congresso em foco

Marcus Pestana: Assim caminha a humanidade ou para onde vamos

Vivemos a era das incertezas plenas. Se alguém souber algo sobre para onde vamos, escreva um livro rápido, será Best seller global. As coisas andam um tanto embaralhadas. No Século XX tínhamos a Guerra Fria e sua bipolaridade clara. Esta referência naufragou, embora alguns insistam em enfrentar falsos moinhos de vento ideológicos. A globalização enfraqueceu a autonomia dos Estados Nacionais. A Internet e as redes sociais radicalizaram a integração global. As criptomoedas e a mobilidade do capital financeiro desafiam a capacidade dos Bancos Centrais. A democracia, ideia supostamente consolidada e vitoriosa, sofre ameaças em vários cantos. O desemprego estrutural e a migração dos que fogem da miséria provocam temores e instabilidade. Será que apenas mercadorias e capitais podem ter ampla circulação? As pessoas não? Que liberalismo é esse? O nacionalismo autoritário ressurge das cinzas entre vácuos e interrogações do mundo contemporâneo. O que nos reservará o futuro?

Quem diria que na terra de George Washington, Thomas Jefferson, Abraham Lincoln, Franklin Roosevelt, Eisenhower, Kennedy, Clinton e Obama, iria surgir um líder disruptivo como Trump? Ele é seu desprezo pela democracia e pelas instituições. Ele é sua desestabilizadora guerra comercial. Ele é seus preconceitos, idiossincrasias e agressividade. E os democratas com dificuldades de erguer um projeto alternativo de poder. Como será o mundo se tivermos mais quatro anos de Trump à frente da nação líder do mundo ocidental?

E o reinado de vinte anos de Vladmir Putin na Rússia? Seus métodos heterodoxos asseguraram a estabilidade política e o progresso econômico e uma relação contraditória com os EUA de cooperação e conflito. Democracia, pra que? Pode se esperar daí alguma resposta?

De outro lado, o “capitalismo de Estado”, “socialismo de mercado”, ou seja lá o que for da China e seu exuberante crescimento econômico que prenuncia uma nova hegemonia, à custa do sacrifício da democracia e de um pragmatismo que incomoda meio mundo.

A Europa, berço da democracia, enfrenta seus dilemas e desafios patinando numa crise crônica sem oferecer horizonte seguro. Sinais contraditórios são emitidos pelo “Velho Mundo”. O Brexit e seus impasses. A Itália dando um chega prá lá no líder ultra-direitista, Matteo Savini. Macron, o reformista francês, enfrentando súbita queda de popularidade. A “Geringonça” portuguesa apresentando resultados inesperados. O PSOE de Pedro Sánchez tentando assegurar governabilidade na Espanha. A maior estadista europeia, Angela Merkel, preparando sua retirada de cena com perspectivas sombrias para a próxima eleição nacional. Da Europa também não recebemos respostas animadoras para as angústias do Século XXI.

Sem falar nos mistérios do mundo árabe, na miséria desafiadora da África e do ocaso do bolivarianismo na América Latina.

Muitas perguntas, poucas respostas animadoras. E o Brasil? Ficará deitado em berço esplêndido assistindo aos conflitos e tensões do mundo globalizado. Há muito estamos perdendo oportunidades. Perdemos a rota do desenvolvimento, possuímos desigualdades sociais absurdas, erguemos uma economia diversificada, mas com um grau de fechamento dos maiores e com reformas macroeconômicas necessárias e inconclusas.

Se alguém tiver respostas sólidas, escreva rápido, aguardamos ansiosos. E La nave va!


Congresso em foco: Relator da Previdência deve propor pedágio de 100% para servidor e nova idade mínima para professor

Muita água ainda vai rolar embaixo da ponte que levará ao formato final da reforma da Previdência, mas começam a ficar mais claros – e o Congresso em Foco revela aqui, com exclusividade – alguns pontos-chave do texto substitutivo que o relator na comissão especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), deve apresentar no início da semana que vem.

Por Sylvio Costa, do Congresso em Foco

Samuel confidenciou a parlamentares que pretende instituir um pedágio de 100% como norma de transição para os atuais servidores públicos. Um exemplo permite entender melhor como a coisa funcionaria. De acordo com a proposta de emenda à Constituição (PEC) que saiu do Ministério da Economia, se o servidor tem 58 anos e faltam seis meses para conquistar o direito à aposentadoria, ele trabalharia sete anos a mais, até completar 65.

Com o pedágio de 100%, dobra o tempo restante para início da aposentadoria, que passaria nesse caso de seis meses a um ano. Ou seja, o funcionário público se aposentaria com 59 anos. A ideia é adotar a regra para todos os servidores civis atualmente no exercício de carreiras em âmbito federal, estadual e municipal.

O relator também vai alterar os critérios propostos para os professores. A PEC do governo obriga homens e mulheres a se aposentarem com a mesma idade mínima, 60 anos. Hoje, eles se aposentam com o mínimo de 55 (homens) e 50 (mulheres). Samuel, atendendo a apelos de diversas bancadas partidárias, aceitou reduzir a idade mínima. Ainda há dúvidas, porém, quanto à fórmula a seguir. Uma alternativa é o redutor de cinco anos.

Governadores
Governadores divulgaram carta apelando ao Congresso para que mantenham os servidores estaduais e municipais na reforma da PrevidênciaPaulo H. Carvalho/Agência BrasíliaIsto é, as mulheres se aposentariam com 57 e os homens com 60 anos – cinco a menos do que o proposto pelo governo para os demais trabalhadores (62 e 65, respectivamente). Outra possibilidade é fixar a idade em 55 para mulher e 60 para homem, estendendo dessa forma em cinco anos a idade exigida pela legislação em vigor. Discute-se a possibilidade de mudar o tratamento dos policiais, para os quais o governo quer adotar a idade mínima de 55.
Quanto à questão mais polêmica da reforma neste momento, o relator está determinado a enfrentar a resistência contra a inclusão no texto dos servidores estaduais e municipais. Numa articulação que teve à frente o paulista João Doria, tucano como Samuel Moreira, 25 governadores divulgaram carta em defesa da tese (as exceções vieram da Bahia e do Maranhão, estados governados por PT e PCdoB).

Para tornar a aprovação factível, Samuel deverá propor uma espécie de “purgatório”, como diz um influente integrante da comissão especial. A reforma só valerá para os estados que a incorporarem à legislação estadual no prazo máximo de seis meses, aprovando-a em suas casas legislativas. Cogitou-se da possibilidade de se fazer isso por decreto, ato da prerrogativa dos governadores, mas esse instrumento jurídico é considerado inadequado e inconstitucional para tratar de tema tão amplo e tão nitidamente próprio das atribuições do Legislativo.

Lippi
PSDB deve fechar questão pela inclusão de servidores estaduais e municipais na reforma, diz o deputado Vitor LippiPablo Valadares/CâmaraDe acordo com o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), os tucanos devem fechar questão pela manutenção do funcionalismo estadual e municipal na “Nova Previdência”. O Novo, também. No PSL e em vários partidos supostamente da base governista, há muitos opositores à proposta.
Estados que não entrarem na reforma, porém, ficariam excluídos do acesso a certos mecanismos facilitados de crédito e a avais da União Federal.

