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FAP || Líderes do Cidadania discutem proposta de curso de formação política
Presidente da sigla este no evento que teve apresentação de Março Aurelio Marrafon
Dirigentes da executiva nacional e representantes de diretórios estaduais do Cidadania discutiram, neste domingo (25), a proposta de curso de formação política a ser disponibilizado à sociedade em uma plataforma de ensino a distância da FAP (Fundação Astrojildo Pereira). Com a presença do presidente nacional da sigla, Roberto Freire, o evento foi realizado em São Paulo e teve a apresentação do professor de direito e pensamento político da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o advogado Marco Aurelio Marrafon.
Doutor e mestre em Direito do Estado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e estudos doutorais na Universidade de Roma Tre, Marrafon explicou que o objetivo do curso é levar formação política democrática, institucional e reformista à mente das pessoas. “O público tem interesse quando passa a perceber a diferença da política em sua vida”.
De acordo com Marrafon, a proposta é de que o curso seja disponibilizado a filiados ao Cidadania e a pessoas em geral que não tenham filiação. “Essa ação é uma política cidadã. A cidadania também se faz com ação política cidadã, da sociedade civil. Essa é a ideia do ensino de formação a distância”, destacou o professor.
O curso planeja abordar temas de interesse público, atuais e que tenham relevância, como a importância da política e a participação cidadã, a questão da ética na política e as propostas do Cidadania para importantes serviços públicos nas áreas de educação, saúde e segurança pública, por exemplo.
O cronograma, de acordo com a proposta inicial de Marrafon, também deve abordar as bases para a construção da nova política na era digital, estudando desde a política clássica até as questões contemporâneas. “A democracia representativa deve estar no sentimento, na cabeça das pessoas. Hoje, não está na mente dos jovens mais”, afirmou ele.
Durante o encerramento, o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, parabenizou a FAP pela proposta do curso. Ele também destacou a importância do seminário Os Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI, realizado neste sábado (24) pela fundação.
“Tivemos, neste final de semana, um bom momento do cidadania. O nível do debate foi muito bom. Não podemos cair na mesmice de partido tradicional”, afirmou Freire. “Foi um excelente final de semana, parabéns à FAP, que foi o instrumento para fazer isso. Estamos entrando em nova dinâmica. O novo não se implanta de imediato. O novo se anuncia”, disse.
Seminário FAP || Violência no Brasil é epidêmica, aponta José Eduardo Faria
Professor da USP e do Insper apresentou dados que comprovam afirmação durante seminário da FAP
Durante o encerramento do seminário neste sábado (24), José Eduardo Faria, professor da USP e do Insper, afirmou que a violência no Brasil é epidêmica de acordo com limites estabelecidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde). “A sociedade é fraturada, violenta e os indicadores mostram a exclusão social. O aumento na população carcerária, em 25 anos, foi de 75%. Fica evidente que temos um caminho que pede por educação de qualidade”, destacou.
O sociólogo defendeu ainda que é preciso definir o que é o liberalismo. Segundo ele, o atual governo utiliza um modelo que corrompe o vocábulo. “O viés do Bolsonaro de liberalismo é apenas econômico. É uma espécie de corrupção do que é o real liberalismo”.
Faria indagou as definições de Estado no século XXI e como é pensado o poder público contemporâneo. Como exemplo de ações que devem ser interrompidas no governo Bolsonaro, o especialista pontuou o deslocamento da titularidade do parlamento para sistemas intergovernamentais. “As funções do Estado estão sendo alteradas, contidas e revogadas. Tem ocorrido reformas liberais que corrompem as garantias fundamentais”, alegou.
Para discutir um novo plano político, ele disse que é preciso pensar no crescimento econômico e no meio ambiente. As taxas de desemprego estruturais causadas pela tecnologia, exemplificou, estão aumentando significativamente e atingem, principalmente, os jovens. E, como consequência, ele destaca que essas são as pessoas que votam em políticos extremistas e neonazistas.
