Clube de Leitura Eneida de Moraes
Escritores negros contribuem para uma visão mais ampla e inclusiva, diz ativista dos direitos humanos
João Vítor*, com edição da Coordenadora de Mídias Sociais Nívia Cerqueira
Em geral, a população negra corresponde, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a 56% do Brasil. Ou seja, a maior parte da população do país. Imagine se todos tivessem as mesmas oportunidades.
Para o ativista de direitos humanos e igualdade racial Sionei Ricardo Leão, a produção de autores negros contribui para uma visão mais ampla e inclusiva. “Seria bom se as editoras de livros tivessem a sensibilidade de oportunizar, com igualdade, a produção para autores de toda tonalidade de pele”, diz o jornalista.
Questões de igualdade racial na literatura brasileira, e afins, serão parte das próximas edições do Clube de Leitura Eneida de Moraes, promovido pela Biblioteca Salomão Malina, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. A roda de conversa virtual será no dia 31 de outubro, a partir das 19 horas, com transmissão para o perfil de Facebook da biblioteca e canal de YouTube da FAP.
Participe você também do Clube de Leitura Eneida de Moraes na nossa sala do aplicativo Zoom!
A obra deste mês será O avesso da Pele, de Jeferson Tenório (2020), que conta a história do personagem Pedro, cujo pai foi assassinado durante uma desastrosa abordagem policial. Após esse acontecimento, Pedro busca resgatar o passado de sua família. O livro foi vencedor do Prêmio Jabuti 2021, na categoria “Romance Literário”.
A história de um negro contada por ele próprio tem destaque para o ativista Leão. “É legítimo [pessoa branca] escrever e falar sobre. Mas é diferente você fazer parte do grupo e falar com propriedade”, ressalta.
É importante ainda, conforme acrescenta Leão, que a imprensa divulgue escritores pretos. “Dar condições iguais significa mostrar um país mais verdadeiro e enriquecer o conteúdo para o leitor”, diz.
No mês seguinte, será vez da obra O pequeno príncipe preto, de Rodrigo França (2020) ser tema de debate no Clube de leitura. A ordem das obras foi decidida via votação. O encontro online é gratuito e aberto ao público. Interessados podem solicitar mais informações por meio do WhatsApp oficial da Biblioteca Salomão Malina (61 98401-5561).
Veja, a seguir, fotos da biblioteca:
Serviço
Clube de Leitura Eneida de Moraes: O avesso da Pele, de Jeferson Tenório (2020)
Dia: 31/10/2022
Horário: 19 horas
Onde: transmissão ao vivo pelo Facebook da biblioteca e YouTube da FAP
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP)
*Integrante do programa de estágio da FAP sob supervisão.
Sala de leitura com publicações da FAP será inaugurada em Belém (PA)
João Vítor*, com edição do coordenador de Audiovisual, João Rodrigues
Com acervo de publicações da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília, a Sala de Leitura Eneida de Moraes será inaugurada em Belém (PA) nesta quinta-feira (4/8), a partir das 11h e 30min, na Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) do estado.
O evento é organizado pela diretora executiva da FAP, professora Jane Monteiro Neves, com colaboração do partido Cidadania 23. O evento será divido em três partes. No período matutino, a sala, que leva o nome da autora de História do carnaval carioca, será aberta aos filiados do partido e ao público.
O diretor-geral da FAP, o sociólogo Caetano Araújo, diz que a importância da inauguração do espaço está em fomentar a leitura. “Terá um acervo de publicações originais da fundação que preservam a memória do Partido Comunista Brasileiro (PCB)”, afirma. O Partidão completou 100 anos em 2022.
À tarde, em Belém, a revista Política Democrática nº 58, Impactos da Pandemia no SUS, será lançada para o estado e estará presente na Sala de Leitura Eneida de Moraes. O Sistema Único de Saúde (SUS) sustentou a população no combate contra à covid-19 e pode ter papel importante no enfrentamento da varíola dos macacos”, diz Araújo.
À noite, será a vez do livro Os nove de 22, de Ivan Alves Filho, ser debatido. “O livro de Ivan mostra muito bem o peso do partido, que teve seu início na clandestinidade, na cultura. Grandes artistas foram influenciados por militantes do PCB”, analisa o diretor-geral da FAP.