“Não existe nenhuma possibilidade de os deputados aceitarem incluir estados e municípios”, afirma o experiente deputado Hildo Rocha (MDB-MA). “Temos de respeitar esse princípio federativo da independência entre os diversos poderes e permitir que os estados caminhem com suas próprias pernas definindo os seus planos próprios de previdência”. Veja a entrevista com Hildo Rocha

Também deverão ser substancialmente modificadas as disposições relativas à aposentadoria rural, às pensões e aos benefícios de prestação continuada (BPC), pagos a deficientes físicos e pessoas em situação de miséria. “Para obter os 308 votos no plenário [mínimo de três quintos dos 513 deputados], tem que melhorar muito a proposta. Acredito que mais de 20 mudanças deverão ser feitas. Sem isso, não passa”, prevê o líder do Cidadania (ex-PPS) na Câmara, Daniel Coelho (PE), outro ferrenho defensor da exclusão de estados e municípios da reforma.

Vencida a batalha na comissão especial da Câmara, o texto deve ter os votos de três quintos dos deputados e dos senadores (pelo menos 49), em dois turnos de votação. Até aqui, a reforma passou apenas por um teste de fogo. Passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mais de dois meses após a proposta chegar ao Congresso. A proposta foi entregue no Congresso em 20 de fevereiro.

As alterações contemplam, sobretudo, categorias ou segmentos sociais numerosos, como professores, beneficiários do BPC, trabalhadores rurais e pensionistas. Tudo indica que os servidores serão a parte mais afetada pela reforma. Mesmo aí, ainda pode prevalecer a lógica de tirar muito de poucos e pouco de muitos. Explica-se. Se o funcionalismo estadual e municipal sair da reforma, ficarão no sacrifício somente os servidores federais. Os números de cada parcela do funcionalismo tornam esse rumo menos desgastante para os parlamentares. Enquanto há no Brasil cerca de 1,2 milhão de federais na ativa, os funcionários estaduais somam cerca de 3,7 milhões e os municipais, 6,5 milhões.

Um tema que deve ganhar evidência no debate é o da capitalização. Um dos congressistas mais identificados com a defesa dos aposentados, o senador Paulo Paim (PT-RS), assim resume a situação: “Eles vão fazer de tudo para tirar da Constituição o sistema de repartição, em que os trabalhadores da ativa contribuem solidariamente para a Previdência Social, para adotar a capitalização. Aí cada um faz poupança para si mesmo, o empregador para de contribuir, como o ministro Paulo Guedes tem dito, e o governo fica sem orçamento para pagar aposentadoria. Se isso acontecer, vai ser um desastre. O trabalhador fica sem aposentadoria e a conta não vai fechar porque o governo não terá arrecadação”.

Hildo Rocha discorda: “Eu acredito que a capitalização mista, não no modelo apresentado pelo Paulo Guedes, mas num modelo mais avançado, eu acredito que passe. Até porque a capitalização é algo bom, não é ruim”. Na tal capitalização mista, conviveriam algumas regras gerais de previdência, ainda pelo sistema de repartição, com a capitalização. Paim cita dados da Organização Internacional do Trabalho para argumentar que mesmo esse caminho é pouco promissor. “Tanto que dos cerca de 30 países que adotaram a capitalização, mais de 20 voltaram atrás”, disse.

 


Congresso em Foco: Metade do ministério de Bolsonaro vem de família de políticos ou militares

Por Edson Sardinha, do Congresso em Foco

Muitos dos nomes são novos na política. Mas os sobrenomes nem tanto. O presidente Jair Bolsonaro pode ter inovado ao não pedir aos partidos a indicação de ministros, mas em ao menos um ponto o seu ministério repete os anteriores: o peso da tradição familiar fala alto.

Levantamento feito por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), publicado com exclusividade pelo Congresso em Foco, mostra que pelo menos metade dos 22 novos auxiliares diretos do presidente procedem de famílias de políticos ou militares.

São filhos, netos e sobrinhos de oficiais, parlamentares, ex-governadores, entre outras autoridades. Há, ainda, representantes de famílias com forte presença no Judiciário, na diplomacia e na elite empresarial (veja mais abaixo a “árvore genealógica” dos ministros).

“O antigo e o arcaico prosseguem no Brasil quando se deveria aparentemente renovar. É a continuidade do antigo regime. São famílias que já estavam no poder há 50 ou mais de 100 anos, tanto no meio empresarial, no agroindustrial, na burocracia, na elite política, militar ou da magistratura”, observa o cientista político e social Ricardo Costa Oliveira, professor da UFPR responsável pela pesquisa e principal referência no estudo sobre a genealogia do poder no país. “A política é um negócio de família no Brasil”, resume.

Entre os seis ministros de origem militar, quatro descendem de oficiais da polícia ou das Forças Armadas, assim como o vice-presidente, o general Hamilton Mourão. Os cinco parlamentares que se afastaram do Congresso para ser empossados vêm de famílias com tradição política.

“A maioria do ministério tem fortes vínculos familiares de grande importância social e política. Poucos são novos emergentes. De origem popular mesmo, só a pastora Damares Alves [ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos]. Há uma reprodução do poder tradicional muito intensa no Brasil”, explica Ricardo Oliveira. “Há uma mentalidade política, uma tradição militar que são herdadas da família, dos pais, dos valores, das visões de mundo deles”, considera.

 

Clã Bolsonaro

O modelo continua se reproduzindo. Filho de uma dona de casa e de um dentista prático, o novo presidente inaugurou o seu próprio clã político, com os filhos Carlos, vereador no Rio, Flávio, deputado estadual e senador eleito, e Eduardo, reeleito deputado federal com a maior votação da história da Câmara.

Aos 20 anos, o quarto filho, Renan, também tem demonstrado gosto pela política. “Tá no sangue dele”, disse à Folha de S.Paulo Ana Cristina Valle, mãe do estudante de Direito e segunda esposa de Bolsonaro. Primeira esposa do presidente e mãe de Flávio, Carlos e Eduardo, Rogéria Nantes foi vereadora no Rio. Mesmo separada há anos de Bolsonaro, Ana Cristina usou o sobrenome do ex-marido na eleição para deputada federal em 2018. Não se elegeu.

Sangue verde oliva

Pelas veias do general Mourão corre sangue verde oliva. Ele é filho do também general de divisão Antonio Hamilton Mourão, que foi adido militar do Brasil nos Estados Unidos. Por causa dos deslocamentos do pai amazonense, o vice-presidente nasceu em Porto Alegre, onde viveu parte da juventude. Também chamado Antonio Hamilton Mourão, o avô dele presidiu o Tribunal de Justiça do Amazonas. A família – ressalte-se – não tem parentesco com outro famoso general, Olimpio Mourão Filho, um dos articuladores do golpe militar de 1964.