Ao pontuar quesitos essenciais a serem considerados nas políticas públicas no século XXI, Faria incluiu: a revolução tecnológica, o perigo da autonomia do capital financeiro, a revolução sociológica, política e cultural - repensar horizontes das novas gerações.
O seminário Os Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI foi organizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), na Casa do Saber, em São Paulo.
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A ex-secretária de Fazenda do Rio, Eduarda La Rocque, destacou a necessidade de individualizar os territórios brasileiros com ações personalizadas. O evento tem transmissão ao vivo pela página da FAP no Facebook: facebook.com/facefap
A economista Eduarda La Rocque, diretora do Instituto Jones Santos Neves (ES), afirmou neste sábado (24) que a sociedade busca defender questões pessoais, ao invés de pensar em desafios que atingem todas as minorias. “Bolsonaro conseguiu vencer porque teve o esgarçamento da sociedade, nós estamos lutando um contra o outro”, alegou. A afirmação foi feita durante o seminário Os Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI, na Casa do Saber, em São Paulo.
A descrença da população na política, segundo La Rocque, deve ser combatida com uma política territorial. “Temos que integrar as políticas públicas por território. O território é um espaço geográfico: a favela, um bairro, uma microrregião, por exemplo. Nós, economistas, trabalhamos com setores. Mas a desigualdade deve ser combatida de forma territorial”, pontuou.
Como ex-secretária de Fazenda do Rio de Janeiro, La Rocque apontou que o estado carioca precisa trabalhar as prioridades de cada região de forma separada. “O Rio, por exemplo, quebrou por excesso de dinheiro e a falta de saber lidar com esse dinheiro. É preciso integrar a demanda com a oferta. A distribuição do dinheiro está desintegrada. A favela está cheia de dinheiro, mas está tudo dispersado”, afirmou a economista.
Mauro Oddo Oliveira, professor do IPEA (Instituo de Pesquisa Econômica Aplicada), também integrante do debate, apresentou dados ao explicar que a média salarial do trabalhador brasileiro está diretamente ligada ao ambiente de produção imposto a eles. “Hoje, a gente tem no Brasil 13 milhões de empregados e, dos empregados, 25% trabalha com emprego informal, outros 25% são autônomos”. “Desenvolvimento tem que incorporar a sustentabilidade, a desigualdade ou vamos ficar debatendo assuntos vazios”, destacou.
Já o sociólogo Ivair Alves dos Santos, professor da UnB (Universidade de Brasília), defendeu a inclusão da descriminação racial no debate social. “O que me incomoda nessa democracia é que mesmo com algumas garantias que ganhamos recentemente, perdemos tudo novamente. O fundo partidário para integrar mais mulheres e negros foi retirado. Nos excluíram disso. Os partidos precisam ter humildade de reconhecer que não sabem o que acontece na desigualdade racial”, exemplificou o sociólogo.
Caetano Araújo, diretor-executivo da FAP, foi o mediador do debate sobre inclusão durante o seminário.
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Seminário FAP || 'Estamos vivendo uma guerra de narrativas', afirma líder do Cidadania na Câmara
O deputado Daniel Coelho (PE) pontuou a necessidade de debates para que o país volte a ser mais inclusivo e totalitário. O evento tem transmissão ao vivo pela página da FAP no Facebook: facebook.com/facefap
O líder do Cidadania na Câmara dos Deputados, Daniel Coelho (PE), afirmou neste sábado (24) que todos os brasileiros têm responsabilidade na eleição do presidente Jair Bolsonaro ao “perderem a guerra de narrativas”. A afirmação foi feita durante o seminário Os Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI, na Casa do Saber, em São Paulo.
“Não podemos nos ausentar da responsabilidade do Bolsonaro estar no governo. Participamos do todo o processo democrático e o país ainda assim elegeu alguém que defende a ditadura. Isso quer dizer que nós cometemos um erro”, disse.