Também confirmaram participação no evento Eleanor Gomes Palhano, secretária geral do Cidadania; o presidente do Cidadania no Pará, Arnaldo Jordy; o presidente municipal do Cidadania de Belém, Emanoel O’ de Almeida; o deputado estadual do partido Thiago Araújo e Rosângela Mota, ex-presidente municipal do partido municipal de Castanhal no Pará.
Serviço:
Inauguração da Sala de Leitura Eneida de Moraes
Local: Travessa Apinagés, 212. Entre Tamoios e Mundurucus, Bairro Batista Campos,
Belém/PA - CEP:66025-080
Data: 4 de agosto (quinta-feira)
Horário: 11h30
Realização: Cidadania 23 em parceria com a Fundação Astrojildo Pereira (FAP).
*Integrante do programa de estágio da FAP, sob supervisão da Coordenação de Publicações
Primeiro romance escrito por negra, no Brasil, aborda o abolicionismo
João Vítor*, com edição do coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida
Em meio à escravidão, nasce um romance entre dois jovens, a pura e simples Úrsula e o nobre bacharel Tancredo. A narrativa escrita por Maria Firmina dos Reis aborda a cultura afrodescendente em um contexto anterior à Lei Áurea. O livro Úrsula é considerado o primeiro romance escrito por negra no Brasil.
Para o escritor Luiz Gusmão, a obra de Maria Firmina, publicada em 1859, combate a herança deixada pela a “desumanidade da escravidão”. “Devemos conhecê-la e divulgá-la para combater um legado nocivo e compreender a história da luta contra o racismo em nosso país”, diz Gusmão sobre Úrsula.
Todo o enredo e críticas retratadas no livro serão discutidas na terça-feira (24/05), a partir das 19 horas, de forma online, no Clube de Leitura Eneida de Moraes, organizado pela Biblioteca Salomão Malina, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília. O encontro virtual será transmitido pela página da biblioteca no Facebook, assim como no site e canal da FAP no YouTube.
O escritor recifense Luiz Gusmão confirmou participação para mediar o debate da roda de conversa. Ele diz que Úrsula destaca a voz de personagens escravizados e oprimidos. “Chagas históricas de nossa sociedade que afetaram, e ainda afetam, profundamente a vida no Brasil”, analisa.
Obra inaugural da literatura afro-brasileira, Úrsula foi a segunda mais votada para o webinar no quesito “autoras negras”. A enquete ocorreu entre os participantes do clube de leitura no grupo de WhatsApp e foi aberta ao público nas redes sociais (Instagram e Facebook) da biblioteca.
Abolicionismo
133 anos da lei Áurea. No dia 13 maio, o documento que extinguia a escravidão no Brasil, assinado pela princesa Isabel, em 1888, completou mais um ano de existência. O livro temático deste mês do clube de leitura retrata o período anterior a essa lei. À época, a princesa ocupava a Regência do Império do Brasil, em virtude de um tratamento de saúde que seu pai, o imperador dom Pedro 2º, realizava na Europa.
Autora
Negra, filha de mãe branca e pai negro nascida na Ilha de São Luís, no Maranhão, Maria Firmina dos Reis (1822 - 1917) fez de seu primeiro romance, Úrsula (1859), um instrumento de crítica à escravidão por meio da humanização de personagens escravizados.
Maria Firmina morreu cega e pobre, aos 95 anos, na casa da ex-escrava Mariazinha, mãe de um dos seus filhos de criação. É a única mulher dentre os bustos da Praça do Pantheon, que homenageiam importantes escritores maranhenses, em São Luís.
Clube de Leitura Eneida de Moraes
Com o encontro mensal, a roda de conversa existe desde junho de 2019 e leva o nome da jornalista e escritora Eneida de Moraes, que morreu, em 2003, aos 92 anos.
Para participar do clube, basta entrar em contato com a coordenação da biblioteca pelo WhatsApp oficial (61) 98401-5561. Todos os participantes estão reunidos em um grupo no próprio aplicativo em que são divulgadas as informações sobre encontros e assuntos de literatura em geral.
