brancos
O antirracismo na prática e o tratamento diferenciado às pessoas brancas
Geledés*
Se você é uma pessoa branca e ainda não leu Grada Kilomba, Sueli Carneiro, Lélia Gonzalez, Cida Bento, Ângela Davis, bell hooks ou Frantz Fanon talvez você esteja longe de exercer seu antirracismo de modo pleno e consciente. Por outro lado, entendo que apenas ler essas autoras e autores não faz de ninguém antirracista automaticamente, até porque, para este tipo de luta, é preciso bem mais que um envolvimento intelectual, mas acredito que ao lê-los, há grandes chances de você, pessoa branca, compreender com mais profundidade as nuances e sutilezas do racismo e, assim, captar as camadas dos argumentos e ações racistas com mais precisão.
Toda vez que vemos episódios de racismo ganhar espaço nas redes e nas grandes mídias geralmente são casos emblemáticos, como xingamentos e agressões racistas. Raramente vemos associados à outras cenas menos explicitas, mas tão violentas quanto. Digo isso, porque as “micros violências” que negros e negras são submetidos todos os dias não ganham relevância nem destaque. Por isso que, para além de denunciarmos esses casos nefastos de racismo explicito, é necessário também um aprofundamento nessa questão e que passa pela leitura dos autores e autoras que citei no início desta coluna.
Dias atrás, veio à tona mais um desses episódios assombrosos de racismo explícito. O caso envolvendo os filhos dos atores Giovana Ewbank e Bruno Gagliasso, rendeu aplausos e apoio público, principalmente à Giovana que partiu para cima de uma senhora racista, em Portugal. Aliás, muito simbólico que este caso tenha acontecido em terras portuguesas, o que demonstra que o país também precisa discutir com mais profundidade e urgência as questões raciais. Creio que Giovana fez o que tinha de ser feito: disse tudo que uma racista deve ouvir. O que evidencia uma postura ética de quem de fato não aceita o racismo de forma alguma.
Portanto, não há dúvidas de que Giovana exerceu o antirracismo na prática, tanto nas palavras, quanto nas ações. Foi de certo modo uma atitude bem didática de como pessoas brancas podem agir diante do racismo. Além disso, o fato de o episódio envolver crianças gerou ainda mais comoção e indignação. Em poucas horas a internet sacudiu com elogios à Giovana e mensagens de apoio. Lembrando também que essa não foi a primeira vez que o casal passou por situações parecidas como essa, por causa de seus filhos negros.
O fato é que o tratamento de apoio dado à Giovana também revela o quanto o privilégio branco incide até nestes momentos de denúncia, porque mostra o quanto esse mesmo privilégio pode mascarar a luta antirracista. Isto significa dizer que, pessoas brancas e famosas como é o caso de Giovana e Bruno, expõe uma sociedade que reconhece com mais facilidade e empatia a luta contra o racismo quando os protagonistas dessa luta são brancos. Essa constatação, por outro lado, não invalida e nem deve servir para inibir outras pessoas brancas de agirem com firmeza diante do racismo.
Pois a questão que se coloca aqui é a de que não há uma igualdade de tratamento entre brancos e negros mesmo quando estão do mesmo lado na luta antirracista. Porque não esqueçamos que homens e mulheres negras são vítimas dessas violências todos os dias, mas dificilmente ganham adesão e apoio popular nesta proporção. Isso quando não são qualificados como agressivos ou que não sabem dialogar. Em outras palavras, uma pessoa branca pode dizer o que quiser diante de um racista, pode pôr o dedo na cara sem qualquer receio de retaliação, ou de ser acusada de barraqueira, o que muito provavelmente não aconteceria com uma mulher negra na mesma situação.
Reforço que acho bastante positivo que Giovana tenha tido essa postura diante de um episódio de racismo e que se utilizou do seu lugar de privilégio e de prestígio para a luta antirracista. No entanto, não percamos de vista que ainda estamos longe, muito longe de uma igualdade racial no Brasil.
*Texto publicado originalmente no Geledés.
A memória histórica da escravidão é motivo de guerra nas escolas dos Estados Unidos
Estados republicanos impõem leis para proibir o que consideram um ensino que culpa os brancos. “Tentam fazer retroceder o ensino da parte mais incômoda de nossa história”
Amanda Mars, El País
Um homem negro de meia-idade se aproxima do terraço de uma cafeteria em Ausburn, Virgínia, uma pequena cidade a 40 minutos de Washington. “Com licença, o senhor é Scott Mineo?”, ele pergunta. Mineo: “Isso é bom ou ruim?” “Bem, eu o tenho escutado na televisão”, responde o outro. E então eles se envolvem em uma longa troca de “Eu não disse isso”, “na verdade, estamos dizendo a mesma coisa” ... “Teremos que dizer às crianças que George Washington tinha escravos”, alfineta o homem, que não se identifica. “Tudo bem, mas também mais coisas”, responde Mineo, “você acha que sou racista?”.
