las. Como?

Exercendo nossa cidadania. Sendo participativos.

Seja na política partidária ou em movimentos organizados, o que importa é promover atitudes que, como o próprio Huck mencionou, se revertam em transformações capazes de tornar o Brasil “de um país à deriva em uma nação de verdade, que possa de uma vez por todas refletir a qualidade indiscutível do seu povo”.

Ao contrário do que prega o senso comum, a omissão só nos leva ao retrocesso. É hora de contarmos com pessoas que, independentemente de status ou posição, se coloquem à disposição do futuro do Brasil.

Neste sentido, o voto é o começo do exercício da cidadania. Porém, além de escolher os governantes e demais representantes, precisamos nos organizar, diagnosticar nossos problemas, elencar prioridades, apontar soluções cabíveis e construir juntos o Brasil que queremos. É ingênuo achar que haverá um “salvador da Pátria” se não somarmos esforços. Portanto, passemos juntos pela “Odisseia” em favor de nosso país.

* Davi Zaia é deputado estadual pelo PPS-SP e vice-presidente nacional do partido