Mediador
Luiz Antônio Gusmão, de 40, ou Kuzman, como prefere ser chamado, nasceu em Recife, mas mora no Distrito Federal desde 1992. Ele começou a participar do clube de leitura em 2021 e é autor do livro Azul-Planalto: haicais candangos. É uma coleção de poesias de formato tradicional japonês sobre a paisagem e a vida no Planalto Central do Brasil.
Dentre a coletânea, ele afirma ter um carinho maior pelo haicai sobre o reflexo do céu no lago Paranoá. “Ele ainda hoje evoca em mim o sentimento de completude. Um momento de plena consciência da integração entre os elementos do ar (céu), água (lago) e terra (chão), num espaço aberto”, diz, para acrescentar: “Acho que ele registra o momento em que meu olho de haicai se abriu pela primeira vez”.
Serviço
Clube de Leitura Eneida de Moraes
Dia: 24/05/2022
Horário da transmissão: 19h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP)
*Integrante do programa de estágio da FAP, sob supervisão do jornalista, editor de conteúdo e coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida
Livro destaca visibilidade, presença e atenção para autoras negras
João Vítor*, com edição do coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida
Fortalecimento de identidade e empoderamento pela diversidade compõem o livro Água Doce (2018), de Akwaeke Emezi, da Nigéria, além da descoberta sexual e do diálogo entre o tradicional e o inovador. O assunto será abordado no Clube de Leitura Eneida de Moraes, realizado pela Biblioteca Salomão Malina, na terça-feira (26/4), a partir das 19 horas, em evento online.
Na obra, Akwaeke explora a espiritualidade e o gênero de sua herança Igbo, um dos maiores grupos étnicos africanos, junto da construção ocidental. O encontro virtual será transmitido pela página do Facebook da biblioteca, assim como no site e canal da FAP no Youtube.
O livro foi o mais votado para webinar do mês de abril. Baseada em obras de autoras negras, a votação ocorreu entre os participantes do clube de leitura no grupo de WhatsApp e foi aberta ao público nas redes sociais (Instagram e Facebook) da biblioteca, mantida pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília.
Para a ativista social e gestora pública Raquel Nascimento Dias, de 38 anos, a visibilidade, a presença e a atenção para as autoras negras ajudam a construir uma sociedade a partir de múltiplos olhares.
“Eu sou mãe de uma menina negra. Ela vê a vida sob uma perspectiva de ser filha de uma ativista social, mas, se eu entrar agora em uma livraria, teria ainda hoje pouquíssimas histórias de meninas negras para compartilhar com ela”, diz Raquel.
A gestora aponta a sugestão para fortalecer, viabilizar e construir escritoras negras e, com isso, permitir, fomentar e incentivar o sonho delas. “Quanto mais a sociedade questiona essa ausência, mais o mercado entende que precisa abrir espaço para diferentes perspectivas”, afirma.
Sobre o Clube de Leitura Eneida de Moraes
Com o encontro mensal, a roda de conversa existe desde junho de 2019 e leva o nome da jornalista e escritora Eneida de Moraes, que morreu, em 2003, aos 92 anos.
Para participar do clube, basta entrar em contato com a coordenação da biblioteca pelo WhatsApp oficial (61) 98401-5561. Todos os participantes são reunidos em um grupo no próprio aplicativo em que são divulgadas as informações sobre encontros e assuntos de literatura em geral.
Sobre Akwaeke Emezi
Akwaeke Emezi nasceu em 1987, na Nigéria, atualmente vive nos Estados Unidos. Escreveu obras como Bitter, Content Warning: Everything, You made a fool of death with your beauty, Pet… Por sua realidade espiritual, identifica-se como não-binário/trans e em inglês usa pronomes neutros. No Português, pede que seja referido no masculino, lido como neutro.