O peso da tradição familiar está longe de ser exclusividade do governo Bolsonaro. Repete-se em todo o país e chega com força a Brasília. Na primeira equipe de Michel Temer, 17 ministros eram de família de políticos. Entre os 26 prefeitos de capital, 16 têm parentesco com outros políticos, conforme pesquisa da UFPR. Levantamento exclusivo do Congresso em Foco, publicado no final de 2017, revelou que que quase 70% dos parlamentares têm parentes na política – o dobro da média da Índia, o país conhecido pelas velhas castas.

Veja a genealogia dos ministros de Bolsonaro, segundo pesquisa do Núcleo de Estudos Paranaenses, da UFPR.

Os militares

 

Augusto Heleno

 

Augusto Heleno
Um dos principais conselheiros de Bolsonaro, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) é filho de Ary de Oliveira Pereira, promovido de tenente-coronel para o coronel do Exército pelo então presidente Emílio Garrastazu Médici em 1972. Ary também era professor do Exército e morreu ainda na década de 70.

Bento Costa Lima
Ministro de Minas e Energia, o almirante da Marinha é filho do ex-tenente do Exército e ex-promotor militar Bento Costa Lima Leite de Albuquerque. O pai do ministro entrou para o Ministério Público Militar depois de retornar da Itália, onde combateu na Segunda Guerra Mundial. Foi procurador-geral da Justiça Militar em 1955 e faleceu em 1960, quando o almirante ainda era criança. O ministro é neto do desembargador Francisco Leite de Albuquerque, que presidiu o Tribunal de Justiça do Ceará.

Carlos Alberto dos Santos Cruz
O ministro da Secretaria de Governo é filho de Júlio Alcino dos Santos Cruz, oficial da Brigada Militar (o equivalente à Polícia Militar) do Rio Grande do Sul. Outros integrantes da família também ocuparam cargos militares na fronteira do Rio Grande do Sul com países vizinhos.

Fernando Azevedo e Silva

Fernando Azevedo Silva
General do Exército, o ministro da Defesa é filho do coronel Gilberto Antonio Azevedo Silva, também do Exército. O pai dele organizou o primeiro curso de forças especiais no Brasil após fazer um estágio nos Estados Unidos em 1957.

Os parlamentares

Onyx Lorenzoni
Um dos nomes mais fortes do atual governo, o ministro da Casa Civil tem a mesma profissão do pai e do filho, médico veterinário. A família possui um dos principais hospitais veterinários de Porto Alegre. O avô materno, Major Sátiro Dornelles de Oliveira Filho, foi prefeito de Vacaria, entre 1938 e 1945. Proprietário rural, foi dono do 6º Tabelionato de Notas de Porto Alegre e era casado com Gabriela Duarte, outra família fincada na política de Vacaria. Genealogistas gaúchos apontam parentesco distante entre Onyx e o ex-presidente Getúlio Vargas. Ambos têm Dornelles como sobrenome do meio. O ministro prepara um herdeiro para a política: seu filho Rodrigo Lorenzoni foi candidato a deputado estadual em 2018, mas não se elegeu. Rodrigo presidiu o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul, posto já ocupado pelo pai.

tereza cristina marcelo camargo abr

Tereza Cristina
Como deputada, a atual ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento presidiu em 2018 a Frente Parlamentar do Agronegócio, a chamada bancada ruralista. A família da engenheira agrônoma tem forte tradição no agronegócio e na política. É neta e bisneta de dois ex-governadores de Mato Grosso, antes do desmembramento de Mato Grosso do Sul: Fernando Corrêa da Costa e Pedro Celestino. Militar, Celestino foi presidente do estado por dois mandatos: de 1908 a 1911 e de 1922 a 1924. Fernando Corrêa governou entre 1947 e 1951. Também foi prefeito de Campo Grande e senador.

Mandetta
Luiz Henrique Mandetta
Deputado licenciado, o ministro da Saúde tem ramificações com a principal família política de Mato Grosso do Sul. É sobrinho de Terezinha Mandetta, que foi casada com o ex-deputado Nelson Trad, já falecido. É primo do senador eleito Nelsinho Trad, do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, do deputado reeleito Fábio Trad e do vereador da capital sul-mato-grossense Otávio Trad.

Osmar Terra
O ministro da Cidadania é deputado licenciado pelo MDB do Rio Grande do Sul e médico. Descende de duas famílias gaúchas tradicionais: Terra e Paim. É bisneto do coronel da Guarda Nacional Avelino Paim de Souza e sobrinho-neto do ex-senador Paim Filho.

Marcelo. Com 44 anos de idade, Marcelo Álvaro Antônio reelegeu-se para a Câmara em outubro com a maior votação obtida em Minas Gerais

Marcelo Álvaro Antônio
Deputado mais votado por Minas Gerais em 2018, o ministro do Turismo é batizado, na verdade, como Marcelo Henrique Teixeira Dias. Mas, ao ingressar na política, aproveitou-se da popularidade do pai – o ex-deputado da Arena e do MDB Álvaro Antônio Teixeira Dias – e misturou os dois nomes. A família tem como principal reduto eleitoral a região do Barreiro, em Belo Horizonte. O ministro é da igreja evangélica Maranata.

Justiça, indústria, política e diplomacia

 

Sérgio Moro é o juiz responsável por julgar os casos da Operação Lava Jato na primeira instância

Sergio Moro
O ministro da Justiça e Segurança Pública, que se tornou conhecido nacionalmente ao conduzir os processos da Operação Lava Jato em Curitiba, é filho de um casal de professores do interior do Paraná. Com outros parentes no Judiciário, o ministro é primo do desembargador Hildebrando Moro. Os lanços familiares com a política, porém, vêm de sua esposa, a advogada Rosângela Wolff, descendente de duas tradicionais famílias paranaenses (Wolff e Macedo). Com vários parentes no Judiciário, Rosângela é prima distante do prefeito de Curitiba, Rafael Grecca, e do ex-governador Beto Richa.

Gustavo Bebianno
Ministro da Secretaria Geral da Presidência, advogado, ex-presidente do PSL e amigo de Bolsonaro, Bebianno vem de uma família com forte presença no meio empresarial do Rio de Janeiro. É neto de Ademar Alves Bebianno, que dá nome à estrada velha da Pavuna e que controlava o grupo América Fabril, considerada uma das maiores indústrias do Rio no século passado. Seu bisavô era parente próximo do 1º Visconde de Castanheira de Pera Antonio Alves Bebianno, considerado um dos homens mais ricos de Portugal no século 19.

Futuro

Ernesto Araújo
O ministro das Relações Exteriores é filho do ex-procurador-geral da República Henrique Fonseca de Araújo, que ocupou o cargo no final dos anos 70. Henrique também foi deputado estadual no Rio Grande do Sul. O ministro tem o mesmo nome de um tio que foi almirante da Marinha e diretor da Escola Superior de Guerra. Os laços familiares de Ernesto também se estendem pelo Itamaraty: é casado com a também diplomata Maria Eduardo de Seixas Corrêa e genro do embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa, ex-secretário-geral do Ministério das Relações Exterior.