Segundo o parlamentar, políticas de direitos humanos e meio ambiente são discutidas há mais de 20 anos, mas o discurso foi perdido ao longo do tempo. “Como a gente perdeu a narrativa com coisas que eram tão claras? Direitos humanos e meio ambiente são temas que deixaram de ser discutidos cinco anos atrás e nós nos perdemos”, alegou.
Coelho disse, também, que o debate político, social e inclusivo deve chegar aos territórios mais precários do país para “garantir que ninguém fique perdido”. “As políticas públicas têm que fazer sentido para aqueles que estão no sertão e no interior. Esse pessoal que ficou perdido no debate e o atual presidente foi eleito”, completou.
O parlamentar participou da mesa sobre inclusão do seminário Os Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI. O evento é realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira).
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Seminário FAP || Alexandre Strapasson alerta para ‘desconexão entre pessoas e meio ambiente’
Especialista discutiu a importância da sustentabilidade para o mundo, em seminário realizado pela FAP em SP. O evento tem transmissão ao vivo pela página da FAP no Facebook: facebook.com/facefap
“Há uma desconexão muito grande entre as pessoas e o meio ambiente”. A declaração é do pesquisador Alexandre Strapasson, engenheiro e professor visitante do Ce tiro de Pesquisas Ambientais do Imperial College de Londres. No seminário Os Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI, ele disse que o mundo está se tornando cada vez mais urbano.
O seminário é realizado, na Casa do Saber, em São Paulo, pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), que transmite o evento ao vivo pela sua página no Facebook. Na avaliação de Strapasson, o mundo tem sido tomado por situações complexas.
“Não estamos atentos para esta complexidade e isso prejudica a nossa evolução do ponto de vista civilizatório”, alertou o engenheiro. Segundo o especialista, os discursos do presidente Jair Bolsonaro e a inabilidade dele para tratar de temas ambientais, por exemplo, nas esferas interna e internacional, “está custando muito caro e vão custar ainda mais”.
Mediada pelo engenheiro e economista Bazileu Margarido Neto, ex-presidente do Ibama e conselheiro da FAP, a mesa também teve a participação da economista e professora da USP (Universidade de São Paulo) Virgínia Parente. Na avaliação dela, o país deve parar de negar a sua natureza.
“Negar a nossa natureza vai contra tudo que podemos fazer pelo bem-estar e pela evolução do país”, afirma. “Respeitar a natureza significa, por exemplo, olhar a Amazônia não como lugar intocável, mas de forma que o cuidado com a Amazônia seja irretocável”, acrescentou ela.
O economista Guilherme Accioly, aposentado do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e ex-gerente do Fundo Amazônia, também disse na ocasião que “o aquecimento global é de longe a situação mais ameaçadora pela qual passa o planeta”. “É um problema gigantesco”, alertou, para continuar: “O clima está se acabando em todo o planeta. Os sintomas de que o planeta está muito mal são cada dia mais claros”.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), líder da sigla no Senado, destacou que a falta de ação mais enérgica do poder público faz com que o resultados dos danos sejam mais rápidos. “O atual governo estimula [o desmatamento], quando fala, por exemplo, que há indústria de multas no Ibama”, criticou ela, referindo-se à declaração do presidente Jair Bolsonaro contra o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente.
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Seminário FAP || Gianluca Fiocco aborda desafios para a manutenção da democracia
Professor da Universidade de Roma participou de seminário realizado neste sábado pela FAP. O evento tem transmissão ao vivo pela página da FAP no Facebook: facebook.com/facefap
O historiador Gianluca Fiocco, professor da Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade de Roma Tor Vergata, apresentou, neste sábado (24), um raio-x sobre os caminhos da manutenção da democracia e das salvaguardas sociais na Europa de hoje. Ele ministrou uma conferência durante o seminário Os Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI, realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), na Casa do Saber, em São Paulo.
