Água potável e saneamento
No Haiti, brasileiros reconstroem sistema de água em cidade remota de 40 mil habitantes
Após demanda da comunidade haitiana de Pilate, norte do país, a Companhia Brasileira de Engenharia da Força de Paz no Haiti (BRAENGCOY), o Ministério da Saúde haitiano e agências da ONU iniciaram a construção de um sistema de saneamento básico próximo ao principal hospital da cidade. Confira a reportagem no vídeo.
Dados oficiais publicados pelo Ministério da Saúde do Haiti em abril deste ano indicaram que 15 comunidades do país estavam em alerta vermelho por conta do cólera. Entre elas, Pilate, uma remota cidade de cerca de 40 mil habitantes, localizada no Departamento do Norte.
Em março deste ano — coincidindo com o Dia Mundial da Água, lembrado no dia 22 —, o vice-representante especial do secretário-geral da ONU, coordenador residente e coordenador humanitário no Haiti, Mourad Wahba, visitou o local para se reunir com autoridades e líderes comunitários com o objetivo de encontrar soluções para o aumento dos casos de cólera.
Wahba visitou a localidade acompanhado de representantes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), bem como especialistas da Missão da ONU.
A diretora-executiva do Hospital da Esperança de Pilate, Louisa Bélanger, pediu apoio da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (MINUSTAH) para a construção de um poço artesiano. A interrupção do fornecimento de água para a comunidade ocorreu após disputa política na região, seguida de uma ação de sabotagem ao sistema de saneamento.
A MINUSTAH perfurou construiu o poço há algumas semanas, com a ajuda da Companhia Brasileira de Engenharia da Força de Paz no Haiti, a BRAENGCOY, trabalhando nas bases de concreto que apoiam a estrutura que protegerá a bacia d’água, o gerador e a bomba d’água. Ao final da obra, o hospital terá autonomia ilimitada de água potável.
A execução do projeto é resultado de um acordo firmado durante reunião de trabalho entre o vice-representante especial do secretário-geral da ONU e membros da comunidade local. Assista mais neste vídeo especial.
Segundo a administração do hospital, no auge do surto de cólera em Pilate – entre novembro de 2015 e janeiro de 2016 –, cerca de 30 a 40 casos foram tratados simultaneamente graças ao fornecimento de água promovido pela Missão da ONU por meio de caminhões-pipa.
Fonte: nacoesunidas.org
Pacto Global pede compromisso de candidatos a prefeito com redução das perdas de água
A Rede Brasil do Pacto Global, por meio do “Movimento Menos Perda, Mais Água”, lançou na semana passada (22), em São Paulo, Carta aos Prefeitos na qual pede que candidatos à prefeitura se comprometam com a temática da redução das perdas de água em suas gestões, caso eleitos. Até o momento, onze candidatos a prefeito das cidades de São Paulo, Campinas, Piracicaba, Piracaia, Caraguatatuba, Atibaia (SP), Maceió (AL) e Porto Alegre (RS) assinaram o documento.
A Rede Brasil do Pacto Global, por meio do “Movimento Menos Perda, Mais Água”, lançou na semana passada (22), em São Paulo, Carta aos Prefeitos na qual pede que candidatos à prefeitura se comprometam com a temática daredução das perdas de água em suas gestões, caso eleitos.
Até o momento, onze candidatos a prefeito das cidades de São Paulo, Campinas, Piracicaba, Piracaia, Caraguatatuba, Atibaia (SP), Maceió (AL) e Porto Alegre (RS) assinaram o documento.
A carta foi lançada em São Paulo, durante o evento “Casos de Sucesso em Saneamento Básico + Perda de Agua em 2016”, promovido pelo Instituto Trata Brasil.
Durante o encontro, Adriana Leles, coordenadora do Grupo Temático de Água da Rede Brasil do Pacto Global, destacou os próximos passos do movimento e o desejo de engajar mais pessoas na iniciativa.