Roberto Campos Neto
Indicado para presidir o Banco Central pelo presidente Jair Bolsonaro, o economista aguarda a aprovação de seu nome pelo Senado, o que deve ocorrer em fevereiro, para assumir o cargo. O avô, Roberto Campos, é considerado um dos maiores pensadores da direita brasileira. O currículo de Roberto Campos é extenso: diplomata, foi assessor econômico de Getúlio Vargas, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do governo Juscelino Kubitschek e ministro do Planejamento no governo militar de Castelo Branco. Depois de deixar o Executivo, Roberto Campos foi deputado federal e senador. Imortal da Academia Brasileira de Letras, morreu em 2001.

Os não herdeiros

 

Paulo Guedes

Paulo Guedes
A mãe do superministro da Economia trabalhava no instituto de resseguros e o pai era vendedor de livros. Sua irmã, Elizabeth Guedes, é ligada à educação privada. Não foram encontradas mais informações sobre sua família.

Marcos Pontes

Marcos Pontes
O ministro da Ciência e Tecnologia é tenente-coronel da Aeronáutica. Foi primeiro brasileiro a ir para o espaço. Não foram identificados vínculos familiares com outros militares.

Damares Alves
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos nasceu no Paraná, mas cresceu em Sergipe e viveu em outros estados do Nordeste. De origem humilde, é filha de um pastor e uma dona de casa. Também é pastora da Igreja do Evangelho Quadrangular.

Bolsonaro. Escolhido por Bolsonaro tem vasta experiência acadêmica no Brasil e no exterior

Ricardo Vélez Rodríguez
Colombiano naturalizado brasileiro, o ministro da Educação é teólogo, filósofo, ensaísta e professor da Escola do Exército. Não foram encontradas outras informações sobre sua família.

Ricardo. Ex-secretário do Meio Ambiente do estado de São Paulo assumirá ministério; uma de suas pautas é o combate ao MST

Ricardo de Aquino Salles
O ministro do Meio Ambiente é filho de um casal de advogados formados na Universidade de São Paulo (USP). É sócio da mãe em um escritório e neto de um engenheiro urbanista. Não foram encontradas outras informações sobre sua família.

Gustavo Canuto
Ministro do Desenvolvimento Regional, também fez carreira na burocracia em Brasília. Filho de médicos, é servidor efetivo do Ministério do Planejamento, agora incorporado ao Ministério da Economia. Não foram encontradas outras informações sobre sua família.

Tarcísio Gomes de Freitas
Engenheiro militar e capitão da reserva, o ministro da Infraestrutura é consultor legislativo da Câmara. Não foram encontradas outras informações sobre sua família.

André Luiz de Almeida Mendonça
O ministro da Advocacia Geral da União é pastor, mas fez sua carreira como servidor público. Não foram encontradas outras informações sobre sua família.

Wagner R|osário

Wagner Rosário
Único ministro remanescente do governo Michel Temer, o chefe da Controladoria Geral da União foi capitão do Exército e é funcionário de carreira da CGU. Não foram encontradas outras informações sobre sua família.


Paulo José Cunha: A direita não é mais aquela!

Comeram a inteligência dela! Larárárá…

A ditadura militar teve um guru. Chamava-se Golbery do Couto e Silva. General e estudioso de geopolítica (tem um livro excelente, embora chatíssimo, sobre o tema), foi um dos principais teóricos da doutrina de segurança nacional, idealizada nos anos 50 na Escola Superior de Guerra e depois exportada para várias ditaduras latino-americanas da época.

Tinha como eixo o apoio ao capitalismo clássico e o combate a qualquer “ideologia exótica”. Por inspiração de Golbery, o primeiro ditador, General Castelo Branco, criou o temido Serviço Nacional de Informações, o SNI, o “Ministério do Silêncio”, a partir de cujas indicações eram cassados mandatos e suprimidos direitos. Mas seus agentes praticaram tantos crimes e arbitrariedades que o próprio Golbery reconheceria, anos depois: “Eu criei um monstro”. Apesar disso, era reconhecido pela sua inteligência e sagacidade. O cineasta Glauber Rocha causou furor ao declarar que Golbery era “o gênio da raça”.

Daquele tempo pra cá a direita brasileira emburreceu muito. Na ampla maioria de seus quadros impera ruidosa imbecilidade e truculência. Ganha uma mariola e um cigarro Yolanda quem se lembrar de um expoente da direta brasileira neste momento a quem se possa atribuir o título de pessoa minimamente inteligente.

O governo de Jair Bolsonaro, que está pra começar, também já elegeu seu guru. É o astrólogo e “filósofo” de botequim (com todo o respeito aos botequins) Olavo de Carvalho. Já indicou alguns ministros do futuro governo e deve ser o oráculo a quem Bolsonaro e sua trupe recorrerão em busca de conselhos nos momentos críticos (e bota crítico nisso) que o futuro governo enfrentará.

Os Estados Unidos apoiam o Estado Islâmico!

Difícil prever o tamanho do desastre que poderá advir se o futuro governo aceitar as indicações de Olavo de Carvalho. Compilando uma coleção das imbecilidades que já proferiu, vale destacar algumas para alegrar o leitor.

Continue a leitura mas por favor não ria muito alto. Pois esse farsante que se diz filósofo foi capaz de afirmar, sem prova alguma, como de resto tem feito em todas as suas declarações, que os Estados Unidos estão trabalhando juntamente com o Reino Unido pela ascensão islâmica mundial! “Eu digo para vocês: o Príncipe Charles é membro de uma tarica. Ele protege um sheik islâmico”. Eu avisei pra não rir. Não me desobedeça!

De outra feita, Olavo de Carvalho disse que existem sinais claros (não disse nem vai dizer quais) de que há um movimento mundial de extinção das religiões, principalmente a católica. Aqui no Brasil, segundo ele, Dilma Roussef e Gilberto Carvalho estão por trás desse trabalho.

Só pra constar, eu, PJC, o locutor que vos fala, não vou com a cara de nenhum dos dois. Mas daí a achar que estão trabalhando pelo fim das religiões no mundo vai uma distância maior do que a burrice posuda de Olavo de Carvalho.

Combustíveis fósseis não existem!

Da coleção de idiotices do sujeito, há uma que chega abaixo do nível do pré-sal. Pois o cabra teve o desplante de dizer, sem se ruborizar nem deixar cair o cigarro, que os combustíveis fósseis... não existem! E com a cafajestice que lhe é peculiar, garantiu que já foram encontrados hidrocarbonetos numa galáxia que fica “na puta que o pariu, onde nunca teve dinossauro nem fóssil, porra”.

Portanto, “combustível fóssil é o cu da sua mãe!”. Eu já mandei você não rir, leitor. Estou começando a me zangar. E afaste as crianças, que aqui tem palavrão!

Uma das principais características de qualquer idiota é acreditar sem checar a fonte ou verificar as provas. Olavo de Carvalho afirma com absoluta convicção que a Pepsi-Cola “está usando células de fetos humanos. E essa denúncia foi para uma agência do governo, que não sei o nome, e ela disse que isso é um procedimento comercial normal! Portanto, ao beber Pepsi-Cola você é um abortista terceirizado”.