O evento é transmitido ao vivo pela página da FAP no Facebook e tem a presença de intelectuais e políticos do país. Com sua participação, Fiocco mostrou um panorama da Europa, possibilitando aos participantes uma comparação com o caso brasileiro.
Em mesa medida pelo historiador e diretor da FAP Alberto Aggio, Fiocco disse que a União Europeia incorporou um desenho de democracias nacionais “protegidas” pela crescente competição que se abria no mundo globalizado. No entanto, segundo ele, ficou cada vez mais claro que os Estados europeus não conseguiram assegurar o equilíbrio entre desempenho econômico e segurança social como antes.
“Na Europa Oriental, após a queda do comunismo, a população entendeu que o sonho de alcançar os níveis de vida e consumo da parte ocidental não era nada fácil para ser realizado”, avalia o palestrante. “Os efeitos indesejáveis de uma economia de mercado, por vezes introduzida em formas traumáticas, e o fim das garantias sociais do sistema antigo foram descobertos”, acrescentou.
Na avaliação do professor da Universidade de Roma, a esquerda social-democrata vive uma “dramática crise”. “Os partidos social-democratas, em face da mudança de coordenadas, têm aceitado cada vez mais a agenda econômica neoliberal e, portanto, a prevalência da competição sobre os princípios de cooperação e coesão”, explicou.
Aggio destacou, por sua vez, que “a democracia vive uma crise de época”. “Este é um tema de profunda importância pra nós”, disse, para acrescentar: “Não estamos considerando a hipótese de uma falência da democracia. Ela compõe, de um lado, com o liberalismo e, de outro, com o socialismo, aquilo que poderíamos chamar de evolução histórica dos estados nacionais do século XIX e XX e que, a partir do final do século XX, parte para entrar no século XXI com uma crise profunda”.
Cientista político e professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Paulo Fábio Dantas Melo destacou que os atores políticos e a sociedade não podem subestimar o atual governo, criticando a capacidade de Bolsonaro de tomar atitudes de retrocessos em políticas públicas de diversos setores do país. “Precisamos pensar que a missão estratégica não é, propriamente, o objetivo de se associar ou de dar respaldo a uma aceitação de horizonte da democracia. É preciso mais que isso”, analisou.
O deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR) concorda com a sugestão levantada no seminário para a necessidade de uma nova formação, mas que supere siglas partidárias. “Se Bolsonaro está lá, nós somos responsáveis por isso. Pela nossa incapacidade. Nossa política está dilacerada”, criticou ele.
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Professor do Insper participou de seminário sobre democracia realizado pela FAP, em SP. O evento tem transmissão ao vivo pela página da FAP no Facebook: facebook.com/facefap
O cientista político e professor do Insper Carlos Melo destacou, neste sábado (24), que “a democracia é um sistema novo”. Segundo ele, no atual contexto sociopolítico, o desafio da esquerda é esboçar o futuro e saber transmiti-lo, conforme os interesses da sociedade, em uma só voz.
Melo participou da mesa de discussão sobre democracia, durante o seminário Os Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI. O evento é realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), na Casa do Saber, em São Paulo.
“Democracia é um processo novo, que nunca é acabado, nunca está pronto”, disse ele. “Estamos vivendo um desses momentos de discussão e acomodação ou de negação da democracia”, acrescentou o professor.
De acordo com o cientista político, “até regimes ditatoriais da América Latina diziam que faziam suas revoluções em virtude da democracia”. Para ele, em meio a um cenário cada vez mais complexo, a sociedade vive a era do imprevisto.
“Não conseguimos vislumbrar o futuro. Há grande parcela da população aterrorizada com a perspectiva de futuro, e a política se faz com vistas no futuro”, acentuou Carlos Melo.
