baixa procura
Vírus da pólio assusta Américas, onde cobertura vacinal está abaixo do recomendado
Priorizar planos para mitigar a poliomielite nas Américas foi destaque numa resolução da 30ª Conferência Sanitária Pan-Americana, concluída na semana passada, em Washington. Uma das maiores preocupações, é a baixa cobertura de imunização na região. A taxa necessária para prevenir o retorno do vírus é de 95%.
Na resolução, a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, também prevê medidas para aumentar a vacinação e a vigilância, além de assegurar uma preparação adequada para um possível surto nas Américas.
Saúde pública
Dois eventos levaram à medida: a queda a 80% dos níveis de vacinação e vigilância da poliomielite e a recente confirmação da circulação do poliovírus em Nova Iorque. Outro ponto da resolução é o pedido de maior envolvimento da sociedade civil, líderes comunitários, ONGs, setor privado, instituições acadêmicas e outras partes interessadas em medidas para avançar e atuar de forma coordenada para que a região esteja livre da pólio.
A Opas incentiva ainda a cooperação técnica e parcerias entre países para o desenvolvimento, a implementação, o monitoramento, a mitigação de riscos e os planos de preparação da poliomielite.
O texto pede aos países que informem à Opas sobre os progressos e desafios na implementação dos esforços para conter a pólio na região.
Populações não vacinadas
Pelo menos 12 nações da região correm risco muito elevado ou alto de um surto da doença, que pode ser totalmente prevenida com vacinas.
O perigo é que o problema se espalhe rapidamente entre comunidades com cobertura vacinal insuficiente.
Antes do alerta de circulação da poliomielite derivada da vacina, emitido em agosto pelos Estados Unidos, a Opas alertou a região a ser vigilante e a tomar medidas para alcançar de forma proativa as populações não vacinadas.
O aviso prévio também advertiu sobre a necessidade de aumentar a vigilância da paralisia facial aguda, que indica a circulação da poliomielite.
Auditoria das urnas eletrônicas teve baixa procura pelas siglas
Polícia Federal foi a única que participou do processo nas últimas três eleições
Camila Zarur / O Globo
RIO - Apesar de os bolsonaristas terem colocado a auditoria das urnas eletrônicas na ordem do dia, nesses 25 anos em que o sistema está em está em vigor no país foi baixíssimo o interesse dos partidos e entidades públicas em acompanhar o processo, como lembrou recentemente o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, em audiência na Câmara.
Segundo dados do TSE, apenas uma legenda participou ativamente da etapa em que o código fonte que será usado nas urnas é aberto — momento em que os representantes das agremiações partidárias e outras instituições podem solicitar melhorias, tirar dúvidas ou conversar com a equipe técnica.
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De acordo com os registros da Corte, o único partido que participou desta fase foi o PT, que o fez até 2002, quando Lula foi eleito pra a Presidência da República.
Os questionamentos e acusações sobre o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas têm sido uma pauta puxada principalmente pelo presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Bolsonaro vem questionando, sem provas, a lisura das eleições e pede para que seja implementado, a partir do ano que vem, a impressão de um comprovante do voto — chegando até mesmo a ameaçar a realização do pleito caso isso não seja feito.
Implementada em 1996, a urna eletrônica é auditada por um longo processo que começa antes mesmo da votação e é feito publicamente, com a presença dos partidos e entidades como Polícia Federal, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério Público (MP), entre outros. No entanto, como mostram os registros do TSE, há pouco interesse das legendas e instituições de mandar seus representantes para acompanhar o processo.
Barroso falou sobre isso quando foi convidado pela Câmara para prestar esclarecimentos sobre o sistema eleitoral. Na ocasião, no início de junho, o magistrado afirmou que o baixo interesse das legendas em participar do processo se dava pela confiança que tinham no sistema:
— Desde o primeiro momento, quando nós começamos a desenvolver os programas, por lei e porque o TSE gostaria que fosse assim, todos os partidos podem comparecer e acompanhar o processo. A verdade é que, na prática, os partidos não comparecem porque confiam.
Uma das etapas cruciais desse processo é justamente a abertura do código fonte do sistema eleitoral, que é feita em um período de 180 dias antes da eleição. Nos últimos três pleitos — 2020, 2018 e 2016 —, nenhum partido participou dessa fase, mesmo com os convites enviados pelo TSE.
Em 2016, o antigo Partido Social Democrata Cristão (atual Democracia Cristã) e o diretório do PV em São Bernardo do Campo se credenciaram para participar da etapa, mas não compareceram.
Quem mais participou desse processo nas últimas três eleições foi a Polícia Federal, que foi a única a comparecer à abertura do código fonte.