Olha, se você continuar a rir eu juro que paro esta coluna bem aqui!

Das pérolas olavianas, uma das mais criativas e basbaques é a afirmação dele de que não existe qualquer prova de que o sistema descoberto por Copérnico (sol ao redor do qual giram planetas, ao redor dos quais giram satélites) seja real. Mais adiante, na mesma entrevista, Olavo, o Gênio, afirma com todas as letras que Albert Einstein, diante da falta de provas para confirmar o sistema copernicano preferiu modificar a física inteira. E introduziu conceitos como a curvatura do espaço, que o gênio Olavo diz não ter entendido. Eu, o locutor que vos fala, também não entendo. Mas Einstein é Einstein. E eu sou apenas um pobre diabo, que Olavo, o Sábio, não admite ser.

Teria a consciência vindo do dedão do pé?

Ele afirmou também, com toda a convicção, que não há nenhuma prova de que a consciência seja causada pelo cérebro. Mas não disse de onde ela poderia vir. No caso dele, suspeito que a consciência tenha vindo, sei lá, do dedão do pé.

Esse lunático afirma sem perder a pose de sabichão, entre outras sandices, que “a história da origem das ciências é tudo empulhação, não foi nada disso que aconteceu”. Caramba, quando vai parar de rir, cacete!

Agora eu vou deixar você rir um pouquinho, porque essa é ótima: “A União Soviética foi quem armou a Alemanha nazista, em segredo. Não haveria nazismo nem Alemanha nazista se não fosse o plano de Stálin de usar a Alemanha nazista como ponta-de-lança da revolução. O Stálin planejou toda a Segunda Guerra usando os nazistas como instrumentos, isto está mais do que provado!”

Pronto, já riu o suficiente. Agora, é pra ficar sério, senão eu vou continuar a lhe fazer cócegas. A última dele foi dizer que “o fundador do Haiti dedicou o país a Exu, daí os terremotos que destruíram o país. Da mesma forma como Louisiana, devastada pelo furacão Katrina, é a central da macumba nos Estados Unidos”. E conclui dizendo que os negros americanos são os mais felizes do mundo porque, em sua maioria, são protestantes... Baianos, fujam já daí que a qualquer momento pode ocorrer um terremoto ou um furacão mais forte do que Ivete Sangalo que vão devastar a Bahia!


Congresso em Foco: Novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco é defensor da privatização da estatal

Roberto Castello Branco já ocupou cargos de direção no Banco Central e na mineradora Vale, fez parte do Conselho de Administração da Petrobras e desenvolveu projetos de pesquisa na área de petróleo e gás 

Por Edson Sardinha, do Congresso em Foco

A assessoria do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou nesta segunda-feira (19) que o economista Roberto Castello Branco será o novo presidente da Petrobras. De perfil liberal, a exemplo de Guedes, Castello Branco é defensor da privatização da empresa e de outras estatais.

Em artigo publicado na Folha de S.Paulo em 2 de junho, o economista defendeu a privatização da companhia ao criticar a intervenção do governo Michel Temer no preço do óleo diesel para acabar com a greve dos caminhoneiros, que prejudicou o abastecimento no país por dez dias em maio.

“Uma das lições que se tira desta crise é a urgente necessidade de privatizar não só a Petrobras, mas outras estatais”, escreveu. “É inaceitável manter centenas de bilhões de dólares alocados a empresas estatais em atividades que podem ser desempenhadas pela iniciativa privada, enquanto o Estado não tem dinheiro para cumprir obrigações básicas, como saúde, educação e segurança pública, que até mesmo tiveram recursos cortados para financiar o subsídio ao diesel”, ressaltou.

Ainda no artigo, Castello Branco disse que os políticos e parte da opinião pública elegeram a política de preços da Petrobras, cujo responsável era seu presidente, Pedro Parente, como “culpada” pela greve dos caminhoneiros.

Mercado de combustíveis

“Ninguém se deu ao trabalho de observar que o preço do óleo diesel no Brasil é inferior à média global, US$ 1,02 contra US$ 1,07 (dados de 28 de maio da Global Petrol Prices). No caso do diesel, embora seguindo o mercado global, é o comitê de uma única empresa, uma estatal dona de 99% do refino, quem anuncia os preços. Essa é mais uma razão para privatizar a Petrobras. Precisamos de várias empresas privadas competindo nos mercados de combustíveis.”

Bolsonaro divergiu de Paulo Guedes e se manifestou contra a privatização da Petrobras durante a campanha
Durante a campanha presidencial, Jair Bolsonaro disse ser contrário à privatização da Petrobras. Seu futuro ministro da Economia, porém, já defendeu a transferência integral do capital da companhia para a iniciativa privada.

Chicago

Assim como Paulo Guedes, Roberto Castello Branco fez pós-doutorado na Universidade de Chicago e tem grande experiência nos setores público e privado. Ele já ocupou cargos de direção no Banco Central e na mineradora Vale, fez parte do Conselho de Administração da Petrobras e desenvolveu projetos de pesquisa na área de petróleo e gás. Atualmente é diretor do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com Roberto Castello Branco começa a ganhar corpo a nova equipe econômica. Na semana passada, Paulo Guedes já havia anunciado as indicações de Joaquim Levy para o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Roberto Campos Neto para a presidência do Banco Central, além da permanência de Mansueto Almeida à frente da Secretaria do Tesouro Nacional.

Leia a íntegra da nota divulgada pela assessoria de Paulo Guedes:

"O futuro Ministro da Economia, Paulo Guedes, recomendou ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, a indicação para a presidência da Petrobrás de Roberto Castello Branco, que aceitou o convite. Economista, com pós-doutorado pela Universidade de Chicago e extensa experiência nos setores público e privado, Castello Branco já ocupou cargos de direção no Banco Central e na mineradora Vale, fez parte do Conselho de Administração da Petrobrás e desenvolveu projetos de pesquisa na área de petróleo e gás. Atualmente é diretor no Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da Fundação Getúlio Vargas. O atual presidente da Petrobrás, Ivan Monteiro, permanece no comando da estatal até a nomeação do novo presidente."

https://congressoemfoco.uol.com.br/economia/novo-presidente-da-petrobras-e-defensor-da-privatizacao-da-estatal/


Congresso em Foco: Exército faz pacto para garantir a ordem institucional

Há um pacto entre os integrantes do Alto Comando do Exército para garantir a ordem institucional, independente do resultado das eleições

Pedro Paulo Rezende, Especial para o Congresso em Foco

O Alto Comando do Exército vai garantir a ordem institucional e não permitirá qualquer aventura promovida por inconformismo ideológico de candidato, seja qual for o resultado das eleições. Segundo um oficial que integra o colegiado, há um compromisso moral dos integrantes do organismo com o comandante da força terrestre, o general de exército Eduardo Villas Bôas. É um pacto que está acima da preferência política individual dos oficiais superiores, forjado pelo respeito a alguém que colocou como missão final de vida assegurar a transição da Presidência da República a um eleito dentro da normalidade constitucional.