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Seminário FAP || ‘Democracia está ameaçada’, diz Arnaldo Jardim
Deputado federal e presidente do Cidadania-SP participou de mesa sobre desenvolvimento em seminário realizado pela FAP. O evento tem transmissão ao vivo pela página da FAP no Facebook: facebook.com/facefap
“A democracia está ameaçada porque há um movimento conservador, de extrema direita, totalitário no país, mas o remédio é aprofundar a democracia e vincular democracia a desenvolvimento” afirmou o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), durante o seminário Os Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI. O evento é realizado, neste sábado (24), pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), na Casa do Saber, em São Paulo.
Durante o evento, que é transmitido ao vivo pela página da FAP no Facebook, o deputado disse que os desafios são muito maiores pelo rumo da nova formação e menores pela ameaça de reacionários, apesar de não desconsiderar o que eles podem fazer. Jardim foi nomeado relator do novo Marco Regulatório de Concessões e PPPs (parcerias público-privadas).
“Como essa democracia se exerce? Partidos da forma tradicional existirão [futuramente]? Será que são movimentos? Como podemos pensar novas formas de democracia direta de relações e participações?”, questionou ele. “Nós podemos nos permitir refletir um pouco mais profundamente. Como a democracia pode ser aprofundada e ser uma democracia pra valer”, acrescentou.
O economista Sérgio C. Buarque, professor aposentado da UPE (Universidade de Pernambuco) e conselheiro da FAP, foi um dos que participaram da mesa sobre desenvolvimento. “Precisamos de menos Estado na economia para ter muito mais Estado no provimento de infraestrutura e de questões necessárias. Não é ideia liberal de estado mínimo. A gente precisa de muito Estado, mas onde ele deve estar”, afirmou.
Também integrou a mesa o economista Daniel Ribeiro Leichsenring, chefe do Fundo de Investimentos Verde Asset Management. Para ele, existem princípios básicos de economia que devem ser seguidos para desenvolver o país. “Ou a gente faz reforma da previdência para todo mundo, Estados ou municípios, ou daqui a dez anos estará todo mundo na falência. Está a favor da reforma não é ser de direita ou de esquerda, é ser razoável”, asseverou.
O engenheiro Paulo Ferracioli, que é professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio), disse que “só a política pode nos salvar”. “Tecnocratas são uma catástrofe. O setor público pode funcionar com democracia”, disse ele.
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Seminário FAP || 'Nova formação política não é novo partido', afirma Roberto Freire
Para o presidente do Cidadania, país necessita de uma frente que apresente alternativas à sociedade. O evento tem transmissão ao vivo pela página da FAP no Facebook: facebook.com/facefap
O presidente do Cidadania, Roberto Freire, disse neste sábado (24) que o país precisa de uma “frente” que reúna protagonistas em uma “nova formação política” para ser apresentada como alternativa à sociedade. Na abertura do seminário Os Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI, ele ressaltou, ainda, que “a nova formação não é um novo partido”. O evento é realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), na Casa do Saber, em São Paulo.
Com a presença de vários entusiastas, políticos e intelectuais, o seminário tem como proposta impulsionar ideias e programas para discutir e desenvolver a democracia. O objetivo é encontrar saídas para o sistema político brasileiro diante de um cenário tomado por atitudes extremas e classificadas como “retrocessos” por especialistas.
Na conferência de abertura, Freire destacou que é fundamental a formação de uma frente. “A gente precisa é não se perder em grandes debates. Temos que ter mais foco, ser mais objetivos, definirmos a questão democrática e como agir concretamente para defendê-la”, acentuou ele, lembrando que o mundo passa por profundas transformações.
De acordo com o presidente do Cidadania, a nova formação deve representar as novas demandas da sociedade. “Temos exemplos nos novos movimentos cívicos e sociais. Essa compreensão que nos traz aqui”, acentuou. Ele disse, ainda, que o instrumento de nova formação política “não é, evidentemente, o antigo partido”. “Neste debate, podemos ajudar a discutir o novo que está surgindo. Esse trabalho que estamos tentando fazer é para isso. Com certeza, seremos capazes”, disse.
O secretário-executivo do seminário, Vinicius Muller, também destacou a importância de debater formas de defesa da democracia. Ele é historiador e professor do Insper.