“Passadas as eleições, vamos acompanhar os candidatos eleitos e acompanhar como eles vão se comprometer”, disse, completando que, em breve, será lançada uma cartilha com casos de sucesso. “Queremos que as cidades de melhor performance possam ser reconhecidas no Fórum Mundial da Água, em 2018”, detalhou.
Lançado em 2015, o Movimento Menos Perda, Mais Água tem o objetivo de combater as perdas de água nos sistemas urbanos de distribuição do Brasil. Segundo dados oficiais, o desperdício chega a 40%, devido principalmente a problemas de manutenção e reparos de encanações.
Alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 6 (água e saneamento), o projeto é liderado pelas empresas SANASA e Braskem, integrantes do Comitê Brasileiro do Pacto Global, e envolve parcerias entre diversos atores, como empresas, governo, sociedade civil e academia.
Conheça a Carta aos Prefeitos, que pode ser assinada pelos candidatos ao cargo máximo da gestão municipal da sua cidade.
Fonte: nacoesunidas.org
Brasil: Especialistas da ONU elogiam suspensão de acordo sobre desastre no Rio Doce
“O acordo ignorava os direitos humanos das vítimas, e sua suspensão (no dia 1° de julho) é uma oportunidade perfeita para realizar uma completa revisão baseada em direitos humanos das devidas reparações e compensações para as vítimas, com transparência e participação pública”, afirmaram os especialistas.
Os peritos da ONU observaram que o Ministério Público do Brasil estimou que os custos dos danos são 25 vezes maiores que a quantia considerada no acordo inicial, e alertaram que o acordo foi negociado a velocidade recorde em comparação com outros desastres desta magnitude, durante um tumultuado período para o governo do Brasil.
Um grupo de especialistas em direitos humanos das Nações Unidas elogiou nesta terça-feira (5) a decisão do Superior Tribunal de Justiça brasileiro de suspender o acordo alcançado entre o governo do Brasil e a Samarco Mineração S.A., junto com suas empresas controladoras Vale S.A. e BHP Billition Brasil Ltda., em resposta ao que tem sido descrito como o maior desastre socioambiental na história do país.
“O acordo ignorava os direitos humanos das vítimas, e sua suspensão em 1° de julho é uma oportunidade perfeita para realizar uma completa revisão baseada em direitos humanos das devidas reparações e compensações para as vítimas, com transparência e participação pública”, afirmaram os especialistas. “Pedimos que o governo a aproveite, a fim de abordar de forma oportuna e adequada as persistentes preocupações de direitos humanos.”
Em novembro de 2015, o rompimento de uma barragem em Mariana, no estado de Minas Gerais, liberou cerca de 50 milhões de toneladas de rejeito de minério de ferro, supostamente aumentando os níveis de múltiplas substâncias tóxicas em um curso de aproximadamente 700 km de vários rios, incluindo o rio Doce. Dezenove pessoas morreram diretamente por causa do colapso.
As vidas de 6 milhões de pessoas foram severamente afetadas, enquanto muitas casas e aldeias foram enterradas ou destruídas, e fontes essenciais de água foram contaminadas. Fontes de alimento e água para povos indígenas e comunidades locais ficaram seriamente comprometidas.
“Os poderes executivos e as empresas parecem ter, com sua pressa, ignorado os direitos das vítimas à informação, participação e a uma reparação efetiva, bem como a entregar garantias de prestação de contas. Para as vítimas, isso agrava ainda mais a situação”, disse o relator especial da ONU sobre direitos humanos e substâncias e resíduos perigosos, Baskut Tuncak. “Eles pareciam dispostos a dispensar os direitos das vítimas em um esforço de varrer esse desastre para debaixo do tapete.”
Os peritos da ONU observaram que o Ministério Público do Brasil estimou que os custos dos danos são 25 vezes maiores que a quantia considerada no acordo inicial, e alertaram que o acordo foi negociado a velocidade recorde em comparação com outros desastres desta magnitude, durante um tumultuado período para o governo do Brasil, atolado em uma crise política e alegações de corrupção em massa.