Villas Bôas sofre de uma doença degenerativa motora grave. Os sintomas assemelham-se aos da esclerose lateral amiotrófica (ELA), ou "doença de Lou Gehrig". A síndrome desencadeia um processo de paralisia progressiva, que repercute na respiração, na fala e na deglutição, mas mantêm inalteradas as condições mentais do paciente.
O Alto Comando do Exército concentra os 16 oficiais de posto mais alto na organização (incluindo o comandante), o de general de exército, mais popularmente conhecido como general de quatro estrelas. Cabe a eles assessorar o comandante, estabelecer as políticas e resolver os temas comuns da força terrestre.

No último mês, todos os candidatos a presidente foram convidados a visitar os comandos militares. A rotina dos encontros abrangia uma exposição dos programas de cada força (incluindo também a Marinha e a Aeronáutica). No caso específico do Exército, era sempre reiterada a garantia de que o resultado das urnas será respeitado. Para o general Villas Bôas, a doença exigia um esforço extra para participar dessas reuniões.

General Villas Bôas
Hoje, as condições de saúde do comandante do Exército são tão graves que começaram a afetar os seus despachos com os oficiais do Alto Comando, que para poupá-lo passaram a tomar algumas decisões sem consultá-lo nos assuntos mais rotineiros. Quando há necessidade de sua presença em solenidade ou para receber alguma autoridade estrangeira ou nacional, a medicação é reforçada para suportar o sacrifício extra.

Democracia sob tutela militar
Os militares ganharam força no atual governo e não há qualquer exagero na afirmação de que as Forças Armadas hoje tutelam a frágil democracia brasileira. Vários fatores contribuíram para esse processo, que também colocou o comandante do Exército no papel de fiador da continuidade de Michel Temer na Presidência da República.

O primeiro deles veio do processo de impeachment de Dilma Rousseff. O então presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, manteve contato estreito com o comandante do Exército até a cassação da chefe de Estado e a condução definitiva de Temer para o Palácio do Planalto. O objetivo era impedir confrontos entre os partidários contra e a favor do governo.

Depois, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou a abertura de dois inquéritos contra o presidente recém-efetivado. Embasou seus pedidos a partir de gravações feitas com consentimento do Ministério Público, por Joesley Batista, executivo da JBS, em uma visita fora da agenda, no meio da noite, ao Palácio do Jaburu. Um assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures, ainda foi preso em flagrante com R$ 480 mil em notas marcadas entregues por Batista.

Temer distribuiu benesses no Congresso e escapou. A Câmara negou autorização para que ele fosse investigado, o que o obrigaria a deixar o cargo, alegando que ele responderá pelos seus atos criminalmente após deixar o Planalto. Durante toda a polêmica sobre o assunto, Temer contou com as bênçãos de Villas Bôas. A razão era simples: para os militares, era melhor ter um governo fraco do que governo nenhum.

Até junho deste ano, o general Villas Bôas manteve uma rotina semanal: compartilhar e analisar os dados obtidos pela inteligência da força sobre a conjuntura institucional com a cúpula do Exército em Brasília e, por meio de teleconferência, com os comandantes de área. O objetivo desses encontros era avaliar os fatos na perspectiva do papel constitucional das Forças Armadas, que inclui “a defesa da pátria” e a “garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem”.

Nessas reuniões forjou-se o consenso – e aí está o “pacto” – de que uma ação de intervenção militar só se justificaria em um quadro de completa falência das instituições nacionais. A informação de que tal possibilidade chegara a ser cogitada pelo Exército nacional era um segredo que veio a público em 15 de setembro do ano passado, em uma conferência do secretário de Economia e Finanças, general de exército Antonio Hamilton Martins Mourão, na Loja Maçônica Grande Oriente de Brasília.

A quebra do pacto de silêncio foi o primeiro sinal de dissenso na força. Mourão passou para a reserva em fevereiro, depois de perder o comando militar do Sul e passar um tempo em um cargo importante, mas burocrático. Hoje, ocupa o posto de vice na chapa do candidato do Partido Social Liberal (PSL), o deputado Jair Messias Bolsonaro.

Apoio envergonhado
Dentro do Alto Comando, Bolsonaro é considerado um “mal menor”, mas enfrenta certas restrições. Os generais de exército não perdoam seus pecados de juventude. Por outro lado, alguns temem que um eventual governo do Partido dos Trabalhadores (PT) leve à radicalização da esquerda.

— Não vamos deixar que o país se transforme em uma Venezuela — disse um integrante do colegiado ao Congresso em Foco.

Os quatro-estrelas não esquecem que, quando estava na ativa, Bolsonaro planejou explodir bombas em quartéis da Vila Militar do Rio de Janeiro e destruir a Adutora do Guandu para protestar contra os baixos salários dos militares. Condenado em 1987 a 15 dias de cadeia pelo Conselho de Justificação (primeira instância da Justiça militar) e expulso da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, ele pediu passagem para a reserva e iniciou sua carreira política.

O general Leônidas Pires Gonçalves, que chefiava o Ministério do Exército, enviou o processo para o Superior Tribunal Militar (STM) solicitando o agravamento da pena por indisciplina e deslealdade. Ele queria expulsar e cassar a patente de capitão de Bolsonaro. Em 1988, o pedido foi negado, por falta de provas, por 9 a 4 votos. Os ministros seguiram o parecer do relator, general de Exército Sérgio Ary Pires, que considerou a punição aplicada pelo Conselho de Justificação correta.

Ary Pires era desafeto de Leônidas e se empenhou em minimizar as acusações. Em depoimento ao Centro de Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas, o tenente-brigadeiro Cherubim Rosa Filho, que participou do julgamento, confirma a punição por indisciplina dada pela primeira instância.

Contra esse passado transgressor do candidato do PSL, porém, os generais contrapõem a questão da corrupção nos governos de Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, revelada pelo escândalo do mensalão e pela Operação Lava Jato. O atentado contra Bolsonaro em Juiz de Fora, no dia 6 de setembro, acirrou ainda mais a rejeição ao PT e à esquerda em geral. Em resposta, Villas Bôas convocou uma reunião do Alto Comando, que deixou claro o repúdio da força terrestre ao ato.

A partir daí militares da reserva que integram a campanha de Bolsonaro, como o general Augusto Heleno, que tem bom conceito entre os ex-colegas de farda, começaram a se aproximar do colegiado. Apesar disso, a cúpula manteve o pacto de silêncio em respeito ao comandante do Exército. O general de Exército Geraldo Antônio Miotto, comandante militar do Sul (CMS), é um dos principais defensores dessa atitude de ponderação, e aos poucos, sua ascendência se torna mais forte entre os colegas, principalmente diante da ausência, cada vez maior, do comandante da força.

Villas Bôas, o El Cid
Um oficial do Alto Comando comparou a obstinação de Villas Bôas à do mítico herói espanhol El Cid Campeador, alcunha de Rodrigo Diaz de Vivar, herói da reconquista espanhola. Ele se tornou um símbolo do guerreiro cristão na luta contra os mouros.