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Em seminário realizado pela FAP, senadora fez duras críticas ao presidente e disse que a anestesia da população está acabando. O evento tem transmissão ao vivo pela página da FAP no Facebook: facebook.com/facefap
“Temos que defender o Estado de Direito e a democracia. Este país está ameaçado com este maluco”, disse a senadora Marta Suplicy referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro. Ela fez a declaração, neste sábado (24), durante a abertura do Seminário Desafios da Democracia: um programa político para o século XXI. O evento é realizado pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), vinculado ao Cidadania, na Casa do Saber, em São Paulo (SP).
“Estamos em um momento que nenhum de nós pensou algum dia na vida que fosse viver”, afirmou Marta. Ela disse que os reflexos da atual política resulta em “coisa esdrúxula”, mas, acrescentou, essa situação não é inesperada. “Todo mundo sabia que a pessoa eleita não era qualificada. Além de não qualificada, tem sério problemas emocionais. São dois fatores que, juntos, são muito perigosos para a democracia”, destacou ela.
De acordo com com a senadora, várias pessoas acharam que a postura de Bolsonaro, no início de seu mandato, poderia ser reflexo de que ele não havia percebido que a campanha tinha acabado. “Mudar de papel de uma hora para outra é difícil, mas, depois, fui percebendo que não era questão de papel, era de desequilíbrio, obsessão, paranoia”, acentuou, para acrescentar que o presidente age com “falta de respeito e de tolerância”.
A senadora citou, por exemplo, que a postura de Bolsonaro diante do quadro de queimadas na Amazônia tem relação com o histórico dele de desrespeito ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No início deste mês, o presidente exonerou o diretor do órgão, Ricardo Galvão, após discordar da divulgação de dados que revelam o aumento do desmatamento na floresta.
A falta de capacidade de Bolsonaro para ocupar o cargo da Presidência da República reflete também, segundo Marta, nas ações de políticas educacionais, externas e econômicas adotadas pelo atual governo. “Algumas grosserias estamos tolerando, mas não dá para ficarmos quietos”, frisou a senadora, ressaltando que ficou contente ao ver o país reagir, nesta sexta-feira (23), com panelaço contra o pronunciamento de Bolsonaro na TV sobre os incêndios na Amazônia. “A anestesia está acabando e a banalização não está sendo mais tolerada”, ressaltou ela.
A senadora destacou que a democracia precisa ser defendida. “Não estou de partido nenhum. Sou de muitos partidos hoje”, disse. “Temos muita coisa em comum nos partidos. Está na hora de pegarmos tudo que a gente discorda e pensar numa grande frente para enfrentarmos o que está aí. Se não nos unirmos, vamos perder a eleição daqui [de 2020] e de 2022”, alertou ela.
Política Democrática || Cidadania tem olhar inovador para futuro do Brasil, afirma Marco Marrafon
Em artigo, analista político diz que população não suporta mais a ineficiência da máquina pública
A história do Cidadania mostra a coragem para romper dogmas, superar o passado e reconstruir o futuro. A inovação se torna uma qualidade a ser combinada nos vetores de formação da identidade do partido, conforme avalia o doutor e mestre em Direito do Estado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) Marco Marrafon, em artigo publicado na nona edição da revista Política Democrática online. A publicação é produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira).
» Acesse a nona edição da revista Política Democrática online
“Um partido inovador, republicano, reformista e democrático-institucionalista. Preparado para os desafios do futuro, focado em resultados concretos e políticas públicas baseadas em evidências, sem incorrer em radicalismos”, afirma Marrafon. Ele também é professor da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e presidente da ABDConst (Academia Brasileira de Direito Constitucional).
Eis uma visão estratégica para o Cidadania se destacar no silêncio eloquente presente nos corredores existentes entre os muros da polarização intolerante. “A política no Brasil apresenta evidentes sinais de perda de legitimidade. Com ela, entram em crise os institutos clássicos da democracia liberal e seus entes de vocalização da vontade popular, tais como o parlamento e os partidos”, analisa Marrafon.