Tudo termina com o homem negro ajudando o branco a pegar o lixo e levá-lo para dentro do local —começou a chover—e com um aperto de mão. Estamos no condado de Loudoun, o mais rico dos Estados Unidos, um subúrbio próximo à capital do poder que, nos últimos anos, foi migrando de feudo republicano para moderado e democrata. Mineo, um analista de segurança branco, de 49 anos, começou uma cruzada de pais contra o que ele considera ser uma doutrinação racial nas escolas e ressentimento contra crianças brancas. Lançou um site chamado Pais contra a Teoria Crítica e criou um registro anônimo para que os alunos possam postar gravações do que os professores dizem em sala de aula. “Vamos expor todos os que fazem isso”, diz Mineo.
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Loudon exemplifica a tensão que ferve nos Estados Unidos sobre como abordar o racismo nas escolas, e uma vertente fundamental, como demonstra a conversa com o estranho, é o ensino de história. A escravidão é um acidente, uma mancha em uma história de grandeza, ou na verdade, um elemento fundacional dos Estados Unidos? Os pais fundadores do país eram “boas pessoas”, com alguma contradição, ou sujeitos infestados delas?
Como resultado das mobilizações contra o racismo depois da morte de George Floyd, em 2020, muitas escolas têm reforçado suas palestras e programas educacionais contra a discriminação e o racismo sistêmico e, com isso, irrompeu também a reação conservadora, com cruzadas como a de Scott Mineo e um monte de leis. Uma série de Estados republicanos —Texas, Idaho, Oklahoma e Tennessee, entre outros— introduziu ou aprovou legislação para restringir o modo como a história é contada.
A Assembleia do Tennessee, por exemplo, aprovou um projeto de lei em maio que proíbe as escolas de ensinarem que um indivíduo deveria sentir “responsabilidade” por ações passadas de membros de sua cor ou raça; ou que alguém, por causa de sua raça, “é inerentemente privilegiado” ou que promova o “ressentimento”. Ohio usa linguagem idêntica em várias partes de seu projeto de lei e veta que os professores ensinem que a escravidão foi qualquer coisa diferente de “uma traição ou fracasso dos verdadeiros princípios fundadores dos Estados Unidos, que incluem a liberdade e a igualdade”.
O ponto controverso dos conceitos proibidos —em que momento um professor que fala sobre racismo está dizendo que ser branco implica privilégios ou está gerando ressentimento contra os brancos?— disparou alarmes sobre a liberdade de expressão.
O historiador David Blight, branco, professor de Estudos Afro-Americanos da Universidade de Yale, alerta que todos os países têm um passado que incomoda seus cidadãos. “O movimento conservador vem tentando há meio século, de forma intermitente, fazer retroceder o ensino da parte mais incômoda de nossa história, porque acredita que nosso dever é formar patriotas, mas nós não educamos os jovens para serem só patriotas, nós os educamos para que entendam melhor a sociedade em que vivem e isso pode torná-los melhores patriotas”, diz Blight por telefone. As leis em vigor, opina, “são horríveis, anti-intelectuais, antidemocráticas, um mau uso da história para produzir um certo tipo de cidadão”.
O debate subjacente se alicerça em tratar a escravidão —abolida em 1865, quase 100 anos após a fundação do país— como mais um capítulo da história do país ou um elemento básico dela. A seu ver, “eles não querem encarar que [a escravidão] foi central para a identidade da nação americana, seu desenvolvimento e crescimento, na Guerra Civil”.
Um dos elementos centrais dessa disputa é a chamada Teoria Crítica Racial, cujo significado foi distorcido, como acontece em toda boa controvérsia intelectual e política que se preze. Hoje, pode-se vê-la sendo usada, especialmente pela direita, para identificar qualquer análise que aborde o racismo como um problema sistêmico nos Estados Unidos e, no âmbito escolar, qualquer atividade ou oficina que enfoque a discriminação por causa da raça.
A Teoria Crítica Racial é um marco teórico procedente do mundo do direito que começa a ser forjado na década de 1970 por acadêmicos como Kimberlé Crenshaw, que estudam os movimentos dos direitos civis. Argumentam, grosso modo, que raça é uma construção social e racismo é algo que vai além dos preconceitos pessoais, que o ordenamento jurídico está configurado de uma forma que sustenta e estimula a supremacia dos brancos sobre os negros. Por isso, concluem, as conquistas da época não conseguiram erradicar a injustiça social.