Conta a lenda que, ferido de morte, El Cid manifestou seu desejo de continuar combatendo. Sua mulher, a princesa Ximena Díaz, vestiu o corpo do marido com sua melhor armadura, colocou-o sobre o cavalo para que, mesmo depois de morto, ele comandasse suas forças contra os inimigos da cristandade. A realidade foi bem menos romântica. Ele morreu em 1099, de causas naturais, e logo em seguida os mouros retomaram o Principado de Valência que El Cid conquistara e governou.

Neste ponto, Villas Bôas ultrapassou o famoso herói. Semiparalisado, ele continua como fiador da ordem institucional e não há quem o substitua, dado o imenso prestígio do comandante nas tropas do Exército. Elas veem com maus olhos os generais que deixam comandos militares e seguem para a Esplanada dos Ministérios.

Enquadram-se nessa categoria o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen; o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna (visto como um subordinado do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann); e o assessor da presidência do Supremo, Fernando Azevedo e Silva, escolhido pelo ministro Dias Toffoli para ser a interface entre os militares e o Judiciário.

* Pedro Paulo Rezende, um dos jornalistas brasileiros com maior experiência na cobertura da área militar, já trabalhou nos jornais O Globo e Correio Braziliense e foi o correspondente brasileiro da mais importante publicação jornalística do setor, a Jane's Defence Weekly. É colaborador dos sites DefesaNet e Congresso em Foco.


Congresso Em Foco: Promotores e procuradores levam desembargador que mandou soltar Lula ao CNJ

Decisão de Favreto abriu batalha no Judiciário

Um grupo de 103 integrantes de ministérios públicos estaduais e do Ministério Público Federal (MPF) entrou com pedido de providências no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Para os promotores e procuradores, a decisão de Favreto de libertar o ex-presidente Lula “viola flagrantemente o princípio da colegialidade, e, por conseguinte, a ordem jurídica e o Estado Democrático de Direito”.

O habeas corpus concedido por Favreto foi derrubado pelo presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores, ainda nesse domingo. Lula está preso desde 7 de abril em Curitiba.

Promotores e procuradores alegam que o desembargador plantonista é “incompetente para revogar decisão de um colegiado” e que a condição de Lula como pré-candidato à Presidência, ao contrário do considerado pelo magistrado, não é fato novo.

Argumentam, ainda, que o próprio CNJ já regulamentou que o plantão do Judiciário não se destina à apreciação de pedido já analisado no órgão judicial de origem ou em plantão anterior. Para integrantes do Ministério Público, Favreto incorre em “ativismo judicial pernicioso e arbitrário”.

“O dever de estabilidade está conectado ao dever de respeito aos precedentes já firmados e à obrigatoriedade de justificação/fundamentação plausível para comprovar a distinção da decisão, sob pena de flagrante violação da ordem jurídica. A quebra da unidade do direito, sem a adequada fundamentação, redunda em ativismo judicial pernicioso e arbitrário, principalmente quando desembargadores e/ou ministros vencidos ou em plantão, não aplicam as decisões firmadas por Órgão Colegiado do Tribunal”, diz a petição.

 


Congresso em Foco: Inteligência artificial revela as estratégias dos presidenciáveis no Instagram

Lula, Bolsonaro, Marina, Ciro e Alckmim: estudo inédito mostra como cada um deles quer ser visto pelos mais de 50 milhões de brasileiros que utilizam o Instagram

Por Sylvio Costa e Fábio Góis, do Congresso em Foco

Lula, o “filho do Brasil”, sempre nos braços da multidão. Jair Bolsonaro, o trabalhador, um político em movimento, seja no Congresso, seja em atividades de pré-campanha. Marina Silva, a persistente, a mulher que dá entrevistas, participa de eventos e que gosta de produzir frases de efeito. Ciro Gomes, o “Cirão da massa”, o homem do povo. Geraldo Alckmin, o político que faz, o candidato com realizações concretas para mostrar.

Essas são as imagens que os candidatos líderes das pesquisas presidenciais tentam projetar por meio de uma das principais mídias sociais, o Instagram, que é acessado mensalmente por mais de 50 milhões de usuários brasileiros. As conclusões são de um estudo inédito, que o Congresso em Foco publica com exclusividade. Conciliando rigor acadêmico com técnicas de inteligência artificial e computação visual, a análise revela diferenças importantes entre os presidenciáveis.

Para produzir o trabalho Em busca do melhor ângulo: a imagem dos presidenciáveis no Instagram – uma análise quanti-qualitativa com inteligência artificial, o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (Ibpad) analisou todas as imagens publicadas neste ano no Instagram por Lula (PT) – cuja condenação e prisão na Operação Lava Jato põem sua pré-candidatura em xeque –, Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB).

“A gente aplica a inteligência artificial para analisar e descobrir objetos e conceitos que por vezes ficam subjacentes. O objetivo é analisar estratégias e quais tipos de elementos os pré-candidatos a presidente estão utilizando para se posicionar no período pré-eleitoral”, explica o coordenador do projeto e diretor de Pesquisa em Comunicação do Ibpad, Tarcizio Silva. “Por exemplo, o Alckmin é o que mais publica sobre iniciativas, de fato. O Lula é quem mais publica fotos de multidão, fotos com o povo. Conceitos de militarismo estão associados a Bolsonaro, ele utiliza isso de forma estratégica”, acrescentou Tarcizio, que é mestre e doutorando em Comunicação.

Nada é por acaso

O estudo parte do pressuposto de que não há escolhas aleatórias quando se trata de postagem em redes sociais. “Queremos comunicar aos espectadores controlando – na medida do possível – o modo pelo qual seremos enxergados pelo público. No caso de políticos, esse controle é – ou deveria ser – muito mais refletido, já que o aparato imagético publicado na internet ajuda a formar a sua figura pública”, diz o relatório.

Faz mais de uma década que as mídias sociais têm relevância, e relevância crescente, no complexo de comunicação que envolve as campanhas políticas no Brasil e no mundo. Plataformas como Facebook, Twitter e Youtube são usadas para criar uma linha de contato mais direta entre candidatos e público. O uso eleitoral do Instagram é fenômeno mais novo, assim como a própria plataforma. Nesse aspecto, o estudo explora uma área de investigação incipiente no país. Incipiente e reveladora.

O Instagram, aponta o pesquisador sueco Kirill Filimonov, tem sido cada vez mais usado estrategicamente em campanhas políticas com os objetivos de: 1) disseminar mensagens; 2) mobilizar eleitores; 3) gerenciar a imagem do candidato e; 4) amplificar e complementar outros canais de comunicação direta com os eleitores.