De acordo com o ele, novos atores ocupam a cena. “O Judiciário em formas ativistas, que já se tornaram ação política sem democracia. A técnica surge valorizada em um discurso asséptico que a coloca como oposição à política, sem considerar que ambas devem andar conciliadas”, diz, para continuar: “O esperado amadurecimento democrático dá lugar ao populismo de viés autoritário e violento, à esquerda e à direita”.
Na base, de acordo com o autor do artigo, o Brasil profundo está cansado. “A população não suporta mais a ineficiência da máquina pública, a excessiva burocracia, as regalias do poder, a ausência de soluções concretas e de políticas públicas efetivas”, assevera.
Segundo o auto, a força intelectual dos filiados, o incremento da formação política de candidatos e interessados e a abertura à sociedade civil em cada tema certamente trarão soluções palpáveis e economicamente viáveis. “Um exemplo importante é a parceria do Cidadania com movimentos cívicos, como o Agora!, o Livres e o Acredito”, afirma ele.
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Nona edição da revista, produzida e editada pela FAP, também leva ao público uma entrevista especial com Robert Kant de Lima e oito artigos de opinião
A FAP (Fundação Astrojildo Pereira) lançou, nesta segunda-feira (29), a nona edição da revista Política Democrática online, destacando o crescimento de movimentos socioculturais formados por jovens da periferia do Distrito Federal. A publicação, editada e produzida pela instituição, também leva ao público uma entrevista com o antropólogo Roberto Kant de Lima, coordenador do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Administração Institucional de Conflitos da UFF (Universidade Federal Fluminense), além de oito artigos. O acesso a revista é gratuito, por meio do site da fundação.
» Acesse aqui a nona edição da revista Política Democrática online
No editorial, a revista Política Democrática online analisa o que chama de “protagonismo do Congresso e o avanço das reformas”. “O desempenho do governo, transcorridos seis meses de sua posse, reitera, de um lado, aspectos de sua agenda anunciados na campanha eleitoral”, diz um trecho, para continuar: “De outro, a interação com o mundo político em geral, em particular com os demais Poderes, revela características novas, destoantes, em relação ao padrão estabelecido por seus antecessores, na sombra das regras da Constituição de 1988”.
No entanto, de acordo com o editorial, “começa a se formar, simultaneamente, um conjunto de fatos novos, por vezes, surpreendentes.” De acordo com a revista, dois ganharam, recentemente, destaque merecido. “Primeiro, a conclusão do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, estacionado há mais de uma década. Ao que parece, a pressão de um segmento importante da base governista logrou derrotar a aversão governista aos processos de integração regional, mesmo ao preço de recuos importantes em diversos projetos governamentais”, afirma outro trecho do editorial.
Em outra parte, a revista mescla histórias e fotografias de jovens de periferia de Brasília que decidiram assumir o papel de protagonismo em suas próprias vidas e comunidades, para que difundam a conscientização como a maior aliada na luta contra as diversas formas de preconceitos e em favor a preservação da vida. Para isso, conforme mostra a reportagem especial, eles têm se reunido em movimentos socioculturais, como batalha de poesias e de MCs, destacando a importância do hip hop.
Na entrevista, o antropólogo observa que a política de justiça criminal atingiu mais os desiguais. Segundo Lima, “a partir da Lava Jato, o protagonismo da tutela saltou para o juiz, que, articulado com as outras corporações, retoma a mesma ideia de se tornar agente público com visibilidade”.
Os demais artigos abordam o papel dos três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário –, indicando como se encontram separados e desequilibrados, além de assuntos como controle de armas no Brasil, a Lei Eleitoral de 2020, o Dia Internacional do Orgulho LGBT+, cidadania e acordo entre o Mercosul e a União Europeia.