Pode ser considerado um movimento intelectual oficial desde 1989, quando seus promotores organizaram a primeira sessão de trabalho com esse título, mas agora se tornou uma expressão fetichista dos conservadores na batalha da educação. Em março passado, Christopher Rufo, pesquisador do laboratório de ideais Instituto Manhattan, entidade conservadora, disse abertamente em sua conta no Twitter: “Conseguimos deixar cravada sua marca —'teoria crítica racial’— no debate público e não param de serem acrescidas percepções negativas. Em algum momento a converteremos em algo tóxico e colocaremos todos esses delírios culturais nessa categoria”.
Outro dos protagonistas dessa briga é o Projeto 1619, uma análise histórica de como a escravidão moldou as instituições norte-americanas nos campos político, social e econômico. Publicado no The New York Times em agosto de 2019, e idealizado pela repórter Nikole Hannah-Jones, o nome faz referência à data em que os primeiros africanos chegaram a solo americano, questiona se essa é a data que deve ser considerada a da fundação dos Estados Unidos e reivindica as contribuições dos negros norte-americanos para a formação do país.
Aplaudido em geral pelo enfoque, tem recebido críticas de historiadores de diferentes países por algumas considerações, como a do nascimento do país, ou o quadro pessimista do progresso obtido, entre outras. Um ano após sua publicação, em meio à onda de protestos pela morte de George Floyd, foi redobrada a atenção sobre o projeto e o então presidente Donald Trump o tomou como exemplo da “propaganda tóxica” que dividia o país e anunciou a criação da Comissão de 1776 para promover uma “educação patriótica”.
Marvin Lynn, professor de Educação da Universidade de Portland, aplicou a crítica feita pela Teoria Crítica Racial ao campo do sistema educacional como forma de abordar as desigualdades nesse sistema, mas rejeita que essa teoria esteja sendo ensinada em sala de aula. Lynn, um homem negro de 50 anos, lamenta a forma como o passado lhe foi contado. “Me ensinaram que os Estados Unidos são uma grande nação e que os pais fundadores foram homens honestos e de grande integridade. Só fiquei sabendo sobre Sally Hemmings, que era escrava de Thomas Jefferson e tinha filhos de Jefferson, sendo escrava, quando me tornei adulto”, explica. Lynn é pai de três garotos, de 19, 15 e 13 anos. Eles, conta, foram na maior parte do tempo para escolas públicas e “não aprenderam nada de sua história como pessoas negras, nada do passado na África”. Em sua opinião, “esse movimento quer restringir ainda mais o currículo, é realmente um movimento racista”.
No condado de Loudoun, a briga vai muito além da história. Um grupo de pais, incluindo Mineo, processou o Conselho Escolar do Condado alegando que os professores incorporaram “teorias políticas radicais e polêmicas” na programação e estão pedindo às crianças que os apoiem sob pena de retaliação, além de sistemas de denúncias de discriminação que fazem delas “policiais contra a liberdade de expressão”. Os últimos encontros com os pais viraram rixas, que são o filé das redes sociais, e as ameaças chegaram ao Facebook. Num grupo denominado Pais Antirracistas de Loudoun, de 600 membros, os que se opunham aos programas foram citados com nomes e sobrenomes e falou-se em expô-los, as imagens chegaram à mídia e grupos conservadores, que as divulgaram como prova de assédio. Vários membros do grupo “antirracista” receberam ameaças.
Os país contra o programa do racismo exigem a retirada de seis conselheiros. Seu chefe de comunicação, Wayne Byard, explica que as ligações e e-mails de pais sobre a Teoria Crítica Racial, que não é ensinada nas escolas, “chegam às centenas”.
Scott Mineo, que comenta em duas ocasiões que sua filha tem um namorado de origem hispânica e, no passado, outro negro, afirma que não é contra ensinar sobre a escravidão nas escolas, mas “a história toda, não apenas partes selecionadas”. Por exemplo, ele sente falta de que falem das “figuras negras muito proeminentes que tinham escravos, porque não apenas os brancos tinham escravos”. Ele não cita quantos negros tinham escravos nos Estados Unidos ou quão importantes eram, mas admite: “Havia mais proprietários de escravos brancos do que proprietários negros”. E acrescenta: “Hoje há muito mais escravos do que há séculos e ninguém fala deles, escravos sexuais, tráfico de seres humanos, escravos médicos, usados para pesquisa”.
Martin Luther King dizia que o arco do universo moral é amplo, mas se inclina para a justiça. O mundo precisa pensar sobre isso. O professor Blight destaca que os Estados Unidos têm uma história de “tragédia e conflito, como qualquer outro país”, mas os norte-americanos sempre tiveram a ideia de que a história deve ser um progresso. “Queremos pensar que sempre caminhamos para melhor, que sempre resolvemos os nossos problemas, e às vezes fizemos isso, até ajudamos o mundo, como na Segunda Guerra Mundial, mas há outros que não resolvemos e temos que encarar isso”, acrescenta.