SERVIÇO
Clube de Leitura Eneida de Moraes
Dia: 26/04/2022
Horário da transmissão: 19h
Onde: Perfil da Biblioteca Salomão Malina no Facebook e no portal da FAP e redes sociais (Facebook e Youtube) da entidade
Realização: Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP)
*Integrante do programa de estágio da FAP, sob supervisão do jornalista, editor de conteúdo e coordenador de Publicações da FAP, Cleomar Almeida
Autores contam suas histórias no lançamento do Clube de Leitura Eneida de Moraes
Realizado pela FAP, evento no Espaço Arildo Dória, conjugado com a Biblioteca Salomão Malina, teve participação do público e entrada gratuita
Cleomar Almeida
“Desde criança, eu inventava histórias. Plantava feijões na minha infância e cada um deles tinha um nome”, disse a romancista e historiadora Eneida Queiroz. “Hoje sou historiadora, leio mais livro de pesquisa do que romance. No entanto, sou mais romancista”, afirmou ela.
Ao lado de outros três autores, a escritora participou do lançamento do Clube de Leitura Eneida de Moraes, criado em homenagem à escritora, jornalista, militante e pesquisadora paraense que viveu de 1904 a 1971. O evento foi realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), no Espaço Arildo Dória, localizado em cima da Biblioteca Salomão Malina, no Conic, em Brasília.
Com transmissão ao vivo pela sua página no Facebook, a FAP mostrou a participação do público no evento, em interação com os autores que contaram suas histórias e as motivações para serem leitores e escritores de obras literárias.
A historiadora e romancista Eneida de Queiroz é autora de livros, entre os quais Úmida Trama e A Mulher e a Casa. Já o jornalista Rubens Valente, que escreveu livros como Os Fuzis e as Flechas, destacou a importância da leitura inicial para criar o hábito. “Comparo a literatura com [a prática de] andar de bicicleta. Tenho muita crítica a quem ataca leitor de youtuber. Melhor quem lê youtuber do que não está lendo nada. É como andar de bicicleta. Você vai aprendendo e aprimorando”, afirmou ele.
“As grandes alegrias da minha profissão estão nos livros. Com os livros, abri portas que nunca imaginava”, disse Valente. Ele tem trabalhos também sobre os índios na ditadura.
Imigrante libanesa, editorialista do jornal Correio Braziliense e ex-professora do Instituto Rio Branco, a escritora Dad Squarasi, autora de livros como Dicas da Dad e a Arte de Escrever Bem, também compareceu ao lançamento do clube de leitura.
“Quando cheguei ao Brasil, falava árabe, francês e espanhol. Foi fácil aprender português. Lia qualquer coisa, em qualquer ordem. Interrompia leitura, lia revista, jornal. Tinha muito gosto pelas letras e os professores sempre achavam que eu escrevia bem. Ganhei minha vida na área da escrita”, disse Dad, destacando sua trajetória até a chegada ao território nacional.
O escritor alagoano Daniel Barros, referência em romance policial e escritor dos livros Canto Escuro, Enterro sem Defunto e Enquanto a Noite Durar, compareceu ao evento e disse como foi conquistado pelo hábito de escrever. “Meu gosto por escrever foi por conta de histórias que ouvia na infância”, lembrou.
A mesa de conversa dos autores teve a mediação do produtor cultural Paulo Souza, responsável pelo perfil no Instagram Ponto para Ler, mesmo nome de um canal voltado para a divulgação da literatura. “Um clube de leitura no coração de Brasília é um motivo pelo qual devemos estar muito felizes. Acredito que viver este momento, ver o Conic sair das cinzas, é um privilégio para poucos”, disse. Ele ressaltou que o clube de leitura é uma aposta para resgatar a movimentação cultural no centro da capital federal.
FAP lançará Clube de Leitura Eneida de Moraes na Biblioteca Salomão Malina nesta terça (18)
Evento será realizado nesta terça-feira, 18 de junho, com participação de cinco autores de obras literárias
Cleomar Almeida
A FAP (Fundação Astrojildo Pereira) vai lançar, nesta terça-feira, 18 de junho, a partir das 19 horas, o Clube de Leitura Eneida de Moraes, na Biblioteca Salomão Malina, localizada no Espaço Arildo Dória, no Conic, na área central de Brasília. Na ocasião, também será lançada a Roda de Leitura: as mil faces da literatura. O objetivo dos dois eventos é incentivar ainda mais a prática de leitura e discussões dos temas abordados nas obras. A entrada é gratuita.