“Os eventuais custos de fornecer total reparação e compensação para todas as vítimas será colossal, e podem ser os maiores em termos de água e saneamento”, alertou o relator especial da ONU sobre o direito humano à água potável e saneamento, Léo Heller.
O acordo
O acordo suspenso previa o estabelecimento de uma fundação privada para executar vários programas de reparação e compensação nos próximos 15 anos. Nesse sentido, os especialistas da ONU expressaram preocupação sobre a “deplorável falta de transparência e de participação das vítimas no processo de negociação do acordo”, e notaram que o acordo não foi disponibilizado para o público geral.
Eles expressaram também grave preocupação com os órgãos de governança a serem estabelecidos pelo acordo, que deixariam pouca ou nenhuma margem para a efetiva participação das autoridades públicas e das comunidades afetadas no planejamento e execução dos programas ambientais, sociais e econômicos.
Se for estabelecido, a empresa de mineração teria o poder de decidir sobre as indenizações a serem entregues para as populações afetadas sem possibilidade nenhuma de que essas decisões fossem questionadas ou recorridas. Além disso, o acordo não projetava mecanismos suficientes para garantir a participação de todas as comunidades afetadas na implementação da fundação.
“Aproveitando a oportunidade da suspensão, os termos do acordo devem fornecer salvaguardas adequadas para garantir que existirão recursos suficientes para todos os projetos. A alocação desses recursos deve ser revisada e decidida conforme princípios democráticos e deve ser aplicada observando os princípios de direitos humanos”, enfatizaram.
O apelo dos peritos também foi respaldado pela relatora especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, e o atual presidente do Grupo de Trabalho da ONU sobre empresas e direitos humanos, Pavel Sulyandziga.
Sobre os especialistas independentes
Léo Heller, Baskut Tuncak e Victoria Tauli-Corpuz e Pavel Sulyandziga fazem parte do que se conhece como os Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos. ‘Procedimentos Especiais’, o maior órgão de especialistas independentes no sistema de direitos humanos das Nações Unidas, é o nome atribuído aos mecanismos de investigação e monitoramento independentes do Conselho, que trabalham sobre situações específicas de cada país ou questões temáticas em todas as partes do mundo.
Os especialistas dos Procedimentos Especiais trabalham a título voluntário; eles não são funcionários da ONU e não recebem um salário pelo seu trabalho. São independentes de qualquer governo ou organização e prestam serviços em caráter individual. Saiba mais (em inglês):
Água e saneamento:
www.ohchr.org/EN/Issues/WaterAndSanitation/SRWater/Pages/SRWaterIndex.aspx
Resíduos perigosos:
www.ohchr.org/EN/Issues/Environment/ToxicWastes/Pages/SRToxicWastesIndex.aspx
Povos indígenas:
www.ohchr.org/EN/Issues/IPeoples/SRIndigenousPeoples/Pages/SRIPeoplesIndex.aspx
Empresas e direitos humanos:
www.ohchr.org/EN/Issues/Business/Pages/WGHRandtransnationalcorporationsandotherbusiness.aspx
ONU Direitos Humanos, página de país – Brasil:
http://www.ohchr.org/EN/Countries/LACRegion/Pages/BRIndex.aspx
Para mais informações ou pedidos de imprensa, entre em contato com Melinda Ching Simon (+41 22 917 9113 / mchingsimon@ohchr.org) ou Patricia Varela (+41 22 928 9234 / pvarela@ohchr.org) ou escreva para srtoxicwaste@ohchr.org
Para consultas de mídia relacionadas com outros especialistas independentes da ONU:
Xabier Celaya, Unidade de Mídia do ACNUDH (+ 41 22 917 9383 / xcelaya@ohchr.org)
Informações à imprensa no Brasil:
Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio)
Roberta Caldo e Gustavo Barreto: (21) 2253-2211 | (21) 98202-0171 | (21) 98185-0582
unic.brazil@unic.org | caldo@un.org | barretog@un.org
Site www.unicrio.org.br
Fonte: nacoesunidas.org