Maurício Huertas: O “sobe e desce” da política partidária
Se as urnas demonstram que há um esgotamento da paciência da maioria dos cidadãos brasileiros com o atual sistema político-partidário, vide o número recorde de ausências, votos brancos e nulos em todo o país, também é verdade que, enquanto houver a obrigatoriedade de filiação a partidos políticos para se concorrer às eleições, o jogo a ser jogado é dentro das 35 siglas existentes (e outras que ainda estejam por vir).
Parece ser consenso que novas mudanças na legislação partidária e eleitoral são necessárias, muito além do puxadinho chamado de reforma que ocorreu para as eleições municipais de 2016. Correção de distorções à parte e avanços que talvez os atuais mandatários não tenham vontade política de encarar, o fato é que o cenário para 2018 começa a se desenhar a partir da correlação de forças demonstradas neste 2 de outubro.
Todas as análises apontam para o PT como grande derrotado em 2016 e, pelo resultado massacrante e surpreendente em São Paulo, o epicentro político das últimas décadas, Geraldo Alckmin (PSDB) desponta como a liderança política com mais força para a sucessão presidencial. Pensando em números e tratando a política como ciência exata, seria por aí. Mas é claro que há outras variáveis incontroláveis. De todo modo, precisamos partir de um ponto concreto para fazer o mapeamento político nacional.
Pois o que se viu foi Alckmin, padrinho do “não-político” João Doria, que ganhou a Prefeitura de São Paulo no 1º turno com 53% dos votos, impor ao PT (com os 16,7% de votos para Haddad) a maior derrota da sua história. Lembrando que em 1985, quando disputou a sua primeira eleição municipal com Eduardo Suplicy como candidato a prefeito, o PT teve 19,75% dos votos, ficando atrás do vencedor Jânio Quadros, com 37,53% e Fernando Henrique, com 34,16%. Na eleição seguinte, em 1988, ganhou Luiza Erundina (que tinha sido candidata a vice em 1985), e a partir daí o PT sempre esteve na disputa polarizada pela Prefeitura, primeiro contra o malufismo: Maluf (92), Pitta (96) e Maluf (2000); depois contra os tucanos ou seus satélites: Serra (2004), Kassab (2008), Serra (2012) e João Doria (2016). Venceu três vezes, em 1988, 2000 e 2012.
Portanto, nessa balança dos dois pólos mais tradicionais da política atual, que se traduz também desde 1994 nas eleições presidenciais, é inegável que o “lado azul” desponta com amplo favoritismo contra o “lado vermelho” para 2018, sendo que Alckmin se firma como potencial candidato tucano. Dos seus concorrentes internos, José Serra perdeu espaço (a não ser que migre para o PMDB ou se contente com a eleição para o governo do Estado) e Aécio Neves segue com o controle da máquina nacional partidária mas precisa cuidar da franquia mineira (afinal, a sua derrota em Minas, na eleição presidencial de 2014, foi determinante para a vitória de Dilma).
Embora direita e esquerda sejam conceitos cada vez mais anacrônicos, na parcela mais conservadora do eleitorado, à direita do PSDB, destacam-se figuras como Bolsonaro, que não vão vencer eleição majoritária nenhuma, mas indicam um volume crescente do eleitorado mais retrógrado. Ao centro, o PMDB permanece como uma federação de caciques e coronéis locais, agora alçado à Presidência da República para uma transição ainda indefinida.
Partidos como DEM, PSC, PSD, PP, PR e PRB também seguem crescendo ou (re)conquistando municípios importantes. A liderança jovem e mais bem sucedida é ACM Neto, eleito prefeito de Salvador com 74%. Já é nome forte para ser candidato ao Governo da Bahia ou a vice-presidente da República.
À esquerda, o PSOL vai tomando eleitores desiludidos com o PT. A Rede Sustentabilidade de Marina Silva sai da eleição enfraquecida e em crise de identidade. O PT vive um dilema na sucessão da liderança de Lula (às vésperas de se tornar ficha suja na Operação Lava Jato). O próprio Fernando Haddad, apesar da derrota fragorosa, e Eduardo Suplicy, com a votação recorde para vereador, são nomes cotados para um aggiornamento petista, que tem ainda em Ciro Gomes, hoje no PDT, uma alternativa para sobreviver a 2018.
Resta a chamada esquerda democrática, fundamentalmente representada por PPS, PV e PSB, que até pode se aliar pontualmente ao PSDB, mas que trabalha para superar a polarização tradicional e definitivamente se diferencia das práticas e dos conceitos da velha esquerda que não resistiu à queda do muro de Berlim. Está aí nesses partidos, e no que aflorar da Rede, o caminho que pode reaproximar a boa política das novas demandas da sociedade. Aguardemos.
Mauricio Huertas, jornalista, é secretário de Comunicação do PPS/SP, diretor-executivo da FAP e apresentador do #ProgramaDiferente
Fonte: pps.org.br