Além disso, de acordo com o projeto da biblioteca pública, o clube de leitura também tem como finalidade captar membros e interessados para integrar o grupo e reunir um público mais qualificado e apreciadores da literatura para aproveitarem mais a unidade mantida pela fundação. A FAP é vinculada ao Cidadania, que, segundo a direção do partido, deu nova identidade política ao PPS (Partido Popular Socialista).
Com transmissão ao vivo pela página da fundação no Facebook, o evento de lançamento também pretende promover trabalhos de autores e valorizar e tornar ainda mais conhecido o acervo da biblioteca, que conta com 6,5 mil livros para empréstimo ao público em geral. Segundo a coordenadora da biblioteca, Thalyta Jubé, Brasília tem sido palco e um movimento muito grande de clubes de leitura.
“A ideia do clube de leitura é fazer um momento em que as pessoas possam discutir os livros. No fundo, quem lê quer compartilhar a leitura com outra pessoa que tenha o mesmo hábito e seja leitor do mesmo autor. Com o encontro mensal, também podemos motivar o pessoal a ir mais a biblioteca”, diz Thalyta.
A roda de conversa, segundo a proposta da biblioteca pública, é uma metodologia que reproduz um ambiente mais informal, estimulando o diálogo entre os participantes. Ela tem como objetivo promover a discussão sobre as diferentes formas que a literatura pode se apresentar. Para demonstrar isso, os autores convidados para o lançamento irão compartilhar as suas diferentes abordagens ao escreverem literatura.
Entre eles está a escritora de romances históricos Eneida Queiroz, autora cujo nome batiza o clube de leitura. Ela escreveu, por exemplo, dos livros Úmida Trama e A Mulher e a Casa. Também estão nesse time os autores Rubens Valente, que escreveu o livro-reportagem Os Fuzis e as Flechas, e Daniel Barros, referência em romance policial e escritor dos livros Canto Escuro, Enterro sem Defunto e Enquanto a Noite Durar, entre outros. Também está confirmada a presença da libanesa Dad Squarasi, colunista do Correio Braziliense e autora de livros, como Dicas da Dad e a Arte de Escrever Bem.
“As pessoas de sorte vivem com o dinheiro contado, mas a maioria vive devendo. Como fazê-las comprar livros e arranjar um tempo livre não apenas para ler, mas também para se encontrar com um outro grupo de pessoas que queiram debater esse livro? A ideia de um clube de leitura numa biblioteca pública, em área central de Brasília, facilitará esse processo”, afirma Eneida.
Segundo a autora, os interessados não precisarão comprar os livros, como fazem os demais frequentadores de outros clubes de leitura, já que, conforme acrescenta, a biblioteca da FAP providenciará o maior número possível de exemplares a serem emprestados. “Os encontros tentarão leves e interessantes, para cativar o público e incutir o gosto pela leitura”, destaca.
O evento será direcionado pelo mediador Paulo Souza, que integrará a mesa ao lado dos autores convidados. Ele é produtor cultural, editor e escritor. Na lista das obras de sua autoria, está o livro Ponto para Ler, mesmo nome de um perfil no Instagram e canal voltados para divulgação da literatura. Seu último trabalho é a novela Clarice, a Última Araújo.
“A abertura de um clube de leitura bem no coração da capital é, além de uma grande ação, uma enorme conquista, pois ajuda a desenvolver as melhores aptidões que um cidadão pode ter, que são a compreensão, saber escutar, empatia e, principalmente, o exercício do diálogo”, diz Paulo.
A sociedade brasileira, de acordo com o mediador, está caminhando para o amadurecimento e, acrescenta, “dentro desta evolução o papel da biblioteca vem ganhando novas definições”. “A biblioteca pública deixou de ser um espaço averso e de, unicamente, empréstimos de livros. Está começando a ser um ponto de convívio saudável que prega, acima de tudo, a evolução intelectual e interpessoal de seus frequentadores”, assevera o produtor cultural
De acordo com Thalyta, o evento se propõe, ainda, a viabilizar a execução de algumas das missões da biblioteca, como promover o conhecimento sobre a herança cultural, fomentar o diálogo intercultural e a diversidade cultural, além de apoiar a tradição oral.