Para analisar as postagens dos pré-candidatos a presidente, os especialistas do Ibpad usaram um recurso de inteligência digital desenvolvido pelo Google, o Google Vision. A ferramenta permite “ler” expressões faciais e reconhecer os elementos presentes em uma imagem, como objetos, lugares, ações, pessoas e marcas. Uma das suas vantagens é que ela possibilita agrupar, por similaridade, grande quantidade de imagens com mais precisão e muito mais velocidade do que um ser humano é capaz. Feito o agrupamento, entra em ação a inteligência humana, insubstituível na interpretação dos dados visuais e textuais.

(Um parêntesis breve pros nerds na escuta. Da coleta à análise final, os pesquisadores do Ibpad usaram, além do Google Vision API, as seguintes ferramentas: Netlytic, LibreOffice, Notepad++, Gephi Memespector, ImagenetPlotter, Inkscape e, claro, Python).

O quinhão de cada um(a)

Rede social favorita de alguns milhões de brasileiros, sobretudo dos estratos populacionais urbanos mais jovens, o Instagram é um território em que o deputado militar Jair Bolsonaro demonstra grande vantagem sobre os seus concorrentes. Dos pré-candidatos à Presidência da República, ele é o único que acumula mais de 1 milhão de seguidores no Instagram.

Lula, o segundo colocado, tem menos de 260 mil seguidores. Marina, Ciro  e Alckmin ficam com números entre 95 mil e 120 mil.

O ex-governador de São Paulo é quem mais publica. Foram 514 posts nos primeiros cinco meses de 2018. Ciro foi o menos presente no Instagram: publicou apenas 16 imagens no mesmo período.

Veja a seguir como saem (literalmente) na foto os presidenciáveis que lideram as pesquisas.

 

Bolsonaro – contra os políticos


Líder no Instagram tanto em número de seguidores quanto em engajamento, Jair Bolsonaro é, dos cinco, o que deixa mais claro que está em plena campanha. Conforme o Ipad, ele “utiliza seu perfil no Instagram para mostrar trabalho, sendo frequentes pronunciamentos sobre questões importantes para seu eleitorado, imagens de eventos da pré-campanha e fotografias de momentos de trabalho do parlamentar”.

Mas o deputado também privilegia registros que põem em evidência a sua popularidade. Imagens mostrando mobilização popular ou o seu contato com simpatizantes são comuns. Também fica claro o pouco apreço que o parlamentar demonstra em relação a outros políticos. Quando são mencionados, ainda que de forma indireta, eles sofrem críticas. Os dois políticos mais criticados em seu perfil são Lula e Alckmim. Os posts de Bolsonaro trazem ainda referências constantes ao Exército, à bandeira nacional e à ideia de autoridade que o candidato pretende encarnar.

Tarcizio, o coordenador do estudo, enfatiza que isso é “elemento distintivo” nos posts de Bolsonaro. Somente neles, aparecem coisas que remetem à ideia de militarismo, como fardas e referências ao Exército. Perfis ligados ao Exército e ao PSC (partido conservador cristão ao qual o deputado foi filiado) também estão na rede de usuários que gravitam em torno de Bolsonaro.

 

* Fonte: Ibpad

 

 

Lula – gente como a gente


Segundo a pesquisa, Lula aposta numa abordagem mais “humanizadora” da sua figura, utilizando-se principalmente do seu carisma pessoal e de sua capacidade de causar comoção popular como “combustível para reforçar a sua imagem de ‘filho do Brasil’”. Ou seja, de um cidadão comum que, chegando ao poder, não perdeu suas raízes nem o compromisso com a maioria pobre da nação.

No Instagram, as imagens postadas no perfil de Lula são abundantes em registros sobre manifestações populares, contatos com fãs e com a militância do PT. Também há muitas fotos mostrando o apoio que o ex-presidente recebeu antes de ser preso, em 7 de abril. Imagens de campanha e de aliados políticos, além de fotos com familiares e registros de sua trajetória de vida, também são constantes no perfil do petista. “A mobilização popular em torno da figura de Lula reuniu diversas imagens de fãs, eleitores e simpatizantes em imagens de apoio – principalmente após a sua prisão. Menos frequente, mas ainda proeminente, foi o endosso de artistas/pensadores”, afirma o estudo.

 

* Fonte: Ibpad

 

 

Ciro – o menos conhecido


No caso de Ciro Gomes, três são os eixos principais de sua apresentação na rede social: atos de campanha/contato com simpatizantes, posicionamentos político-ideológicos e registros com a família.

“Ciro Gomes, que adotou em estratégia populista também o cômico apelido de ‘Cirão da Massa’, utiliza seu perfil no Instagram para reforçar a imagem de homem do povo. Seja em interação direta com eleitores ou em eventos políticos, o deputado está sempre em contato com o público”, observa o estudo do Ibpad.

A pesquisa também destaca que ele é, dos cinco presenciáveis analisados, o menos conhecido pelo público. Daí, suspeitam os pesquisadores, “a presença de várias imagens do candidato com membros da sua família”, o que o Ibpad interpreta como “uma estratégia para aproximar o candidato do seu público”.

* Fonte: Ibpad

 

 

Marina – a persistente


Trajetória política, contato com apoiadores e registros familiares são a tônica das imagens publicadas no perfil da ex-senadora, ex-ministra do Meio Ambiente e idealizadora da Rede.

“Marina Silva demonstra sua persistência também no Instagram: o perfil da senadora consiste, majoritariamente, em imagens com foco na campanha, seja em frases de efeito, posicionamento político e/ou atividades de trabalho (entrevistas, eventos etc.)”, aponta o relatório do Ibpad.

O tom das postagens é, em geral, de conclamação à militância. Alguns posts, por exemplo, buscavam mobilizar a sociedade pelo fim do foro privilegiado, que dá a um grupo restrito de autoridades – incluindo parlamentares federais e ministros de Estado – o direito de ter os seus crimes julgados exclusivamente pelo Supremo Tribunal Federal (essa regra foi revista recentemente e agora o STF só julga casos ocorridos durante o exercício do mandato).

 

* Fonte: Ibpad

 

 

Alckmin – gente que faz

O ex-governador paulista Geraldo Alckmin é o presidenciável mais ativo no Instagram. Publica mais do que qualquer outro dos seus principais adversários, mas perde de todos eles em termos de média de engajamento por post.

Ele valoriza, acima de tudo, sua experiência como gestor. “Geraldo Alckmin exibe no Instagram diversas iniciativas e realizações que promoveu enquanto líder do estado. São imagens que reafirmam a eficiência do seu governo, tanto empírica (fotos em obras visitas, etc) quanto imageticamente (ilustrações com mensagens informativas)”, destaca o estudo.

A ideia é passar o conceito de que o político, que governou São Paulo por quatro vezes, está #preparadoparaobrasil, conforme a hashtag que ele utiliza. Fotos com eleitores são bem mais raras em seu perfil no que de outros candidatos. Quando aparecem, elas cumprem a função de humanizar o candidato e de retratá-lo “em situações cotidianas e mais mundanas”, acentua o Ibpad.

 

*Fonte: Ibpad

 

* Colaborou Thallita Essi

<< Veja a síntese do estudo Ipad sobre o Instagram dos presidenciáveis

<< Você pode saber o que pensa e para onde vai o Congresso. Veja como